Night Watchers - Primeira Temporada escrita por MS Productions


Capítulo 58
O Começo (Vol. 6) - Capítulo 1




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   O fim-de-semana significava algo muito importante… Descanso. Muitas pessoas folgavam neste dois dias e usavam-nos para lazer. Claro que para os jovens simbolizava liberdade. Estes dois dias eram sagrados por não haver aulas. Tendo em conta que os dias em Cila tinham tendência a serem paradisíacos, as praias costumavam encher, assim como as ruas e estabelecimentos. Para adicionar, muitas pessoas de fora visitavam a vila nestes dois dias, a sua beleza deixava qualquer um a querer frequentá-la. Talvez se tivesse noção dos perigos existentes, Cila não seria tão povoada.

   Infelizmente, o tempo não estava no seu melhor. Desde cedo que a chuva não parava de cair. Os habitantes já estavam preparados…Os meteorologistas tinham previsto aquele dia. Todos os planos de praia foram cancelados. Inclusive os de Melissa, Ísis e Leonardo. Uma vez que foram avisados do clima, mudaram de ideias e combinaram passar a tarde com Érica, para uma sessão de pesquisa e novos planos.

   Ao chegaram a casa da Night Watcher, Rodrigo abriu-lhe a porta com um sorriso convidativo. Também ele folgava aos fins-de-semana.

Rodrigo - Boas tardes!

Cumprimentou-os Rodrigo.

Melissa - Olá Rodrigo!

Ísis - Olá!

Responderam as jovens, com simpatia.

Leonardo - Pronto para uma tarde cheia de pesquisa?

Perguntou ao Rodrigo, enquanto entravam na casa. Leonardo trazia a sua mão engessada, ainda a recuperar do confronto que tivera no beco há uma semana atrás.

Rodrigo - Com este tempo? Sem dúvida!

Afirmou com sinceridade. Assim que entraram viram logo a Night Watcher sentada à mesa com a cabeça enfiada num livro…

Melissa - Então Érica? Começaste sem nós?

Disse a rapariga em tom de brincadeira, desconcentrando Érica.

Érica - Oh, olá! Estava tão entretida…

Respondeu alegremente.

Ísis - Nós reparámos!

Érica - A Camila não quis vir?

Perguntou intrigada. Érica tinha avisado que se quisessem, podiam trazer a jovem Camila. Não que servisse de muito, mas a rapariga sabia tanto como Melissa, Ísis e Leonardo. E em raras ocasiões, até conseguia ser útil.

Melissa - Achas mesmo que nós a convidámos?

Perguntou admirada.

Leonardo - Sim, para estarmos a ouvir reclamações o tempo inteiro, não vale a pena! Além disso se vamos fazer pesquisa precisamos de silêncio!

Disse o jovem, a defender Melissa.

Érica - Como quiserem! Pessoalmente, acho que ela anda mais calma…

Melissa - Isso é porque não a tens de ver todos os dias!

Queixava-se a jovem, que já há dez meses tinha chegado a Cila e ainda não vira alterações em Camila.

Ísis - Ela sempre foi assim… Há pessoas que não mudam!

Rodrigo - Por muito entusiasmante que é este tema, não devíamos focar-nos no que realmente temos a fazer?

Perguntou com um leve sorriso, para não parecer muito rigoroso.

Érica - Isso é que é dedicação… Devia desaparecer mais vezes para assumires o controlo!

Respondeu a Night Watcher na brincadeira.

Rodrigo - Não digas isso!

Érica - Admite lá que não foi empolgante assumir o cargo durante um tempinho…

Continuava a brincar.

Ísis - E esteve muito bem… Nunca pensaste em tentar ser um Night Watcher, Rodrigo?

Perguntava inocentemente.

Rodrigo - Por acaso não… Mesmo que tivesse pensado, por esta altura ainda estaria a aprender!

Érica - Talvez não! Como já entravas mais tarde, terias outra capacidade de aprendizagem! Penso que mais rápida!

Explicava a Night Watcher…

Rodrigo - Estou bem assim! Não sou um Night Watcher mas quase que vivo como um!

Exclamou naturalmente.

Leonardo - Quem me dera ser um!

Admite o jovem Leonardo, com um ar sonhador.

Érica - Quem sabe um dia…

Advertiu. Tudo era possível.

Melissa - Acho que a parte mais engraçada disto tudo é o modo como abordamos o assunto! Parece que isto já faz parte das nossas vidas!

Exclamava Melissa pensativa.

Ísis - E não faz?

Perguntou com um ar confuso.

Melissa - Não é isso… Agora lidamos com estes problemas de uma forma muito natural! Pensem… Falamos acerca de demónios e outras criaturas, lutamos contra eles, salvamos o dia! Fazemos parte de algo maior e já nos acostumamos!

Explicava orgulhosa…

Melissa - Todos estamos bem! A Érica tem quem a ajude, o Leonardo tem mais coragem que nós todos juntos… Tu, Ísis… Tens a Magia. Agora, faz mais parte da tua vida do que nunca antes. E eu tenho os meus dons e cada vez mais, aprendo a viver melhor com eles. Continuo sem saber de onde vêm, mas o que é que isso interessa? São úteis!

Referindo-se à sua extrema força e incrível velocidade e resistência.

Érica - Tens toda a razão! Vocês evoluíram muito num curto espaço de tempo!

Afirmou a Night Watcher com um largo sorriso.

Ísis - Por muito medo que ainda tenha, no final sabe muito bem poder ter ajudado!

Confessa a jovem bruxa.

Melissa - É, não é? Lembram-se do inicio? Quando descobrimos este novo mundo? Lembram-se desses dias?

Perguntava entretida, enquanto todos relembravam os primeiros dias que descobriram tudo acerca dos Night Watchers, os dias em que Melissa chegara a Vila Cila…

10 Meses antes…

   Era fim de tarde quando o carro finalmente parou à porta de uma pequena casa… Ao vê-la não conseguiu deixar de mostrar o espanto que sentira, aquela nem era metade da sua antiga moradia. Na verdade não se importava muito pois não precisa de tanto para viver. A única coisa que a deixava aborrecida era o facto de terem mudado de um continente para uma ilha, longe de tudo ao que estava habituada. Durante a viagem, Melissa Monserrate não falara uma única vez… Todo o caminho veio envolvida em pensamentos, nostálgica por ter de deixar a sua vida e começar uma nova apenas porque as condições financeiras estavam a ficar negras. A ideia fora da sua madrasta, com quem não tinha uma boa relação, mas o que a magoou mesmo foi o facto de o pai ter aceitado a proposta. A jovem ficara um pouco chateada com a mudança de casa, que tanto recusou.

   À primeira vista, a Vila Cila até parecia ter algum encanto e possuir uma beleza diferente. Onde antes morava, tudo era muito cinzento e muito urbanizado. Mas a jovem Melissa já estava acostumada. Cila tinha mais cor e alegria. No entanto, para uma vila situada numa ilha, também estava bastante urbanizada. Possuía quase tudo o que uma cidade tem para oferecer… A jovem tinha pesquisado acerca de Cila, antes de sair da sua antiga casa.

   Assim que saíram do carro, Melissa respirou fundo… Ali, o ar parecia ser mais leve, mais puro. O cansaço que sentia da longa viagem, transformou-se numa enorme energia revitalizante. A jovem até sentiu uma leve tontura e ficou surpreendida.

Vasco - Estás bem Melissa?

Perguntou o seu pai… Tinha reparado na reacção da filha.

Melissa - Sim! Apenas estou farta de transportes…

Respondeu em poucas palavras. Desde que tinham partido aquela era a primeira vez que a jovem abria a boca para dizer algo.

Vasco - Parece que por aqui não irás precisar muito deles!

Exclamou na brincadeira, com a esperança de animar um pouco Melissa. Mas não resultara… A jovem não se riu.

Clara - É esta a nossa casa?

Perguntou a madrasta, enquanto olhava para a pequena casa.

Vasco - É pois! Parece estar numa boa localização…

Dizia Vasco Monserrate, olhando à sua volta.

Clara - Parecia maior nas fotos!

Reclamava indirectamente. Clara Monserrate estava habituada a grandes luxos, também para ela, esta mudança não foi fácil. Mas a situação financeira em que se encontravam, obrigou-os a tomarem a decisão. Agora, a sua vida fora alterada e tudo ao que estava habituada, tornou-se impossível. Clara ainda não tinha a certeza se estava 100% pronta para este novo passo.

Melissa - Acostuma-te, porque agora é isto que temos!

Melissa não deixava escapar uma única oportunidade para dar uma boa resposta à madrasta.

Clara - Melhor que a situação em que estávamos! Ao menos podias estar grata? Tudo isto é para que possamos ter mais dinheiro para garantir-te um futuro! Pensei que já tivesses chegado a essa conclusão!

Tudo o que Clara dizia, soava como uma provocação para Melissa.

Melissa - Ai é? Então obrigado… Por terem feito com que o meu futuro ficasse para trás!

Referindo-se à sua antiga casa e amigos.

Clara - Estou cansada… Não quero discutir! Vasco, consegues explicar o que quero dizer à Melissa?

Perguntou enquanto pegava numa das malas.

Clara - E podes dar-me a chave?

Pediu com ar enfadado. Vasco Monserrate passou-lhe a chave e Clara avançou para a casa, deixando o marido e a enteada sozinhos.

Melissa - Esta foi a pior ideia de sempre…

Queixou-se a jovem.

Vasco - Não digas isso! Ela quer mesmo o teu bem! Tens de ser mais paciente… Estas discussões têm de acabar!

Disse de forma calma e compreensiva. Melissa encolheu os ombros…

Melissa - Será que podes dizer o mesmo a ela?

Vasco sorriu para a filha. Melissa tinha o feitio idêntico ao da sua mãe… Muitas vezes, falavam sobre ela. A jovem lamentava nunca a ter conhecido e Vasco expressava as saudades que tinha dela. Carla Monserrate, era esse o seu nome, falecera no momento em que Melissa nasceu, derivado a uma complicação no parto.

Vasco - Vamos fazer assim, vais dar uma volta pelo quarteirão, espairecer, conhecer a vizinhança enquanto eu e Clara fazemos a mudança. Quando voltares já teremos tudo pronto e assim será melhor para conheceres a casa… Talvez com tudo lá dentro pareça mais familiar!

Aconselhou o pai. Melissa pensou por uns segundos e finalmente respondeu…

Melissa - Ok… Pode ser! Mas não quero que ela mexa nas minhas coisas! Certifica-te disso!

Exclamou só para embirrar.

Vasco - Não sejas tola… Vai lá!

Exclamou a sorrir.

Melissa - Não demoro!

Avisou, à medida que afastava-se. Vasco ficou a observá-la e Clara regressou ao carro.

Clara - Onde é que ela vai? Um pouco de ajuda seria óptimo!

Vasco - Eu disse-lhe para ir conhecer as redondezas… Para desanuviar!

Clara - Bem, se acabarmos isto cedo fazemos o mesmo! Quero conhecer a vila, ao menos parece ser bonita!

Vasco - Concordo amor! Vamos despachar isto!

Exclamou, juntando-se à mulher para avançarem com o que tinham ainda por arrumar.

*

   Como em todos os outros locais no mundo, por muito belos que fossem, também existia tristeza, solidão e desespero na vila Cila. As razões eram várias… Desde psicológicas a físicas. Pessoas que sofriam perdas nas suas vidas, outras sempre preocupadas com a situação financeira, ou sem trabalho, outras com problemas familiares, ou desgostos amorosos, a lista parecia não acabar… Mesmo assim, todos faziam o seu melhor para continuar de cabeça erguida. Ou pelo menos tentavam…

   Em Cila existia um caso muito particular, o de Vanda Faria. Uma jovem muito bonita, de traços africanos. Aparentemente, parecia uma jovem comum como qualquer outra… Mas Vanda tinha uma pequena diferença, sofria de ansiedade. Muitas vezes tinha ataques de ânsia e ficava desesperada e assustada com tudo o que estava à sua volta. Nunca percebeu de onde veio esse problema, os seus pais já a tinham levado a um médico e depois de o diagnóstico ter sido feito, passara a tomar uns medicamentos aconselhados por ele. Desde então, a jovem ficara melhor e os ataques tinham quase desparecido por completo. Aí, sentiu-se nova e pronta para a vida… Tudo parecia fluir naturalmente, as suas notas subiram vertiginosamente e até arranjara um namorado. Até ao dia em que tudo desmoronara… O que na verdade, era um acontecimento normal, tudo na vida é apenas de passagem e assim como perdemos coisas, encontramos outras. No entanto, Vanda não estava preparada para tal… Então, quando a sua relação amorosa acabou, a jovem voltou a perder-se. Os ataques voltaram com severidade e nem os medicamentos estavam a ajudar.

   Nos últimos dias, a situação piorara bastante… Além dos ataques, a jovem começara a experienciar outro tipo de sintoma, alucinações. Várias vezes, quando estava sozinha, objectos eram arrastados e atirados contra as paredes, sem mão de ninguém. O pior era que, quando sentia-se melhor, verificava que realmente tinha acontecido algo porque tudo estava fora do sítio, numa bagunça total. Nos seus sonhos, estava constantemente a ser perseguida por algo aterrorizador… A jovem não sabia descrever o que era, mas tinha a certeza que não era humano, nem animal. Vanda pensou mesmo estar a enlouquecer, já nada fazia sentido. As suas alucinações, ou assim pensavam ser, estavam a desgastá-la por completo. Já nem à escola ia…

   Mais uma vez, encontrava-se no seu quarto, sentada a meio da cama fixada num ponto… Estava a divagar pela sua mente, questionando-se de como ficara assim. Mesmo que tentasse evitar pensar no assunto, era inevitável… Acabava por vir-lhe indirectamente à cabeça. Por mais que tentasse estar descansada, era impossível. Se não estivesse a deprimir nos seus pensamentos, algo manifestava-se fisicamente para a assustar. Infelizmente para a jovem, além de estar pensativa algo mais estava no quarto… Um ou outro objecto foi atirado da prateleira, para o chão. Vanda suspirou…

Vanda - Já chega… Porque é que isto não pára? Vanda, estás mesmo a enlouquecer!

Falava para si mesma. Para a contrariar, a cadeira que estava no seu quarto foi arrastada até à cama. Revoltada, a jovem decidiu gritar… Talvez assim soltasse alguma energia.

Vanda - PÁRA!

Logo de seguida, a janela do seu quarto foi aberta com bastante violência e uma rajada de vento entrou com toda a força… Vanda assustou-se e caiu da cama. Assim que tudo acalmou, levantou-se e a correr, foi fechar a janela. Cansada, sentou-se novamente na cama e suspirou…

Vanda - Estou a ficar mesmo louca…

Concluiu com tristeza. Vanda não teve muito tempo para continuar a lamentar-se… Um barulho estranho começou a ser escutado e atenção da jovem procurou a sua origem. Vinha do espelho que tinha na parede do seu quarto, que sozinho, estava a ficar embaciado. Devagar, Vanda aproximou-se… A sua imagem estava desfocada. Subitamente, o espelho rachou-se, dividindo o reflexo da rapariga em dois. Em simultâneo, umas letras começaram a aparecer na parte embaciada, como se algo invisível as tivesse a escrever.

– Olá – surgiu no espelho. A jovem franziu o sobrolho em admiração… Esticou o braço e passou o dedo por cima das palavras, deixando a sua marca, de modo a certificar-se que aquilo estava mesmo a acontecer.

Vanda - Olá? Quem és tu?

Tentou a jovem, fazendo um teste a si mesma. Aos poucos, novas letras estavam a aparecer no espelho…

– Abaddon – Apareceu com clareza. Vanda não compreendeu…

Vanda - Abaddon? O que é isso?

Rapidamente obteve outra resposta…

– Sou eu! – Apenas.

Vanda - És… um espirito? Um fantasma?

Vanda não quera soar ridícula, mas não havia outra explicação…

– Não. – Foi a resposta.

Vanda - Então? O que é és? Como é que isto é possível?

– Surpresa! – Fora tudo o que aparecera.

Vanda - O que é que queres?

A jovem ficou a olhar, à espera. A resposta demorara um pouco a vir, mas foi o suficiente para deixar Vanda em suspense.

– Quero-te a ti! – Desta vez, a mensagem aparecia espalhada por o seu reflexo. Assustada, Vanda recuou e agressivamente, o espelho explodiu, atirando vidros por toda a parte. Em pânico, gritou com o susto e caiu para trás… A chorar, arrastou-se pelo chão, até ao canto do quarto, onde permaneceu em completo desespero até os seus pais entrarem para ver o que se passava e o porquê de tanto barulho…

*

   Rapidamente a noite tinha chegado e consigo, trazia o calor do maravilhoso dia que tinha estado. O cheiro a maresia sentia-se pelas ruas de Cila… Aos fins-de-semana a vida nocturna da vila era agitada barulhenta. Aqueles eram os dias de maior movimento… Todos os espaços encontravam-se apilhados de gente, principalmente a zona costeira, onde os bares existiam, e as próprias praias, onde muitos jovens faziam festas ou simplesmente conviviam. Claro que, como em todos os sítios, Cila também tinha zonas pouco interessantes. E geralmente era onde a Night Watcher costumava encontrar-se. Esses, eram os locais propícios a ataques e actividades fora do comum. Érica Rodrigues era responsável por impedir tais actos. Há 24 anos que vivia em Cila e já se tinha acostumado à alta taxa de mortalidade que a vila possuía. Desde os 18 anos que era uma Night Watcher, portanto, já tinha visto quase de tudo, pouco a espantava.

   Nas últimas noites uma nova ameaça tinha chegado à vila… Vários assassinatos andavam a ser cometidos e as pistas eram muito poucas. Então, pela quarta noite consecutiva, Érica saía pelas ruas de Cila, à procura do responsável pelos crimes. Até agora, não tinha tido sorte e ao invés do seu objectivo, a Night Watcher acabou por deparar-se com algo que andava a atormentá-la já há alguns meses… Carlota, uma metamorfo má e perversa, revoltada com a humanidade e extremamente perigosa. Todas as vezes que se cruzara com ela, nunca conseguira capturá-la. E mais uma vez, Érica estava a debater-se com Carlota. A Night Watcher e o seu marido, Rodrigo Rodrigues, estavam nas traseiras no hospital de Cila, quando a metamorfo apareceu de surpresa e atacou-os aos dois.

Carlota - És tão patética!

Os insultos da metamorfo faziam Érica rir.

Érica - Já começo a ficar enjoada de ti!

Carlota - Vê lá, não vomites!

Dialogavam, depois de já se terem ferido levemente uma a outra. Rodrigo mantinha a sua postura, ao lado da Night Watcher.

Érica - O que me dá conforto é saber que irei apanhar-te!

Carlota - Continua a sonhar! Andas à procura do novo visitante de Cila?

Perguntou, a referir-se ao causador dos últimos assassinatos na vila.

Rodrigo - E que tal menos conversa e dizeres logo quem é o responsável? Assim não temos de obrigar-te a falar…

Carlota sabia quase tudo o que se passava nas ruas de Cila. A metamorfo estava sempre a par de novos acontecimentos.

Carlota - Gostava de vos ver a tentar!

Provocou e Érica reagiu. A correr, avançou para Carlota e com toda a força, pregou-lhe um pontapé no peito, Mae-Geri, uma técnica de artes marciais que o seu pai lhe ensinara em tempos. O impacto causou falta de ar à metamorfo que, aflita, caiu para trás com as mãos no peito. A Night Watcher aproveitou e colocou-se em cima de Carlota. Agarrou-lhe no pé e girou-o, puxando-lhe a perna, de modo a que conseguisse parti-la, mais uma técnica chamada Kagato-Geri. Tudo apontava para que Érica fosse bem-sucedida, se em cima da hora Carlota não tivesse ganho força… Agilmente, a metamorfo levantou a outra perna e pontapeou a Night Watcher na cara, fazendo com que esta a largasse de imediato. Rodrigo aproveitou e tentou, com um machado, acertar na metamorfo. Mas esta desviou-se e o machado bateu no chão com toda a força. Rodrigo largou-o e tentou usar os próprios braços para atacar… Mas Calota já estava junto a ele e com a sua força psicótica começou a sufocar o homem, que sem ar, nada conseguia fazer. Tanto Érica como Rodrigo, tiveram o cuidado máximo para não tocarem na pele da metamorfo, assim, esta não conseguiria assumir a forma deles. A Night Watcher levantou-se e viu que Carlota estava a tentar matar Rodrigo. Sem mais esperar, tirou do bolso uma pequena faca e atirou-a na direcção da metamorfo. Com pontaria, acertou-lhe no braço fazendo-a largar Rodrigo. Ferida, Carlota mostrou os seus olhos de felino a Érica e fugiu o mais rápido que pôde. A Night Watcher correu até ao marido e agarrou-o.

Érica - Estás bem?

Perguntou preocupada.

Rodrigo - Tens de ir atrás dela… Ela sabe o que é que anda aí em Cila!

Exclamou, ainda aflito do pescoço.

Érica - Deixa-a ir… Numa próxima vez!

Érica não queria insistir, não ia conseguir fazer Carlota falar e além disso, preferia ficar com Rodrigo.

Rodrigo - Mas ela sabe!

Érica - Eu sei, mas não faz mal! Eu própria conseguirei descobrir o que anda aí!

Rodrigo acenou… O ataque deixara-o desorientado.

Érica - Anda, vamos para casa! Precisas de descansar! Amanhã terei tempo para pensar nisto!

Indicou a Night Watcher. Preferia fazer as suas rondas sozinha… Assim não tinha de preocupar-se com Rodrigo e estava mais à vontade. No entanto, aquela noite tinha terminado ali. Por aquela altura já teria havido outro ataque e Érica não sabia onde ir… Tinha de esperar pelo dia seguinte, por mais pistas. Devagar, ela e Rodrigo dirigiram-se a casa.


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