Volterra Nunca Mais escrita por rosatais


Capítulo 5
bonus


Notas iniciais do capítulo

N/E.: As minhas fics são baseadas nos livros e não nos filmes, como Bella, não sabe nada do que se passou enquanto os Cullen estavam fora, isso me dá liberdade criativa pra escrever, mas a ligação foi retratada por Stephenie Meyer, acredito eu que quem lê fic, já tenha lido os extras dela, mas se você não leu ou quer ler de novo eu resolvi posta-lo aqui ,na integra.
Devo dizer que adoro esses extras, que mostram uma Rosalie como eu sempre enxerguei, e não a bruxa malvada dos filmes. Eu os amo tanto que teria que plagiá-los(o que definitivamente não é minha praia) por não conseguir imaginar a situação de forma diferente . E em Volterra Nunca Mais, eu seguirei o Livro Lua Nova fielmente, criando e mostrando apenas o que não foi mostrado por Bella.



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ATENÇÃO

TUDO QUE ESTÁ POSTADO ABAIXO FOI ESCRITO POR STEFENIE MEYER, NÃO HÁ NENHUMA ALTERAÇÃO FEITA POR NELLUCA, NENHUMA ADIÇÃO OU SUBTRAÇÃO, NADA, NADA, NADICA DE NADA.

Notícias de Rosalie

O telefone no meu bolso vibrou de novo. Era a vigésima quinta vez em vinte quatro horas. Eu pensei em abrir o telefone, pelo menos ver quem estava tentando me contatar. Talvez fosse importante. Talvez o Carlisle precisasse de mim.

Eu pensei sobre isso, mas não me mexi.

Eu não tinha muita certeza de onde estava. Algum sótão minúsculo e escuro, cheio de ratos e aranhas. As aranhas me ignoravam e os ratos me davam espaço. O ar estava pesado com o cheiro de óleo cozinhando, carne mofada, suor humano e a camada quase sólida de poluição que era realmente visível no ar úmido, como um filme preto sobre tudo. Abaixo de mim, quatro andares de uma pensão raquítica atrelavam, cheios de vida. Eu não me importava em separar os pensamentos das vozes – eles formavam um grande alarde de espanhol alto que eu não escutava. Eu só deixava os sons passarem por mim. Sem importância. Tudo era sem importância. Minha existência era sem importância.

Meu mundo inteiro era sem importância.

Minha testa pressionou contra meus joelhos e eu me perguntei quanto tempo ainda seria capaz de aguentar isso. Talvez fosse inútil. Talvez, se a minha tentativa já estivesse condenada ao fracasso, eu devesse parar de me torturar e voltar…

A idéia era tão poderosa, tão curativa – como se as palavras tivessem um anestésico poderoso, lavando a montanha de dor que me enterrava – que me fez engasgar, de deixou tonto.

Eu podia ir embora agora, eu podia voltar.

O rosto da Bella, sempre atrás das minhas pálpebras, sorriu para mim.

Era um sorriso de boas vindas, de perdão, mas não teve o efeito que o meu subconsciente provavelmente queria que tivesse.

É claro que eu não podia voltar. O que era a minha dor, em comparação com a felicidade dela? Ela devia ser capaz de sorrir, livre do medo e do perigo. Livre de desejar um futuro sem alma. Ela merecia coisa melhor que isso. Ela merecia coisa melhor que eu. Quando ela deixasse este mundo, ela iria para um lugar que estava proibido para sempre para mim, não importa como eu me comportasse aqui.

A idéia dessa separação final era muito mais intensa que a dor que eu já sentia. Meu corpo tremeu com ela. Quando Bella fosse para o lugar de onde ela fazia parte e eu nunca poderia fazer, eu não ficaria mais por aqui. Tinha que ter esquecimento. Tinha que ter alívio.

Essa a minha esperança, mas não havia garantia. Dormir? Sonhar, quem sabe! Ai, eis a dúvida, eu citei. Mesmo quando ela virasse pó, eu ainda sentira a sua perda?

Eu tremi novamente.

E, droga, eu tinha prometido. Eu tinha prometido a ela que não assombraria a vida dela de novo, trazendo meus demônios negros. Não quebraria minha palavra. Eu não conseguia fazer nada certo por ela? Nada mesmo?

A idéia de voltar para a cidadezinha nublada que sempre seria meu verdadeiro lar nesse planeta inundou meus pensamentos de novo.

Só para checar. Só para ver se ela estava segura e feliz. Não para interferir. Ela nunca saberia que eu estava lá…

Não. Droga, não.

O telefone vibrou outra vez.

- Droga, droga, droga – eu rosnei.

Eu podia aproveitar a distração, supus. Eu abri o telefone e registrei os números com o primeiro choque eu sentia em meio ano.

Por que a Rosalie estaria me ligando? Ela era a única pessoa que provavelmente estaria gostando da minha ausência.

Devia ter algo muito errado se ela precisava falar comigo. De repente preocupado com a minha família, eu apertei o bota para atender.

- O quê? – eu perguntei, tenso.

- Oh, nossa. Edward atendeu o telefone. Me sinto tão honrada.

Assim que eu ouvi o tom de sua voz, eu soube que a minha família estava bem. Ela só devia estar entediada. Era difícil adivinhar o motivo sem os pensamentos dela como guia. Rosalie nunca tive feito muito sentido para mim. Os impulsos dela funcionavam com o tipo mais estranho de lógica.

Eu bati o telefone.

- Me deixe em paz – eu sussurrei para ninguém.

É claro que o telefone vibrou de novo.

Ela continuaria me ligando até que conseguisse passar qualquer mensagem com a qual queria me irritar? Provavelmente. Levaria meses até que ela se cansasse desse jogo. Eu brinquei com a idéia de deixá-la apertar o "redial" pelos próximos seis meses… e então suspirei e atendi o telefone de novo.

- Fale logo.

Rosalie se apressou pelas palavras. – Eu imaginei que você gostaria de saber que a Alice está em Forks.

Eu abri os olhos e encarei as vigas de madeira, a sete centímetros do meu rosto.

- O quê? – Minha voz estava vazia, sem emoção.

- Você sabe como a Alice é – pensa que sabe tudo. Igual a você – Rosalie riu sem humor. A voz dela tinha um tom nervoso, como se de repente ela estivesse incerta sobre o que estava fazendo.

Mas a minha raiva tornou difícil me preocupar com qual era o problema da Rosalie.

Alice tinha jurado para mim que ela faria o que eu tinha pedido em relação a Bella, embora ela não concordasse com a minha decisão. Ela tinha prometido que deixaria a Bella em paz… enquanto eu deixasse. Certamente, ela achava que eu eventualmente cederia à dor. Talvez ela estivesse certa sobre isso.

Mas eu não tinha cedido. Ainda. Então o que ela estava fazendo em Forks? Eu quis torcer o pescocinho magro dela. Não que o Jasper me deixaria chegar assim tão perto dela, uma vez que ele pegasse um sopro da fúria que saia de mim…

- Você ainda está aí, Edward?

Eu não respondi. Eu apertei o meu nariz com as pontas dos dedos, imaginando se era possível um vampiro ter dor de cabeça.

Por outro lado, se a Alice já tinha voltado…

Não. Não. Não. Não.

Eu tinha feito uma promessa. Bella merecia uma vida. Eu tinha feito uma promessa. Bella merecia uma vida.

Eu repeti as palavras como um mantra, tentando limpar a minha cabeça da sedutora imagem da janela escura da Bella. A entrada pra o meu único santuário.

Sem duvida eu teria que rastejar se eu voltasse. Não me importava com isso. Eu passaria feliz a próxima década de joelhos, se eu estivesse com ela.

Não, não, não.

- Edward? Você não quer saber por que a Alice está lá?

- Não estou muito interessado.

A voz da Rosalie ficou presunçosa agora, satisfeita, sem dúvida, que ela tinha forçado uma resposta minha. – Bem, é claro, ela não está exatamente quebrando as regras. Quero dizer, você só nos advertiu para ficar longe da Bella. O resto de Forks não importa.

Eu pisquei os olhos lentamente. Bella tinha ido embora? Meus pensamentos circularam pela idéia inesperada. Ela ainda não tinha se formado, então ela devia ter voltado para a mãe. Isso era bom. Ela devia morar à luz do sol. Era bom que ela tinha sido capaz de deixar as sombras para trás.

Eu tentei engolir, mas não consegui.

Rosalie trinou uma risada nervosa. – Então você não precisa ficar bravo com a Alice.

- Então por que você me ligou, Rosalie, se não é pra entregar a Alice? Por que você está me incomodando? Argh!

- Espera! – ela disse, sentindo, com razão, que eu ia desligar de novo. – Não foi por isso que eu liguei.

- Então por quê? Me diz logo, e me deixe em paz.

- Bem… – ela hesitou.

- Fala de uma vez, Rosalie. Você tem dez segundos.

- Eu acho que você deve voltar para casa – Rosalie disse depressa. – Estou cansada da Esme de luto e do Carlisle nunca rindo. Você devia se envergonhar do que você fez com eles. Emmett sente a sua falta toda a hora e já está me irritando. Você tem uma família. Cresça e pense em alguém além de si mesmo.

- Que conselho interessante, Rosalie. Deixe-me contar uma historinha sobre o sujo e o mal lavado…

- Eu estou pensando neles, ao contrario de você. Não se importa com o quanto você magoou a Esme, mais que todos? Ela ama você mais do que o resto de nós, e você sabe disso. Venha para casa.

Eu não respondi.

- Eu pensei que uma vez que essa coisa toda de Forks tivesse terminado, você iria superar.

- Forks nunca foi o problema, Rosalie – eu disse, tentando ser paciente. O que ela tinha dito sobre Esme e Carlisle pegou em meu ponto fraco. – Só porque a Bella – era difícil dizer o nome dela em voz alta – se mudou para a Florida, não quer dizer que eu seja capaz… Olha, Rosalie. Eu sinto muito mesmo, mas, acredite, não faria ninguém mais feliz se eu tivesse aí.

- Hm…

Ali estava, a hesitação nervosa outra vez.

- O que é que você não está me contando, Rosalie? Esme está bem? O Carlisle -

- Eles estão bem. É só… bem, eu não disse que a Bella tinha se mudado.

Eu não falei. Passei por nossa conversa na minha cabeça. Sim, Rosalie tinha dito que a Bella tinha se mudado. Ela tinha falado: …você só nos advertiu para ficar longe da Bella, certo? O resto de Forks não importa. E depois: eu pensei que uma vez que essa coisa toda de Forks tivesse terminado… Então a Bella não estava em Forks. O que ela quis dizer, Bella não tinha se mudado?

Então Rosalie estava se apressando pelas palavras outra vez, falando quase irritada dessa vez.

- Eles não queriam contar para você, mas eu acho que é estupidez. O mais rápido que você superar isso, mais rápido as coisas podem voltar ao normal. Por que deixar você se lamentar pelos cantos escuros do mundo quando não tem necessidade? Você pode voltar para casa agora. Nós podemos ser uma família de novo. Acabou.

- Minha mente parecia estar quebrada. Eu não conseguia entender as palavras dela. Era como se houvesse alguma coisa muito, muito óbvia que ela estava me contando, mas eu não fazia idéia do que era. Meu cérebro passava a informação, fazendo caminhos estranhos dela. Absurdos.

- Edward?

- Eu não entendo o que você está dizendo, Rosalie.

Uma longa pausa, o tempo de alguns batimentos cardíacos humanos.

- Ela está morta, Edward.

Uma pausa mais longa.

- Eu… sinto muito. Mas você tem o direito de saber, eu acho. Bella… se atirou de um penhasco dois dias atrás. Alice viu, mas era tarde demais para fazer qualquer coisa. Mas eu acho que ela teria ajudado, quebrado sua promessa, se houvesse tempo. Ela voltou para fazer o que pode por Charlie. Você sabe que ela sempre se importou com ele -

O telefone ficou silencioso. Levou alguns segundos para eu perceber que eu o tinha desligado.

Eu sentei na escuridão empoeirada por um espaço de tempo longo, congelado. Era como se o tempo tivesse terminado. Como se o universo tivesse parado.

Lentamente, me movendo como um homem velho, eu liguei meu telefone de novo e disquei o único numero que eu tinha prometido que nunca mais ia discar.

Se fosse ela, eu desligaria. Se fosse o Charlie, eu conseguiria a informação que precisava por pretextos. Eu provaria que a piada doentia da Rosalie estava errada e então voltaria para o meu nada.

- Residência dos Swan – uma voz que eu nunca tinha ouvido antes atendeu. Uma voz de homem, rouca, grave, mas ainda jovem.

Eu não parei para pensar no que isso significava.

- Aqui é o Dr. Carlisle Cullen – eu disse, imitando perfeitamente a voz do meu pai. – Posso falar com o Charlie?

- Ele não está aqui – a voz respondeu, e eu fiquei fracamente surpreso pela raiva que ela continha. As palavras eram quase um rosnado. Mas isso não importava.

- Bem, onde é que ele está então? – eu exigi, ficando impaciente.

Houve uma pequena pausa, como se o estranho quisesse reter a informação de mim.

- Ele está no funeral – o garoto finalmente respondeu.

Eu desliguei o telefone de novo.

~x~x~x~x~x~

História engraçada – na verdade eu escrevi esse texto como pegadinha. Eu li sobre o concurso "Fique no meu lugar" do site Twilight Fanfiction, e falei para a Alphie (do Lexicon) que talvez eu mandasse alguma coisa, só como brincadeira. Ela me disse que nunca funcionaria, Pelirroja saberia quem era na hora. Eu apostei que Pel não me pegava, e a Alphie apostou que pegava. Então eu escrevi essa parte do Lua Nova pelo ponto de vista da Rosalie (foi um experiência interessante ficar na cabeça da Rosalie!) e enviei, rindo. No final, a pegadinha se virou para mim. Meu texto ficou perdido no espaço cibernético e Pel nunca o encontrou. Então eu acho que nem Alphie nem eu vamos saber quem ganhou a aposta… a não ser que o Twilight Fanfiction faça outro concurso…

E aqui está a minha piada fracassada, o telefonema entre a Alice e a Rosalie no capítulo 18 de Lua Nova:

Erro de cálculo

Um pequeno som cochichado – não aqui, a uns cem metros ao norte – me fez pular. Minha mão se fechou automaticamente envolta do telefone, o fechando e o tirando de vista no mesmo movimento.

Eu joguei meu cabelo por cima do ombro, espiando pelas janelas altas até a floresta. O dia estava escuro, nublado; meu próprio reflexo era mais claro que as arvores e as nuvens. Eu encarei meus olhos arregalados e assustados, meus lábios caídos nos cantos, a pequena ruga na vertical entre minhas sobrancelhas…

Fiz uma careta, substituindo a expressão de culpa por uma de desprezo. Um desprezo atraente. Inconscientemente, eu notei como a expressão de raiva combinava com o meu rosto, contrastando belamente com o dourado dos meus cachos grossos. Ao mesmo tempo, meus olhos procuravam pela floresta vazia do Alasca, e eu fiquei aliviada que ainda estivesse sozinha. O som não tinha sido nada – um pássaro ou uma brisa.

Não tinha porque sentir alívio, eu disse a mim mesma. Não tem porque se sentir culpada. Eu não tinha feito nada de errado.

Os outros estavam planejando nunca contar ao Edward a verdade? Deixá-lo rolar de angustia por becos sujos, enquanto Esme ficava de luto e Carlisle tentava adivinhar cada decisão dele e a alegria natural da existência de Emmett lentamente se transformar em solidão? Como isso podia ser justo?

Além do mais, não havia como manter segredos do Edward. Mais cedo ou mais tarde ele iria nos encontrar, vir visitar a Alice ou o Carlisle por alguma razão, e então ele descobriria a verdade. Ele teria nos agradecido por mentir para ele como nosso silencio? Dificilmente. Edward sempre tinha que saber de tudo; ele vivia para esse sentido de onisciência. Ele teria um belo surto, e só ficaria mais irritado que nós escondemos a morte da Bella dele.

Quando ele se acalmasse e superasse toda essa bagunça, ele provavelmente me agradeceria por ser a única corajosa o suficiente para ser honesta com ele.

A quilômetros de distancia, um falcão gritou; o som me fez pular e checar a janela de novo. Meu rosto tinha a mesma expressão de culpa de antes, e eu me olhei com raiva no vidro.

Ótimo, então eu tinha minhas próprias razões. Era tão ruim assim que eu quisesse que a minha família ficasse junta novamente? Era tão egoísta sentir falta da paz, da felicidade sem fim a qual eu já tinha me acostumado, a felicidade que Edward parecia ter levado com ele em sua viagem?

Eu só queria que as coisas voltassem a ser como eram antes. Isso era errado? Não parecia tão horrível. Afinal, eu não tinha feito isso só para mim, mas para todos. Esme, Carlisle e Emmett.

Não tanto por Alice, embora eu teria presumido… Mas Alice sempre tinha estado tão certa que as coisas dariam certo no fim – que Edward seria incapaz de ficar longe de sua namoradinha humana – que ela não tinha se preocupado em ficar de luto. Alice sempre tinha funcionado em um mundo diferente do resto de nós, trancada em sua realidade mutável. Já que o Edward era o único que podia participar dessa realidade, eu tinha pensado que a ausência dele seria mais difícil para ela. Mas ela estava segura como sempre, vivendo à frente, sua mente em um tempo que seu corpo ainda não tinha alcançado. Sempre tão calma.

Mas ela tinha ficado fora de si quando viu Bella pular…

Eu tinha sido muito impaciente? Agido rápido demais?

Era melhor que eu fosse honesta comigo mesma, porque Edward veria cada insignificância em minha decisão assim que ele voltasse para casa. Melhor que eu reconhecesse logo meus motivos mesquinhos, os aceitasse de uma vez.

Sim, eu estava com ciúmes do jeito que a Alice se sentia sobre a Bella. Alice teria corrido tão rápido, com um pânico tão desesperado, se ela tivesse me visto pulando de um penhasco? Ela tinha que amar essa humanazinha comum tão mais do que me amava?

Mas o ciúme era só uma pequena coisa. Talvez tivesse acelerado a minha decisão, mas não tinha sido o principal motivo. Eu teria ligado para o Edward de qualquer jeito. Tinha certeza que o Edward iria preferir minha honestidade objetiva do que a decepção bondosa dos outros. A bondade deles já estava condenada desde o começo; Edward viria para casa eventualmente.

E agora ele podia voltar para casa antes.

Não era a felicidade da minha família que eu sentia falta.

Eu sentia saudade do Edward também, de verdade. Eu sentia saudade das pequenas observações cortantes dele, do humor negro que sempre estava mais em harmonia com o meu do que o feliz e brincalhão do Emmett. Eu sentia saudade da musica – o radio dele tocando sua ultima descoberta indie, e o piano, o som do Edward transformando seus pensamentos quase sempre remotos em música. Eu sentia saudade dele murmurando da garagem ao meu lado enquanto nós mexíamos nos carros, a única hora em que ficávamos em perfeita sincronia.

Eu sentia saudade do meu irmão. Com certeza ele não me julgaria tão duramente depois que ele visse isso na minha cabeça.

Seria desconfortável por um tempo, eu sabia disso. Mas o mais cedo que ele voltasse para casa, mais cedo as coisas poderiam ser normais de novo…

Eu busquei em minha cabeça algum luto pela Bella, e fiquei contente em encontrar que eu sentia pena da menina, sim. Um pouco. Uma coisa era certa, pelo menos: ela tinha feito o Edward feliz em um jeito que eu nunca tinha visto antes. É claro, ela também tinha o deixado mais infeliz que qualquer outra coisa em seus cem anos de vida. Mas eu sentiria falta da paz que ela tinha dado a ele durante aqueles poucos meses. Eu podia verdadeiramente lamentar a perda dela.

Esse reconhecimento me fez sentir melhor comigo mesmo, satisfeita. Eu sorri para o meu rosto no vidro, emoldurado pelo meu cabelo dourado e as paredes de cedro vermelhas da sala de estar aconchegante e longa da Tanya, e aproveitei a visão. Quando eu sorria, não havia mulher ou homem no planeta, mortal ou imortal, que podia se comparar comigo em beleza. Era um pensamento consolador. Talvez eu não fosse a pessoa mais fácil de se conviver. Talvez eu fosse superficial e egoísta. Talvez eu tivesse desenvolvido uma personalidade melhor se eu tivesse nascido com um rosto comum e um corpo normal. Talvez eu tivesse sido mais feliz assim. Mas isso era impossível de provar. Eu tinha a minha beleza; isso era algo em que eu podia contar.

Eu alarguei o sorriso.

O telefone tocou e eu automaticamente apertei a mão, embora o som tivesse vindo da cozinha, não do meu pulso.

Eu soube na hora que era o Edward. Ligando para checar a informação que eu tinha dado. Ele não confiava em mim. Ele achava que eu era cruel o bastante para fazer piada disso, aparentemente. Eu fiz uma careta quando eu voei para a cozinha para atender o telefone da Tanya.

O telefone estava no canto mais distante, em cima do longo balcão de cortar carnes. Eu o peguei antes que o primeiro toque tivesse terminado, e virei a cabeça para a porta da frente quando atendi. Eu não queria admitir, mas eu sabia que estava esperando o retorno do Emmett e o Jasper. Eu não queria que eles m vissem falando com o Edward. Ficariam com raiva…

- Sim – eu perguntei.

- Rose, eu preciso falar com o Carlisle agora – Alice disse ríspida.

- Ah, Alice! Carlisle está caçando. O quê -

- Ótimo, assim que ele voltar, então.

- O que é? Eu vou atrás dele agora mesmo e peço para ele ligar para você -

- Não – Alice interrompeu de novo. – Estarei em um avião. Olha, você teve notícias do Edward?

Foi esquisito como o meu estomago se revirou, parecendo descer pelo meu abdômen. A sensação trouxe um estranho déjà vu, uma alusão a uma memória humana, há muito perdida. Náusea…

- Bem, sim, Alice. Verdade. Eu falei sim com o Edward. Há alguns minutos – Por um breve segundo eu brinquei com a idéia de fingir que o Edward tinha me ligado, uma coincidência aleatória. Mas é claro que não tinha sentido em mentir. Edward já me daria trabalho o suficiente quando ele viesse para casa.

Meu estomago continuou a se mexer estranhamente, mas eu o ignorei. Decidi ficar nervosa. Alice não devia falar assim comigo. Edward não queria mentira, ele queria a verdade. Ele me apoiaria quando viesse para casa.

- Você e Carlisle estavam errados – eu disse. – Edward não gostaria que mentissem para ele. Ele iria querer a verdade. Ele quis. Então eu dei a ele. Eui liguei para ele… Eu liguei para ele muitas vezes – eu admiti. – Até que ele atendesse. Uma mensagem teria sido… errado.

- Por quê? – Alice ofegou. – Por quê você fez isso, Rosalie?

- Porque o quanto antes ele esquecer isso, quanto antes as coisas voltarão ao normal. Não teria ficado mais fácil com o tempo, então por que adiar? Tempo não vai mudar nada. Bella está morta. Edward vai ficar de luto e então superar. Melhor que ele comece agora do que depois.

- Bem, você está errada nos dois casos, Rosalie, então isso seria um problema, não acha? – Alice perguntou um tom feroz, cruel.

Errada nos dois casos? Eu pisquei rápido, tentando entender.

- Bella ainda está viva? – eu sussurrei, sem acreditar nas palavras. Só tentando adivinhas a que casos Alice estava se referindo.

- Sim, é isso mesmo. Ela está absolutamente bem -

- Bem? Você disse que ela pulou de um penhasco!

- Eu estava errada.

A palavra soou tão estranha na voz de Alice. Alice, que nunca estava errada, que nunca era pega de surpresa…

- Como? – eu sussurrei.

- É uma longa história.

Alice estava errada. Bella estava viva. E eu tinha dito…

- Bem, você causou uma bela bagunça – eu resmunguei, transformando meu pesar em acusação. – Edward vai ficar furioso quando voltar para casa.

- Mas você está errada sobre essa parte também – Alice disse. Eu podia dizer que ela estava falando por entre os dentes. – É por isso que eu estou ligando…

- Errada sobre o quê? Edward voltar para casa? É claro que ele vai voltar – eu ri, zombando. – O quê? Você acha que ele vai dar uma de Romeu? Há! Como algum estúpido e romântico -

- Sim – Alice sibilou, a voz como gelo. – É exatamente isso que eu vi.

A convicção dura da voz dela deixou meus joelhos bizarramente bambos. Eu segurei na viga de cedro para me apoiar – apoio que meu corpo duro feito diamante não precisava. – Não. Ele não é assim burro. Ele – ele deve perceber que -

Mas eu não conseguia terminar a frase, porque eu podia ver na minha cabeça, uma visão própria. Uma visão de mim. Uma visão impensável de como seria a minha vida se de algum modo o Emmett deixasse de existir. Eu tremi e me recolhi de horror com a idéia.

Não – não tinha comparação. Bella era só humana. Edward não queria que ela fosse imortal, então não era a mesma coisa. Edward não podia sentira mesma coisa!

- Eu – eu não tive intenção, Alice! Eu só queria que ele voltasse para casa! – minha voz era quase um urro.

- É um pouco tarde demais para isso, Rose – Alice disse, mais grossa e fria que antes. – Guarde seu remorso para alguém que acredite nele.

Houve um clique, e então o barulho da linha.

- Não – eu sussurrei. Sacudi a cabeça lentamente por um momento. – Edward tem que voltar para casa.

Eu encarei o meu rosto na chapa de vidro da porta da frente, mas não conseguia mais o enxergar. Era só um borrão de branco e dourado.

Então, através do borrão, longe na floresta distante, uma arvore enorme se agitou irregularmente, diferente do resto da floresta. Emmett.

Eu empurrei a porta para longe do meu caminho. Ela bateu violentamente contra a parede, mas o som estava bem atrás de mim enquanto eu corria pelo verde.

- Emmett! – eu gritei. – Emmett, ajuda!


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Notas finais do capítulo

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