Night Watchers - Primeira Temporada escrita por MS Productions
Em Cila, os últimos a fechar as portas eram os bares e discotecas. Todas as madrugadas vários jovens tomavam os seus caminhos para casa, quando já ninguém andava pelas ruas. Àquelas horas, a vila nem parecia a mesma… Toda a vida, energia e cor desapareciam e davam lugar a um silêncio absoluto e a um vazio total. Tendo em conta a elevada criminalidade em Cila, eram poucos os que se aventuravam a caminhar em certas zonas da vila.
Naquela madrugada de fim-de-semana, dois jovens amigos iam a caminho de casa bastante divertidos pela noite que tiveram e pelos copos que beberam… Ambos caminhavam um pouco embriagados. Entretidos, vinham a comentar vários acontecimentos da noite…
– Literalmente, passei a noite com ela! – Exclamava para o amigo que dava gargalhadas. – O quê? Ainda estás a fim dela? Chega a segunda-feira ela vai ver-te na faculdade e vai voltar a não falar-te! – Respondia com algum sarcasmo.
– Depois desta noite? Garanto-te que agora é que ela está caída por mim! – Gabava-se com certezas do que estava a dizer.
– Dizes sempre o mesmo! Ela gosta é de baralhar-te as ideias! – Concluía, enquanto empurrava-o na brincadeira. Bêbedo, o amigo caiu para o lado.
– Então? – Perguntou indignado.
– Desculpa! Mas não tenho a culpa que o teu equilíbrio não esteja nos melhores dias! – Respondeu às gargalhadas enquanto ajudava-o a levantar-se. De repente foi escutado um som tenebroso…
– Ouviste isto? – Perguntou e largou o amigo. Este voltou a cair.
– O quê? Estás bêbedo! Agora caí outra vez! – Queixava-se, igualmente bêbedo.
– Parecia um rosnar… Vês algum cão? – O jovem olhava à sua volta e o som voltou a ser escutado. Desta vez, também o seu amigo ouviu.
– Não, não vejo! Mas ouvi também! Vamos sair daqui… - Subitamente, o rosnar foi mais forte e ambos os amigos olharam para cima… Num dos telhados estava algo hediondo e monstruoso. Assim que foi avistado, saltou para o chão, ficando frente aos dois rapazes. Estes rapidamente tentaram recompor-se, mas o terror estava espalhado na cara dos dois jovens…
A criatura que ali estava de olhos vermelhos, parecia algo idêntico a um animal, uma enorme besta. As suas pernas eram esguias e altas, o seu corpo esquelético e com alguns pelos esbranquiçados. Possuía quatro braços, dois deles normais e outros dois compridos e fortes, chegando até ao chão. No entanto, as quatro mãos eram revestidas por garras afiadas. Na sua cara, ou focinho, as suas presas eram salientes e a ausência de nariz tornavam-no particularmente numa aberração… Com um grande rugido, ergueu a cabeça para os rapazes e fez-lhes frente. Estes, em pânico, começaram a correr para salvarem-se. Em vão… Num pequeno espaço de três segundos a criatura alcançou o jovem que falava da sua ardente paixão. Num movimento monstruoso, lançou as suas garras, arranhado profundamente as costas rapaz… O outro parou e olhou para trás. A criatura estava a devorar o seu amigo. Aterrorizado, nem teve tempo para gritar, começou novamente a correr. Mas o monstro não estava satisfeito… Queria os dois. Então, parou o que estava a fazer e decidiu persegui-lo.
O jovem corria arduamente e ia olhando para trás. A um certo momento, parou… Já não estava a ser seguido. A tremer, tirou o telemóvel do bolso, ia fazer uma chamada para as autoridades locais. Assim que se virou para a frente nem teve tempo de reagir… A criatura estava parada, fixada a olhar para ele. Com um dos braços normais, furou a barriga do rapaz de um lado ao outro. A força da besta era grande e tudo aconteceu tão rápido que o jovem nem teve tempo de reagir… A sangrar da boca e da ferida mortal que possuía, o rapaz tombou no chão, a perder a vida.
Vitorioso, o Wendigo gritou… Ia ter uma boa refeição.
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