Night Watchers - Primeira Temporada escrita por MS Productions


Capítulo 51
Perigo Constante (Vol. 5) - Capítulo 5




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O sol ergueu-se cedo… Pelo menos era assim para alguns habitantes de Cila, nomeadamente, para quem tinha de acordar cedo para ir trabalhar. Assim que Rodrigo Rodrigues abriu os olhos, teve vontade de os voltar a fechar… Ainda sentia-se cansado e por vontade dele, continuava a dormir.

Rodrigo - Bom dia amor!

Exclamou, com a melhor disposição que teve… Mas não ouviu nenhuma resposta. Quando olhou para o seu lado, viu que a sua mulher, Érica Rodrigues, não estava na cama… “Talvez tenha ido à casa de banho!”, pensou. Ainda com sono, levantou-se e dirigiu-se à cozinha para beber água. Durante todo o processo, começou a achar estranho não ouvir um único som pela casa… Parecia estar sozinho, o que era impossível.

Rodrigo - Érica?

Chamou, enquanto deslocava-se até à casa de banho… Mas não estava lá ninguém. E foi nesse momento que Rodrigo começou a achar aquilo muito estranho. Érica nunca saía antes dele ou sem avisar. Finalmente, decidiu ir à sala de estar e assim que lá chegou ficou preocupado… A janela continuava aberta e a sua mulher não estava em lado nenhum. Em seguida olhou para o chão e o seu coração quase parou com o susto que apanhou… Havia sangue espalhado.

Rodrigo - Não…

Disse, num misto de desespero e horror. Algo estranho e mau tinha acontecido a Érica… Rodrigo tinha a certeza. Sentiu-se indisposto e cheio de calor. Estava nervoso e assustado. Não sabia o que fazer… Nem sabia o que tinha acontecido, nem há quanto tempo… Não sabia nada. Viu-se sozinho e incapacitado. Aquele sangue era da sua mulher, só podia… Algo tinha-a atacado, era o que pensava. Rodrigo olhava para todos os lados, na esperança de ver algo que o ajudasse, se bem que nem ele sabia o que precisava. Esqueceu-se das horas, do trabalho, de tudo… Apenas pensava em Érica e no que lhe poderia ter acontecido. Jamais a podia perder, ela era tudo para ele. Em pânico, lembrou-se da jovem Melissa, talvez ela soubesse de algo. O que na verdade, era muito pouco provável, tendo em conta as horas que eram… Mas Rodrigo estava atordoado e não tinha muita noção do que estava a fazer. A tremer, pegou no telefone de casa e ia preparar-se pra marcar o número… Mas não sabia qual era. Depois de ficar alguns segundos a olhar para o telefone, voltou a encostá-lo e foi procurar o número na agenda que havia na mesma mesinha.

Rodrigo - Concentra-te, mantem o foco!

Exclamou para si mesmo. Rodrigo respirou fundo e tentou manter o controlo… Sabia que não podia deixar-se ser consumido pelos nervos senão seria pior e aí não poderia fazer mesmo nada. Virou mais três páginas e achou o número. Apressadamente, voltou a pegar no telefone, marcou o número e esperou ansiosamente…

No quarto de Melissa Monserrate não existia uma única luz… Quando era pra dormir, a jovem gostava de escuro absoluto. Aquela noite, em particular, estava a saber-lhe muito bem. Também ela tinha chegado a casa na noite anterior, bastante cansada.

Nos últimos dias tem dormido menos horas… Tem andado sem sono e sempre com o mesmo assunto na cabeça: Hugo e o que tinha acontecido na semana anterior. O facto de o jovem estar a guardar um segredo, talvez hediondo, não agradava Melissa. Portanto, aquela noite de descanso estava a tentar compensá-la pelas anteriores… Até ao momento em que uma luz começou a piscar e um som estridente foi escutado no quarto. Incomodada, Melissa acordou… Ainda um pouco confusa tentou perceber de onde vinha o som e rapidamente identificou-o, era o seu telemóvel. Confusa, por alguém estar a ligar-lhe tão cedo, pegou nele e viu quem era… Érica estava a ligar-lhe de casa, ou pelo menos, era o que lá informava. A jovem achou aquilo suspeito, a Night Watcher nunca lhe tinha ligado tão cedo… Então, atendeu a chamada.

Melissa - Sim Érica?

Perguntou, ainda com voz de sono.

Melissa - Ah, és tu Rodrigo…

A jovem sentou-se. Afinal era Rodrigo quem estava a ligar… O que era ainda menos usual.

Melissa - Desculpa, mas não estou a perceber nada!

Exclamou, baralhada. Rodrigo estava a falar muito rápido e como a jovem tinha acabado de acordar, estava a ter algumas dificuldades em perceber o que este dizia.

Melissa - Não, não sei da Érica… Rodrigo, está tudo bem?

Perguntou desconfiada. Nada do que o homem estava a dizer fazia sentido.

Melissa - Tenta falar com mais calma…

Aconselhou a jovem

Melissa - O quê? Tens a certeza?

Neste momento, Melissa ficou sobressaltada…

Melissa - Vou já para aí!

Desligou a chamada e sem rodeios, levantou-se da cama. O seu estado de preocupação estava espalhado pela sua cara. Tinha de ir a casa de Érica o mais rápido que pudesse. A ideia de algo ter acontecido à Night Watcher, era sufocante…

*

   Assim que abriu os olhos, Érica Rodrigues teve vontade de vomitar… Sentia-se tonta e fraca. Inicialmente não percebeu logo o que se passava, mas rapidamente lembrou-se que algo lhe tinha acontecido em casa. E a partir daí, não se recordava de mais nada. Algo tinha-a a atacado e se a sua memória não falhava, tinha sido um vampiro… Lembrava-se da dor aguda que a sua dentada causou-lhe.

   Quando a sua visão começou a estabilizar, reparou que estava num sítio desconhecido e onde a luz era mínima, mas suficiente pra perceber que estava num apartamento. Estava sentada numa cadeira e no momento em que tentou levantar-se não conseguiu… Tinha as mãos e os pés amarrados à mesma. Érica detestava sentir-se presa e esforçou-se para se soltar. No processo, foi escutada uma voz perversa que fez com que a Night Watcher parasse…

Giovanni - Vejo que já acordaste… Por momentos pensei que tinha drenado demasiado sangue!

Érica não conseguia distinguir de que local vinha o som, nem via a sua origem…

Érica - Para um vampiro és bem cobarde! Atacas-me pelas costas e nem sequer tens coragem de te mostrar!

Respondeu a Night Watcher, irritada. Detestava aquele género de jogos psicológicos. Giovanni riu-se…

Giovanni - O que é que eu posso dizer? Gosto de deixar os outros na expectativa!

Exclamou, enquanto saía das sombras e fazia-se mostrar a Érica. Esta ficou alguns segundos a observá-lo., boquiaberta…

Érica - Eu conheço-te… Li acerca de ti!

Disse, finalmente, com algum espanto…

Giovanni - Eu sei que sou famoso!

Devagar, colocou-se em frente à Night Watcher… Érica sabia que estava em grande perigo e tentou manter a calma.

Giovanni - Assim como esta vila… Falam tanto dela! Sempre quis vir até aqui!

Falava com sarcasmo.

Érica - Quem é que estás a tentar enganar, Giovanni? Um vampiro ancião não perde tempo apenas por curiosidade! Aposto que Abaddon está por detrás da tua chegada!

Érica tentou manter a postura, mas estava a ser difícil… Giovanni, apenas por si, era assustador. E a Night Watcher sabia a besta que ele era. Possuía um bom conhecimento acerca de vampiros.

Giovanni - Tenho de admitir que em certa parte, é por culpa dele que aqui estou… Sempre simpatizei com aquele demónio. Ele é… Inspirador!

Giovanni baixou-se pra ficar à altura de Érica, assim podia encará-la de frente.

Giovanni - Mas estás errada em relação à curiosidade que um vampiro possa sentir… Na realidade, foi este factor que me fez vir até aqui! Estava curioso pra saber o que Cila tinha reservado para mim… E aqui estás tu!

Continuou o vampiro, com o seu ar de louco…

Érica - Um vampiro não sente nada… Não sejas ridículo! Abaddon vai usar-te como faz com todos! Para ele és apenas mais uma peça no seu enorme puzzle!

Respondeu de uma forma áspera. Giovanni riu-se como se Érica tivesse dito uma grande piada.

Giovanni - Não entendes pois não? Eu não quero saber de Abaddon… Valeu a pena ter vindo até aqui, só para te conhecer… E provar! O teu sangue é melhor do que imaginei! Estou ansioso por drenar-te toda!

Érica engoliu em seco… Mas achou estranho o facto de o vampiro ainda não o ter feito.

Érica - Ai é? Então o que é que te impede?

Perguntou, cheia de coragem. Giovanni, voltou a levantar-se e dirigiu-se até a uma outra cadeira… Havia algo lá em cima, mas Érica não conseguia perceber o quê.

Giovanni - Nada de especial! Apenas tenho de ter uma pequena conversa contigo, antes de te comer! É como um género de agradecimento para Abaddon, por me ter oferecido uma refeição tão agradável… Tu!

Érica percebeu que Abaddon tinha pedido algo a Giovanni… Possivelmente, alguma informação.

Érica - Não sei o que é que Abaddon quer, mas de mim, nunca irá ter nada!

Disse com firmeza. Jamais iria render-se e ser humilhada daquela forma.

Giovanni - Vá lá… Não sejas tão rígida! Sabes que consigo fazer-te falar…

Giovanni pegou em algo que estava na cadeira e voltou a dirigir-se a Érica.

Giovanni - E pra ser franco, quero fazer-te sofrer!

Érica já conseguia ver o que o vampiro trazia… Um martelo. Em cima da cadeira deviam estar vários objectos para a torturar, foi o que pensou.

Érica - A sério? Um martelo?

Desafiou-o… Érica nem sequer sabia como tinha conseguido dizer aquilo.

Giovanni - Vocês, Night Watchers, são todos iguais… Não podias ao menos ser grata? Podia ter-te levado para os esgotos, para as grutas… Mas não, trago-te para um apartamento, para poderes ter uma morte gloriosa!

Claramente, Giovanni era louco e Érica pôde comprová-lo naquele momento. E aí, finalmente reparou em algo que estava no chão… Um corpo de um homem. Possivelmente o dono do apartamento. Ao ver aquilo, uma enorme raiva apoderou-se dela.

Érica - Assim que sair daqui, acabarei contigo!

Exclamou, enquanto tentava soltar-se à força…

Giovanni - Cala-te!

Giovanni puxou o braço atrás e diferiu-lhe um violento soco na boca. Érica parou de se mexer e olhou para o monstro, a sangrar da boca.

Giovanni - Sangram tão facilmente…

O vampiro estava a apreciar o momento…

Giovanni - Enfim… Agora, vamos ao que interessa! Disseste que não ias cooperar, mas acho que ambos sabemos que não vai ser bem assim… Apenas tenho uma breve questão! E vamos ver como queres jogar…

Érica cuspiu pra cima de Giovanni… Este sorriu de um modo perverso, como era habitual.

Giovanni - Espero que tenhas gostado… Quero que a tua estadia seja boa!

Érica - Estás a perder tempo!

Avisou a Night Watcher.

Giovanni - Veremos… Abaddon teve conhecimento de que, há alguns meses atrás, tu e a humana presa no corpo dele, Vanda, tiveram uma pequena conversa… Só precisas de me contar o que é que falaram! Simples, não é?

Érica - Sim, é muito simples… Diz a Abaddon que falámos acerca da sua incapacidade de apoderar-se de um corpo! Dissemos que ele era fraco… Quem me dera que ele estivesse a ouvir isto!

Disse de forma provocadora e a rir-se. Depois de já ter sido ferida, ela perdeu o medo… Se tinha de morrer, que ao menos fizesse troça do inimigo.

Giovanni - Já vi que decidiste como é que isto vai ser… Bem, pelo menos vou divertir-me!

Respondeu, satisfeito. Érica sabia que aquilo ia custar-lhe caro, mas não se importava… Dela não iam retirar nenhuma informação.

Giovanni agarrou o martelo com força e fez pontaria ao braço esquerdo da Night Watcher… E com agressividade, bateu no seu alvo.

Apenas se escutou algo a partir… E um grito de dor, agoniante…

*

   Numa questão de minutos, Melissa Monserrate chegou à porta da Night Watcher. Pelo caminho, veio tão concentrada que nem se lembra de como tinha ali chegado. Assim que bateu à porta, esta foi-lhe aberta quase instantaneamente. Rodrigo Rodrigues estava pálido e atrapalhado… Desde que o conhece, a jovem nunca se lembra de o ter visto assim.

Rodrigo - Melissa… Ainda bem que já chegaste! Entra!

Disse apressadamente, deixando Melissa entrar.

Melissa - Ok… Tenta explicar-me o que aconteceu! Acho que ainda não assimilei muito bem!

Pediu, com o máximo de calma que pôde. Não podia ficar enervada… Por causa de Rodrigo e porque geralmente, quando assim ficava, significava que ia destruir algo acidentalmente. Rodrigo estava a tentar fazer o mesmo e manter a postura, para a situação não piorar.

Rodrigo - Não tenho a certeza… Quer dizer, já pensei em tudo! Ela simplesmente desapareceu… Nem sei há quanto tempo!

Explicou, confuso… O que era normal, Rodrigo não tinha nenhuma pista.

Melissa - Não há possibilidade de ela ter ido fazer algum trabalho para a Ordem? Ou ajudar alguém?

Melissa estava a tentar ser racional… Nem tudo o que acontecia, tinha de ser necessariamente mau.

Rodrigo - Sem deixar um único recado? É pouco provável! O estranho é que, ontem, ela levantou-se para vir fechar a janela da sala… E hoje de manhã ainda estava aberta!

Melissa interrompeu-o…

Melissa - E não sabes se ela voltou para a cama?

Perguntou, um pouco confusa.

Rodrigo - Não me lembro… Estava bastante cansado e adormeci logo! Além disso, encontrei isto…

E mostrou a Melissa as gotas de sangue que estavam no chão. Neste momento, a expressão da jovem mudou… Ficou alarmada.

Melissa - Não… Achas que é da Érica?

Rodrigo - Não tenho a certeza, mas algo me diz que sim… Melissa, algo atacou-a… Ela nem teve tempo de fechar a janela! Não sei o que fazer… Estou completamente perdido!

Admitiu o homem, desanimado e com um ar desistente. Claramente estava um pouco em choque. A tristeza e o terror estavam estampados na sua face e Melissa sentiu pena dele. Também ela estava preocupada, mas não podiam cruzar os braços…

Melissa - Hey, Rodrigo!

Chamou, de maneira a despertar o homem daquele transe em que parecia estar.

Melissa - Vamos encontrá-la! Não nos vamos deixar abater!

Exclamou de forma positiva.

Rodrigo - Mas não sabemos onde procurar…

Rodrigo não tirava do pensamento o facto de que algo horrível poderia ter acontecido à sua mulher… Como tantas vezes já tinha receado. Apenas nunca pensou passar mesmo pelo momento.

Melissa - Encontraremos algo! Temos pesquisa a fazer! Onde estão os livros?

Até a jovem não sabia ao certo o que fazer. A sua mente funcionava a 1000 km/h e tentava criar algum plano base.

Rodrigo - Para quê? Não temos nada, nenhuma pista!

Insistiu… E Melissa tinha de concordar… Estavam num beco sem saída.

Rodrigo - Precisávamos de um Night Watcher…

Continuou, com tristeza, ao lembrar-se da sua mulher. Foi aí que Melissa viu um pouco de luz… As palavras de Rodrigo fizeram-na ter uma ideia.

Melissa - É isso! Se precisamos de um Night Watcher, vamos buscar um!

Rodrigo olhou para a jovem…

Melissa - Vamos até ao Parque Natural fazer uma visita à Isabella! Pode ser que ela nos ajude!

Rodrigo nem se lembrara da nova Night Watcher que tinha chegado a Cila. Tudo aquilo não o estava a manter muito concentrado, mas o facto de Melissa ter referido Isabella, fez com que este ganhasse um pouco de força.

Rodrigo - Vamos! Temos de nos apressar!

Melissa - Pelo caminho ligo à Ísis e ao Leonardo! Vamos de precisar de toda a ajuda que conseguirmos!

Rodrigo - Liga já!

Respondeu Rodrigo, bastante decidido. Tinha de se erguer e encontrar o seu amor… Ela faria o mesmo por ele. Tinha de se recompor e manter a firmeza, tal como Érica faria, se estivesse no lugar dele.

Melissa pegou no telemóvel e juntamente com Rodrigo, saíram de casa… Rumo ao Parque Natural de Cila.

*

   Duas horas já tinham decorrido e aos poucos, a vila Cila voltava a ganhar vida. Vários habitantes já se deslocavam pelas ruas e todo o comércio a abrir portas. De manhã, todos tentavam estar calmos… Ninguém gostava de grandes agitações tão cedo.

No entanto, este é um caso que não pode ser generalizado, uma vez que nem todos passavam bem a noite… O que depois, era comprovado por um mau feitio e irritabilidade, logo ao acordar. Foi o que aconteceu com Leonardo Almeida, pois passou uma noite terrível. Mal conseguiu dormir, perdeu quase todo o tempo a pensar na discussão que teve com Ísis Rocha, a sua melhor amiga. Nunca se tinham chateado e o jovem sentia-se incomodado por isso ter acontecido. Ainda pra mais, por causa de um livro que queria à força toda, na esperança de encontrar respostas. Sentia-se mal… A sua amiga estava no seu direito… O Grimório podia não ser dela, mas naquele momento, pertencia-lhe. E se não queria emprestá-lo, era com ela, tinha de respeitá-la. Concluiu que Ísis merecia um pedido de desculpas. Ultimamente, o jovem tinha a sensação de que nada lhe corria bem. Zangado, desceu as escadas até à sala de estar, pronto pra ir à escola. Quando lá chegou, deu de cara com a sua avó, Emília Almeida, a qual já estava acordada há algum tempo…

Emília - Bom dia Leonardo!

Cumprimentou-o.

Leonardo - Não tenho a certeza… Não dormi lá muito bem!

Respondeu sem qualquer expressão. Emília conhecia-o muito bem e notou que algo não estava certo.

Emília - Hum… E eu consigo ver que há uma razão por de trás disso! Não estás lá muito contente!

Leonardo - Ontem discuti com a Ísis… Mas nada de especial! Não me apetece falar disso!

Disse com sinceridade.

Emília - Pronto, não insisto…

Respeitou-o.

Emília - Que tal tomares o pequeno-almoço? Talvez ganhes energia!

Aconselhou a avó… Mas Leonardo recuou.

Leonardo - Sabes o que é que realmente ajudava? Aquela conversa que prometeste a semana passada!

Respondeu Leonardo, aborrecido. Ele e a sua avó tinham uma conversa pendente desde a semana passada… Em que ela lhe prometeu, que iria contar quem tinha assassinado os seus pais.

Emília - Não são horas pra estarmos a falar disto…

Leonardo interrompeu-a, um pouco enervado.

Leonardo - Passas a vida a dizer que não está na altura certa e que este não é o momento, mas eu já estou farto dessa conversa! Eu tenho o direito de saber quem matou os meus pais!

Emília - Leonardo! Não me faltes ao respeito!

Impôs Emília. Leonardo calou-se. Também nunca tinha falado mal para ela, aquela fora a primeira vez… Mesmo assim, Emília conseguiu compreender o neto e ver que ele estava um pouco perturbado. O facto de estar quase a chegar às suas respostas, deixava-o muito ansioso e um pouco precipitado.

Emília - Precisas de te acalmar! Não te posso contar enquanto andares a agir assim! Não podes ser precipitado! Estás aqui para vingar os teus pais e não para te juntares a eles!

Leonardo olhou para a avó… Esta estava preocupada com ele, o que era normal.

Leonardo - Mas eu preciso de respostas! Tenho de fazer algo, estou farto de esperar! Se os pais estivessem aqui iam perceber o que eu quero dizer… O mal é para ser eliminado!

Algo estranho estava prestes a surgir na conversa, algo que ainda era totalmente desconhecido por todos, à excepção nos elementos presentes.

Emília - Eu sei… Os teus pais sempre fizeram um trabalho impecável! Eram muito bons Night Watchers!

Mais um segredo fora dito em voz alta… Os pais de Leonardo Almeida, no seu tempo de vida, foram Night Watchers. Daí, tanto ele como a sua avó terem conhecimento da Ordem Secreta, antes de o jovem ter conhecido Érica.

Leonardo - Se estivessem vivos, talvez eu viesse a ser um também!

Lamentou o jovem…

Emília - Tu e a tua irmã!

Lembrou-lhe a avó… O jovem tinha uma irmã, mais nova. Leonardo tem andado tão ocupado em pensamentos que já não pensava nela há algum tempo…

Leonardo - Falando nela, como é que estão as coisas por Londres? Ultimamente não tenho falado com ela…

Desculpou-se o jovem…

Emília - Está sempre bem! Falei com ela ontem e mandou-te um beijinho! Devias ligar-lhe mais vezes… A Ema tem saudades tuas!

Leonardo ficou a sentir-se ainda pior… E envergonhado. A sua ânsia por respostas era tanta que fez com que este se esquecesse de tudo, até da sua irmã. Ema Almeida, era esse o seu nome.

Leonardo - Sim, devia falar com ela…

Sempre que pensava na irmã, ficava um pouco confuso… Por várias razões.

Leonardo - Alguma vez te arrependes de não ter contado nada à Ema? E de não lhe teres ensinado nada do que ensinaste a mim?

Perguntou honestamente.

Emília - Não, achei melhor assim! A tua irmã tem um temperamento muito diferente… Não sei se tinha alguma vez conseguido manter o controlo que tu consegues!

Leonardo compreendeu a avó.

Leonardo - Pois… Ela nem gosta de estar no mesmo sítio muito tempo! Até admira ainda não ter saído de Londres!

Exclamou com sinceridade.

Emília - Acho que ela gostou mesmo daquela escola!

Emília sentia-se um pouco mais aliviada. Terem começado a falar de Ema, fez com que Leonardo se abstraísse um pouco.

Emília - Se calhar é melhor ires andando… Não chegues atrasado!

Tentou avisar o neto, mas este era teimoso… E voltou ao mesmo assunto.

Leonardo - Eu não me esqueci de que ainda não me disseste o que quero saber!

Emília - Primeiro voltas a ganhar o foco! Depois acalmas-te… E aí estarás em condições de saber!

Leonardo não ia insistir… Sabia que se ia chatear e já não estava para isso. Mais tarde ou mais cedo iria saber e depois, ninguém o irá parar.

Leonardo - Ok! Não quero insistir, nem pensar nisso! É melhor ir andando porque quero apanhar a Ísis antes de entrarmos para a aula. Preciso de falar com ela!

Emília - Façam as pazes!

Leonardo - Convém! Não gosto de estar assim com ela…

Disse incomodado.

Emília - Então desejo-te um bom dia!

Disse aproximando-se do neto e deu-lhe um beijo no rosto. Este agradeceu e seguiu o seu caminho apressadamente… Queria muito encontrar Ísis pra se livrar daquele mal-estar.


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