– Mas o que ela deverá fazer? – pergunta Link.

– Fazê-lo tomar a essência... E torcer para que Zukko ainda esteja vivo.

– Zukko não tomará a essência por vontade própria... Saria terá que lutar – diz Link com o olhar triste.

Zelda acaricia o rosto de Link.

– Meu amor... Sei que desejávamos que esse não fosse o destino de nossa garotinha. Mas é. Não podemos impedi-la. Assim como não impediram nós de seguir o nosso – seus olhos lacrimejavam.

“afaga seu cabelo” – Eu sei Zelda. Eu sei. Acho que as deusas nunca escolhem qualquer um não é?

Ela sorri.

– Talvez, nossa pequena, não seja mais tão pequena – Link sorri.

– Tem razão.

– Zelda? Com que idade a sua antepassada que você conversou, se tornou princesa?

“põe as mãos na boca, num suspiro de surpresa” – Com doze anos! Um ano mais nova que Saria... Ela era a princesa do destino, e precisou da ajuda do garoto da floresta.

– Ou seja, meu antepassado. Link. O herói do tempo.

– Então, Zukko não conseguirá nada sem Saria! – ela se surpreende.

– Exato!... A lenda acabou se confundindo totalmente – coça a cabeça.

– Acho que não Link. Acho que apenas escolheram as pessoas certas, por acaso – sorri.

– Entendo – sorri e limpa as lágrimas de Zelda.

Naori volta correndo do quarto onde está Saria.

– Ela está acordando. Querem vê-la?

Todos afirmam, e seguem Naori e Tamina até o quarto.

Saria estava sentada na cama. Seu corpo estava todo enfaixado. Mas passava bem.

O enfermeiro se aproximou de Link e Zelda, seu rosto estava corado.

– Senhor. Senhora. Devo dizer que jamais vi uma garotinha ter tanta força de vontade como sua filha!

– Como assim? – pergunta Link.

– Pela quantidade que ela sangrou, enquanto estava no deserto... Ela já deveria estar morta há cinco horas.

Zelda suspira assustada.

– Ora senhora, não se preocupe! Ela está melhor que nunca! Foi por isso que me surpreendi, e disse que eu jamais vi uma garotinha com tanta força – coça a nuca.

Zelda e Link sorriem.

– Bem, já vou indo – sorri.

– Muitíssimo obrigada – Zelda o cumprimenta.

– Ora, é o meu dever – sorri e se retira.

Zelda corre até Saria e a abraça.

– Sary, você está bem? Sente dor? Quer alguma coisa?

– Mãe! Eu estou bem! – risos – Nunca me senti tão bem. O que é estranho porque estava doendo muito, o corte, quando fui jogada para... – Zelda tapa sua boca.

– Shh! Não diga mais nada. Esqueça o que aconteceu naquela hora... Tenho que lhe contar uma coisa.

– Huh, tudo bem – sorri.

– Seu pai e eu pensamos e lembramos muitas coisas que já passamos. E queremos que cumpra o que seu coração manda. Afinal, você foi escolhida, certo? – sorri.

– Mas... Como vou encontrar a tal Espada Mestra e tirar a essência dela? E afinal, como se tira a essência de uma espada?!

– Essa parte eu ajudo – diz Link.

– Você sabe onde encontra-la pai?

– Não tenho muitas pistas. Mas seu avô sim – sorri olhando para Daphness.

– Huh? Oh sim! Lembro-me de ter visto algo sobre essa espada em minha biblioteca – diz Daphness.

Então, eles deveriam voltar para casa. Ralis e Tamina ficam. Afinal, eles não têm muito que ajudar. O destino é reservado apenas á Saria.

Todos voltam para casa. Navi e Naori já estavam confusas sobre tudo, mas queriam muito ajudar. Principalmente Naori, que é prima de Zukko. Mesmo que não o conhecesse muito, não deixaria um familiar sofrer assim.

Quando chegam ao castelo, todos vão até a biblioteca. Daphness vai a sua estante mais antiga. Onde certamente deveriam estar os documentos e livros mais antigos.

Ele vasculha vários papéis e livros. Até que encontra um livro com o símbolo da família real. Ao retirar o livro da estante, ela se move. Mostrando uma passagem, que era oculta até então.

Todos ficam surpresos.

Resolvem entrar. Havia uma escada. Como se desse á um porão.

Todos descem. Quando descem o último degrau, deparam-se com uma pequena biblioteca oculta. Com livros, alguns de ouro, de prata. Uma mesa muito antiga, com vários papéis e descrições em hylian.

O local era muito velho, mas parecia tão bem conservado. Algo aquele lugar escondia.

Saria caminha até uma porta, no fundo da sala. Ao abrir, se encontra em um caminho. Que ia floresta adentro.

– Saria? O que encontrou? – pergunta Naori.

– Huh, parece ser um caminho para a imensidão da floresta. Mas porque essa porta logo aqui, e esse caminho para o meio do nada?!

De repente Daphness chama á todos. Saria corre na frente.

Ele mostra um mapa. Com a descrição exata do local da espada.

Havia dois mapas idênticos. Apenas um estava em hylian. O outro não.

– Mas porque dois mapas iguais? – pergunta Saria.

– Um está em hylian. E este é uma cópia traduzida – diz Daphness.

– Mas porque iriam... – ela fica paralisada – Ah, minha nossa... Eles sabiam.

- O que Sary? – pergunta Navi.

– Eles sabiam que eu existiria! Eles sabiam que Zukko nasceria! Eles sabiam quem seríamos! E do que iríamos precisar!

Zelda e Link se surpreendem. Pena que quando tiveram a chance de falarem com os antepassados, não sabiam disso tudo. Assim poderiam ter se preparado. Acho que nada é por acaso.

– Bem. Tome – Daphness entrega o mapa a Saria – Vá. Não perca tempo. E tome cuidado – sorri e a abraça.

– O que? Sozinha?

– Não Sary. Vou com você. Afinal, ele é meu primo – diz Naori.

Zelda a abraça forte e Link as abraça junto.

– Querida, tome muito cuidado. Te amamos muito. E não desista. Sei que é forte – diz Zelda.

– E não deixe que ele te acerte filha. Lembre-se do treinamento com Epona. Sempre desviando do obstáculo, para depois pegar o impulso e passar sobre ele – diz Link.

– Mãe... Pai... – ela sussurra.

Eles a soltam, ela segura o mapa com confiança. Coloca a mão no peito.

– Não precisam se preocupar. Eu sei que vou conseguir. Não deixarei Zukko morrer... Porque eu... Eu o...

– Vá! Não perca tempo! – diz Daphness sorrindo.

– Certo! Até mais! – ela e Naori saem correndo por aquela porta.

Navi resolve dormir e Daphness volta para seu escritório, para assistir televisão.

Link e Zelda vão para seu quarto, conversando.

– É estranho – diz Zelda.

– O que?

– Tenho a impressão de que nada dará errado. Não sei explicar muito bem, mas... Não sinto aquele perigo, entende?

– Entendo sim. Também me sinto assim. Talvez, o poder da Triforce ainda espreite pelos ares. Ou está em nossos corações, por todo esse tempo – sorri abraçado á ela.

– Tem razão. Às vezes fico pensando, como deve ter sido essa tal época de magia. E também ás vezes penso que é só um mito.

– Pois é. Ás vezes existem mitos, que são tão reais quanto o ar que respiramos – risos.

– Sim. Acho que as tais deusas não erram em suas escolhas não é?

– Bom, até hoje, não erraram nenhuma vez – sorri.

– Acho que ao contrário de muitos, sabemos o motivo pelo qual nascemos – sorri.

– Mas é claro. Temos uma lenda a guardar – sorri e a beija.

– É. E muitas histórias para contar – risos.

“risos” – Exatamente – sorri.

***

Saria e Naori seguem a trilha pela floresta. Trazer Epona seria perigoso. Seria melhor só as duas. Nunca se sabe os inimigos que nos vigiam.

Elas seguiam a trilha calmamente, para não chamar a atenção. Mesmo numa floresta, há estranhos.

– Naori?

– Sim?

– Você sabe algo sobre a espada?

– Bem, minha mãe, uma vez me disse que ela repele o mal e sua lâmina é sagrada.

– Acredita mesmo nisso?

– Com tudo que passamos até agora?! Não duvido nem das abelhas! – risos.

“risos” – Tem razão.

– Ah! Isso me lembra – põe a mão no bolso – Tome.

– O que é isso?

– É um colar. E na ponta um pequeno vidro. Minha mãe mandou dar á você.

– Mas pra quê?

– Não sei bem, mas, ela disse que pode se guardar líquido ou algum cheiro.

– Ah! A essência! – exclama Saria.

– Puxa, nunca duvide das mães – exclama Naori.

– Mas como sua mãe sabe de tudo isso?

– Tenho a suspeita de que Ganon, o pai de Zukko, sabe sobre isso tudo.

– Acho que ele tem medo – diz Saria.

– Medo? Porque ele não protege o filho?

– Deve ter seus motivos.

– Ou talvez, esteja sendo ameaçado. Pois se Ganondorf conseguiu dominar a mente daquele ancião. Deve estar quase que controlando o pai de Zukko também.

– Sim. Precisamos nos apressar.

– Sim!

Elas aceleram o passo. De acordo com o mapa, elas demorariam quase um dia para encontrar o local.

Já estava quase anoitecendo. Se elas continuasse á noite, seria perigoso.

Então, quando está começando a anoitecer, elas resolvem acampar.

Não levaram muitas coisas. Apenas comida, água, remédios e seus equipamentos de luta.

Elas fazem uma fogueira. E se sentam.

A grama era macia e não estava calor. A noite estava muito agradável. Mas a adrenalina não baixava.

– Não sei se vou conseguir pegar no sono – diz Saria.

– Eu também. Estou muito nervosa. Nunca seria tão fácil encontrar a espada e pegar a essência. Creio que algo nos aguarda.

“desanima” – É. Eu sei. Sempre tem de haver complicações. Mas, eu só queria que... Nada disso tivesse acontecido.

– O que quer dizer Saria?

– Não que eu não queira ser a escolhida, mas, é tudo tão confuso. E agora Zukko, que não deveria ter despertado, está morrendo e sempre tem obstáculos que impedem e diminuem nosso tempo – ela começa a chorar.

Naori a abraça.

– Saria fique calma. Tudo vai dar certo. Eu sinto isso.

– Mas Zukko ele...

– Zukko é forte! Ele está lutando! Ele sabe que você faria de tudo por ele! E você está fazendo Saria! Mas tudo exige paciência e estratégia. Se você ficar assim, não vai conseguir se erguer -ela segurava a mão dela.

– E o que farei com a essência? Ninguém me disse nada!

– Tamina disse que você deveria fazer Zukko beber a essência.

– Como?! Como farei isso?!

– É o que eu disse. Precisamos de estratégias. Planos.

– Você tem algo em mente?

– Bem, andei pensado em uma coisa. Você terá de lutar com ele, pois para conseguir a essência, terá de liberar a espada.

– Lutar... Como se eu soubesse usar uma espada e tivesse diploma em luta.

– Um herói de verdade não necessita de tudo isso. Um herói de verdade não usa a força dos músculos e sim do coração!

– Naori isso foi lindo!

– Ah obrigada – sorri envergonhada – As deusas te escolheram por esse motivo! A espada precisa de um novo mestre. E é você! Na hora da luta, você saberá como agir Saria. Como você mesma disse, está no seu destino – sorri.

– Obrigada Naori. Você me deu confiança – sorri.

– Mas uma coisa, eu não tenho muita certeza.

– O que?

– Bem, minha mãe disse que a lenda do tal herói do tempo que seu pai disse que descende é parecida com a sua.

– Como assim?

– Bem, era um garoto, de doze ou treze anos, que estava destinado a sair de seu lar para salvar alguém, e toda sua terra.

– Aonde quer chegar?

– Bem, pelo que sei, quando o garoto removeu a espada, seu espírito ficou trancado no reino sagrado por sete anos, pois era muito jovem para se tornar herói do tempo. E foi tempo suficiente para Ganondorf transformar o mundo em caos.

– Se eu liberar a espada ficarei presa por sete anos?!

– É isso que não tenho certeza! Talvez não aconteça por não haver magia em pleno ano de 2011.

– E o que vai acontecer? E se acontecer isso que você disse? Como você vai esperar por mim sete anos?! Como ficará o mundo? Minha família?

– Só saberemos quando encontrarmos a espada.