A escrita do nome não terá efeito se o escritor não tiver em mente o rosto da vítima. Assim como, pessoas que compartilham o mesmo nome não serão afetadas. (Death Note, regra 2).

Restaurante Kaworu...

A confusão é geral, algumas pessoas aclamando Kira, o Deus da justiça, outras com medo de quem ele possa matar. Um garçom chamou o IML enquanto um cliente ligou para a polícia. Em menos de uma hora, o local estava cercado por peritos, policiais, médicos legistas...

A ordem da polícia foi fechar o restaurante. Faixas amarelas cercaram todo o local e, todos os civis foram retirados do local, não sem antes fornecerem seus nomes para futuros depoimentos. O que mais chamou atenção, foi o fato de Kira ter aparecido pessoalmente.

Dois médicos legistas examinam o corpo de Mogi e atestam sua morte, dizendo que, levarão o corpo para o IML para a autópsia. Dentre os policiais que estão no local, os mais chocados com o que acontecera ali são Aizawa e Matsuda. Eles olham, em total silêncio, o corpo do amigo e companheiro sendo levado para o IML.

O carro do IML vai embora, deixando para trás todos os policiais que estão no local. Muitos policiais trabalham ali, todos, querendo saber, a aparência exata de Shougo Okada, o homem que assumiu publicamente ser Kira.

- Primeiro Ide, agora, Mogi... – diz Aizawa, com pesar.

- Kenji está passando dos limites. – diz Matsuda, sua voz é de profundo desprezo, principalmente depois de pronunciar o nome de Kenji.

- Você ainda insiste nisso, Matsuda? – pergunta Aizawa, de repente curioso.

- E você tem alguma dúvida? – o tom de Matsuda é questionador.

- Confesso que Kenji Yagami era um suspeito em potencial, mas, há testemunhas que Shougo Okada confessou ser Kira e, quarenta segundos depois, Mogi morreu de ataque cardíaco. Não podemos desconsiderar este fato.

- Kenji pode muito bem ter armado a situação. – Matsuda insiste.

- Sim, sei que ele pode. Mas, no momento, ele está fora de qualquer suspeita, Matsuda. Sei que você e Kenji nunca se deram bem. Porém, nunca houve nenhuma prova concreta contra Kenji Yagami. E, o que houve esta noite aqui, o deixa fora de qualquer suspeita.

- Eu já disse que, para mim, o fato de Kenji Yagami ser filho de Light já prova tudo.

- Mas, infelizmente, perante a lei, não prova nada. Para a lei, todas as testemunhas que viram e ouviram Shougo Okada confirmar que é Kira e matar Mogi são essenciais. Tanto, que a mídia vai anunciar a identidade de Kira, e, não podemos fazer nada a respeito. Amanhã, o mundo saberá que Shougo Okada é Kira.

- Mas, nós temos que provar o contrario! – diz Matsuda, ainda inconformado.

- Provar como? Que provas nós temos contra Kenji Yagami? Por mais que nós suspeitemos de Kenji Yagami, não temos provas contra ele, Matsuda.

- Como eu já cansei de dizer, para mim, o fato de Kenji ser filho de Light Yagami já é prova mais do que suficiente.

- Mas, infelizmente, a identidade biológica do pai e Kenji não prova nada.

- Mas deveria provar...

- Pensei, Light era filho do chefe Yagami, e, no final, descobrimos que os dois eram pessoas completamente diferentes.

- Sim, eu jamais perdoarei o Light por ter provocado a morte do próprio pai.

- E é por isso que você não gosta de Kenji. Eu não convivo com ele tanto quanto você, mas, também não gosto dele pelo fato de, em vários aspectos, ele parecer um clone do pai. Se quisermos provar nossas suspeitas, teremos que investigar, e, bastante. Pois, Shougo Okada já se declarou como Kira.

- Sim, mas eu sei que ainda encontrarei o caderno assassino nos pertences de Kenji Yagami.

- Uma pena não conseguirmos achar o caderno...

Um dos policiais solicita a presença dos dois detetives para ajuda para depois a conversa com as investigações e, eles são obrigados a deixar para depois a conversa sobre Kira e Kenji Yagami.

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SPK...

Near está montando uma gigantesca torre de dados, totalmente concentrado no que está fazendo, o dedo indicador de sua mão direita, encaracolando uma mecha de seu cabelo prateado. Enquanto sua mão esquerda segura mais dois dados. O detetive pensando em qual das torres colocará os dados...

A concentração do detetive é interrompida pela chegada de seu amigo e companheiro de investigações, Stephen Gevanni, com algumas folhas em suas mãos.

- Near, algo estranho acaba de acontecer no Japão.

- Estranho? – pergunta Near, sua concentração ainda voltada para a gigantesca torre de dados.

- Sim, acho realmente estranha, e tem a ver com o caso Kira.

- Conte-me o que aconteceu. – pede o detetive de cabelos prateados, ainda concentrado em seu brinquedo.

- No restaurante Kaworu em, Tóquio, um homem chamado Shougo Okada anunciou publicamente ser Kira e, em seguida, matou o detetive Kanzo Mogi de ataque cardíaco.

Near escuta atentamente seu amigo, enquanto usa seu dedo indicador para continuar a encaracolar uma mecha de seu cabelo, sua mente brilhante analisando cada palavra dita por Stephen Gevanni.

- Então pelo que entendi, o tal Shougo Okada anunciou ser Kira, quarenta segundos depois Kanzo Mogi morre de ataque cardíaco e o suspeito foge, é isso? – pergunta curioso o sucessor de L, ainda olhando para suas torres de dados.

- Sim, Near. – responde Gevanni. – Curioso, não acha?

Near continua a observar suas torres de dados, para seu olhar se voltar aos dois dados que estão em suas mãos. Então, alguém se disse Kira em público, não é? O jogo está começando a ficar interessante. O Detetive usa um dos dados em sua mão e o atira em direção a sua torre de dados, destruindo-as por completo.

- Não apenas curioso, Gevanni, como também digno de atenção. Pense, no passado, Kira se escondia de tudo e de todos, camuflando as mortes em diversas circunstancias... Agora, ele aparece em público e, não somente assume a identidade de Kira para várias testemunhas, como também mata um dos detetives da NPA... Muito intrigante, isto...

- No que está pensando, Near?

- Varias coisas, em particular no fato de que Shougo Okada pode não ser Kira... O que mais me chamou atenção foi o fato de ele ter confessado publicamente ser Kira, isto, não é típico do criminoso que estamos caçando.

- Você só não pode se esquecer, Near, que, este Kira é diferente do Kira que enfrentamos no passado.

O detetive de cabelos pateado olha fixamente para o dado que está em suas mãos.

- Este Kira não é tão diferente de Light Yagami, Gevanni e, em momento nenhum podemos esquecer isto. – os olhos de Near não param de fixar o dado em sua mão – No mínimo, este novo Kira compartilha dos ideais de Light Yagami.

- No mínimo? – é explícita a curiosidade na voz de Gevanni.

Near começa a reconstruir sua torre de dados.

- Sim, no mínimo. Você também já deve ter notado, Gevanni, que, a sincronia entre os pensamentos dos dois Kiras é perfeita demais. Desde o começo, os pensamentos deste Kira eram cem por cento compatíveis com os pensamentos de Light Yagami. Porém, esta aparição estranha de Shougo Okada no restaurante Kaworu se dizendo Kira e matando um detetive da NPA na frente de todos, contradiz todas as teorias anteriores. Isto, sem a menos sombra de dúvidas, não é típico de Kira.

- É verdade que esta atitude não é típica de Kira.

- E pode ser que tenham mais coisas por trás destas atitudes, Gevanni.

- Mais coisas?

- Sim, até agora, pelo que já investigamos, sabemos que o senso de justiça deste novo Kira é quase idêntico ao senso de justiça de Light Yagami. E que, os dois, tem pensamentos muito parecidos. O que me leva a concluir que este novo Kira tem alguma ligação com Light Yagami.

- Está suspeitando de Amane Misa, Near?

- Não. Amane Misa nunca passou de um fantoche nas mãos de Light Yagami e, ela jamais teria inteligência suficiente para fazer o que este novo Kira está fazendo.

- E então?

- Touta Matsuda é casado com Sayu Matsuda, certo? O nome de solteira de Sayu era Yagami, filha de Soichiro Yagami e Sachiko Yagami, e, irmã do falecido Light Yagami. Com toda a certeza, Matsuda tem alguma informação que nos é desconhecida e que é de fundamental importância para solucionarmos este caso.

- Você vai adiar nosso encontro com os detetives da NPA por conta da morte de Kanzo Mogi?

- Não... Infelizmente não posso fazer isso. Este Kira está se mostrando muito esperto e perigoso e, é de fundamental importância que o capturemos o mais rápido possível. Não vou deixar um criminoso fazer o que bem quiser achando que ficará impune perante a lei. Eu levarei Kira aos tribunais e vou conseguir o Death Note dele como prova para manda-lo a execução. – a voz de Near é confiante, seu olhar obstinado, enquanto continua a reconstruir suas torres de dados.

- Então isso quer dizer que vamos mesmo nos encontrar com Touta Matsuda e Shuichi Aizawa.

- Sim, é o que faremos. Vamos nos unir e arriscaremos nossas vidas juntos para capturar este novo Kira e mostrar que ao final, a justiça sempre vence.

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Dia seguinte, casa de Kenji...
Kenji está com seu Death Note aberto e com a televisão ligada, vendo os criminosos, memorizando seus nomes e rostos e escrevendo os nomes deles no Death Note. O estudante muda de canal e, começa a assistir, interessado, as notícias da noite anterior, onde Shougo Okada é apontado como sendo Kira e foragido da justiça, seu plano saíra exatamente como ele planejara.

Ryuuku, após comer de uma vez uma dúzias, encara com seu costumeiro sorriso cínico o filho de seu companheiro Shinigami.

- He, He, He, Lightezinho! Parece que seu plano saiu exatamente como você planejou! O chato é que, diferente da época de seu pai, agora não tem ninguém com inteligência o suficiente para te parar.

- Eu disse que o plano sairia perfeito, Ryuuku. – diz Kenji sem emoção alguma em sua voz. – E, quanto ao ser fácil, eu discordo. Pelo que Light me contou, o tal Near é tão perigoso como o L de que todos falam. E, pra ele ser o sucessor do maior detetive do mundo, não é à toa. Tenho certeza de que, neste momento, ele deve estar formulando suas teorias a respeito do caso Kira.

- Nós não podemos, em hipótese alguma, subestimar Near e suas habilidades. – completa Light, encarando seu filho – Embora sozinho, ele continua sendo bastante inteligente, as habilidades dele são diferentes das habilidades do idiota do Matsuda. Pois, ele e seus amigos da NPA são fáceis de manipular...

- Concordo. Este tal de Near é o verdadeiro perigo. – completa Kenji – Eu pensei que, logo após a ressurreição de Kira, ele fosse aparecer na mídia e me declarar guerra, como fez l contra o Light.

- E como você vai aparecer neste encontro sem levantar nenhuma suspeita, Lightezinho? – pergunta Ryuuku, bastante curioso – Se Aizawa ou Matsuda chegarem a te ver, será seu fim.

- Quanto a isso, Ryuuku, não se preocupe, eu já tenho um plano... – responde Kenji, com um sorriso nos lábios e em seus olhos um brilho vermelho escarlate. – Eu irei a este encontro e, os idiotas nem notarão minha presença – Kenji pega o Death Note e o mostra para Ryuuku. – Afinal, o tal Near e Matsuda estarão preocupados com outra coisa...


CONTINUA...