Night Watchers - Primeira Temporada escrita por MS Productions


Capítulo 61
O Começo (Vol. 6) - Capítulo 4




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   O dia de aulas chegara ao fim e afinal, nem tinha custado assim tanto à jovem Melissa… Sentia-se bem consigo própria, tinha conseguido fazer amigos logo no primeiro dia. Estes, mostraram-lhe a faculdade ao detalhe e era realmente impressionante como aquele espaço era grande e moderno. Os funcionários eram bastante prestáveis e os professores muito bons… Não que a jovem ligasse muito a isso, mas apenas era algo que acrescentava às qualidades da universidade.

   Quando chegou a casa verificou que ainda estava sozinha, também o seu pai e a sua madrasta tiveram o primeiro dia de trabalho na nova vila e ainda não tinham regressado. A rapariga vinha muito animada. Além de o dia ter corrido bem, já tinha criado planos com os seus novos amigos… Melissa ia ter a sua primeira noite em Cila para se divertir. Ela, juntamente com Camila, Ísis, Leonardo e Filipe, tinham combinado encontrar-se depois do jantar para irem dar uma volta até aos bares, na zona costeira. Até ao momento, não tinha chovido mais, talvez a noite conseguisse manter-se assim… Independentemente disso, Melissa sabia que estava prestes a ter uma noite divertida. Gostara bastante dos seus novos amigos. Parecia ser um grupo interessante… Todos tão diferente uns dos outros, mas interagiam muito bem entre si.

    Depois de ter entrado, a jovem entrou na sala de estar e atirou a mala para cima do sofá. Não tinha nada para fazer, então decidiu ver um pouco de televisão… Antigamente podia-o fazer no seu próprio quarto, mas agora as coisas tinham mudado. Havia apenas uma televisão e ela encontrava-se na sala. A jovem sentia-se cheia de energia e queria gastá-la, mas não sabia como. A televisão era apenas um meio para se distrair…

   Sentou-se no sofá, suspirou e pegou no comando… No momento em que ia a carregar na tecla para ligar, partiu-o. Ou melhor, literalmente desfez a pequena caixa preta. Melissa não sabia como tinha feito aquilo, mas ficou aborrecida… Perdeu a vontade de ver televisão. Certamente aquele comando não estava nas melhores condições e ainda ninguém reparara. A jovem decidiu deixar o que sobrou dele em cima de uma pequena mesa existente ao lado do sofá. Quando o fez, reparou em algo que era novo… Um candeeiro em tons de laranja. Curiosa, a jovem pegou nele e mais uma vez, partiu a peça. Assustada e de um modo apressado, a jovem voltou a colocar o candeeiro dividido em dois em cima da mesa, apenas para parti-la e espalhar tudo pelo chão. Algo não estava certo e a jovem sentia-se estranha, acelerada… Não conseguia compreender como fizera aquilo, estava cheia de força, na realidade até demais.

   Melissa saiu da sala a correr e foi para o seu quarto. Depois de lá estar tentou acalmar-se… Achava que era disso que precisava. Foi aí que pensara com clareza no que acabara de acontecer… O material só podia estar danificado, ou ser de muito má qualidade. Nada partia-se assim com tanta facilidade, não nas mãos dela. Além disso, não usara esforço nenhum para pegar nos objectos, portanto era impossível aquilo acontecer. A jovem sentiu-se melhor. Toda aquela adrenalina já a estava a fazer pensar em coisas que não existiam. A rir-se de si mesma, decidiu fazer um teste… Dirigiu-se até à mesinha de cabeceira para pegar no seu frasco de perfume para comprovar a sua teoria. Assim que o fez, a garrafa de vidro partiu-se e o perfume espalhou-se, libertando um odor intenso e incomodativo.

   Melissa ficou pasmada a olhar para a sua mão… Afinal era ela. Naquele momento, a jovem não conseguia compreender nada. Algo estava errado consigo. Bastante errado…

   Uma porta bateu e a rapariga despertou. Automaticamente pegou nos cacos e escondeu na gaveta. Estava tão nervosa que pegou também no despertador e meteu lá para dentro. E nada aconteceu… O despertador não se tinha partido na mão dela. Desorientada, voltou a pegar nele e nada acontecera… Parecia que o efeito tinha passado e tudo estava estabilizado. Fosse o que fosse, Melissa rapidamente fora obrigada a esquecer, assim que ouvira um grito…

Clara - MELISSA?

A sua madrasta tinha chegado a casa e fora à sala…

*

   Já nada fazia sentido… Os seus ataques de pânico tinham piorado como nunca antes e as alucinações, ou assombrações, eram agora constantes. Nem nas poucas horas que dormia a jovem Vanda Faria conseguia ter descanso. Até nos sonhos era atormentada, perseguida e finalmente apanhada… Sempre pelo mesmo, algo que parecia humano, mas não tinha rosto. Tudo isto estava a dar cabo dela… A única coisa que concluíra, foi que ninguém a poderia ajudar. Não havia esperança. O seu desespero tinha tomado proporções exorbitantes. Mesmo que quisesse explicar aos seus pais a nova razão do seu terror, não valia a pena… Ninguém acreditaria nela, apenas diriam que tudo era fruto da sua imaginação. Então, a jovem tomara uma decisão muito importante… E de uma forma estranha, estava cheia de coragem para a pôr e prática.

   Antes da hora de jantar, Vanda dirigiu-se até à casa de banho para tomar o seu banho habitual… As lágrimas escorriam-lhe pela cara, mas mesmo assim, tinha um ar decidido. Encheu a banheira, tirou as suas roupas e devagar, meteu-se lá dentro. A jovem estava tão concentrada que nem sentia a água a cobrir o seu corpo. Olhou para lado, onde tinha todos o seu shampoo e gel de banho, e lá estava a sua solução para os problemas… Uma pequena lâmina. Vanda Faria ia acabar com a sua vida.

   À medida que procedia, quase que tinha a certeza que estava a ouvir uma voz ao seu ouvido. – SIM… – Eram as palavras que tinha a sensação de escutar, palavras que a encorajavam. Vanda respirou fundo… Era aquele o momento em que ia ver-se livre de todos os problemas. Pegou na lâmina e com coragem, cortou profundamente ambos os pulsos… Sangue vertia para a água enquanto a jovem deixava cair os braços. Rapidamente começou a sentir-se fraca e tudo começou a rodar… Sentia tudo a afastar-se e conseguiu soltar um pequeno sorriso de alívio… Mas algo estava a mudar. Vanda conseguir focar o mínimo de atenção que tinha e viu algo que a deixara novamente em pânico. Teve vontade de sair dali, mas não conseguia, não tinha força. Dentro da água, um líquido completamente diferente parecia estar a mover-se como se tivesse vida. E dirigia-se a ela, tentava cercá-la. A expressão de terror na cara da jovem, mostrava o quanto ela se tinha arrependido do que acabara de fazer… Mas era tarde demais para voltar atrás.

   O estranho líquido preto, começou a deslizar pela superfície da água, até à sua cara… Num instante, entrara dentro da jovem, pelo nariz, boca e olhos. Por uns segundos, Vanda teve várias convulsões e finalmente o seu corpo relaxou.

   A jovem parecia estar consciente… Mas estava no escuro, completamente sozinha… Parecia não ter acesso ao seu corpo, mas sabia que estava presa nele. Apenas não o comandava mais. Algo estava no seu lugar e Vanda ouvia-o… – CONSEGUIIIII… FRACA! – A rapariga não compreendia como é que aquilo era possível, mas percebera o de imediato o que acabara de acontecer…

   Do lado de fora, o seu corpo estava a começar a dar sinais… Os seus olhos abriram-se, completamente negros e terroríficos e um leve sorriso surgiu-lhe nos lábios. Apenas não era ela, Abaddon comandava-o… O demónio poderosíssimo possuíra Vanda.


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