Como de costume, as ruas mais a norte de Cila encontravam-se vazias. Todos os habitantes concentravam-se à beira-mar, principalmente numa noite tão agradável como a presente. Desta vez, algumas ruas encontravam-se praticamente às escuras, possivelmente derivado de algum mau contacto. A névoa densa já cobria as calçadas e o silêncio era absoluto, nem um único carro era escutado ao longe. Sem dúvida que aquelas ruas eram óptimos locais para emboscadas. Érica realmente tivera atenção e chegara a uma boa conclusão. No entanto, já alguém antes dela tinha decifrado este mistério… A metamorfo, Carlota, já se
encontrava por lá e como era óbvio, já tinha a criatura que tanto procuram sob mira. Sempre tivera facilidade em seguir rastos e encontrar o que deseja. Já há cerca de uma hora que anda a perseguir disfarçadamente aquela besta só para ver e estudar os seus movimentos. Carlota sempre gostara deste tipo de jogo… Podia já há muito tempo ter alcançado e capturado a criatura, mas preferia que esse processo demorasse um pouco mais, pelo menos até ela já ter feito a sua análise por completo. Nesta hora que tinha decorrido pouco ou nada novo aprendera. A criatura apenas se deslocava pelas sombras, de rua para rua, à procura de uma
vítima. Parecia não reagir a nada, nem ter nenhum tipo de emoção, completamente destrutiva. Isso agradava Carlota e foi por isso que até agora ainda não tinha feito nada. Ela queria ver aquele monstro atacar alguém, estava curiosa por ver como ele conseguia causar tal estrago nas vítimas como os que tem feito até ao momento. A metamorfo durante os seus anos no mundo das trevas, já conhecera muitas criaturas, como lobisomens, demónios, wendigos, seres mágicos, seres lendários, vampiros, etc… Mas nunca tinha visto nada parecido com aquela se encontrava uns bons metros à sua frente. Não fazia a mínima ideia, mas era sem dúvida um descendente das trevas… Carlota não acreditava que ainda existissem descendentes da luz. Toda a sua vida só se tem cruzado com o contrário e nunca ninguém viu ou ouviu falar de outra coisa. Para ela fazia sentido, uma vez que só os melhores é que podem ficar e claramente, o lado em que ela está é o mais forte e consequentemente, o melhor. Naquele momento ela pensou que se calhar o melhor que tinha a fazer era pegar no monstro, levá-lo até beira-mar e assistir enquanto ele mutilava todas as pessoas. Era sem dúvida um momento glorioso para ela. Foi então que se começaram a ouvir uns passos a aproximarem-se. Uma senhora de meia-idade vinha a caminhar naquela direcção, possivelmente a dirigir-se para casa. Carlota manteve-se escondida e pode observar que a criatura também já tinha percebido que vinha aí alguém e estava a preparar-se para atacar… O que Carlota queria, ia finalmente acontecer!