The New Spirited Away escrita por Miya


Capítulo 9
As coisas começam a progredir


Notas iniciais do capítulo

Eis o capítulo novo que eu prometi! Desculpem a demora. O capítulo ficou pronto há uma semana, mas eu estava na praia, sem internet. Espero que gostem. Se gostou, deixe um review, se não gostou, deixe um review também! Brigada!!



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Takara saíra do quarto. Usava uma calça de moletom e uma camiseta regata;

–Chihiro! Pensei que você não viesse! – O tom de sua voz era de ironia.

– Eu sou sua amiga – Fuzilei-a com os olhos – Por mais que você pense o contrário.

–Realmente... Eu penso o contrário.

–Takara! – Gritou Sayu – Ela veio te ver, não é?!

–Ela tem o Seiji, não é?

–Não – Respondi – Eu estou gostando de outra pessoa.

–Quem? – Todos perguntaram em coro e Seiji se levantou inquieto.

–Não é da conta de vocês – Respondi – Já que não sou bem vinda, vou indo.

Saí pelo corredor sendo seguida por Seiji.

–Chihiro! Espera! Chihiro! – Do lado de fora, Seiji agarra meu braço e me empurra contra a parede.

–Me solta! – Empurrei-o – Você devia estar mais preocupado com seu irmão. Idiota!

– Chihiro!

Saí correndo e peguei um táxi. Voltei para casa mais ou menos nove da manhã. É sexta-feira.

–Yoko-Chan! Cheguei! – Gritei tirando os sapatos.

–Bem vinda de volta, Chihiro!

–Yoko-Chan, eu vou descansar um pouco, se precisar de mim é só chamar!

–Certo!

–Obrigada!

Subi e coloquei meu pijama, deitei e me cobri, mesmo fazendo pouco frio.

Peguei no sono muito rápido. Por sorte, Yoko me acordou antes que algum sonho pudesse fazê-lo.

–Chihiro, eu trouxe almoço.

Abri os olhos e vi o rosto de Yoko sorrindo, e uma bandeja com comida e chá.

–Yoko-chan – sorri – Não precisa me trazer comida, mas, obrigada!

–Eu limpei seu quarto enquanto você estava fora.

–Obrigada. Ficou ótimo, como sempre.

Por mais educada que eu seja, é u pouco embaraçoso ficar relaxando enquanto ela trabalha. Mas sempre que ela termina, fica vendo TV ou me ouvindo tocar piano. Nós costumamos conversar muito.

–Estou descendo. Quando terminar me chame, eu virei buscar a bendeja.

–Pode deixar - menti.

Ao terminar de comer, desci escondida com a bandeja e comecei a lavar a louça.

–O que você está fazendo? – Yoko me assustou

–Lavando a louça.

–Eu lavo.

–Tarde demais. Já terminei.

–Vai dormir mais?

–Vou tentar. Se você precisar, ou se quiser algo, é só me acordar.

–Certo.

Subi, e voltei a dormir. Dormi por apenas duas horas. Já eram três da tarde.

Não tive nenhum sonho. Nem pesadelo.

Ao acordar, coloquei uma bermuda laranja, que ia até metade da coxa, uma camiseta de manga curta branca com verde, e um casaco de moletom fino, preto. Desci e encontrei Yoko lendo o jornal na sala.

–Oi. Quer ir pra casa? - Perguntei

–Não deu meu horário, mas eu já terminei o serviço.

–Pode ficar se quiser. Eu vou dar uma volta de bicicleta.

–Eu vou indo então. Vamos juntas?

–Claro. Eu vou com você até o ponto ônibus.

–Vamos.

Peguei alguns livros, enfiei na bolsa e fui empurrando a bicicleta até o ponto. Quando o ônibus chegou despedi-me de Yoko, e saí pedalando para dentro da floresta. Havia dois anos que eu não entrava naquele lugar. Às vésperas de completar quinze anos, me escondi lá para ler. Meu local favorito se encontrava à vinte passos do final da estrada de asfalto.

Desci da bicicleta, levantei-a para que não houvesse trilha, escondi-a entre as árvores, e voltei para cobrir meus passos. Como de costume, deixei objetos trazidos comigo fazendo uma trilha sobre a estrada. Em dez anos nunca houve vestígios de ninguém que tenha passado por lá. Mas era sempre bom prevenir. Escondendo os vinte passos, desci mais cinco ao lado da estrada. Sentei ao lado da mesma árvore de sempre. Há dez anos, amarrei uma fita preta de dois metros imperceptível naquela árvore. Hoje ela tem dez centímetros.

Sentei, abri um livro qualquer e comecei a ler. Quando dei por mim, começara a escurecer. Voltei e peguei a bicicleta. Começara a chover. Recolhi a trilha de objetos sem ordem e acabei me perdendo, mas pelo menos encontrei todos. Agora faltava encontrar o caminho. Subi na bicicleta e comecei a pedalar. Perdi-me mais a cada pedalada. Quando vi, a roda da bicicleta enroscou em uma pedra, me fazendo cair. Eu e a bicicleta rolamos um tempo, até chegarmos a um local que eu poderia descrever como nostálgico.

Fiquei encolhida no chão por um tempo, para tentar amenizar a dor da queda. Havia torcido meu tornozelo. Ouvi passos em minha direção e levantei correndo. Olhei para cima e me deparei com o garoto mais belo que já havia visto em toda a minha vida. Tinha cabelos curtos com uma cor preto-azulada. Seus olhos eram penetrantes, em um tom de verde profundo, e ao mesmo tempo frios. Era alto, tinha um corpo definido e seu rosto parecia ter sido desenhado por anjos. Sua camiseta branca molhada deixava transparecer seu belo corpo.

–Chihiro. Finalmente te encontrei – sua voz me era familiar.

–Quem é você?

Ele se aproximou de mim e disse:

–Você não se lembra de mim?

–Vagamente.

–Talvez isso te faça lembrar.

Ele beijou meus lábios de uma forma delicada e apaixonada. Assustada, separei-me dele, e dei dois passos para trás, esbarrei em uma pedra e caí no chão. Bati a cabeça em outra pedra. Minha visão ficou escura. Acho que desmaiei.

Acordei à noite, deitada em minha cama, vestindo meu pijama, sem cobertor. Senti o cheiro de chocolate quente sendo feito. Tentei levantar da cama, mas fiquei com muita tontura e caí no chão. Ouvi passos escada acima.

–Chihiro – um vulto me tirou do chão- Você está bem? – ele me colocou na cama

Era o garoto dos meus sonhos. Não importava o quanto eu tentasse ver, minha visão continuava escura.

–Feche os olhos. Eu já volto. – ele me cobriu e beijou minha testa

Fechei os olhos e dormi até ser acordada pela porta abrindo. O garoto entrou pela porta com uma bandeja com uma xícara, uma tigela com arroz, e algumas salsichas em formato de polvo.

–Como se sente?

–Que... Que horas são?

–Seis e meia – ele sorriu colocando a bandeja na minha cama – Achei que você fosse querer tomar café antes de ir ao colégio.

–Ahn... Obrigada, mas, quem é você?

–Você não se lembra de mim?

–Lembro – Seus olhos brilharam. Afastei-me um pouco só por precaução enquanto tomava o café da manhã – Você me agarrou ontem à tarde

Ele pareceu desapontado quando se sentou na cama a meu lado.

–Você não se lembra de nada do que aconteceu há sete anos?

–Desculpe, mas... Me lembro apenas de ter me mudado para cá. Por favor, me diga quem é você. Todas as noites eu o vejo em meus sonhos, e às vezes tenho a sensação de que você me visita a noite.

–Eu sou...

–Por favor – Cortei – Não diga “eu sou seu amigo” e pule pela janela de novo.

–Certo – ele ri – Meu nome é Haku. Conheço você a um longo tempo. Desde que você era uma garotinha.

–Não é possível. Eu me lembraria de você.

–Será?

–Prove que me conhece, então!

–Você lembra-se de como saiu do lago?

–Que lago?

–Seu sapato caíra em um lago. Você, tentando pegar, caiu também.

–Eu me lembro do lago, e do sapato – eu estava pasma – Mas não me lembro de como saí.

Ele pareceu decepcionado. Eu queria colocá-lo para fora, mas sentia que não podia. Havia algo errado comigo.

–Eu... Eu não vou ao colégio hoje.

–Mas é o último dia de aulas segundo seu calendário.

–Exatamente.

Deitei-me no travesseiro, e ele me cobriu com um edredom que estava ao pé da cama. Dormi instantaneamente.

O tempo passou voando. Acordei com o som do telefone tocando.

–Alô?

–CHIHIRO! EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ PERDEU O ÚLTIMO DIA DE AULA!

–Me deixa Sayu! Eu já passei de ano mesmo!

–Por que você não foi? – ela acalmava-se.

–Ontem à noite eu caí de bicicleta e peguei uma gripe. Não deu nem pra levantar.

–Você se alimentou?

–É... Eu comi agora a pouco.

–Quer que eu vá ai?

–Não obrigada – vasculhei a meu redor atrás do garoto – Yoko está comigo.

–Certo. Falo com você depois.

–Ok.

Desliguei o celular e coloquei-o na mesa de cabeceira. Procurei vestígios dele pela casa. Nada. Nem a suposta louça do suposto café da manhã. Tudo estava em seu devido lugar.

Troquei de roupa para sair de casa. Estava determinada a voltar ao lugar de ontem. Estava preparando um lanche e uns livros quando o telefone tocou.

–Chihiro, como você está? – Era Seiji. Meu atual problema.

–Bem, e você?

–Cuidando do meu irmão. Hoje eu terei o dia livre. Quer sair?

–Desculpa. Já tenho planos.

–Ah... Certo...

–Até mais – Desliguei o telefone.

Terminei de preparar as coisas, fechei a casa toda, tranquei tudo, peguei a bicicleta e saí. Algumas vezes tive a sensação de estar sendo observada, mas isso passou.

Passei horas lendo. Quando comecei a comer, ouvi um som vindo do meio das árvores. Ignorei até o momento em que vi Seiji pular do meio das árvores.

–Seiji! – Gritei guardando os livros – Como chegou aqui?

–Eu te segui. Não resisti à tentação de te encontrar sozinha...

–O que...

Sem me deixar nem completar a frase, Seiji segurou meu braço e tentou me beijar. Dei um tapa em seu rosto, o que não adiantou muito. Seiji me empurrou contra uma árvore e me beijou.

–Chihiro! – Gritou uma voz masculina familiar. Seiji me soltou e se virou para trás. Agarrei minha bolsa e corri para o lado dele. Era o garoto de ontem. Ele me abraçou em seu peito, tapando minha visão.

–Não ouse tocá-la novamente, ou eu posso acabar sem querer arrancando um dos seus pulmões.

–Quem é você? – Perguntou Seiji com um tom de desprezo.

Ele me colocou sentada em uma pedra e se aproximou de Seiji.

–Alguém que você não gostaria de ver com raiva.

–Você fala como se fosse namorado da Chi...

Perdi-me pensando em quando eu havia dado intimidade para que ele me desse tal apelido.

–Ela é minha – Ele segurou o punho de Seiji – E você não vai encostar suas mãos sujas nela.

Eles começaram a brigar. Fiquei apavorada quando vi Seiji correndo até mim. Porém fui tomada pelo alívio quando ele passou reto.

–Chihiro – ele se aproximou – Como você está?

–O... Obrigada...

Ele me abraçou e beijou minha testa.

–Não vai acontecer de novo.

–Quem é você? Exatamente?

–Acho que eu te respondi essa pergunta ontem, mas, não custa nada responder de novo.

–Por favor...

–Meu nome é Haku. Nós nos conhecemos há muito tempo. Faz sete anos que eu procuro por você.

–Por... Por mim?

–É... Eu tenho sentido muito a sua falta esses anos todos – Ele soltou meu cabelo.

Começou a chover novamente. Ficamos muito tempo nos olhando. Ele segurou minha cintura gentilmente, e acariciou meu rosto. Quando seus lábios tocaram os meus, aquilo foi a melhor sensação do mundo. O modo como ele brincava com meus cabelos e segurava minha cintura era romântico, e ao mesmo tempo sensual. Eu sentia que o conhecia de algum lugar.

–Volta comigo? – Ele perguntou beijando-me novamente

–Para onde?

–Você só vai se recordar vendo. Amanhã, esteja aqui novamente, no final da tarde.

–Certo.

–Eu tenho que ir – ele me beijou novamente – Mas eu voltarei para você, Chihiro.

Ele corre para a floresta. Prendo os cabelos, coloco a capa de chuva em vão, e volto para a estrada.


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