As pessoas gostaram e pediram várias músicas, até que minha voz começou a ficar rouca e resolvi que ia embora, sem deixar de passar meu telefone para meus mais novos amigos.

Fiquei em casa o resto do dia e resolvi ir para uma balada a noite. Dei uma pesquisada na internet e pedi opinião para meu amiguinho porteiro que me falou pra ir a uma boate chamada Beach Club. Pedi um táxi, vesti um vestido preto de paetê que ressaltava minhas curvas brasileiras e um salto preto exageradamente alto, além da maquiagem carregada que resultaram em um look meio arrepiante.

Ao chegar no clube fui ao bar e conheci alguns meninos bonitinhos, mas assustei quando vi um cara todo de preto e com a maquiagem carregada vindo em minha direção. Reconheci então um de meus maiores ídolos, Jake Pitts, guitarrista do BVB. Ele começou a conversar comigo como se fossemos velhos conhecidos e só então liguei os fatos.

- Não acredito que trombei no meu ídolo e não o reconheci graças aos óculos e um capus. Jake Pitts?

- Parece que sim, Manoela. – Disse com o mesmo sotaque estranho. – Você canta muito. Te vi no restaurante hoje, e você cantou demais as músicas da nossa banda.

- Então você estava lá? Ai que vergonha, e eu em cima da mesa cantando. Normalmente quando faço essas besteiras, as pessoas presentes no lugar nunca mais me encontram. – Rimos junto.

- Sim, eu estava lá. E o Jinxx que pediu para tocarem uma musica nossa. Mas quando fui falar com você, não te encontrei.

- Ah é, eu fui embora mais cedo. Cansada da viagem sabe...

- Claro. E a gente nem conversou direito, tirando o fato de voce falar que eu nao tinha cara de quem escuta Nirvana. Agora eu tenho?

- Digamos que agora você está um pouco mais... roqueiro do que com aquele moletom cinza da GAP e óculos escuros da Ray-ban.

- Isso é um elogio? Digo, do estilo e tal?

- Com certeza! – Falei e sorrimos juntos, quase morri com aquele sorriso. MARAVILHOSO.

Um momento de silencio. Nem fiquei constrangida, imagina.

- Então, não quer ir lá conhecer os caras da ban...

- É hoje que eu conheço o Black Veil Brides, não vou resistir. – Disse fazendo cena fingindo um drama (eu nao tava fingindo de verdade, porque eu tava morrendo de felicidade, mas eu fingi que tava fingindo, sabe como é).

Ele riu, me pegou pela mão e me levou até uma mesa onde reconheci antes de todos, Andy Six, seguido por Jinxx, Sammi Doll, CC e por último Ashley, que estava discutindo com a antiga baterista da banda, Sandra.

- Ô povo, cala a boca todo mundo senão vocês vão assustar a menina porra.  Essa é a Manoela.

- Finalmente conheci, você já tá famosa, Manoela, esse bosta desse Jake não para de falar de você. E Jake, ela é gata mesmo, cara. Brasileñas. – Disse CC com seu tom de palhaçada que fez todos rirem.

- Obrigada... Eu acho! – respondi nervosa provocando gargalhadas em todos, principalmente na Sandra que parecia já ter tirado sarro de mim desde o começo. Fofa.

Conversei com eles, que me perguntaram o que eu estava fazendo lá em LA, respondi a todas as perguntas e mais um pouco. Bebi mais do que o normal e Jake percebeu, logo falando que me levaria para casa por eu não estar nada bem. Eu sempre fui fraca com bebidas, apesar de abusar quase todo fim de semana. Eu precisava maneirar.

Ao sairmos da boate eu ja nao me responsabilizava pelos meus atos, comecei a falar milhares de besteiras, entre elas, falei pro Jake milhões de vezes como ele era bonito e como eu sempre sonhei em beijar a boca dele. Além de elogiar o sorriso dele. E tudo mais que podia ser elogiado.

Chegando na frente do prédio, jurei para ele que estava bem e que podia me virar sozinha, mas provei o contrário quando enrosquei o pé na porta do carro e quase morri caindo de boca no chão – sente o drama da criatura.

Jake riu e saiu correndo para me ajudar. Entrou comigo no prédio e me levou até meu apartamento que meu amigo – porteiro Henry – falou qual era. Quando ele perguntou onde estava a chave, falei que estava no bolso que havia no vestido na altura do meio seio direito, e ele percebeu que teria que pegar pra mim. Olhei para a expressão sem graça no rosto dele e quase morri de rir. Eu estava péssima, confesso.

Entramos e ele me pos na cama, provavelmente com medo de me dar um banho gelado porque eu podia fazer alguma besteira. Mas eu vi ele hesitando na porta do banheiro. Quando ouvi o barulho da porta da casa sendo aberta, gritei por ele, que voltou correndo.

- Achei que você tava tendo um piripaque, garota. – Falou rindo.

- Quase isso. Não vai embora não, – eu falei que tava péssima – tem um quarto de hóspedes do lado, fica aqui.

- Tá bom, até amanhã. – Ele respondeu saindo do quarto.