Night Watchers - Primeira Temporada escrita por MS Productions


Capítulo 10
Destinos Traçados (Vol. 1) - Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Aqui fica mais um capítulo! Esperamos reviews ;)



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Cila também era conhecida pelos seus maravilhosos dias e as suas quentes temperaturas… E aquela noite não era excepção… Por incrível que parecesse, ainda estava mais quente que a noite antecedente. Já tinham passado horas desde que Érica, Melissa e Ísis começaram a trabalhar. Durante esse tempo Leonardo fora lá ter e Rodrigo já havia chegado da empresa. Conseguiram facilmente encontrar o ritual que Érica tinha indicado a Ísis e também acharam num dos livros da Night Watcher o modo certo para acabarem com o Mandurugu. Seria um pouco complicado, pois a única maneira de matarem a criatura implicava terem de se aproximar o suficiente dela para aí a poderem decapitar. As três amigas actualizaram Leonardo e Rodrigo da presente situação e estes rapidamente começaram a ajudar. Leonardo, que se tinha magoado no braço a noite anterior, estava agora praticamente como novo… A água do mar ajudara muito a cicatrizar a ferida que tinha! Rodrigo veio um pouco cansado do emprego, mas assim que foi informado das recentes descobertas decidiu que aquela não podia ser uma noite de descanso… Tinha de se juntar aos restantes elementos nas suas viagens nocturnas, certamente iam precisar de toda a ajuda que conseguissem adquirir. Além disso, como conseguiria ele dormir?

Por esta altura já tinham todos jantado e já se preparavam para a jornada que tinham à sua frente… Inicialmente iam fazer o ritual de invocação de almas e só depois saiam de casa. Para o ritual eram necessários alguns ingredientes… Incenso de mirra, três velas, uma taça, algumas ervas como louro, crisântemo e artemísia, fósforos e um cristal quartzo. Érica tinha quase tudo à excepção de crisântemo e do incenso de mirra. Ísis tinha esses dois itens, mas não era consigo… Enquanto Ísis foi a casa na companhia de Melissa, os restantes três elementos ficaram à espera e a organizar as armas de defesa…

Leonardo estava bastante calado e pensativo…

Rodrigo - Está tudo bem Leonardo?

Leonardo - Ya, estava só a pensar… Se o nosso plano falhar estamos lixados, não é?

Rodrigo não responde e olha para Érica…

Érica - Não vamos pensar já assim… Tudo há-de correr como esperamos. Apenas temos de nos manter focados! E o ritual que a Ísis vai fazer vai servir-nos de apoio!

Leonardo - Não é por nada, mas não achas que um ritual desses não é carga a mais para ela?

Rodrigo - Oh, ainda bem que alguém falou… Eu não quis dizer nada pra não parecer inconveniente… Érica, é mesmo fiável ou sequer seguro um ritual destes para a Ísis?

Érica - Não temos muitas hipóteses… Não vejo ninguém mais apto que ela pra fazer este trabalho!

Leonardo - E que tal tu?

Pergunta Leonardo logo a seguir.

Érica - Ainda pensei nisso, mas Magia nunca foi muito a minha preferência. Além disso tenho a certeza que a Ísis conseguirá concentrar-se muito mais rápido…

Leonardo - Só espero que seja o acertado…

Érica - Leonardo, deposita mais confiança na tua amiga… Ela merece!

Leonardo - É claro que confio nela… Só que isto é tão sério… E ela não é uma profissional!

Érica - Foi como eu disse… Não temos muitas hipóteses!

Nisto, Melissa e Ísis regressam a casa da NightWatcher.

Ísis - Já cá estamos! Não demoramos muito pois não?

Érica - Não, chegaram a uma boa hora! Trazem tudo?

Ísis - Sim… E estou pronta! Faço já o ritual?

Érica - Vai preparando tudo… Fazes aqui na sala, afastamos a mesa…

Leonardo e Rodrigo chegaram-se à frente para mudarem a localização da mesa, mas Melissa meteu-se entre os dois…

Melissa - Desculpem lá, mas o que é que vão fazer?

Leonardo - Mover a mesa?

Melissa - Não acham que isso é trabalho pra mim? Quem tem força aqui?

E sem eles reponderem, Melissa avança e com as duas mãos pega na enorme mesa de madeira, sozinha. Quando a inclinou para cima todos deixaram de vê-la pois esta ficou por detrás da mesa…

Melissa - Onde querem que a coloque?

Os amigos estavam a olhar uns para os outros… Conseguiam ficar sempre impressionados quando Melissa fazia estas demonstrações de força!

Érica - Põe-na encostada à parede… E por favor, não faças este tipo de coisas em público!

Melissa encosta a mesa à parede e olha muito rápido para Érica…

Melissa - Achas Érica? Não quero atrair atenções…

Érica - Não convém mesmo…

Ísis - Excepto quando são acidentes…

Melissa fez sinal a Ísis para ela parar…

Érica - Como assim?

Ísis ficou atrapalhada e Leonardo percebeu o que se passava… Devia ser acerca do que se tinha passado na biblioteca. Melissa e Ísis haviam-lhe contado o que se passou durante a tarde…

Leonardo - Estão a referir-se à Melissa ter derrubado as estantes gigantes da biblioteca?

Leonardo não fizera por mal. Não entendeu o que se estava a passar. Todos olharam para Melissa…

Melissa - Não olhem pra mim! Foi sem querer…

Érica - Derrubaste as estantes? Em frente a todos?

Melissa - Foi um acidente! Aquilo não estava seguro! Pelo menos foi a mentira que todos engoliram…

Ísis interrompe, para alívio da situação…

Ísis - Hey! Estamos a perder tempo! Já tenho aqui tudo!

As atenções voltam a mudar, desta vez para Ísis.

Érica - Tens razão! Podes começar… O espaço é teu!

Ísis acena que sim e avança para o meio da sala. Os restantes elementos afastam-se…

De seguida estende uma toalha de seda no chão e senta-se. Coloca os três frascos com as ervas correspondentes perto dela e a taça à sua frente.

Rodrigo - O que é nós fazemos agora?

Érica - Esperamos…

Melissa - Como é que isto funciona Érica?

Érica - A Ísis vai invocar a alma da Vanda e a energia do cristal com a queima das ervas vão atrair a alma dela. Desta forma Vanda vai ter comando do seu corpo, só não sabemos por quanto tempo…

E ao dizer isto apaga as luzes da sala. Ísis coloca o incenso no incensário, põe as três velas dispostas em triângulo à volta dela e acende tudo. Depois despeja as ervas na taça e ao lado mete o cristal quartzo. Acende um fósforo, atira-o para dentro da taça com as ervas e rapidamente estas entram em combustão. Ísis começa o ritual…

Ísis - “Peço permissão aos Grandes Espíritos Ancestrais para poder invocar uma alma! Pela força do cristal e pela fumaça das ervas queimadas, invoco a alma de Vanda!”

Todos esperaram silenciosamente por algum sinal ou algum género de efeito… Porém, nada aconteceu.

Ísis - Vanda, invoco-te!

Nada…

Ísis - VANDA, INVOCO-TE!

De repente, as chamas acesas cresceram abusivamente, o cristal partiu-se e a taça explodiu. As velas caíram e as chamas que estavam antes na taça alastravam-se pela toalha de seda de Ísis. A jovem gritou com o susto, levantou-se à pressa e afastou-se. Os restantes elementos,
surpreendidos, começaram logo as pisar as chamas para apagarem o fogo… Quando conseguiram, olharam uns para os outros um pouco assustados…

Leonardo - Mas que cena marada foi esta?

*

Abaddon, Carlota e Lunatik já andavam pelas ruas mais desertas de Cila, de maneira a que ninguém os visse… O demónio tinha decidido sair mais cedo do seu refúgio, por esta hora já os caminhos rochosos que davam acesso à sua “casa” estavam repletos de jovens que iam para lá conviver. Não podiam ser vistos a sair de lá, então Abaddon achou que se saíssem mais cedo ninguém os veria e acertou. Até agora esperavam algum sinal do Mandurugu, mas nada. De repente, Abaddon sentiu algo forte e invasivo… Vanda estava a tentar emergir novamente. Mas desta vez de uma forma diferente… Com uma força acrescida… Uma força que
nunca tinha sentido a jovem a ter antes. Qualquer coisa não estava certa e o demónio sentia-o. Magia. Só Magia poderia fazer aquilo e dar aquela força a Vanda. Alguém a estava a invocar… Provavelmente a Night Watchers e os amigos. Carlota e Lunatik pararam e ficaram a olhar…

Carlota - É a Vanda?

Abaddon - Esta peste…

Abaddon começou a sentir que estava a perder o controlo… Se Vanda conseguisse dominar, ainda pra mais com força adicional de Magia, o demónio ia falhar no seu plano de possessão completa. Mas ele era muito forte e não ia ser qualquer truque que ia passar por cima dele. Então, cheio de raiva e com receio de falhar nos seus objectivos, Abaddon arranjou força suficiente para empurrar novamente Vanda pra trás… Deu um grito de ódio e os olhos que pertenciam à jovem estavam carregados de mal. Por momentos, ficaram todos pretos, como se uma pelicula negra os tivesse coberto. O demónio conseguiu! Vanda regressara ao espaço vazio e escuro, no meio do nada, na solidão profunda… A força dele era imensa e nem Magia podia resultar durante muito tempo, ou quase nenhum…

Abaddon - Alguém tentou Magia…

Carlota - A Night Watcher!

Abaddon - Idiotas! Se realmente tivessem noção do meu poder nem tinham tentado!

Carlota - Esta noite tratamos disso!

Carlota sorri com maldade para Abaddon e Lunatik dá um murro com força no seu próprio peito, de uma maneira bastante animalesca…

Ao longe as três criaturas do mal ouvem gritos de desespero… Pareciam vir da zona do mar… Abaddon sorri.

*

Maioria dos bares da zona costeira de Cila costumavam ter uma vida nocturna bastante activa… Quase todos os jovens estudantes reuniam-se lá depois de jantar, principalmente em noites como aquelas. Um dos bares que ficava entre a parte rochosa e uma das praias da vila era o mais lotado… Talvez por a sua posição geográfica ou pelo seu vasto espaço que podia conter um grande número de pessoas. “O Cais”, como se chamava, estava apilhado de jovens e como quase todas as noites, Camila encontrava-se sentada com duas amigas nos bancos altos juntos ao balcão… O local em causa estava cheio.

Camila - Em todo o lado onde estão… Arranjam
sempre problemas! Para mim estão frustrados com a vida! Só pode…

As amigas apenas acenavam…

Camila - Vocês viram hoje na biblioteca! Estiveram a fazer barulho quase a tarde toda! E viram o que uma delas fez? Destruiu as estantes! Ela está sempre a destruir!

Era óbvio que estavam a falar de Melissa e de Ísis… Camila tinha de falar um pouco alto, a música do bar obrigava-a a tal. O espaço era amplo, tinha um grande balcão no lado esquerdo, mesas e cadeiras no
lado direito e entre estas um grande espaço livre para os jovens circularem ou até mesmo darem um passinho de dança. As quatro paredes alternavam em vários tons de azul o que dava uma sensação de frescura ao local. O tecto era preto como o céu nocturno e possuía vários equipamentos de luzes espalhadas e instaladas. Ao fundo existia uma saída de emergência que conduzia à rua de trás. Era sem dúvida um óptimo local para se passar uma noite agradável.

Camila - Portanto é como vos digo… São problemáticos! E por vezes até mesmo perigosos!

Uma das amigas faz sinal para Camila olhar à sua direita… Filipe Mendes aproximava-se e parecia estar a olhar em todas as direcções… Quando Camila falou, o rapaz assustou-se e olhou-a indignado.

Camila - Olhem só quem está aqui… Filipe! Estás sozinho?

Filipe - Sim, vim só aqui de passagem…

Camila - Estás a procura de alguém? Hum, deixa-me ver… Daqueles teus amigos desastrados! Acertei?

Filipe - Ainda não consegui perceber porque é que estas sempre a chamá-los assim!

Camila - Acredita… Eu sei o que digo!

Filipe - Ok… Não vou argumentar! E sim, acertaste! Não os viste por aqui?

Camila - Oh não! E quase de certeza que não devem aparecer!

Filipe - Então? Sabes onde é que eles estão?

Camila - Filipe… Sinceramente? Afasta-te deles enquanto tens hipótese! Eles perseguem a violência e ela persegue-os a eles…

Filipe - Violência?

Filipe ri-se perante as palavras de Camila.

Filipe - Agora já entendo o que eles costumam dizer…

Camila - O que é que eles te contaram?

Filipe - Que tu és assim… Nunca estás bem com nada! Porque é que falas tanto mal deles? Eles são uns bons amigos, o que é que eles te fizeram?

Sem ninguém estar à espera, são escutados alguns gritos de aflição… O som que passava no “Cais” foi interrompido… Todos olham na direcção dos gritos, a porta de entrada do bar. Ouve-se mais dois gritos e um corpo é projectado pela porta a dentro, indo de encontro a um pequeno grupo de jovens que se situava ali perto. Logo no mesmo momento, uma criatura horrenda entra pelo bar a dentro a rugir de fúria, o Mandurugu. Todos os que lá se encontravam ficaram alarmados e entraram em pânico. No meio de muitos empurrões, correrias e gritos, a confusão instalou-se. Muitos nem estavam a perceber o que se passava, mas tudo lhes passava pela mente, desde assaltos até incêndios. O caos espalhou-se rapidamente e tornou-se colectivo. Pessoas “atropelavam” outras só para poderem sair do local o mais rápido que conseguiam. A saída de emergência foi usada por muitos, outros tentaram a porta principal, mas foram impedidos pelo Mandurugu que com os seus longos braços mandava-os para longe agressivamente. Muitos ficaram inconscientes e feridos no chão, ou por terem caído e sido quase esmagados pela multidão, ou pela criatura que lançava brutalmente as pessoas contra vários pontos do bar. Os que estavam ao balcão tiveram de agir rápido, o monstro estava bastante perto…

Filipe - O que é que se passa?

Filipe estava confuso… Camila rapidamente entendeu o que se passava quando avistou o Mandurugu. As suas duas amigas já tinham fugido para o meio da multidão…

Camila - Rápido, vamos!

Uma Camila bastante assustada, pega na mão de Filipe e puxa-o para ir com ela. Camila era medrosa mas não era burra…Percebeu que tinham de se esconder rapidamente, era inútil ir para o meio da confusão e
em alguns segundos o bar estaria quase vazio. A jovem olhou para vário locais e optou pelo que estava mais perto. Com força, arrasta o seu amigo com ela pra trás do balcão e baixam-se… No mesmo sítio, estava um dos trabalhadores também escondidos.

Filipe - É um assalto?

Camila - Não tenho a certeza…

Camila mentiu… Ela vira a criatura, mas Filipe não sabia nada acerca deste tipo de perigos nocturnos, logo, não podia contar-lhe a verdade. Em pouco tempo o espaço ficou em silêncio e apenas ouviam-se os passos do temível Mandurugu no meio dos destroços. Não era costume
esta criatura atacar sítios públicos, mas o encontro da noite passada  deixou-a stressada e ainda com mais raiva do que alguma vez antes.

A besta aproximou-se de um dos corpos dos jovens que ali estavam inconscientes, debruçou-se sob o mesmo e começa a sugar-lhe a alma… Camila e Filipe deixaram-se de ouvir os passos para ouvirem outro som. Parecia o barulho de algo a ser inspirado com bastante força… O Mandurugu acaba o seu serviço e prepara-se fazer o mesmo aos restantes indivíduos que estavam caídos pelo bar… Filipe ia a preparar-se para falar eCamila rapidamente impediu-o.

Filipe - Mas…

Camila - Shiuuu!

Camila tapa a boca a Filipe… O Mandurugu ao ouvir os sons dos dois jovens pára de caminhar, olha para o balcão e ruge baixinho… Camila e Filipe ficam imóveis ao perceberem que a presença que ali
estava tinham dado por eles. Ambos ficaram com o batimento cardíaco acelerado e consequentemente começaram a suar de nervosismo. A criatura sentia o cheiro a medo e sem pensar duas vezes dirige-se com calma ao balcão. De vez em quando, ainda se ouvia ao longe o grito de uma ou outra pessoa que ainda deviam estar confusas e aterrorizadas. O Mandurugu chega ao balcão, coloca os seus longos braços em cima do mesmo e começa a tentar espreitar o seu interior. O trabalhador, Camila e Filipe vêm uma sombra a aparecer… Estavam paralisados de medo, a rapariga porque sabia o que estava realmente a acontecer e os outros dois porque pensavam que aquilo era um violento assalto. No segundo em que iam ser avistados, é escutado do lado exterior duas sirenes policiais a chegar. Aquele som chamara a atenção do Mandurugu e incomodara-o. Este olhou para a porta da rua e desajeitadamente começou a correr na direcção oposta, saindo pela saída de emergência. Camila percebeu que a criatura tinha saído e devagar, sai do seu esconderijo e levanta-se… Filipe e o trabalhador fizeram o mesmo. Todos repararam que já estavam sozinhos. Os três olharam uns para os outros e deram um grande suspiro de alívio… Até ao momento em que realmente olharam para o cenário destruidor que estava em volta deles.


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Notas finais do capítulo

:D



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