Dias Sombrios escrita por Luan Klebers


Capítulo 2
CARTER




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Carter já começara seu dia de maneira estranha, viagens com seu ba era normais, mas ele retornava sempre ao seu corpo, naquela viagem  não, ele viajou até o primeiro nomo, viu Amós sentado, olhando para a nova era que estava se iniciando. Olhava atentamente, não parecia nem piscar, a pele de leopardo pendia sobre seu ombro esquerdo, vestia um terno prateado, a maleta do saxofone aberta ao lado do trono, como se a pouco estivesse delirando em seu instrumento. Carter olhou para a era que se iniciava, via cenas repetidas, como Desjardins e Menshikov lutando na cela de Apófis, via coisas novas, mas indecifráveis, via uma mulher miúda com óculos que mais pareciam fundos de garrafa, ela falava agitada olhando para o além, enquanto dois meninos e uma menina desapareciam do nada, via também um lugar estranho, tinham mulheres com asas, e um homem que parecia montado em um cavalo, mas olhando mais atentamente, ele era metade cavalo da cintura pra baixo, crianças corriam com espadas e escudos, vestindo camisetas laranjas com a sigla: C.H.B. as cenas mudavam depressa, era quase impossível assimilar tudo o que era visto, mas viu uma coisa muito horrível: um homem de terno branco, que parecia ter sido soterrado, queimado, e restaurado de maneira mal acabada, o homem tinha a pele coberta de escamas verde-prateadas, e olhos de fenda que penetravam na sua alma, de repente Amós se levanta em um sobressalto, Carter sabia o porque, era Apófis. Carter era arrastado para todos os lugares que visitara, ficou enjoado e achou que ia vomitar, mas então parou em algum lugar estranho, um castelo que parecia ter sido palco de uma guerra, torres destruídas, pedaços de concreto caídos, pessoas brandindo varinhas agitavam elas, fagulhas de variadas cores saltavam da ponta e erguiam os blocos de concreto reconstruindo o castelo, a cena toda parecia retroceder muito rápido, Carter imaginou que voltou uns 3000 anos em menos de 8 segundos.

Via o castelo no auge de seu esplendor, quatro pessoas com vestes coloridas pareciam discutir.

-Você ouviu o que ela falou, Slytheryn! –gritava o homem de vermelho.

-Sejamos sensatos, isso não vai acontecer com os verdadeiros bruxos! –o tal Slytherin gritava.

-O que você entende por verdadeiros bruxos? –a mulher de amarelo gritava exasperada.

-Contenham-se! Hufflepuff! Gryffindor! Slytherin!  Vamos ponderar sobre o que foi dito...- a mulher de azul parecia a mais sensata de todos.

-Cale-se, Ravenclaw! –Slytherin a interrompeu.

-Como ousa...-Ravenclaw parecia ter se ofendido.

-Basta!-Gryffindor tinha um tom autoritário –Vejamos, o que ela falou mesmo, Rowena?

-Tempos de falsa paz chegarão
felizes, porem em vão
a união de três grandes nações
acarretara em duas opções
nosso mundo preservar ou arrasar.

-O que você pensa que é, Ravenclaw? –Slytherin perguntou em tom desdenhoso.

-Tempos de falsa paz chegarão, óbvio que algum inimigo que pensamos ter derrotado irá ressurgir. –Ravenclaw dizia convicta.

-Felizes porem em vão; A união de três grandes nações –Gryffindor repetia pensativo – só pode ser! A muito tempo, antes da cidade de Godrics Hollow surgir, o povoado contava lendas, lendas de que os primeiros bruxos eram na verdade filhos de deuses, o que foi tido como um grande dito popular, já que não era nada de nossa religião, tempos depois, os trouxas descobriram algo que nomearam de mitologia, a história era a mesma que eu ouvia, logo antes de fundarmos Hogwarts, fui chamado de filho de Zeus, e se essa tal mitologia realmente existir?

-História de criança trouxa? Sério que você me fez perder tempo ouvindo essa besteira! –Slytherin gritava, desembainhou uma varinha da cintura, Gryffindor puxou uma espada e se encararam por alguns segundos, até que Hufflepuff disse:

-Basta! A discussão esta encerrada. Amanhã se estiverem mais calmos continuaremos.

Carter não sabia quanto tempo havia se passado, mas sentiu algo o puxar, acordou sem saber o que havia acontecido, se deparou na casa do Brooklyn, na sala, de repente alguém entrou, era Amós com um terno de risca de giz, mas sem a pele de leopardo, a sua frente dois jovens, um menino de cabelos pretos e olhos na cor do oceano, e uma menina loira com olhos cinza, sem saber o que pensar, Carter olhou para suas camisetas laranjas, a sigla C.H.B. Estava lá, o desespero subiu sua cabeça, invocou do duat sua espada, e Sadie parece ter entendido o recado, invocou sua varinha e seu cajado do duat, quando ela ficara tão boa nessa técnica?

Os dois parecem ter entendido o perigo, a menina desembainhou sua faca, e o menino puxou uma caneta, Carter pensou: Certo, ele vai nos riscar até a morte.
Mas não, ele destampou a caneta e ela tomou a forma de uma espada de bronze.
Quando iam atacar Amós disse:

- Crianças, respeitem nossos amigos, eles são filhos dos deuses de Manhattan, merecem ser bem recebidos aqui.

Sem saber o que pensar, e vendo que ninguém ia ceder, Carter baixou a espada, e relutante ofereceu a mão direita ao menino, ele pareceu ter se animado, baixou a espada, exibiu um grande sorriso e apertou a mão de Carter.

-Sou Percy Jackson, filho de Poseidon. –Percy disse.

-Sou Carter Kane, mago da Casa da Vida, líder do vigésimo primeiro nomo. Esta é minha irmã Sadie, ela lidera o vigésimo primeiro nomo comigo. –Carter falou.

-Eu sou Annabeth, filha de Atena. –Disse a menina loira.

Sadie estava prestes a fazer algum comentário, provavelmente algum desnecessário, por sorte Bastet chegou e ela não falou nada.

Bastet parecia saber exatamente por que eles estavam lá, os recebeu chamando pelo nome, explicou-lhes o que eram os nomos, explicou que seguíamos o caminho dos deuses, explicou tudo melhor que Carter ou Sadie explicaria.

Eles pareciam chocados com a história toda, finalmente Amós se pronunciou:

-A união de três grandes nações  –como ele sabia disso?-  duas delas estão aqui, agora vocês vão precisar ir à Londres-ele explicou sobre um lugar chamado Caldeirão Furado, que levaria ao Beco Diagonal, lá encontraríamos uma loja chamada Gemialidades Weasley, e lá estariam quem nós procurávamos, mas quem eles procuravam? Carter não sabia. - Mas isso amanhã pela manhã, ao nascer do sol vocês partirão, agora se juntem aos aprendizes e passem uma noite alegre e divertida, se não se incomodam tenho assuntos para falar com Bastet.

Ele disse isso e saiu da sala, Bastet o seguiu, antes de sair piscou pra Sadie que riu.

A noite caiu, e eles foram para o quarto, Amós partiu logo em seguida, deixando-os sozinhos com os novos moradores, estavam todos na sala assistindo a um canal que parecia ter pegado justamente quando Percy e Annabeth chegaram, uma tal de TV Hefesto, tinham programas legais, mas de repente algum estrondo na piscina de Felipe da Macedônia, um grito de mulher:

-Petrificus totalus!

A movimentação sessou, saíram da piscina três pessoas:

Um menino com óculos redondos, meio magricela, mas que parecia estar criando alguns músculos de maneira um tanto irregular, outro menino ruivo e alto abraçado a uma menina com cabelos castanhos, eles olharam e pareciam saber exatamente quem era quem.

-Percy, Carter! Sadie, Annabeth! Ah que bom conhecer vocês pessoalmente!  -o menino de óculos disse.

-Sou Rony, ela é Hermione e ele é Harry. –o menino ruivo disse.

-Somos bruxos! É ótimo conhecer vocês, semideuses e magos! Isso prova que não somos os únicos! –a menina parecia realmente excitada, como se tentasse convencer vários com essa teoria.

Bastet apareceu ao lado de Sadie e disse:

-Deixe comigo Sadie, querida.

Ela os acolheu, deu-lhes roupas novas, comida quente, e contou as histórias novamente, a única que parecia realmente empolgada com a situação era a menina de cabelos castanhos.

Carter disparou:

-Então era pra isso que deveríamos ir à Londres! Agora não precisamos mais... – seu cérebro fervilhava as informações e as assimilava com sua visão –Bastet, esclareça informações para nós, o que devemos fazer?

-Não sei, Carter... não sei. Sei de uma coisa, Apófis esta cada vez mais forte, sei também que um inimigo muito pior que Cronos esta se reerguendo, e sei uma coisa muito pior, Lord Voldemort –um trovão ribombou no céu da noite estrelada e quente de verão- está orquestrando tudo isso!

-O que?! –os três gritaram quase que juntos

-Vejam bem, eu lhes expliquei sobre o duat, a alma de Voldemort foi dividida sete vezes, ou seja, ele morreu sete vezes, mas quando ele morreu definitivamente, todas as outras seis partes de sua alma voltaram para a original, dando-lhe experiência suficiente para caminhar livremente sobre o duat, ele achou um jeito de entrar na prisão de Apófis, mas ela estava vazia, na ultima vez que fiz a viagem do amanhecer com Rá tinha uma espécie de altar lá, como os usados para rituais de invocação, mais antigos que a própria casa da vida.

-Então, vamos voltar à Hogwarts, vamos falar com a Minerva e com o quadro do Dumbledore.

-Ah! Minerva! Mande saudações! Uma excelente gata! –disse Bastet.

-Só uma pergunta, aonde isso tudo nos levará? –Annabeth perguntou, ela parecia ter digerido a história toda melhor que todo, exceto talvez por Hermione.

-Eu sei aonde isso nos levará –Carter relatou a eles sua noite estranha, e como acordou no fim da tarde sem saber o que aconteceu –Nós devemos lutar juntos, vamos ter duas escolhas, salvar ou destruir o mundo, segundo os quatro bruxos.

-Percy... conte a eles o seu sonho –Annabeth disse.

-Certo –ele relatou tudo, sem esconder detalhes, as caras de todos pareciam muito amedrontadas, como se quisessem deitar em uma cama, cobrir a cabeça e não sair nunca mais de lá –E é assim que eu me sinto quando acordo... como vocês agora.

-Falem com o retrato de Dumbledore, mandem uma mensagem de Íris para Quíron... –Bastet foi interrompida por Sadie.

-Mensagem de ÍSIS –Sadie a corrigiu- o que é isso?

-É mensagem de ÍRIS, a deusa do arco-íris.

-Isso, então, eles saberão o que fazer, agora vocês devem ir dormir, tem muito a fazer amanhã. –Bastet soava autoritária.

Todos foram dormir, Carter, para variar foi visitar seu velho amigo Hórus, uma viagem um tanto desagradável.

-Você deverá pegar o Gancho e o Mangual com Rá! Carter, você nunca conseguirá sem eles! O segredo da juventude de Rá está em Zia. –Hóris dizia em tom de desespero –Agora vá! Está na hora, lembre-se do que eu falei, você terá apenas uma chance de pegar as armas do faraó emprestadas de Rá, vou lhe proporcionar essa chance com muito sacrifício, não a desperdice!

E com isso Carter acordou, tomaram um café da manhã em silencio e partiram para a missão, viajariam apertados no Camaro de Percy até Manhattan, onde segundo Harry tinha uma entrada secreta para o Ministério da Magia, e de lá eles usariam a Rede-de-Flú para chegar em Hogwarts.


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