Cheguei ao trabalho 5 minutos antes, o Diogo veio-me cá por, não houve mais conversas depois daquela da manhã, ao sair do carro houve apenas um até logo.

- Margarida, pode ir para a sala dos originais, ficará durante o estágio encarregue desse sector! - disse-me a amiga do Beliel, estava felicíssima, estava estalando que isso acontecesse, organizei a pequena secretaria a minha maneira, todos os manuais teriam que ser verificados com luvas, por muitos deles terem milhares de anos, e a realidade é que raramente alguém poe aqui os pés, ninguém quer mexer em livros velhos, provavelmente eu era a única que me interessava por isto aqui e voilá, agora tenho a sala toda para mim.

- Estas a sonhar! – Uma voz masculina conhecida ouviu-se com um pequeno ecoo naquela sala.

- Então decidiste vir visitar-me? – Ri-me para o Gonçalo.

- Sim, estás bem instalada? Eu sei que adoras isto aqui, mas não te parece frio? – Perguntou-me.

- Não! – Ri-me. – O que queres ver, posso-te mostrar grandes obras, e não aquela versão de bolso, as verdadeiras!

- Uau! Até fico excitado! – Riu-se – Gostei da coleguinha!

- Ah tas a falar desta colega ou da outra do bar?

- Das duas! – Semicerrei os olhos para ele. – Que foi?

- Gonçalo não podes querer tudo rapaz! – Ri-me. – Alem disso tens que te despachar, a minha amiga volta hoje ao serviço e eu também, hoje a “conquista do bar não vai la estar”!

- Oh, ela também não faz o meu género! – Respondeu-me. – Tenho que ir lançar a isca a esta daqui!

- És péssimo! Se as mulheres todas soubessem o que eu sei, tavas feito!

- Que nada! Tu és minha amiga não lhes vais contar, apenas coisas boas! – Ri-me, este rapaz muitas vezes me tirava do serio com a sua atitude de querer todas, mas no fundo fazia-me rir e era um grande amigo que tinha descoberto.