Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 23
Capítulo 23: Igual


Notas iniciais do capítulo

Oie...
Demorou, mas saiu...
Espero que gostem...
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/191035/chapter/23

Pov Bella:

Aquele bip irritante não parava de soar no meu ouvido.

Capturei um cheiro de álcool... Um cheiro de hospital...

Levei a mão para minha barriga e notei que ela não estava tão grande quando deveria.

Deus!

O que tinha acontecido à minhas filhas?

Abri os olhos lentamente, tentando me acostumar com a luz que impregnava o quarto.

Minha boca estava seca e eu sentia meu corpo dolorido.

Olhei para os lados e vi, pela primeira vez, muitos aparelhos hospitalares ao meu redor. Eu estava conectada a tubos por fios presos às minhas mãos e ao meu nariz.

Tentei me livrar daquela parafernália, mas as mãos enrugadas da minha avó me impediram.

_ Não, Bella. Não pode tirar. Fique calma, querida. Vou chamar o médico._ Disse com sua voz suave, tentando me acalmar.

_ Vó... Minhas filhas..._ Balbuciei, tentando fazê-la entender minha necessidade no momento.

Que se danasse o médico, eu queria saber como estavam meus bebês.

_ Ah, querida... O médico vai falar com você..._ Ela chorava.

Alguma coisa estava muito errada.

Minha vó deveria me dizer como minhas filhas eram lindas, como eu ficaria emocionada em conhecê-las e não chamar o médico.

Ela saiu por um momento e eu senti lágrimas silenciosas descendo pelo meu rosto.

_ Que bom que acordou, Isabella.

Não fazia nem idéia de quem era esse médico.

Meus planos era ter minhas filhas longe de qualquer hospital.

Precisava me manter longe de qualquer registro.

Não podia ser encontrada.

Por esse motivo uma enfermeira cuidou da minha gestação e no tempo certo ela também se encarregaria do meu parto.

Mas as coisas não saíram como eu planejara.

Aquele maldito acidente apressara as coisas e agora eu tinha um pressentimento de que não gostaria nenhum pouco do que esse médico tinha a me dizer.

_ Meus bebês..._ Balbuciei outra vez.

Alguém precisava me dar notícias das minhas filhas antes que eu enlouquecesse.

_ Isabella, seu parto foi bastante complicado e sua gravidez não foi devidamente monitorada por uma equipe médica competente. Gravidezes de gêmeos são geralmente complicadas e requerem acompanhamento constante.

_ Minhas filhas..._ Disse fechando os olhos, enquanto mais lágrimas desciam pelo meu rosto.

_ Elas nasceram e foram encaminhadas para a UTI neonatal. Uma está bem. Tem pouco peso devido ao parto prematuro e às condições que se deu a gravidez, mas não tenho dúvidas que será uma criança completamente saudável.

O alívio que eu senti ao ouvir essas palavras se foi no momento em que olhei para minha avó que chorava silenciosamente no canto do quarto e me encarava com um olhar de pena.

_ A outra... Meu bebê..._ Implorei. Ele tinha que acabar logo com essa angústia. Precisava saber o estado de saúde das minhas filhas.

Agora!

_ A outra não resistiu. Morreu poucas horas após o nascimento. Fizemos todo o possível, mas seus pulmões eram muito fracos e não conseguimos reverter o caso.

O que?

Como assim morreu?

Senti uma dor aguda em meu peito.

Ele não podia estar falando sério.

Deus não seria assim, tão cruel comigo.

Fechei os olhos com força e balancei minha cabeça freneticamente para tentar desanuviar minha mente.

_ Não, não, não..._ Eu sussurrava.

_ Acalme-se, querida. Vai ficar tudo bem._ Minha vó passava a mãos pelos meus cabelos, na tentativa de me consolar, mas minha dor era forte demais.

Meu bebê não podia ter morrido.

Não podia.

Eu já a amava.

Imaginava minhas filhas, cópias perfeitas de seu pai, correndo pelo quintal, brincando, sorrindo...

Minha vida, agora, não teria o menor sentido sem minhas gêmeas.

Sem os frutos do único amor que eu vivi.

_ Bella, querida, olha pra mim..._ Minha avó pedia desesperada._ Você precisa ser forte. Eu sei que é difícil, mas tem outra garotinha linda que precisa de você. Uma delas Deus levou, mas a outra necessita da mãe.

Eu sabia que minha avó tinha razão, mas a dor de saber que um filho seu, um pedacinho da sua alma, morrera, era triste demais.

Eu queria ver minha filha, mas aqueles malditos aparelhos me impediam.

Apenas alguns dias depois eu pude conhecê-la.

Ela era tão linda... Tão perfeita.

Quando a segurei pela primeira vez, não pude evitar sentir uma imensa tristeza.

Estava faltando meu outro pedacinho.

Minha outra razão de viver.

E sempre seria assim.

Ver Renesmee crescer foi a melhor experiência da minha vida.

Seu sorriso ofuscava toda minha angústia, tristeza e dor.

Mas todas as vezes que olhava para ela, pensava com pesar, que ao seu lado deveria estar sua irmã.

Elas deveriam ser companheiras e juntas, nós três, deveríamos compor uma família.

A família que eu nunca tive.

Nunca entendi os olhares melancólicos que Charlie lançava para Renesmee sempre que a via.

No início eu achava que era ressentimento por Nessie ter me afastado da faculdade, por ter atrapalhado meu futuro, como ele insistia em dizer.

Mas agora eu entendia.

Ele olhava para Renesmee e se lembrava da neta que ele ajudara a roubar.

Não saberia dizer se ele se arrependia do que tinha feito, mas eu não poderia perdoá-lo tão fácil.

Charlie não se importou em me causar dor.

Ele fez o que julgava ser melhor e com isso permitiu que minha filha, que eu tanto desejei, fosse criada longe de mim.

Passei as mãos pelos cabelos nervosamente e encarei Renesmee que dormia serena em sua cama.

Deixaria de lado essas lembranças dolorosas e concentraria todas as minhas forças em fazer minhas princesinhas felizes.

Amanhã, depois de mais de quatro anos, eu finalmente conheceria Carlie.

Pensar nisso fazia meu estômago se revirar.

Eu precisava me manter calma pra não cometer nenhuma estupidez.

Carlie era minha filha, mas eu não sabia nada ao seu respeito, ao não ser sua data de aniversário.

Lágrimas escorreram pelo meu rosto ao constatar esse fato.

Isso não era justo.

Sorri com o pensamento.

Quando a vida fora justa comigo?

Dei um beijo suave nos cabelos de Renesmee e fui em direção a porta.

Precisava descansar. Dormir para tentar esquecer, por um momento a revolução que estava prestes a acontecer em minha vida.

Entrei no quarto e estaquei ao ver Edward encolhido aos pés da cama, chorando.

_ Edward?_ Perguntei suavemente.

Eu nunca o vira chorar.

Aparentemente, ele era o forte da família.

Alguém que precisava ser durão para suportar os golpes da vida e as guerras do cotidiano.

Um menino que precisava ser forte para apoiar a mãe e protegê-la das maldades do pai psicopata.

Seu sofrimento era tão profundo que tocava o fundo da minha alma.

Ele me encarou com os olhos vermelhos e mais lágrimas desceram por seu rosto.

_ Ei... O que foi?_ Perguntei alarmada.

_ Eu sou um idiota. Um estúpido... Um...

_ Pare de dizer essas coisas..._ O repreendi, me aproximando hesitante.

_ É o que eu sou. Jamais deveria ter acreditado nas mentiras que meu pai inventou quando você foi embora. Deveria ter te seguido... Agora nossas filhas estariam conosco e...

_ Pare! _ Eu disse me aproximando mais e colocando a mão sobre os seus lábios._ Não podemos mudar o passado, mas podemos modificar o futuro. Carlie voltará para nós. Seremos uma família. É isso que importa agora._ Me ajoelhei a sua frente e pouco tempo depois ele deitou a cabeça sobre meus joelhos.

_ Eu me sinto tão fraco. Cansado. Não agüento mais viver sobre tanta pressão. Tudo que eu sempre desejei na vida foi um pouco de amor... Afeto... Uma família de verdade. Mas parece que eu não nasci para concretizar meus desejos.

Lágrimas invadiram meus olhos ao ouvir seu tom de voz tão triste.

Uma dor profunda se apoderou do meu íntimo ao imaginar o garotinho que Edward fora buscando carinho... Afeto.

Um garotinho carente implorando atenção... Um adolescente solitário buscando o amor...

Não tão diferente de mim.

No entanto, minha vó me amara. Muito.

E Edward não tivera nem isso.

Não resisti e passei a mão por seus cabelos eternamente bagunçados, acariciando-os suavemente.

_ Você tem uma família agora. Eu, Nessie e Carlie somos sua família.

_ Eu destruí tudo. Fiz você me odiar. E Carlie...

_ Eu não odeio você..._ Sussurrei enquanto ainda acariciava seus cabelos._ Não posso odiá-lo...

_ Eu fiz você sofrer..._ Ele disse com a voz abafada contra minha perna.

_ Eu também o fiz sofrer quando fui embora. Estamos quites então.

Por mais que eu não pudesse perdoá-lo ainda pelo que ele me fez, doía demais vê-lo sofrer assim.

Eu sentia que de alguma forma precisava confortá-lo.

Eu não conseguia conter as lágrimas também, e toda a tensão do dia explodiu, me fazendo chorar junto com ele.

Deitei a cabeça sobre a sua e juntos, desabafamos todo nosso sofrimento.

_ Quis fazê-la pagar por meu sofrimento. Mas eu não devia... Fomos enganados pelo destino, Bella. E eu fui um estúpido querendo puni-la. Como me disse uma vez, eu não sou Deus e não tenho o direito de castigá-la._ Ele disse quando já estávamos ambos mais calmos.

Me afastei um pouco e o encarei séria e de repente soube que não queria mais brigar. Perdemos tempo demais separados para continuarmos desperdiçando nossas vidas com brigas e mágoas.

_ Tudo bem. Pelo menos seus planos de vingança malucos conseguiram nos unir. Fazer de nós uma família.

_ Que amanhã estará definitivamente completa._ Ele disse pegando minhas mãos e as beijando._ Eu nunca imaginei que aquele congresso me traria tantas coisas. Minha namorada desaparecida, uma filha adorável e agora outra garotinha pra eu amar. E talvez..._ Ele pousou a mão sobre meu ventre liso.

Eu sorri.

Não fazia idéia se estava ou não grávida.

Edward e eu havíamos transado três vezes e em nenhuma delas usamos qualquer tipo de contracepção.

Pensar em outro filho dele crescendo em meu ventre enviava uma onda de ternura por todo meu corpo.

A idéia não me assustava como deveria.

Eu adorava ser mãe e Edward teria a oportunidade de ver um filho nosso crescer e se desenvolver em cada fase de vida.

Eu, de certa forma, me sentia muito culpada por tê-lo afastado das nossas filhas. Por não ter lhe dado a oportunidade de saber sobre a gravidez, de participar como um pai de verdade faria.

Mas eu não tivera escolha.

E nem ele.

E caso eu estivesse mesmo grávida...

Talvez esse não fosse o momento, mas um filho poderia nos unir outra vez.

Fazer com que aquele sentimento tão bonito que dividimos um dia ressurgisse.

_ É... Talvez.

_ Nessie é muito perceptiva. Preciso saber os resultados daqueles exames que você fez. Lá pode ter alguma resposta e quanto às dores de cabeça...

_ Não. Não quero saber de exames e nem das dores de cabeça. Temos que nos concentrar em Carlie.

_ Mas, o bebê...

_ Não sabemos se existe mesmo um bebê. Mas sabemos que existe uma garotinha que precisamos conhecer e amar.

Ele sorriu.

_ Sim. Nossa filha. Alguma coisa naquela história de morte não se encaixava. Eu sempre soube disso, mas não fazia idéia de que era minha mãe que estava com nossa filha.

_ Nem eu. Eu sempre acreditei que meu bebê havia mesmo morrido.

_ Mas ela está viva, e amanhã estará conosco.

Eu sorri sonhadora e ele retribuiu o sorriso.

E me beijou.

E é claro que eu não resisti.

Me entreguei ao beijo suave, que foi se tornando um tormento, pouco a pouco.

Algum tempo depois ele se afastou e encostou a testa na minha. Estávamos ambos ofegantes.

_ Você precisa descansar._ Ele disse com a voz baixa, entrecortada.

_ Eu sei._ Disse enquanto passava os braços pelo seu pescoço e o aproximava mais._ Mas ainda está cedo._ Disse com a voz sedutora.

Nesse instante eu queria que fosse tudo para o inferno.

Esqueceria das mágoas, das dores, do sofrimento e me entregaria ao único momento em que eu podia ser livre. Em que eu podia amá-lo.

_ Você não me odeia mais?_ Ele perguntou ansioso.

_ Já disse que não posso odiá-lo.

_ Então você me perdoa?_ Seus olhos brilhavam em expectativa.

Eu o encarei séria por um momento e me perguntei a mesma coisa.

Eu já o tinha perdoado?

Uma vez eu admitira para Alice que jamais tinha deixado de amá-lo, e eu não mentira.

Eu amava-o com loucura, mesmo quando ele era cruel e insistia naqueles planos de vingança.

Mesmo quando ele me humilhava, ou quando se comportava como um canalha.

Mesmo assim eu não era capaz de deixar de amá-lo.

Eu amava-o pelo nosso passado, pelas nossas filhas, pelo bebê que eu poderia estar esperando, pelo nosso futuro.

_ Eu apenas te amo._ Disse baixinho, beijando-o outra vez.

Ele nos levou para a cama e dessa vez no entregamos as nossas necessidades.

A nossa carência.

Eu precisava senti-lo.

Amá-lo.

Me entregar a ele, de forma plena, e agora, sem nenhum segredo entre nós.

Ele me deitou sobre os travesseiros suavemente e começou uma trilha de beijos que iam desde o meu queixo, passando pela pele sensível do meu pescoço, e descendo em direção aos meus seios enquanto seus dedos curiosos desabotoavam minha blusa.

Ergui meu corpo para auxiliá-lo, e voltamos a nos beijar com loucura.

Toda tensão vivida até esse momento explodindo em forma de paixão.

Era uma necessidade quase vital estar assim com Edward.

Tirei a sua camisa e apreciei sua anatomia perfeita.

Ele era lindo. Perfeito.

Sempre fora.

Passei as mãos espalmadas por seu peito e desci até o cós da calça, desabotoando-a.

Ele gemeu baixo e começou a fazer o mesmo com minha calça.

Estávamos com pressa.

Quando as roupas não eram mais uma barreira, nos beijamos e nos acariciamos até o limite do nosso desejo.

Edward sabia exatamente como me excitar, em quais partes do corpo tocar, beijar, acariciar, morder...

E eu o conhecia perfeitamente também.

Juntos éramos perfeitos.

Quando ele me penetrou, não pude conter minhas lágrimas e quando ele me olhou, notei que chorava também.

Enxuguei suas lágrimas com beijos suaves e ele fez o mesmo com as minhas.

Meu peito parecia que ia explodir de tanta paixão. De tanto amor.

Eu tremia embaixo dele, gemia e suspirava e o meu prazer alimentava o seu.

_ Mais rápido, Edward._ Pedi em um certo momento.

Ele aumentou o ritmo das investidas, enquanto estimulava meu clitóris com os dedos e eu precisei morder os lábios para não gritar.

Existiam outras pessoas nessa casa que não precisavam saber o que estava se passando naquele quarto.

Quando o orgasmo chegou, nos beijamos febrilmente para abafar os gemidos.

Era maravilhoso estar com ele assim.

Era certo amá-lo.

Caímos exaustos um ao lado do outro e dessa vez ele me abraçou.

Deitei a cabeça em seu ombro e ele beijou meus cabelos, me apertando contra ele.

_ Agora você vai dormir. Suas filhas precisarão de você descansada, amanhã._ Ele disse baixinho enquanto acariciava meu cabelo.

_ Sim, senhor Cullen..._ Disse sonolenta.

Eu realmente precisava dormir.

Estava imensamente cansada, mas, pela primeira vez em muito tempo, sentia-se feliz.

As coisas pareciam que ia se acertar finalmente.

XXXXX

_ Ei... Bella acorda._ Ouvia a voz suave de Edward, me tirando lentamente do sono.

Abri os olhos devagar e o encarei. Seus olhos verdes me encaravam e eu sorri.

Mas foi só isso que eu tive tempo de fazer antes de sentir uma pontada no estômago e pular da cama, indo direto pro banheiro.

Edward me seguiu preocupado e segurou meus cabelos enquanto, mais uma vez, vomitava violentamente no vaso.

_ Isso não é normal. Preciso ir buscar seus exames no hospital. Alguma coisa não está bem._ Ele disse enquanto me ajudava a levantar e eu me dirigia para pia, na intenção de escovar os dentes.

Nesse momento me dei conta que estava nua e senti meu rosto esquentar de vergonha.

Peguei o roupão que estava no banheiro e o vesti, evitando qualquer contato visual.

Escovei os dentes e quando me virei ele estava bem atrás de mim e segurou meu rosto, me obrigando a encará-lo.

_ Tudo bem?_ Ele perguntou sério.

Eu meneei a cabeça e encostei-me a ele.

_ Estou com medo._ Disse baixinho.

_ Meu anjo, não é nada. Tenho certeza que os exames não acusaram nada grave e...

Ele achava que eu estava falando sobre os resultados dos exames que fiz antes de ir para casa de Carlisle, mas isso não me preocupava.

Não sabia bem o que aquelas dores de cabeça significavam, mas eu sabia que não era nada grave.

E quantos aos enjôos... Preferia pensar que era um bebê.

Mas eu estava com medo do que aconteceria hoje.

Finalmente conheceria meu bebê roubado.

Carlie.

_ Bella?_ Edward perguntou, preocupado com meu silêncio.

_ Eu estou com medo do que vai acontecer quando conhecermos nossa filha... E se ela nos odiar? E se não quiser ficar com a gente?
_ Calma, Bella. Eu sei que é difícil, mas ela é nossa filha, nós a amamos e tenho certeza que ela também sabe disso. Carlie deve estar ansiosa para esse reencontro assim como nós.

_ Tomara._ Disse baixinho, segurando-o firme. Precisava da sua presença, do seu apoio para suportar as próximas horas.

_ Vá se trocar. Minha mãe nos espera para nos levar até Rosalie.

Eu fui para o quarto e antes que ele saísse, uma dúvida veio a minha mente.

_ Sua irmã não vai nos criar problemas, não é?_ Perguntei preocupada.

Rosalie, de certa forma, foi a única mãe que Carlie conheceu. Tinha medo que ela se recusasse a me entregar minha filha.

_ Ela não se atreveria._ Disse secamente e saiu do quarto.

Pelo que conhecia de Edward, sua irmã seria bem inteligente se realmente não nos criasse problemas.

Tinha conhecido seu ódio e não desejaria que alguém, por pior que fosse, ficasse na mira desse sentimento.

Não era agradável.

Na noite passada, atravessamos um limite especial em nosso relacionamento.

Ontem, depois de muito tempo, fizemos amor.

Ainda podia sentir o toque suave dos seus lábios em minha pele.

Seu cheiro ainda estava em mim...

Sorri de leve e fui me trocar.

Hoje minha vida tomaria um novo rumo e eu, Edward, Renesmee e Carlie, e quem sabe outro bebê, seríamos, finalmente, uma família.

XXXXX

Eu olhava nervosa para o relógio a cada cinco minutos.

Estávamos a horas naquele maldito saguão e nada da Rosalie aparecer com minha filha, ou Esme voltar dizendo que podíamos vê-la.

Batia o pé com impaciência no chão, até que Edward segurou minha perna.

_ Acalme-se._ Ele pediu em voz baixa.

_ Não posso._ Disse visivelmente nervosa.

Alda estava com Renesmee em um museu próximo dali e eu não conseguia conter a ansiedade de saber que finalmente veria minha filha.

Preferimos manter Nessie longe em um primeiro momento.

Não havíamos lhe contado sobre a irmã e, segundo Esme, Carlie também não sabia.

Temíamos uma reação negativa por parte das duas.

_ Não pode encontrá-la nervosa assim, Bella. Vai assustar a menina.

Eu suspirei e me levantei.

_ Vou até o banheiro. Lavar o rosto e... Respirar. Já volto.

Fui andando pelo saguão do luxuoso hotel, onde me hospedara com Renesmee quando Edward nos encontrara e entrei no amplo banheiro.

Lavei meu rosto com água fria e encarei minha imagem no espelho.

Deus!

Como se acalmava um coração que não parava um minuto de pulsar freneticamente?

Como ficar calma quando se estava prestes a conhecer uma filha que até a pouco tempo, acreditava estar morta?

Respirei fundo tentando me acalmar e sai do banheiro, andando novamente em direção a Edward que estava parado no mesmo lugar onde o deixara.

Sua atenção estava voltada para algum ponto próximo às escadas e quando segui seu olhar, meu coração que já batia freneticamente, começou a pulsar na garganta.

Lá estava ela.

Pequenina entre Esme e Rosalie nos encarando com olhinhos castanhos curiosos e ao mesmo tempo assustados.

Senti lágrimas quentes escorrendo por meu rosto, enquanto eu a olhava.

Apertei as mãos de Edward em busca de apoio.

_ Carlie..._ Sussurrei emocionada.

Ela era idêntica a Renesmee.

Os mesmo cabelos, os mesmos olhos, a mesma pele...

Tudo exatamente igual.

Ela ergueu o olhar para encarar Rosalie e percebi que esta intensificou o aperto em seu ombro, como se quisesse, de alguma forma, impedir que Carlie se aproximasse de nós.

Um homem grandalhão estava parado um pouco atrás de Rosalie e eu conclui que esse deveria ser o tal Emmett.

Seu tamanho dava medo.

Mas isso tudo eu notei com minha visão periférica, porque 99,9% da minha atenção estava focada na figura delicada de Carlie.

Edward deu um passo a frente e eu o segui.

Aproximamos-nos lentamente, com receio de assustar nossa filha.

_ São eles, vovó?_ Ouvi sua voz suave se dirigindo a Esme.

_ Sim, querida. São eles.

Quando estava próximo o suficiente, me abaixei à sua frente e sorri.

Ela parecia incerta, mas retribuiu o sorriso.

_ Oi, Carlie..._ Disse com a voz trêmula.

Isso parecia tão estranho.

Ela era minha filha, oras. Tinha nascido de mim, eu a trouxera a luz.

Deveria ser mais fácil me aproximar dela.

Mas não era.

_ Oi..._ Ela respondeu baixinho.

_ Sabe quem eu sou?

Ela assentiu de leve.

_ Minha mamãe..._ Carlie sussurrou e em seguida olhou para Edward que ainda estava em pé e continuava a encará-la._ E ele é o meu papai.

A emoção de ouvir a palavra mamãe sair de sues lábios foi a maior que eu já senti em minha vida.

_ Posso abraçá-la?_ Perguntei hesitante.

Essa era minha maior vontade.

Precisava senti-la.

Torná-la real.

Ela olhou para Rosalie como se pedisse permissão e essa a segurou pelo braço.

Isso me irritou profundamente.

_ Solte-a Rosalie._ Esme pediu

Rosalie hesitou, mas depois de alguns minutos a soltou e Carlie veio diretamente para os meus braços, de onde jamais deveria ter saído.

_ Querida, meu amor..._ Eu sussurrava contra seus cabelos e a apertava em meus braços.

Ela era macia, suave e real.

Ela realmente era real e não fruto da minha imaginação traiçoeira.

Edward se aproximou e nos abraçou também.

Deus, como era bom senti-la.

Ficamos um tempo abraçados, até que Edward recuou e eu a soltei.

Ela me encarou com os olhinhos curiosos e acariciou meu rosto.

_ Você é mais bonita que na foto... E meu olho é igualzinho ao seu.

Eu sorri entre minhas lágrimas de emoção.

_ Você também é linda, Carlie.

Ela sorriu timidamente e olhou para Edward.

_ E você é um moço muito bonito, papai.

Olhei para Edward e nós rimos ao ouvir Carlie chamá-lo de moço bonito, assim como Renesmee fazia quando o conheceu.

_ Obrigado, bonequinha. Você também é linda.

Ela olhou para Rosalie e depois para Esme.

_ Não vou mais embora, não é? Agora eu tenho um papai e uma mamãe e eu sempre quis isso.

Encarei Rosalie e ela me olhava com ódio.

_ Não querida. Seu lugar é ao lado deles. Da sua família._ Esme lhe disse.

_ Ah, por favor, mamãe! Que família? Essa mulher não sabe nada sobre Carlie._ Rosalie disse mordaz.

_ Eu sei o mais importante Rosalie. CARLIE. É. MINHA. FILHA. E isso basta!_ Disse a encarando com ódio.

Ela não dificultaria as coisas.

Não mesmo!

_ Se pensa que...

Nesse momento, Renesmee entrou correndo no saguão, vindo até nós e impedindo Rosalie de terminar sua sentença.

_ Mamãe, papai, vocês nem sabem o que eu vi no museu... Uma...

Ela parou abruptamente assim que viu Carlie e a olhou com os olhos assustados.

Carlie também a encarava pálida e até mesmo Rosalie, parecia assustada com a cena.

_ Nossa... Tem outra eu?_ Nessie perguntou depois de um tempo.

Eu respirei fundo e a encarei.

_ Nessie, essa é sua irmã, Carlie...

Ela olhou para Carlie por mais um momento e sorriu em seguida.

_ Minha gêmela?

Eu sorri.

_ Sim, querida. Sua gêmea.

Renesmee encarou Carlie e em seguida fez algo totalmente inesperado.

Puxou a irmã para um abraço, emocionando a todos que assistiam a cena.

Encostei a cabeça no ombro de Edward, sem disfarçar minhas lágrimas e ela passou a mão pela minha cintura, me mantendo próxima a ele, tentando conter as emoções.

_ Você não morreu._ Renesmee disse entre os cabelos da irmã, que finalmente ergueu os braços para abraçá-la.

Olhei para Esme e ela também chorava assistindo a cena, assim como Alda que estava afastada, mas não tirava os olhos das meninas.

Minhas meninas.

_ Que cena mais linda. Porque não me convidaram para a reunião de família?

Senti um frio mórbido ao ouvir a voz de Carlisle bem atrás de mim e meu primeiro pensamento foi que eu precisava proteger minhas filhas dele.

A qualquer custo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?!?
Espero que tenham gostado, pq esse capítulo deu muito trabalho para escrever...
Comecei umas quinhentas vezes, mas nunca ficava bom...
O reencontro entre mãe e filha foi emocionante e eu realmente não achei outra forma de fazer isso...
Carlisle agora sabe sobre Carlie e isso, com certeza não é nada bom...
Tentarei postar a continuação o mais rápido possível...
Comentem pessoal... Quero comentário até dos leitores fantasminhas agora...
rsrsrsrs
E aproveito para agradecer aos leitores fiéis, que deixam seu comentário religiosamente...
Saibam que eu leio tds...
Obrigada a quem recomendou a fic...
Beijos no coração...
E é claro, não deixem de recomendar a história...
Vamos negociar?
Recomendações pelo novo capítulo?!?
rsrsrsrs
Beijos e até o próximo!!!