Remember December escrita por Anne Masen


Capítulo 4
Quarto Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Hey! Fiquei muito feliz com os comentários de vocês *-* Bem vindos leitores novos!
Aqui está mais um capítulo de RD. Sem mais, boa leitura!



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CAPÍTULO QUATRO.
Cheguei em casa exausta, e com muita de dor de cabeça. Assim que passei pela porta do quarto me dirigi ao banheiro, tirei do armário um remédio, fui até a cozinha e peguei um copo de água, e gemi quando o telefone tocou, fazendo minha cabeça dar mais uma “agulhada”.

—Alô? – falei.

—Isabella? – reconheci a voz de Cristina, minha professora da faculdade. Onde diabos ela conseguira meu telefone?

—Oi, Cristina – tentei fazer uma voz animada.

—Oi, querida. Só estou ligando para avisar que amanhã não vou dar aula, no meu lugar vai um estagiário.

—Hum, você sabe o nome dele? – perguntei, me jogando no sofá.

Ela riu no outro lado da linha.

—Não lembro. Vê se pode, tão nova e já esqueço das coisas!

Não sabia que pessoas com mais de cinquenta anos eram consideradas jovens, eu quis dizer.

—Ah, ok então, obrigada pelo aviso. – eu aprecei a despedida, tudo o que eu queria agora era banho e cama.

—Tchau, Isabella.

Sussurrei um “tchau”, desliguei, e andei o mais rápido que pude para o quarto.

[...]

 

Acordei pela manhã livre da dor de cabeça, me arrumei como todos os dias e entrei no carro, indo para faculdade. Meu celular começou a tocar, com uma mão no volante peguei o celular com a outra.

Olhei na tela.

—Olá, Katherine – eu disse sorrindo.

—Oi, Bella. Onde você está? Queria saber se você poderia me dar uma carona, o idiota do Edward pegou meu carro sem me avisar porque o dele está pra lavar.- ela explicou.

Eu ri antes de responder.

—Posso sim, daqui a pouco chego aí- eu disse dobrando na rua principal, indo para casa de Katherine.

Parei na frente da casa e Katherine veio na direção do carro, entrou, e sentou no banco do carona. Nos cumprimentamos, e eu voltei a acelerar pela cidade.

Cheguei no estacionamento da faculdade. Saí do carro e caminhei para sala junto com Katherine, e falei no caminho:

—Você sabe quem vai ser o estágiário?

—Não, quando a professora me ligou ontem, ela não disse quem era, disse que não lembrava o nome.- respondeu ela.

—Somos duas.

Katherine abriu a porta da sala, em seguida entrou. E engasgou.

—Acho que sei quem é – ela disse.

—Quem? - eu disse olhando por cima de seu ombro.

Eu parei onde estava. Olhei para cara de Edward, surpresa. Ou melhor, como dizia em seu jaleco: Sr. Cullen.

 

Olhei para Katherine.

—Eu juro que não sabia de nada – ela disse rapidamente.

Todos na sala pararam para nos ver estrar. Continuamos a andar, e lentamente fomos nos sentar no nosso lugar.

O silêncio reinou na sala. Do nada Edward resolveu falar.

—Bom - ele disse, enquanto escrevia seu nome no quadro - meu nome é Edward Cullen, e eu sou estudante de medicina daqui da Universidade de Londres.

Ele estuda aonde?

—E vou estagiar aqui neste setor com vocês durante dois meses, pois a Dra. Cristina me concedeu o horário dela. - ele deu um sorriso, e eu ouvi algumas meninas suspirarem. Revirei os olhos.

Eu entrei no “automático” quando ele disse as seguintes palavras: “Universidade de Londres” ou seja ele estuda aqui, “dois meses” tudo isso, “com vocês” com a gente.

Olhei novamente para Katherine, ela estava tão perplexa quanto eu, mas reafirmou mesmo assim.

—Eu não sei de droga nenhuma- ela sussurrou.

 

Calma, respira. Dois meses passam rapidinho. Ou não.

Quando minha mente voltou para sala, as outras meninas suspiravam enquanto Edward falava, e os meninos estavam com cara de que queriam esganar Edward.

—Ok! Vamos começar com a seguinte atividade: formem duplas, que não seja com o seu parceiro de cadeira permanente - disse Edward.

Eu tentei entender o que ele ia fazer, não consegui. Então dei de ombros, e me levantei para passar para cadeira seguinte, e sentar ao lado de Ângela.

—Você não - Edward me impediu de sentar.

—Hein?

—Você vem comigo- ele sorriu.

—Mas o que...? - eu dizia enquanto ele me puxava para perto de sua mesa, na frente da sala.

 

—O que você está fazendo? - rosnei.

—Como você tem uma das melhores notas, você vai ser minha ajudante. - ele disse.

Eu escancarei a boca.

—Mas.. por.. por quê eu? - eu gaguejei - Ângela também é uma ótima aluna!

—E por quê não você? - ele perguntou, e depois se dirigiu ao restante da turma. - Hoje nós vamos nos conhecer, ou melhor, eu vou conhece-los. - a turma riu.

Edward me olhou.

—Então, aceita? - ele pediu.

Rolei os olhos, sem conter um sorriso e fui para seu lado.

—Então, vocês vão ter que anotar o máximo que puderem sobre o seu colega, o que ele faz, do que ele gosta, enfim, depois é só me entregar e na próxima aula saberei o nome de cada um e um pouco mais – Edward sorriu torto, fazendo meu coração se apertar com a cena – Podem começar.

A turma toda se agitou.

—Você precisa de ajudante pra isso? - perguntei rindo.

—Não, mas como eu vou fazer a atividade sem uma coleguinha? - ele sorriu - Aliás, eu também sou um estudante, lembra?

Ele puxou uma cadeira e indicou para que eu me sentasse. Me sentei e ele sentou em sua cadeira, e sem eu falar nada ele começou a rabiscar em uma folha de papel alguma coisa sobre mim.

—O que você está escrevendo?- perguntei.

—Nada - ele riu.

—Você não sabe nada sobre mim - acusei.

—Eu sei tudo sobre você - ele rebateu.

—Você não sabe nada sobre mim a dois anos - eu disse, devagar.

 

Ele parou de escrever.

—Ok, pergunta: Relacionamentos? - ele riu alto.

Resolvi entrar no jogo, e respondi animada.

—Muitos.

Ele parou de escrever.

—Sério?- ele disse.

Não aguentei e ri alto.

—Sério! - respondi, e menti. Durante dois anos relacionamentos não foram uma coisa boa para mim, reprimi um suspiro.

—Ok, parece que você mudou bastante - ele disse, escrevendo na sua folha de papel.

—É, as coisas mudam, as pessoas mudam.

—Certo, outra pergunta: tipo de música preferido? Essa é fácil - ele se preparou para escrever.

—Hum... não sei. Varia muito - respondi.

Ele usava uma prancheta transparente para apoiar o papel, então eu pude ver que ele já tinha escrito em metade da folha. Com apenas duas pergunta?

—Parece que você já escreveu bastante coisa - eu observei.

—Não muita - ele colocou o livro didático embaixo da prancheta, tapando minha visão.

—Kath? Katherine! - eu ouvimos alguém chamar.

Olhamos para a turma e Katherine tinha os olhos grudados em nós, e parecia concentrada, tentando ouvir o que falávamos.

—Srt. Piece, é muito feio ouvir a conversa dos outros, sabia?- repreendeu Edward.

Katherine mostrou a língua para ele.

—Pegar o carro dos outros também, sabia? - ela rebateu.

Nós três rimos. Fiz um sinal para Katherine, avisando que depois eu contaria para ela sobre nossa conversa, e ela voltou a prestar atenção em Ângela.

—Que tal eu fazer as perguntas agora?- sugeri, pegando a folha de papel mais próxima.

 

—Claro - concordou Edward - O que deseja saber?

Eu sorri.

—Que tal começar com as mesmas perguntas? - eu disse - Relacionamentos?

Ele ia responder, mas o sinal anunciando o final da aula apitou. Droga.

Edward olhou para turma e disse.

—Continuamos na próxima aula, pessoal. - e foi se levantando.

—Nada disso! Responda minha pergunta!- eu protestei.

—A aula acabou, Bells - ele disse, se divertindo.

Ele foi andando para porta.

—Mas eu respondi todas as suas!- eu disse- responda a minha!

—Eu já disse: continuamos na próxima aula - ela piscou para mim e saiu de sala.

Fiquei ali, parada. Com raiva. Mas sorri abertamente quando vi que ele esquecera o papel em que anotara coisas sobre mim.

Olhei em volta furtivamente, e coloquei o papel na bolsa.

Saí de sala me sentindo perversa.

 

POV EDWARD.

Voltei para casa com a maravilhosa sensação de missão cumprida. E não podia negar que me sentia feliz de novo, pelo simples fato de ter Bella ao meu lado, nem que fosse por um estante, mas ela estava ali, rindo, brincando, e conversando comigo. Não estava mais dando importância pra a existência – ou a falta de existência – de nós dois, só o fato de que Isabella não me olhe com nojo e ódio já era um grande alívio.

Um pequeno passo para a humanidade, um grande passo para mim, eu me permiti fazer o trocadilho, e ainda trocar a ordem da frase original.

Ao passar pela porta de minha casa, foi impossível esconder minha alegria.

—Vejo que está animado, Sr. Cullen- observou Rita, minha empregada.

Eu sorri abertamente.

— As mais belas flores estão começando a brotar novamente em meu jardim! Finalmente, queria amiga, posso dormir tranquilo, e sonhar com os anjos, nem que seja por uma noite apenas!- exclamei, a voz elevada e animada.

Puxei Rita para uma dança de comemoração. A pobre senhora corou com tal exuberância, mas não pode deixar de sorrir.

—Avise para Katherine que se ela quiser falar comigo, estarei no meu quarto- pedi, subindo as escadas.

 

Tomei um banho e coloquei uma roupa confortável. Desci as escadas, indo até a cozinha para pegar algo para comer. Ao chegar na cozinha encontrei uma garota de cabelos pretos sentada a mesa, ela brincava com uma maçã nas mãos.

Ela percebeu minha presença e levantou o olhar, depois sorriu para mim- um sorriso bem... malicioso, devo acrescentar.

—Er, Rita?- chamei, ainda olhando para a garota. E eu um segundo, Rita colocou a cabeça para dentro da cozinha.

—Sim?- disse Rita. Eu apontei com a cabeça na direção da garota- Ah, me desculpe sr. Cullen- eu a olhei com as sobrancelhas arqueadas, e depois de revirar os olhos de brincadeira, ela continuou- me desculpe Edward. Esqueci de avisar que minha sobrinha estava aqui, esta é Caroline, ela veio me dar um recado que minha irmã mandou. Mas não se preocupe, ela já estava de saída.

 

—Hum - é o que eu digo.

Caroline contornou a mesa, e se aproximou de mim com a mão estendida.

—Prazer - disse ela, a voz manhosa, quando trocamos um aperto de mão.

Eu apenas acenei com a cabeça.

—Edward! - a voz de Katherine vinha da porta.

—Aqui - respondi, e logo ela saltitava de alegria ao meu lado, nem notando a presença de Caroline.

—Vamos subir, você precisa me contar o que diabos foi aquilo... - ela se deu conta de Caroline - Quem é ela? - ela sussurrou para mim.

 

—Sou Caroline - ao que parece, Katherine falou alto o bastante para que Caroline ouvisse.

Katherine forçou um sorriso na direção dela, mas pude vê-la fanzir o cenho em seguida, querendo dizer que não foi com a cara Caroline.

Dei um pagarro para quebrar a tensão que se formou ali entre elas.

—Venha, vamos subir- e eu saí da cozinha, trazendo Kath comigo.

Subimos, e assim que passamos pela porta de meu quarto, Katherine diz:

—Não sei não, mas alguma coisa naquela garota me dá arrepios.

—Então somos dois – concordei - ele tem cara de pervertida, precisava ver como ela me olhava antes de você chegar.

Tomei um susto quando Katherine caí na gargalhada.

—Eu imagino a reação dela!- ela consegui dizer entre o riso - Vamos combinar, Edward, você não é coisa de se jogar fora, e sai andando pela casa sem camisa, usando apenas uma calça de moleton. É completamente desfrutável! - ela volta a se dobrar de rir, e eu não pude deixar de rir também.

 

Katherine sempre tornava as coisas mais engraçadas, independentemente da situação. Ela se jogou em minha cama, apoiou a cabeça nas mãos, e como os pés virados para o ar, disse:

—O.K, chega de rodeios - ela disse com brilho nos olhos - O que diabos deu em você hoje? Como você virou o sr. Cullen? O que vocês falaram durante aula?

—Hey, calma! - eu pedi, uma vez que ela metralhava as perguntas para cima de mim.

—Vamos, estou curiosa!


Eu respirei fundo.

—Eu já estava pensando nisso há alguns dias. Estou focado em: reconquistar a confiança de Isabella.

Katherine, interpretando mal minhas palavras, disse:

—Edward, pode não ser uma boa ideia...

Eu a interrompi.

—Não é isso. Não quero sua confiança para tê-la de volta, mas sim para sermos amigos, pelo menos. Então, eu sabia que depois de tudo que fiz, isso não seria fácil, nem rápido, eu precisava passar a maior parte do dia com ela para o plano dar certo- eu sorri ao falar- Então eu não vi problema em entrar na faculdade, falar com a Cristina, e virar o sr. Cullen- eu fiz uma pausa- sei que são só três meses, mas acho que se agir com cuidado, em três meses posso conseguir muita coisa.

Olhei para Katherine, ela processava as informações.

—Olha, estou surpresa- ela disse, batendo palmas. Eu r i- tenho que admitir, você sabe como dar aulas bem legais - ambos rimos.

 

—Tenho minhas fontes de inspirações - digo, me lembrando do livro que li aos dezesseis anos.

Katherine pareceu se lembrar de algo.

—Eu vi você escrever algo durante a aula, o que era?- ela perguntou.

—Minha atividade - dei de ombros.

—Posso ver? - disse ela, pulando da cama.

—Não é da sua conta- respondi simplesmente.

— O quê? Por acaso você escreveu coisas sujas sobre ela?- ela ironizou.

—Claro que não! - rebati.

Ela me olhou com cara de cachorrinho abandonado.

—Tudo bem, você sabe de tudo mesmo - eu me rendi.

Ela deu um gritinho, e começou a mexer em minhas coisas, procurando o papel.

—Onde está?- ela perguntou, depois de passar um tempo procurando.

—Aí.

—Não está aqui!- ela respondeu, como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

—Como não?- eu me levantei da cadeira que estava, e fui para seu lado.

Comecei a procurar junto com ela e...

E nada.

Simplesmente não estava ali.

—Você não deixou ele cair na faculdade?- indagou Katherine.

Meu estômago se revirou com esta possibilidade. Se Bella encontrasse aquele papel seria uma catástrofe. Se qualquer um naquela faculdade encontrasse aquele papal seria uma catástrofe.

 

O boato de que o professor tem mais “intimidade” com uma aluna iria se espalhar, e iram me expulsar da faculdade, e meu plano iria por água abaixo. Mas se Bella pegasse aquele papel, ela iria achar que eu estou me jogando pra cima dela, e iria se afastar...

—Hey Edward, você está mais branco que o normal, respire!- disse Katherine, balançando meus ombros, e me tirando de meus devaneios. 

—Qualquer um pode ter pego o papel, certo? Isso é muito relativo- perguntei.

—É, talvez- respondeu ela.

Quando Kath entendeu meu estado de espírito ela ficou paralisada.

—Epa!- ela disse- pode não ser tão relativo assim.

Não dá pra piorar, certo? Esperei que ela continuasse.

—Hoje na volta para casa, Bella quase me jogou para fora do carro, ela disse que queria ir pra casa porque tinha que ler um papel importante. E de fato, eu a vi pegar uma folha no chão, antes de sair da sala- e o papel estava bem ao lado da sua mesa.- ela olhou para mim- acho que ela está com o seu papel, Edward.

OK. Já vi que dá.

Ficamos em silencio por um tempo, até que eu disse.

—Tenho que recuperar aquele papel- decidi.

—Como- ela perguntou.

—Vou “invadir” a casa de Bella- eu disse, o plano se formando em minha cabeça.

—Rá! Boa sorte com isso- ela exclamou, pensando que eu estava brincando.

—Não tão rápido - eu disse - você vem comigo.

—O quê?! - ela engasgou.

Eu me virei para ela, os olhos sérios, mas suplicantes.

—Por favor, Katherine, me ajude. Não posso correr este risco, não posso estragar tudo, de novo.

Ela me olha, suspira, e diz:

—Eu dirijo.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Mereço reviews? Espero que sim, rs.
No que será que vai dar essa ideia do Edward? A resposta no próximo capítulo!
xoxo
Juliana