Not Strong Enough escrita por Adams


Capítulo 31
Capítulo Trinta


Notas iniciais do capítulo

Não sei o que falar hoje... Não tô com muita vontade de ficar tagarelando... Milagre!
Então, sei lá, aproveitem o capítulo e não mandem assassinos profissionais até a minha linda casa porque eu não quero sujar de sangue meu quarto recém-reformado. :D
Humm, pra quem quiser, escute Watch Over You, da banda Alter Bridge. A letra combina com esse capítulo em especial. E o link é da música acústica, linda na minha opinião. :D
Link: http://letras.mus.br/alter-bridge/1069813/traducao.html
Link: http://www.youtube.com/watch?v=ICjAN69R6Rk
Nos vemos nas notas finais.
Ahh, se tiver algum erro no capítulo, me avisem. Preguicinha de revisar bateu...



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Capítulo Trinta

Respirei fundo, controlando o burburinho desconexo em meus pensamentos. A realidade era simples: eu não sabia o que fazer. Enquanto uma parte de meu ser implorava para acabar de uma vez por todas com a maldita distância que nos separava, a outra gritava o quanto as circunstâncias tinham mudado.

Cameron parou de correr assim que chegou à minha frente, tomando-me nos braço e apertando meu corpo ainda não totalmente recuperado, com o máximo de força que conseguia, como se eu fosse uma miragem e tão logo sumiria de sua vista, como se nunca tivesse existido.

Abafei um gemido de dor, devido à dor provinda de um dos hematomas ainda não curados.

Cameron me soltou, sem jeito, como se não imaginasse que os machucados ainda doíam, enquanto eu nada mais fiz do que esfregar a região esquerda de meu corpo, onde localizava-se minhas costelas e uma grande mancha roxa que mapeava minha pele.

- Lea... eu... Eu estava tão preocupado! – Ele abarcou meu rosto com as mãos, cravando seus olhos agora de um profundo tom de azul, nos meus, duas orbes de prata líquida. – Quando fiquei sabendo do acidente... Droga, eu saí desesperado de casa! E procurei por toda Las Vegas um hospital em que você poderia estar, pra saber então que você estava na verdade em hospital na nossa antiga cidade... Mas você já tinha recebido alta, já tinha até saído da casa dos seus pais quando fui te procurar... – Ele soltou uma risada seca e sem humor, nervosa e desesperada demais para ser descrita. – Então eu acabei pegando no sono, quando sentei lá no sofá de casa mesmo...  E depois eu te liguei – ainda tentei te ligar a pouco -, mas você não me atendeu. Por que você não me atendeu, Lea? – Cameron lançou-me um olhar perdido, implorando por uma resposta, prestes à desmoronar.

Instantaneamente senti-me horrível por não ter dado notícias nenhuma à Cameron, e aquele mesmo sentimento de que tudo começava á ruir tomou posse de meu corpo. Senti vontade de chorar.

Por impulso, simplesmente envolvi meus braços em torno de Cameron, ignorando as pontadas de dor e o abraçando com toda a força que conseguia, controlando as lágrimas que ameaçavam fugir. Os braços de Cameron lentamente me envolveram, enquanto com uma mão afagava meus cabelos e a outra massageava minhas costas por cima da camiseta.

- Desculpa. Desculpa mesmo... Eu... eu só preciso de um tempo – murmurei com a voz quebrada, sentindo instantaneamente os músculos de Cameron se tencionarem enquanto me separava dele. – Preciso de um tempo para conseguir por no lugar tudo o que está bagunçado, um tempo para pensar, pra me dedicar à faculdade e ao meu novo trabalho... Eu preciso de um tempo de tudo o que não é 100% na minha vida.

Cameron me olhou, resignado, com os olhos contornados por grandes olheiras que manchavam a pele pálida.

- Justo – Cameron disse com desgosto, fixando seus olhos nos meus ao ponto de fazer-me sentir como se os perfurasse com o olhar, como se pudesse ler cada micropartícula de minha alma. – Mas você realmente acha que não sou uma constante na sua vida? Mesmo depois de tudo o que passamos juntos? – Ele indagou, com o olhar triste, quase desapontado, quebrando meu coração mais do que ele podia estar.

- Não depois que você terminou comigo sem nem sequer perguntar o que houve para eu ter de sair correndo antes da sua apresentação. Eu te pedi desculpa, mas você nem sequer me deixou falar. Sabe aquela artista que eu admirava quando menor? Ela me ofereceu um emprego – disse, com minha voz soando trêmula, até mesmo infeliz.

Cameron me olhou por um momento, sem reação.

- Mas sabe, não quero que você se penalize de forma alguma por qualquer coisa que me disse naquela noite. Eu entendo o que você me disse, Cameron, realmente entendo. Acho que eu até esperava uma reação semelhante – soltei uma risadinha sem graça, tentando amenizar o clima -, acho que até mesmo eu teria dito algumas coisas parecidas. Mas não importa mais, é apenas o passado. – Meus lábios instantaneamente esboçaram um sorriso, que não chegava à meus olhos. Um sorriso triste, quebrado. – Antes você precisava de um tempo, agora sou em quem precisa.

Cameron me olhou por um momento, sem reação, e eu sabia que a profusão de pensamentos que se sucedia em sua cabeça deveria ser desconcertante. Eu passara pela mesma coisa quando ele disse palavras semelhantes.

- Até algum dia Cameron. Espero que nos vejamos novamente... – Forcei-me à esboçar um sorriso digno, mesmo que por dentro meu coração se partisse em pedaços cada vez menores.

Virei-me pronta para ir embora, andando calmamente até o carro, mas então senti uma mão segurar meu pulso, impedindo-me de continuar.

Lentamente, virei-me novamente em direção à Cameron.

- Leana, não podemos terminar assim...

- As coisas entre nós já haviam terminado à muito tempo. E eu sinto muito por não ter feito nada para mudar. Por não ter lutado mais por nós... – Olhei em seus olhos, transpassando uma sinceridade que não incumbia a mim, ou a qualquer outro. Os olhos de Cameron transpareciam uma tristeza que vinha de algum lugar profundo demais para se compreender. – Eu sinto muito. – E sem mais esperar por resposta, soltei-me de Cameron, onde seu toque parecia queimar, e entrei no carro, o mais rápido que pude, mesmo parecendo que meus passos não andavam tão depressa quanto deveriam.

Quando passei por Cameron, vi apenas o rascunho de um homem quebrado.

Acelerei o carro pelas ruas, como se assim extravasasse toda a carga emocional que se acumulava em meu âmago.

Quando cheguei até a irmandade que até então morava, sentia-me eletrizada, e como em um campo de força, a primeira pessoa que se aproximasse demais iria acabar queimando-se.

Fui em direção ao meu quarto, cumprimentando aquelas pessoas que conhecia, e quanto o resto... simplesmente ignorei.

Abri a porta do que até então seria o meu quarto, logo de cara vendo Lucy mexendo em alguma coisa no computador, à qual parou instantaneamente assim que pus meu pé para dentro do cômodo.

- Oi... – Disse incerta, caminhando até minha cama e pegando a mochila que havia deixado, ajeitando-a sobre o ombro.

Pensei em dizer qualquer outra coisa para Lucy, algo legal ao menos, mas nada saía, e quando voltei à realidade, simplesmente senti os braços de Lucy ao meu redor, enquanto murmurava frases desconexas.

Afaguei suas costas, sem saber ao certo como proceder em uma situação assim.

- Hey, hey, Peixinho Gordinho, te acalma. Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem... – Murmurava, quase em tom de riso.

Ela me soltou, com os olhos vermelhos como se quisesse chorar.

- É Panda Fofinho – Lucy riu. – E ah!, Lea, você passou por tanta coisa e eu aqui quase chorando só porque não terei mais minha amiga pra encher o saco quando estiver com insônia.

- Hey, somos da mesma operadora. Pode me ligar quando quiser, a chamada é de graça. – Tentei sorrir, demonstrar o mínimo que fosse de confiança.

Lucy revirou os olhos, e tenho certeza que mentalmente me chamava de “idiota”. Quase ri com isso.

- Vou sentir falta da minha colega de quarto.

- Lucy, eu não vou embora para outro país. Só vou ir morar em outro lugar, tá?! – Disse com graça, quase recebendo um tapa pelo gracejo. Mas antes que Lucy pudesse abrir a boca, passei um de meus braços por seus ombros. – Também vou sentir sua falta, baixinha – disse-lhe, sorrindo.

Lucy revirou os olhos, de novo.

- Você é mais baixa que eu, Leana. Não se esqueça. – E riu.

- E não se esqueça que sábado você está intimada à ir almoçar comigo no apartamento novo, pra estrear. – Sorri.

Lucy apenas meneou a cabeça, olhando-me com reprovação enquanto quase ria.

Caminhamos assim até a saída, porém antes que pudéssemos abrir a porta, Meredith o fez por nós, olhando-nos daquele mesmo modo desdenhoso que era seu habitual.

Ela empinou mais o nariz.

- Foi uma pena o acidente – disse desgostosa, apenas para provocar-me.

Ah!, Meredith com certeza se aproximou demais do campo de força...

Sorri-lhe, sentindo um brilho psicótico invadir-me de dentro para fora, em uma chama tão intensa quanto o brilho da explosão de uma supernova. Eu estava tão cansada de tudo!... E todos.

- Meredith, eu tenho um grande remorso de não ter te convidado. Assim, quem sabe, o Diabo fosse misericordioso e te arrastasse para o Inferno junto com suas amiguinhas. – Sorri mais ainda, sentindo uma felicidade passageira por imaginar, mesmo de forma cartunesca, a imagem tão nítida em minha mente de Meredith sendo arrastada para o Inferno.

Passei ao seu lado, trombando propositalmente em seu braço, enquanto o olhar que ela dirigia à mim se tornava quase assombrado.

- E ah!, se você é tão imatura à ponto de brigar comigo constantemente apenas por um garoto que te largou porque a “amiga” aqui havia se distanciado, fique feliz ao saber que ele e eu acabamos. Mas que ele nunca ficará com você sem pensar na melhor amiga... Lindo, não?! – Sorri, sarcástica, dando um pequeno aceno em forma de adeus à Lucy enquanto ia em direção ao carro, porém antes que atravessasse a porta do motorista, parei. – Ah!, Meredith, seu processo contra mim foi negado. Aparentemente, não é muito bom se meter com a filha do advogado mais influente do país. – E com outro sorriso igualmente frio, dei partida no carro, cantando pneus enquanto minha mochila jogada no banco do passageiro desajeitadamente corria livre pelo banco.

Enquanto Meredith ainda empunhava seu olhar causticante em minha direção, quase quebrado.

Mas naquele momento eu não me importei, apenas acelerei ainda mais o carro, com um destino em mente traçado. E quando avistei o prédio cinza... Senti-me de certo modo aliviada.

Estacionei rente ao meio-fio, ligando o alarme enquanto corria pela escadaria que dava ao terceiro andar. Bati algumas vezes na porta do apartamento desejado, sentindo-me desmoronar exatamente como fizera poucas horas antes, porém agora eu sentia que não haveria Cameron como base para mim. Não mais.

A porta, instantes depois, abriu-se, revelando à fisionomia conhecida de Matthew, que me olhou sorrindo, para tão logo seu semblante tornar-se preocupado.

- O que foi Lea? – Indagou-me cautelosamente, abrindo passagem para que eu adentrasse o apartamento requintadamente decorado em estilo moderno.

- Queria saber se você tem uma garrafa de Talisker 10 anos pra dividir comigo. – Sorri-lhe. Definitivamente, não tinha como melhorar meu dia.


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Notas finais do capítulo

Se estiver de bom humor, posto no final de semana. E se não estiver estressada com o meu projeto porque meus colegas são uns putas de uns incompetentes, mas ano que vem eu troco de turno e eles vão se ferrar. Linda perspectiva de vida... :)
Gente! Bem provavelmente que NSE não tenha muito mais capítulos, porque as coisas estão indo definitivamente para sua reta final. Mas... fazer o quê, é assim a vida. :/ Mas ainda temos algumas emoções pela frente. =)
Bemmm, deem uma passadinha e Psicose, gente! Não tem nada ver com NSE, mas quase não tenho leitores(as) lá. :)
Link: http://fanfiction.com.br/historia/282658/Psicose
Bem, acho que é só. Até o próximo.



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