Dias Sombrios estavam para vir, Percy sabia disso desde a última semana quando teve um sonho mais estranho que o normal, ele estava ao lado de mais dois garotos lutando contra monstros, um deles vestia uma capa de chuva preta, e o outro um traje branco, o garoto da capa de chuva empunhava uma varinha e gritava palavras que pareciam derivadas do latim, o garoto de branco empunhava uma espada com uma lâmina formada por semicírculo. Lutavam contra uma mulher que parecia feita de terra, um homem muito branco, olhos de fenda vermelhos e uma serpente. Eles não eram páreos para tais monstros, e acabavam todos mortos, Percy era o último a morrer, via a morte dos outros dois garotos, e de repente um circulo com areia se abria no céu, desciam dele uma menina loira que vestia branco, uma menina de cabelos castanhos de mão dada com um menino ruivo, ambos vestiam capas de chuva preta, e de dentro do círculo também descia Annabeth. Percy via todos morrerem, o mais difícil foi ver Annabeth morrer, mas Percy parecia sem ação, não podia fazer nada que não fosse assistir. A morte da Annabeth parecia ser caprichada, era a mais lenta das outras, primeiro uma infestação de aranhas gigantescas, o garoto de capa preta gritava alguns feitiços, jatos de luzes verdes saiam da ponta da sua varinha e as aranhas recuavam, algumas caiam por alguns segundos, mas logo levantavam e vinham com sede de vingança, após algum tempo de agonia o garoto ruivo pareceu se lembrar de algo útil contra as aranhas, e as matou, mas a situação piorou, um a um os garotos iam morrendo, depois as meninas, só sobrava Annabeth, que era torturada e depois morta por um jato verde que irrompeu da varinha do homem pálido, depois de Annabeth morrer, eles finalmente notavam a presença de Percy, o homem pálido gritava e atirava raios vermelhos sobre Percy, mas sem efeito, a mulher terra começa a implantar umas visões na mente de Percy, e logo o leva a insanidade, sua última visão é da cobra o engolindo vivo.

Percy acordava assustado, levantou, olhou no relógio, estava na hora do café da manhã no acampamento, Percy trocou de roupa e foi tomar café, enquanto ia ele encontrou Annabeth saindo do chalé 6, foi ao encontro dela, ela estava com os cabelos presos em um rabo de cavalo, os olhos cinzentos pareciam uma tempestade, a sua cintura estava a faca embainhada e o boné dos Yankees, ela o recebeu com um abraço e um beijo.

-Como foi sua noite? –Percy perguntou.

-Incrivelmente relaxante, e a sua?

-Não foi das melhores... –Percy relatou a ela seu sonho - É a terceira vez essa semana, o mesmo sonho, as mesmas pessoas... –Annabeth o interrompeu.

-Depois do café vamos falar com Quíron.

Percy assentiu, sabia que era o melhor a ser feito.

Tomaram café com a tradicional chuva de olhares, já que Annabeth agora se sentava na mesa do chalé 3, com autorização de Quíron, claro.

Foram para a sala do centauro, ele estava na varanda da Casa Grande, jogando pinoclee com o Sr. D.

Ao chegarem Annabeth não hesitou em dizer:

-Percy tem problemas e precisa falar com você, Quíron, Sr. D. se quiser ficar e ajudar, toda a ajuda será bem vinda.

-Hã? Ajudar quem? Peter Johnson? Ele só traz confusões! Quíron vai ajudar você Annie Bell. –disse Sr. D. e logo materializou uma lata de diet coke e saiu flutuando.

Eles contaram sobre o sonho enquanto Quíron ficava alisando sua barba bem aparada, quando terminaram ele disse em um tom de desespero controlado:

-Di Immortales! Sabem o que isso significa? Acho que ainda não descobriram, mas não são os únicos... “diferentes” neste mundo.

-O que? –Percy e Annabeth disseram quase que simultaneamente.

-Existem outros tipos de... “raças”, deixem me explicar, a muito tempo atrás, foi descoberto que existiam bruxos e magos, os magos serviam aos deuses egípcios, e os bruxos eram seres independentes, que sabem muito bem se esconder. Há pouco chegou em minhas mãos uma fita gravada, sobre a aventura de dois irmãos, Carter e Sadie Kane, que hospedaram os deuses Hórus e Ísis, eles derrotaram o deus do mal Set na Pirâmide Vermelha. Os bruxos, enquanto vocês derrotavam Cronos, eles lutavam contra uma ameaça tão grande quanto, um bruxo das trevas, o mais poderoso de todos os tempos, chamado Voldemort, soube que um jovem famoso chamado Harry Potter o derrotou.

-Mas onde eles moram? Como nunca nos encontramos em missões?-Percy perguntou, falava rapidamente como se seu cérebro tivesse tentando juntar tanta informação.

-Vocês partirão amanhã, irão primeiro ao Brooklyn, onde se encontra o vigésimo primeiro nomo...

-Nomo? –Percy o interrompeu?

-Eles te explicarão lá –Quíron continuou-  Procurem por Carter e Sadie Kane, conte a eles o seu sonho, eles vão lhe ajudar, provavelmente vão ser submetidos à milhares de perguntas, respondam todas elas de maneira sincera, não omitam fatos.

Percy e Annabeth arrumaram a mochila, como de costume, saiam em três para missões, mas não podiam pensar em ninguém mais que não fosse Grover pra levar junto, mas Grover estava em busca de novos semideuses, então tinham que pensar em outro:

-Clarisse? Connor? Travis? Nico? Será quese chamarmos a Thalia ela consegue vim a tempo?-Percy tentava.

-Acho que não... –Annabeth respondia. –Vamos só nós, quando Grover voltar ele vai saber nos encontrar, o elo de empatia de vocês ainda funciona, então ele poderá nos encontrar.

E assim feito, a tarde se arrastou, uma tarde incrivelmente quente de verão, Percy e Annabeth pegaram um mapa e entraram no rio, Percy fez uma bolha de ar e eles ficaram tentando entender como fariam para chegar mais fácil lá, discutiram sobre o que Quíron falou e sobre o que ele não falou, e chegaram a uma conclusão: Aquilo tudo era loucura!

A noite foi a parte mais complicada, não foram à fogueira, teve o mesmo sonho, mas dessa vez uma voz falava, silvava alguma coisa, ele não entendia, era língua de cobra, mas parecia que ficava o irritando, aquele barulho lhe arrepiava a espinha, viu que o menino de capa preta não vestia capa preta, vestia uma jaqueta de moletom, a menina vestia uma camiseta rosa, de mão dada com o ruivo, que vestia uma camiseta listrada de vermelho e preto, lutavam bravamente, mas em vão, dessa vez quem matou os três foi o bruxo pálido, a grande serpente matou os de branco, e a mulher feita de terra matou Annabeth e Percy.

De acordo com suas deduções, o grupo de três pessoas eram os bruxos, os de brancos eram os irmãos magos, mas não tinham nada a ver um com o outro, um era moreno e de cabelo encaracolado, e a menina tinha a pele muito branca, olhos azuis e uma mecha de cabelo tingida de roxo.

Acordou era noite, mas não conseguiu dormir mais, o chalé 3 vazio, apenas o barulho da fonte, a manhã logo deu as caras, trocou de roupa e foi para o café da manhã, encontrou Annabeth novamente, se abraçaram, se beijaram, foram  tomar café, Quíron deu mais algumas informações e eles partiram, o acampamento todo se reuniu para desejar boa sorte à eles.

Ao saírem dos limites do acampamento já se sentiam observados, Argos não pode leva-los, Percy dirigia um Camaro SS, presente de Poseidon. Viajaram até chegarem ao Brooklyn, e como Quíron disse, encontraram a casa, quem atendeu a porta foi um homem negro, com uma barba bifurcada e um terno de risca de giz, o homem estranhou ao ver os dois adolescentes na sua porta pedindo pra falar com Carter e Sadie, outros dois adolescentes que não faziam ideia de quem fossem.

Submetidos a varias perguntas, foram levados ao ultimo andar, onde crianças e adolescentes (e um animal que ficava falando “Agh!” toda a hora) assistiam TV e brincavam alegremente, nem pareciam notar sua presença.

Dois adolescentes conversavam, ele vestia-se normalmente, para um fim de tarde com muito calor, ela vestia uma jaqueta de coiro e coturnos, parecia que nem sentia o calor, ao verem que tinham convidados, não hesitaram, ele invocou uma espada do nada, ela invocou do nada um cajado e uma varinha curva, sem pensar muito, destampei Contracorrente e Annabeth empunhou sua faca, ficamos se encarando por alguns segundos, as outras pessoas pareciam nem perceber, o gelo foi quebrado quando o homem negro atrás de nós disse:

-Crianças, respeitem nossos amigos, eles são filhos dos deuses de Manhattan, merecem ser bem recebidos aqui.