Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes


Capítulo 17
Secrets


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês, espero que gostem ;D



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Polly estava cada vez mais desconfiada de minhas saídas frequentes. Sei que estou dando razões para ela desconfiar, mas não me importava. Eu realmente precisava de Caspian, eu o amava, estava mais do que convicta disso, e ficar longe dele era a última coisa que eu queria naquele momento.

Sim, era arriscado não só por estarmos nos encontrando às escondidas. Mas também por que nossos encontros estavam cada vez mais “íntimos”. A cada encontro nos dávamos mais liberdade, nos comportávamos de maneira mais espontânea. Não sei explicar como acontecia, simplesmente não resistíamos em deixar o beijo mais profundo, em nos abraçar mais forte...

O problema era que essas coisas resultavam em outras coisas e eu definitivamente não sei... Se resisto.

Nos separamos novamente, completamente ofegantes, os cabelos estavam um pouco bagunçados, as roupas desalinhadas. O paletó de Caspian estava jogado, seu colete estava aberto e a camisa branca tinha os primeiros botões abertos. Eu não estava muito diferente, descalça, cabelos soltos, uma das mangas do vestido havia sido deslizada para baixo, deixando o ombro esquerdo a mostra e o decote um pouco maior. Caspian me abraçou, deitando a cabeça na curva de meu pescoço.

-Não devíamos nos comportar assim. - sussurrou ele, com a respiração irregular. Meus dedos deslizaram por seus cabelos. - Acho que é melhor não passarmos disto...

-E por que não? - a pergunta saiu sem pensar e pareceu deixar Caspian surpreso, não por ser algo absurdo, mas por ser ousado.

-Por que isso inflige as barreiras morais? - sugeriu divertido.

-Amor não tem barreiras.

-Por que somos muito novos?

-Amor não tem idade.

-Por que é perigoso? - ele ergueu os olhos para me olhar.

-Perigoso?

-É... Perigoso... - ele parecia falar de um assunto que eu não devia fazer ideia do que fosse. Dei um sorriso torto.

-Então não podemos passar daqui. - sussurrei sugestivamente. Caspian compreendeu e logo reiniciamos o beijo, no começo lento e amoroso, depois mais intenso e apaixonado.

[…]

-Conversei com Dash... Fui até em casa pela manhã. - comentou ele após alguns minutos de silêncio. Uni as sobrancelhas. Nós estávamos no corredor, eu sentada no chão com as costas na parede e Caspian com a cabeça em meu colo enquanto eu deslizava os dedos por seus cabelos.

-O que você foi fazer lá?

-Ele perguntou a mesma coisa. - Caspian não olhava para mim. Esperei ele continuar. - Mesmo depois de tudo o que ele fez, Dash continua sendo meu irmão... Acho que eu precisava vê-lo... E ele não estava muito diferente do que eu imaginava... As roupas desalinhadas, o olhar cheio de um ressentimento sombrio...

-Sobre o que vocês falaram? - perguntei quando vi que ele não continuaria e demorou mais alguns segundos em silêncio.

-Sobre você.

-Eu?

-No inicio não, mas todo assunto levava até você, de alguma forma. - Caspian deu uma risada fraca. - … Ele estava assustadoramente calmo.

-Dash? Calmo? - aquilo sim era intrigante.

-Por mais incrível que pareça.

-E então?

Caspian suspirou.

-Susana – ele sentou e olhou-me nos olhos. - Pouco antes de Dash pegar aquela arma nós discutimos e ele disse estar certo de que você seria esposa dele muito antes de eu voltar da França...

-Ele sempre diz que nos casaremos. Tudo fruto da mente dele...

-Não... - Caspian me interrompeu balançando a cabeça negativamente. - Disse que o Sr. Pevensie prometera você a ele . - eu não consegui dizer nada. - Perguntei ao meu pai sobre isso e ele confirmou... Raphael já tinha acertado tudo com ele, mas então aconteceu o acidente e essa história ficou... “Esquecida”...

-O meu pai... E-ele... Ele... Eu não acredito! - eu mal conseguia respirar.

-Você não sabia? - perguntou Caspian.

-Não, eu sempre achei que era tudo coisa de Dash. - minha respiração estava descompassada. - Como meu pai pôde...?

Levantei e caminhei rumo às escadas descendo-a.

-Para onde você vai? - perguntou Caspian vindo logo atrás de mim.

-Polly deve saber de alguma coisa. - falei rumo a porta. Parei antes de abrí-la, virando para Caspian.

-Já vai? - perguntou ele.

-Eu preciso saber mais sobre essa história, Caspian. - afaguei seu rosto. Caspian levou minha mão até seus lábios e a beijou.

-Vejo você amanhã?

-Sem falta.

Caspian sorriu. Eu o abracei forte.

-Vou sentir saudades... - sussurrou para mim.

-Você vai ver, passará rapidinho.

-Espero que sim.

Desfiz o abraço suavemente.

-Tchau. - mordi o lábio.

-Tchau. - ele falou. Eu deslizei por seus braços já virando de frente para a porta, mas antes que eu pudesse chegar a ela, Caspian segurou minha mão, girando-me de frente para ele, fazendo-me chocar contra si; logo tratando de envolver minha cintura, impedindo-me de sair de perto dele. Nós rimos e ele me beijou. Beijei-o uma segunda vez e, mesmo com meu coração protestando pela ausência de Caspian, eu saí refazendo o caminho para casa. Polly vai esclarecer essa história.

[…]



-POLLY! - chamei ao atravessar a porta de casa num rompante.

-O que houve? - ela veio aflita da cozinha.

-Pode ir me dizendo tudo o que sabe!

-Sobre o que?!

-Que história é essa de meu pai ter-me prometido a Dash? - perguntei o mais calmo que pude.

-Como você soube disso? - perguntou preocupada.

-Responda minha pergunta. - pedi. Ela suspirou sem saída.

-... Vamos conversar na biblioteca. - ele me deu passagem e eu segui rapidamente subindo os três degraus do outro lado da sala, pegando o pequeno corredor ali e entrando na primeira porta à esquerda. Polly veio atrás e trancou a porta para não sermos interrompidas.

-Porque você nunca me contou? - perguntei ainda de costas para Polly e de frente para a mesa com a cadeira colossal de meu pai e a grande janela atrás dela.

-Estava certo de que seus pais iriam contar para você, mas então aconteceu o acidente e...

-“Essa história ficou 'esquecida'” - repeti a fala de Caspian mais cedo. - Eu sei. - Virei para Polly. - E por que você nunca me contou nada sobre isso? Eu sou a mais afetada em tudo isso, você tinham que ter me contado!

-Sua mãe e eu pensávamos assim, mas seu pai queria manter tudo em... “Segredo” por um tempo. - falou ela. - E no final todos concordamos em manter sigilo por um tempo. Sabíamos que você não iria concordar por ser um casamento arranjado.

-Exatamente. - resmunguei. - Mas manter sigilo por que? Por que me escodner isso?!

-Eles queriam esperar você crescesse mais um pouco... Que você amadurecesse...

-Amadurecer? Polly, eles mesmos viviam dizendo que eu sou madura demais para minha idade e...

-Você não entende, Susana? - ela me interrompeu calmamente. - Não é de uns tempos para cá que você está prometida a Dash... Você sempre esteve... A vida toda...


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Notas finais do capítulo

Mais um mistério no ar!!! Por que Raphael nunca contou a Su sobre isso e por que ela está prometida a Dash há tanto tempo????? *0* amo esses mistérios familiares, estou tomando gosto pela coisa, tanto gosto que já estou planejando outra fic assim ;D
Beijokas!!