Reação Em Cadeia. escrita por Bittersw33t


Capítulo 2
2Og.


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo louco para vocês, hahahaha. Boa leitura!



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2Og.
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No caminho pra casa, eu só conseguia pensar na ousadia de Straw de me propor aquela sujeira. Não que eu tivesse direito de julgar ele por estar fazendo aquele tipo de coisa, porque afinal, eu tinha virado uma semi-delinquente de uns dias pra cá mas me rebaixar àquilo?

“– Hey Dana!”

Virei sem disposição pra voz que me chamava, rezando para Deus e o mundo que não fosse Luke Straw. Felizmente, não era Luke, mas sim Larke Johnson em seu jipe, o troglodita do time de futebol que Emma tinha uma grande queda.

“– Oi Larke, como pode ver, a Emma não está comigo.” – Falei e continuei a andar. Eu realmente estava sem paciência para lidar com alguém como ele.

“– Na verdade, eu não estou á procura da sua amiga.” – Ele murmurou com uma repulsão atípica. Diante disso, virei e o encarei.

“– Então, é por quê?”

“– Bem, é que... eu te vi andando e já que moro a três quadras da sua casa...” – Ele gesticulou parecendo não ser capaz de continuar. E ele realmente lembra onde eu moro? 

“– Sim?”

“– Quer carona?” – Ele terminou parecendo se orgulhar de si mesmo.

Como oferecer carona para uma intelectual parece ter sido uma tarefa árdua para um popular como ele, resolvi considerar. E também porque eu estava com uma dor de cabeça infernal e queria chegar logo em casa.

“– Claro, por que não?” – Falei, e me dirigi para abrir a porta. Porém fui impedida, por que Larke se habilitou a abri-la pra mim.

“– Obrigada.” – Murmurei, estranhando aquele ato tão normal. Entrei e joguei minha mochila atrás do banco.

Apesar do que possa parecer, eu e Larke nos conhecemos desde pequenos por que somos praticamente vizinhos, mas no colegial, eu fui pra um grupinho social totalmente diferente do dele. Bem, é a vida.

“– Te vi falando com o Luke hoje.” ···. – Larke começou assim que começamos a nos mover e eu fiquei apreensiva.

“– Ah é? Você o conhece?”.

“– Sim, todo mundo conhece ele, velho.” – Ele falou dando um sorriso abobado.

“– Mas Dana... não acho que é bom você andar com ele...” – Ele continuou, e apesar de isso talvez ter sido atencioso, me senti como uma criancinha. Quem era ele pra me dar algum conselho?

“– Larke, eu não ando com ele.” – Falei.

“– Mas pode vir a andar, e ele não é boa influência sabe.”

“– Não acho que você é a melhor pessoa pra dizer isso, Sr. Barril de Cerveja.” – Falei, me arrependendo logo depois. Eu não era o tipo de pessoa que joga na cara.

“– Hey, calma aí gatinha, pode recolher as garras” – Ele disse rindo, posso dizer que isso foi a coisa mais ridícula que poderiam ter me dito? Ridícula, por que me senti – mais uma vez – uma criancinha.

Hunf.

“– Só te dei um conselho. Um conselho bom, falou? Esse cara é treta.”

Era óbvio que se eu retrucasse, essa conversa tomaria um rumo agressivo, logo preferi somente sair do carro, por quê já tínhamos chegado á minha amada casa. Porém o quê eu não esperava é ver Larke Johnson fazendo o mesmo.

Eu iria impedi-lo e tal, mas me contive em lançar lhe um olhar interrogativo, mas para o Larke Johnson, perceber minha intenção exigia um trabalho exaustivo de seus poucos neurônios.

“– A Charlotte ainda mora com você?” – Ele perguntou quando estávamos atravessando o jardim da frente da casa.

“– Sim.”

Charlotte era minha ‘colega de quarto’; moramos juntas a dois anos, que mais pareciam vinte; ter uma casa só minha e dela foi o jeito que ela encontrou de ter independência, mas eu morava com ela por questão de necessidade devido ao emprego de minha mãe ser em outro país.

Charlotte, ‘Charlie’ é bissexual, e nada contra isso, exceto quando ela chega bêbada em casa querendo me agarrar, e acaba que eu tenho que segurar os cabelos dela enquanto vomita... Not cool, bro.

“– E se que saber, não, ela ainda não encontrou a alma gêmea dela.” – Murmurei, pegando ele de surpresa.

“– Isso é bom saber, heh. Mas não aguento o tranco, a Charlie pega pesado.”

“– Sabe, ela me disse esses dias que ela gostaria de namorar um jogador de futebol...”

“– Sério?!”

“– Não.”

Peguei a chave pra destrancar a porta, porém percebi que o carro da Charlie estava estacionado, então apenas entrei, sendo seguida por Larke.

Sabe quando você sai do banheiro após uma ducha quente, e de repente uma corrente de ar frio vem em sua direção e ferra com a sua vida? Bem, foi assim que me senti, mas em vez de vento foi a voz do vocalista de Scissor Sisters em um volume altíssimo que doeu até meu ouvido. E não só isso, como vi que Luke Straw estava fumando em cima da minha bancada e no meio de uma conversa aparentemente intrigante com a Charlie.

“– Dana!” – Charlie berrou eufórica enquanto eu ainda estava embasbacada por Luke Straw estar na minha casa. E aparentemente, estava dando uma festa sem minha permissão.

Traidora.

“– Luke?” – Larke murmurou, igualmente surpreso.

“– Ei.” – Respondeu Luke com aquele maldito cigarro na boca. Não sei se foi o modo inexpressivo de dizer ‘ei’, ou se foi a invasão em minha casa, mas me irritei pra valer.

“– Ei nada.” – Urrei, fui em direção a ele, peguei o cigarro e joguei no lixo com uma ira atípica.

Ele ficou me olhando por alguns segundos antes de dar um sorrisinho discreto, que duplicou minha vontade de dar um soco na boca dele.

“– Você está ficando roxa. Isso tudo é raiva?”

Sorte a dele que eu era pacifista.

“– Então gente, que tal um body shot de tequila?” – Charlie sugeriu, visivelmente tentando quebrar aquele clima pesado.

“– Opa!” – Larke, até então estranhamente quieto, se aproximou de Charlie, a ergueu e colocou em cima da bancada.

Charlie apenas sorriu, porém eu sabia que ela não tinha gostado muito desse ato. E então enquanto Larke estava servindo a tequila, Luke me puxou pra um canto e começou a dançar fora do ritmo de Holy Touch do Foxy Shazam. Eu já ia pedir pra ele se afastar, mas ele chegou sua boca perto do meu ouvido e sussurrou:

“– Espero que tenha entendido que sou mais persistente do que você pensava

“– Sim, eu sei, a prova disso foi ter tido a cara de pau de ter vindo aqui.”

Ele deu uma risadinha, e se afastou.

“– Vou te dar um tempo para pensar” – Então pegou seu casaco, se despediu de todos e foi embora.

Honestamente, quem esse almofadinhas achava que era para impor algo?
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Depois de Larke ter tomado três doses seguidas de tequila e uma de cachaça, vimos que era hora de ter que leva-lo para casa, e me encarreguei dessa tarefa. Minha sorte é não ter tido que explicar para os pais dele o porquê dele estar daquele jeito, o penoso foi fazer ele me dizer onde estava a maldita chave da porta.

E quando finalmente joguei aquele brutamonte no sofá e dei um copo de café que havia em cima da bancada, me despedi e fui em direção á minha casa, para minha alegria.

“– Cheguei.” – Gritei pra Charlie, que provavelmente estava se arrumando para mais uma noite de balada. Se fosse há duas semanas, eu até pensaria em ir com ela, porém, agora ir pra faculdade não era mais uma causa perdida, logo eu teria que abandonar minha curta vida de delinquente.

“– Hey Dana, vem aqui!”

Subi, me deparando com Charlie se maquiando, assim que me viu borrou um pouco o lápis.

“– Putz, você tá com uma cara péssima.”

“– Culpe seu amigo Luke.”

“– Ele é adorável.”

“– Claro...”

“– Dana, acho que você deveria aceitar sabe...”

“– Não acredito que ele te contou! E não, não vou aceitar isso.” – Dito isso, ela girou no banquinho da penteadeira e me lançou um olhar severo.

“– Pois deveria! Qual é, você prefere recusar a chance de estudar na sua amada faculdade?”

“– Charlie, é sujo! Prefiro continuar trabalhando no escritório do Dr. Savage.”

“- Mesmo assim, o dinheiro não daria até a matrícula! Pense Dana, você vai preferir recusar a grande chance de poder estudar na onde você quer, ou prefere estudar numa faculdade comunitária?”

Refleti um pouco sobre isso. Eu odiaria estudar em uma faculdade comunitária... Porém me sujeitar a fazer o que Luke propôs?

“– Já pensou nos riscos?” – Falei.

“– Já pensou que vai valer a pena?” – Charlie ricocheteou. E ela disse exatamente o que eu queria, mas meu bom senso se recusava a querer.

“– Tá tá. Eu vou aceitar.” – Falei, incerta. Charlie começou a pular com seus saltos doze centímetros, senti pena do chão.

“ – Pode avisar o Luke, aqui está o número.” – Ela falou e meu queixo caiu de indignação.

“ – Não acredito que ele te deu o número dele. E-Ele sabia mesmo que eu ia aceitar, esse maldito!” – Peguei o papel com fúria e disquei o número.

“– Dana.” – Ele atendeu com uma voz de sono.

“– Eu... vou aceitar.”

“– Sim, eu sei.

“ – Bem, é isso.”

“ – Tá, tchau.”

“ – Tchau.”

“ – Ah, espere!”

“ – Sim?”

“ – Bem-vinda ao negócio, futura traficante de maconha.”

Desliguei, assimilando o que eu acabara de fazer. Basicamente, eu havia virado motorista de um riquinho traficante de maconha, se ele fosse descuidado, ambos iríamos para cadeia.

Respire. Respire.



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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que tenham, e se gostarem, deixem reviews!



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