Volterra Nunca Mais

Capítulo 2

Morte

POV Alice

"Au Au Au...ai minha orelha mãaaaaae!"

Rose e eu estávamos na porta do quarto dela quando vimos nossa mãe sair do meu quarto puxando o Jazz pela orelha, busquei em minhas visões e fiquei tranqüila sabendo que não ia dar em nada, minha irmã e eu já estávamos sentando na cama quando ouvimos meu pai gritar a todos.

"TODOS NA SALA, AGORA!"

Minha irmã me lançou um olhar preocupada.

"Lice, cadê o Em? O quê o papai quer? Ele descobriu a Victória? O Edward está bem?"

Ela fez um turbilhão de perguntas, sussurrando numa rapidez vampiresca, nós duas eramos as únicas que sabíamos de tudo nessa casa, sabíamos que Edward estava no Brasil, que ele estava procurando por Victória, e também sabíamos que o danado do meu irmão mais velho saiu pra caçar sozinho escondido.

Calma Rose! Uma coisa de cada vez.

Arregalei os olhos e pensei no meu pai primeiro, se visse porque ele queria reunir a todos eu poderia descobrir de uma só vez, se ele descobriu sobre Victória, se Edie estava bem, e se o Em chegaria a tempo de não ser descoberto.

Vi meu pai dizendo que descobrira o paradeiro de Edward, mas não vi nenhuma palavra sobre Victória, e pra desespero de Rose, o vi percebendo uma mancha de sangue na gola do Em, que chegaria a tempo, mas tinha sido descuidado como sempre e ainda teve brilhante idéia de ir caçar de camiseta branca, só me restava então pensar no Edie pra ver se ele estava bem, mas tendo em vista que meu pai falara com ele e ninguém estava tendo um ataque na minha visão, isso podia esperar um pouco, eu precisava salvar o meu irmãozão.

"Rose, uma camiseta, rápido! O Em já está no jardim mas ele sujou a roupa e o papai vai notar, o Edie tá bem o papai não sabe nada sobre você sabe o que."

Eu sabia que meu pai passaria em um segundo pela porta do nosso quarto era melhor não pronunciar o nome da maldita em voz alta.

Descemos as escadas correndo depois de pegar uma camiseta para nosso infrator, ao entrar na garagem por onde ele ia se esgueirar, conferi pra ter certeza de que papai não saberia de nada.

"Você tá maluco Amor? Sair pra caçar de branco?"

Ela disse com um voz que parecia a da mamãe quando agente quebrava alguma coisa brincando dentro de casa.

"Eu não penseeei que fo..."

"O tênis"

Eu sussurrei com urgência, quando a visão mudou para o meu pai descobrindo pela enorme mancha no pé esquerdo dele.

"O que agente faz? Não dá tempo de pegar outro!"

Minha irmã perguntou exasperada depois de dar um tapa na cabeça do meu irmão, mas antes que eu pudesse responder qualquer coisa, papai gritou a nossa procura.

"ROSALIE! ALICE! EMMETT! Onde vocês estão?"

Ele chamou parecendo irritado.

"Tente esconder, agora vamos, se ele vier atrás de nós vai ver a camiseta suja."

Eu disse apontando pra peça de roupa na mão dele e ele jogou pra dentro do Jipe como se fosse um inseto asqueroso na mão de uma garota, nós três rimos e fomos pra sala, a postura do meu pai de braços cruzados, varreu o sorriso da nossa cara.

"Vocês sabem o que significa a palavra agora?"

Ficamos calados diante da pergunta retórica, mas ela lembrou a Rosalie e a mim, de que não tínhamos dito nada ao Em, ela enfiou o cotovelo nas costelas dele e sussurrou o mais baixo que pode.

"Reunião de família..."

"Hum...?"

É lógico que ele tinha que perguntar, então eu sussurrei irritada.

"Apenas aja naturalmente!"

"Onde vocês estavam? Ou melhor, onde você estava Emmett? Espero que não tenha saído sozinho!"

A voz do meu pai cortou nossa pequena e ligeira interação de sussurros, fazendo o Em olhar pra ele com uma cara assutada, e idiota, diga-se de passagem.

"Vamos Emmett, responda onde você estava! Estou esperando."

Ele descruzou os braços e pôs na cintura fazendo meu irmão ficar nervoso demais pra pensar.

"Eeuuu...Tavaaa..."

"Jaaardichim***!"

Jazz espirrou pra ele.

"Tava no jardim, é, no jardim!"

Tudo teria sido perfeito, não fosse o fato de que vampiros não espirram, e que meu irmão não sabe mentir.

Meu pai olhou congelando Jazz e voltou-se para nós.

"E o que você estava fazendo no jardim?"

"Pegando algumas flores pra mamãe pra ver se alegra ela um pouquinho."

Ele respondeu rápido demais, meu pai estreitou os olhos e o encurralou.

"E onde estão?"

"O que?"

"As flores Emmett, onde estão?"

"Ahhh! As flores, pois é, então, elas estavam tão bonitas que eu pensei que a mamãe se entristeceria mais ainda se eu as arrancasse."

Meu pai pressionou a ponte do nariz fechando os olhos, e minha mãe partiu em resgate do meu irmão, ela tava puxando o saco dele já fazia dias, desde que Edie sumiu, porque ele único de quem ela tinha certeza não saber de nada, e não sabia mesmo, Rose, Edie e eu decidimos não deixa-lo saber pois sabíamos que ele iria querer ir junto, por isso ela o defendeu dizendo.

"Deixa o menino Carlisle, vamos ao que interessa, por que estamos todos aqui?"

Não disse de forma rude, como sempre, mas não agradou o meu pai muito não, ele apenas olhou pra ela com uma carranca depois pra nós e ordenou que sentássemos.

Emmett tirou o tênis dos pés, e largou atrás do sofá, eu balancei a cabeça em descrença e nem me dei o trabalho de olhar o resultado disso, eu não precisava de uma visão pra saber que ia dar errado.

"Emmett por que você está descalço?"

Meu pai perguntou quando nos sentamos, mas antes que ele abrisse a boca o interrompeu.

"Depois conversaremos sobre isso, temos algo importante para discutir."

Rose e eu nos entreolhamos nervosas, minha mãe olhou esperançosa, já fazia um tempo que ela vinha querendo a ajudo do meu pai pra arrancar algo de mim e da minha irmã.

"Jasper, você articulou documentos pra o Edward sair do país com ordem de quem?"

Ele deu uma bronca no Jazz que o fez abaixar a cabeça.

"Desculpe-me papai, mas eu pensei que fosse o mínimo que eu podia fazer por ele depois de tudo que eu causei."

Sua expressão era de dor, ele parecia que ia chorar só de tocar no assunto, não era muito que o víamos chorar, mas naquele dia em que ele tentou atacar Bella, ele ficou inconsolável, somente Edward conseguiu acalmá-lo, como meu pai mesmo dissera, meu pai percebeu sua dor, e se arrependeu enquanto minha mãe o abraçou antes que eu o fizesse.

"Desculpe-me filho eu não queria trazer memórias ruins."

Papai disse arrependido.

"Oooh... meu anjinho, já passou, não fica assim."

Mamãe disse beijando o seu rosto e afagando seu cabelo.

"Nunca vai passar mãe, nunca vai passar, eu estraguei tudo."

Ele disse se dirigindo pra fora da sala com os olhos cheios de lágrimas, minha mãe chamou indo atrás dele.

"Filho espera! Meu anjo!"

Meu pai pegou o seu braço, quando ela passou por ele.

"Querida deixe-o, depois eu vou falar com ele."

Ele voltou os olhos pra mim, depois pra Rose, minha mãe sentou-se ao lado do Em abraçado seu braço e beijando o seu rosto, meu pai passou as mãos no cabelo, como se tentando se livrar de um cansaço psicológico, esse gesto significava que ele iria retomar a reunião.

"Eu pus o Edward pra falar com a sua mãe agora a pouco, ele ligou de um telefone público lá do Brasil, eu só vou perguntar uma única vez. O que. O Edward. Está. Fazendo. Lá?"

Ele disse cada uma palavras acentuando com um movimento da mão direita, fazendo minha irmã e eu abaixarmos a cabeça, eu comecei a buscar nas minhas visões e vi nós duas subindo as escadas para o escritório, não podia ser boa coisa, eu tentei argumentar, eu não podia trair o meu irmão, antes que começasse tentar dar a volta no meu pai, meu irmão abriu a boca, mesmo não intencionalmente ele acabou me dando tempo.

"Ele deve ter ido escondido lá pra ilha, pra chorar sozinho, ele tá só fazendo drama pra variar."

Disse ele soltando uma gargalhada da sua própria piada, fazendo meu pai rosnar em frustração, e minha mãe voltar ao seu normal se tornando novamente a rainha da calma, pelo seu ursinho é claro.

"Carlisle, talvez ele tenha razão, ele pode não ter contado, por que nós não deixamos que usem a ilha sem permissão."

Meu pai não disse nada, somente enfiou a mão no bolso, e puxou um molho com todas as chaves da ilha.

"Esme com a licença de vocês dois, eu e as garotas temos muito que conversar lá no escritório, Rosalie, Alice, vamos."

Ele disse em uma postura impecavelmente firme, que não permitia espaço para discussão, eu tentei ver alguma coisa mas ele estava indeciso, não havia muito mais o que fazer, a não ser seguir minha irmã, que caminhava rumo às escadas como na minha visão.

Nada podia mais fazer com que segurássemos esse segredo era só uma questão de tempo até que uma de nós dessemos com a língua nos dentes.

Minha mãe ficou lá em baixo com Emmett, provavelmente ajudando-o se livrar do tênis sujo, ela não ia nos ajudar num momento como esse, mas eu não me sentia traída por ela, na verdade eu é que me sentia uma traidora vendo-a chorar pelos cantos, sendo obrigada, por uma promessa estupida que fiz a Edward não dizer onde ele estava.

Rose não prometera nada, ela só não queria dizer, por que sabia que meu pai ia pegar o Edward de cinto assim que soubesse seu paradeiro, ela também estava aflita com essa história de ele estar procurando por Victória, mas eu garanti a ela que aquela psicótica não estava lá.

Isso não faria diferença para o meu pai, Edward iria levar a maior surra se papai descobrisse o que ele foi fazer no Brasil, eu só queria que ele fosse até Forks e acertasse suas contas com Bella, de tempos em tempos eu dava uma olhada pra ver se ela estava bem, era como enfiar uma faca no meu coração, eu sempre a via agarrada ao próprio corpo como se tentasse segurar seus pedaços pra permanecer inteira.

Rose na verdade só queria que ele viesse pra casa, na verdade ela gostou e foi foi a única que o apoiou quando resolveu deixá-la, o que não era nenhuma novidade, e por falar em Rose, ela parecia mais nervosa do que eu, andando de um lado pra outro preocupada com a reação do meu pai.

"Ai meu Deus! Por que o fedelho não me escuta?"

Eu realmente, não sabia mais como esconder, meu pai descobriu o país, se eu não dissesse o motivo seriamos todos descobertos mais sedo ou mais tarde, todos sabem que esconder algo do Dr. Carlisle Cullen é praticamente impossível, isso só tinha funcionado até o momento, porque ele estava me ajudando a manter minha promessa, por saber que se tratava de uma, mas isso foi antes de saber que seu caçulinha tinha saído do país, mesmo que eu não dissesse, ele iria farejar todos os cantos, os 27 estados e o D.F. Atrás do seu Bebê, eu não queria estar na sua pele quando fosse encontrado, tudo que eu podia era tentar explicar.

Papai bateu a porta frustrado já apontando o dedo pra o sofá, eu continuava sem enxergar nada, ele realmente devia estar buscando respostas nossas pra decidir o que fazer.

"Alice, acabou, ok? Acabou essa história de promessa! Como vocês duas foram capazes de esconder de mim que seu irmão saiu do país? Vocês três na verdade já que ele não teria ido sem a ajuda de Jasper."

"Papai ele só está confuso, ele vai acabar voltando, deixe o menino respirar um pouco poxa!"

Minha irmã falou sem um pingo de medo de ganhar uns tapas, meu pai lançou-lhe um olhar fulminante.

"Modera o tom pra falar comigo mocinha."

Ela impetuosa como sempre, se quer baixou a cabeça, minha irmã era incapaz de baixar a cabeça se suas palavras contivessem o mínimo de razão, e nesse caso ela estava coberta, meu pai ainda não sabia os motivos de ele ir pra lá, estava fazendo tempestade em copo d'água com esse negócio de sair do país, afinal o que poderia nos acontecer, meus pais são tão super protetores às vezes.

Eu comecei com cautela.

"Papai, eu não quero que você tenha um ataque, tá bom?"

Disse isso desviando a sua atenção da empáfia de Rose, ele olhou direto nos meus olhos pra conferir se haveria verdade nas minhas palavras, quando ele fazia isso todos nós sabíamos muito bem que seria inútil tentar desviar o olhar pra baixo, respirei fundo e desembuchei.

"Ele está seguindo o rastro de Victória."

Disse o mais rápido que pude, em quanto a coragem me permitia, ele demorou um segundo pra processar a informação e em seguida ignorou meu pedido de não ter um ataque.

"Oooo QUE?"

"SAIAM DA MINHA FRENTE VOCÊS DUAS AGORA ANTES QUE EU FAÇA ALGO DE QUE ME ARREPENDA."

"Papai por favor tenha calma, a Lice disse que a Victória o enganou ela não está lá."

Minha irmã tentou inutilmente acalmá-lo.

"AGORA ROSALIE!"

Não sabemos qual das duas passou pela porta primeiro, tamanha foi a bronca.

Minha mãe encontrou-se conosco no corredor, mas nem olhou pra nós de tão preocupada que estava com meu pai.

Eles começaram a sussurrar, Rose e eu tínhamos que conversar, entramos no quarto dela pois era evidente que Jazz queria ficar sozinho no nosso, mas quando entramos o Em estava no dela.

"Sai fora Emmett! Papo de garotas."

"Não posso anã, estou de castigo, mamãe pois fogo no tênis e na camisa e disse que seu sair desse quarto vai contar pra o papai."

Eu mostrei a língua pra ele, por me chamar de anã, e puxei o braço de Rose para o quarto de hóspedes.

"Alice anda logo, o que eles vão fazer?"

Ela me apressou,eu procurei, mas nada vinha, eles ainda estavam discutindo, então resolvi vasculhar as decisões de Edie e vi uma péssima definição de uma imagem do caminho pra Forks, ele devia estar considerando a idéia e quase decidindo por ela, a imagem começou a ficar cada vez mais nítida, eu disse a Rose com alegria mas ela torceu o nariz.

"Droga! Vai começar tudo outra vez, o Edward é um pé no saco."

Eu a ignorei e voltei a concentrar no meu pai, nada ainda, depois na minha mãe, eu tive uma visão parecida com a de Edie, o que me deixou ainda mais feliz e me fez querer ver a reação de Bella.

O desespero tomou conta de mim quando vi, se minha alma existe mesmo nunca experimentara coisa igual, ela estava saltando de um penhasco e depois tudo se tornara uma densa escuridão, não importa o quanto eu tentasse, não havia nada além de trevas, estava tudo acabado, minha amiga, meu irmão, e a felicidade da minha família.

Jasper nunca mais seria o mesmo, Edward estaria condenado à solidão eterna e meus pais sofreriam cada lágrima derramada por seus filho por toda eternidade.

Eu corri em desespero sem dizer nada a Rose, mas ela correu atrás de mim, pensando que fosse com seu irmão caçula eu nunca perdi ninguém que eu amasse, se na vida humana eu não tinha lembranças, eu precisava correr para os braços daquele que sempre tinha todas as minhas respostas, meu porto seguro, meu pai.

"PAPAI ME AJUDA PAPAI!"

Eu pulei em seus braços, ele imediatamente me pegou em seu colo, eu estava sufocada, era como se pela primeira vez em minha existência eu realmente precisasse de ar.

"Dói muito papai, faz parar, faz parar..."

Eu repetia afundando meu rosto na sua camisa, sentindo seu abraço forte e sua mão no meu cabelo.

"O que é isso minha bonequinha? O que está havendo? Onde dói?"

Eu pudia sentir a mistura de paternidade emedo em sua voz, minha mãe então disse como se tivesse uma solução.

"Já chega! Eu vou buscar a Bella em Forks e acabar com essa baguça, vou curar essa depressão do Edward é no chinelo!"

"Não mamãe não você não pode ele está..."

Eu engasguei, eu não conseguia dizer, de repente a porta bateu com força, Jazz me ouviu gritar e veio ao meu socorro, meu pai estava sentado comigo no colo, minha mãe estava ao seu lado, então ele ajoelhou na nossa frente, eu me virei para olhá-lo e vi que Rose estava em pé com um olhar confuso e mesmo Emmett que estava de castigo acabara de chegar nas costas dela olhando pra mim preocupado.

"O que houve meu amor?"

Ele perguntou e em seguida fez uma expressão de dor ele sentiu o que eu estava sentindo, e diferente de mim, reconheceu no mesmo instante aquele tipo de sentimento, sussurrou baixinho como se cada letra lhe rasgasse por dentro.

"Morte..."

Emmett que acabara de chegar, perguntou confuso.

"Quem?"

Rosalie foi quem teve coragem de dizer em voz alta.

"Bella."

Não sei se pra proteger o coração de seu companheiro, que na certa imaginara que se tratava de seu irmãozinho, ou se por puro descaso, só o que sei, é que ela respondeu rápido demais, na verdade ela não se importara com Bella nenhum pouco, só estava agradecida de que que não era do Edward que estávamos falando.

Todos nós choramos consolando uns aos outros Rosali não ficou no escritório nem mesmo pra consolar o Emmett, disse ela que não compartilhava da nossa dor.

Vocês todos são um bando de dramáticos, diviam estar preocupados em como contar ao Edward pra que ele volte pra casa e possamos consolá-lo e sigamos em frente, vemos humanos morrerem todo o tempo, já devia ser natural pra nós, eu mesma vou ligar pra ele."

Ela disse saindo do local, mas antes de suas costas desaparecerem meu pai ordenou.

"Eu te proíbo de fazer isso."

"Voltei meu rosto para o peito do meu pai e minha mãe abracou meu irmão."

"Jazz saiu chorando e trancou-se no quarto dizendo que era tudo sua culpa."

Eu não conseguia parar de chorar, nunca desejara tanto dormir mesmo não sabendo como era, eu só queria que aquela dor avassaladora fosse pelo menos amenizada.

Continua...