Crimson Camellia escrita por Megurine Philip


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Aguardando reviews minna!!



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Abri os olhos preguiçosamente, me virei e encarei o relógio em cima da mesinha a alguns centímetros da cama. Faltavam apenas alguns minutos para as nove horas da manhã. A luz atravessava os vidros da janela e iluminava meu quarto por completo. O reflexo nas paredes e móveis brancos fazia meu olho arder um pouco. Me virei de bruços, com o rosto afundado no travesseiro, e respirei fundo. Consegui ouvir uma música tocando no andar de baixo, acompanhada pela voz rouca de Lucas. Ele sempre levantava as sete. No começo isso me irritava, mas agora até gostava de acordar e ouvi-lo cantar.

Sentei na cama e estiquei os braços arqueando as costas, soltando os braços lentamente a minha frente e pousando-as entre minhas pernas ficando um pouco curvado. Ajoelhei na cama e afastei a cortina, olhando pelo vidro da janela. O céu estava nublado e senti minha pele se arrepiar pelo vento gelado que entrou quando abri a janela, por um momento tive a impressão de que havia alguém em pé olhando do jardim para minha janela, mas quando olhei novamente não havia ninguém, pelos últimos acontecimentos decidi ficar alerta a qualquer acontecimento estranho. Me levantei e encarei o reflexo no espelho do outro lado do quarto: meu cabelo estava um caos. Passei a mão pelos fios enquanto ia até o guarda roupa, em vão, meu cabelo ficou ainda mais embaraçado. Peguei minha calça jeans preferida preta e uma blusa listrada preta e vermelha. Sai do quarto com as peças de roupas e minha toalha no ombro, indo para o banheiro. Me despi e abri a gaveta do armário para pegar minha escova de cabelo, agora sempre acompanhada da escova azulada de Lucas. Olhei-a por um momento e me senti feliz por não estar sozinho. Peguei-a, fechando a gaveta em seguida com o quadril. Fui até o box e liguei a ducha deixando a água cair em minha cabeça. Já não conseguia mais ouvir o rádio no andar de baixo e apressei o banho para poder continuar escutando a cantoria de Lucas, pois agora o silêncio me assustava. Sai do banho, sequei o corpo e me vesti apressadamente. Escovei o cabelo desembaraçando-o com o secador. Sai do banheiro e desci a escada já avistando Lucas sentado no chão com seu notebook e alguns papéis ao seu redor.

- Bom dia Lucas. – Ele se virou sorrindo e respondeu:

-Bom dia Tay. Acordou cedo hoje. Eu te acordei?

- Não, acho que já dormi o suficiente, aliás, dormi muito bem essa noite.

-Há quanto tempo não temos uma noite tranqüila, não é?

Sorri concordando enquanto atravessava um dos cantos da sala alcançando a cozinha. Lucas continuou cantando e sua atenção se voltou para a tela a sua frente. Enquanto preparava um pouco de chocolate quente percebi que havia momentos que era como se nenhuma preocupação existisse, mas senti aquele pensamento fugir quando Lucas ligou a televisão e estava passando um noticiário, deixei as vozes dos jornalistas de fundo em minha mente enquanto colocava o chocolate na minha caneca azul celeste preferida. Ela havia sido parte de uma cesta de dia dos namorados que ganhei de Sammuel, do nosso primeiro dia dos namorados. Sorri para o nada enquanto me recordava de alguns momentos passados ao lado de Sammuel. Será que era bom mesmo ele não aparecer mais? Apesar do perigo que a sua presença causava a Lucas e eu, ainda sentia falta de olhar em seus olhos. Enquanto pegava o pão de forma do armário um nome dito por um dos jornalistas me voltou à atenção ao programa:

(Jornalista) – Foram encontrados os restos mortais do grande redator da revista Shotting Star da editora Crimson Butterfly, Alexander Campbell e sua noiva, a escritora Alecia Dubois Campbell dentro de seu apartamento. O casal foi encontrado pela manhã por um amigo, ambos esfaqueados nos pulsos, pescoço e com uma faca no peito. A policia não revelou a identidade do amigo que agora é suspeito pelo assassinato do casal. A única pista que eles têm é um “T” grande desenhado na parede com o sangue das vitimas...

Senti meu corpo estremecer, enquanto encarava a TV. Ao lado do repórter estava uma foto deles. Sim. Eram eles. Senti uma lagrima escorrer de meus olhos e como uma pancada no estomago ouvi a voz do jornalista ecoar em minha mente “... um “T” grande [...] na parede... esfaqueados...”, naquele momento tive certeza de quem havia feito àquilo com eles. Lucas desligou a TV e me abraçou, mas mais nenhuma lagrima desceu. Não iria mais chorar... Iria resolver isso e proteger Lucas que era o único envolvido agora. Por um momento me vi em minha mente e de repente me vi tão pequeno e fraco quanto realmente era. A única coisa que fazia bem era correr, pois há alguns anos corria pela universidade. Mas, agora, no que correr iria me ajudar a proteger ele... Não sabia como, mas precisava encontrar Sammuel. Lucas desapertou seus braços e com as mãos em meus ombros, olhando em meus olhos disse:

- Tay... Foi ela não foi... – a preocupação era visível em seus olhos, audível em sua voz -... Ela ainda está atrás de nós... Mas eu prometo que não vou deixar nada acontecer com você, tudo bem?... Nada mesmo... Eu prometi para o Sammuel que iria cuidar de você... – Nesse momento o nome de Sammuel veio aos meus ouvidos como um golpe no rosto. Eu o interrompi:

- Lucas... Quando você prometeu isso ao Sammuel? - Pronunciei cada palavra com certa rispidez. Senti todos os meus músculos se contraírem enquanto o encarava com o maxilar apertado. Ele me fitava ainda perturbado:

-Eu... Faz algumas semanas. Ele apareceu e me fez esse pedido. Também me pediu que não lhe contasse nada, pois isso iria te perturbar.

Me virei, livrando meus ombros das grandes mãos de Lucas. Pensava tentando descobrir onde isso deveria chegar e por que Sammuel estaria envolvido com a mulher de quimono, inutilmente.  

- Tay... Não está bravo comigo, não é? Desculpa isso tudo está me deixando uma pilha de nervos. Também não é fácil aceitar que meu irmão está morto e agora é perseguido pela mulher de quimono. – Meus olhos encontraram os dele e minha voz agora saiu em um suspiro:

- Só me promete uma coisa? – Ele concordou com um aceno de cabeça e me encarava, agora sério – Me promete que resolveremos isso? Não quero mais ninguém morrendo por minha causa... Ainda menos você. Vamos resolver tudo isso, deixar Sammuel descansar em paz e sair vivos. Nós dois... Esse é o meu único desejo agora. Me promete isso.

Lucas me abraçou forte e nos comprometemos a ir até o fim.


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