POV'S Annabeth.

Ok. O que foi aquilo? Quer dizer... Eu não deveria ter retribuído. Afinal, eu prometi que não namoraria mais ninguém. Mas sou namorada dele agora? Quer dizer... Foi só um beijo! Foi? ARGH! Foi só um beijo Annabeth, só um beijo... Um beijo bom. Muito bom... Eu queria mais e mais... Aqueles lábios... Oh, aqueles lábios... Quem me dera! Eu não posso me apaixonar! Afinal, eu mal o conheço, não sei nada sobre ele. Só o fato de ele ser o menino mais bonito da escola, ter o pai biólogo marinho, ter lábios gostosos, ser simpático, ter coragem de entrar no banheiro feminino, ser gentil... E... E... ARGH! Não pode ser... Suspirei.

O resto da aula passou tão rápido, e que pela primeira vez, eu não prestei atenção. Veja bem: Eu posso ser uma garota popular e tal e tal. Mas eu amo estudar. Adoraria ser uma grande arquiteta como minha mãe, por isso me esforço muito para poder ter uma bolsa em Harvard, e no mínimo em Yale. Porque um garoto me faria mudar de idéia? Fiquei pensando por muito tempo até que o sinal tocou. Peguei minhas coisas e sai correndo. Liguei meu carro sem olhar para trás e corri. Cheguei em casa, joguei minha mochila em um canto e corri para meu quarto. Liguei A Drop In The Ocean, não sei por que, mas essa musica me deixa outra pessoa. Eu fico só ouvindo ela e saio do mundo. O fone estava tão alto que nem ouvi a batida na porta.

– Filha? - Perguntou meu pai. Tirei o fone e murmurei algo inteligente como Hum? - Tal de Percy Jackson está na porta. Eu falo para entrar? - Paralisei, arregalei os olhos e pausei a música. Ficou bem evidente por que meu pai logo respondeu - Ok, eu digo que você não está.

– Oh, não, não. Fala pra ele que eu já desço. - Meu pai assentiu e fechou a porta. peguei uma blusinha florida rosa, azul e branca, uma saia azul-marinho e uma sapatilha da mesma cor que a blusa, mas com um laço branco na ponta. Vesti-me, fui para o banheiro, fiz um rabo rápido, deixando de fora só minha franja. Pus um conjunto de três pulseiras de ouro e tirei a maquiagem borrada que ainda estava no meu olho. Guardei meu IPod e respirei três vezes. Desci e encontrei Percy no sofá da sala mexendo no celular. Ela virou e me viu.

– Hey! - Ele sorriu. - Eu vim aqui para... Ahn... Você não quer me mostrar o condomínio? Sei lá, jogar Golf talvez.

– Você vai perder. - Respondi sorrindo. Ele suspirou aliviado. Peguei meus tacos e minhas bolas de golf. - Quer emprestado?

– Oh, não. Eu ia antes lá ai eu pensei se você não queria vir junto... Então vim aqui. - Ele sorriu. Retribui o sorriso. - Então vamos.

– Ah, sim. Você já pegou aqueles carrinhos de golf? São muito divertidos. - Disse eu meio constrangida. Ele riu, me fazendo rir também.

– Peguei o meu sim. Está lá na frente. - Eu sorri torto e ele sorriu sem mostrar os dentes. Num movimento ele se levantou e ficou do meu lado.

– Mãe, pai, estou jogando golf! - Gritei.

– Tá! - eles gritaram de volta. Ri e fui acompanhada por Percy. Abri a porta para ele e sai. Fomos em direção ao campo de golf. Ele abriu a porta do carrinho e ri.

– Seus modos cavaleiristicos às vezes me surpreendem. - Falei.

– Surpreende? Por quê? - ele riu meio sem graça.

– Não têm muitos assim lá no colégio - Disse eu me sentando no lado passageiro e arrumando a saia. Ele franziu o cenho.

– Sim, como Luke. - Disse ele bravo. Desviei o olhar triste para a janelinha sem vidro do carrinho. - Desculpe. Mas não acredito que um cara possa fazer isso com uma mulher. - Mulher? Ninguém nunca me referiu como mulher. Só como menina, ou garota, ou criança, mais usada por adultos, ou só de Annabeth. Dessa vez fui eu que franzi o cenho.

– É, mas ele fez. - Disse agora, brava, não mais triste. - É incrível como meninos são irritantes. - ele olhou para baixo, visivelmente triste. Voltei a olhar para a janela e sorri. - Eu disse menino, não homem.

– Está me chamando de homem? - indagou.

– Do mesmo jeito que você me chamou de mulher. - me virei pra ele e sorri. Ele revirou os olhos sorrindo, também.

– Engraçado, ninguém me faz rir assim em tão pouco tempo. - ele disse.

– A culpa é minha se você é o único que acha graça nas minhas piadas horríveis? - ele riu. - Essa também foi uma horrível.

– É aqui? - ele perguntou. Assenti. Pegamos nossas coisas e saímos. - Ok, buraco nove em três tacadas.

– Duvido! – Respondi. Ele acertou em duas.

– HAHÁ, TE FALEI! – Ele gritou com os braços para cima e girando. Comecei a rir sem parar.

– Você falou em TRÊS tacadas. Pelo o que eu vi foi em duas.

– Não interessa, você sabe que eu ganhei. – dei a língua.

– Você não vai ganhar nada! – falei fingindo estar irritada, mas falhando.

– Ah é? – Ele me pegou e colocou nas costas enquanto eu gritava coisas que eu nunca tinha gritado antes, mas sorrindo. É claro que fui ignorada. Ele finalmente me pois no chão. Ele saiu do campo começou a andar.

– Aonde você vai? – Perguntei.

– Na piscina!

– Você nem trouxe roupa para banho! – Gritei, ele já estava longe, fui ignorada, obviamente, segui ele. Quando chegou à piscina, tirou sua blusa e entrou. Ai meu deus, que corpo perfeito era aquele? Definido, dourado, cabelos molhados por causa da água. Eu não posso agüentar isso.

– Não vai entrar? – Ele perguntou.

– Nessa água fria? Nem pensar! – ele saiu da piscina e me jogou lá. Simples assim. – PERSEU JACKSON, EU TE ODEIO! ME TIRA DAQUI AGORA! EU VOU TE MATAR! – ele começou a rir, dá para acreditar?

– Chega de drama, é só água! – ele falou.

– Só água? HAHA, só água. – disse sarcástica. – e minha roupa? Meu cabelo? ARGH!

– Deixa disso! Vamos, vou te levar em sua casa.

– Ok.

Andamos até minha casa, eu toda molhada e ele ainda sem a blusa. Merda!

– Então... te vejo no colégio. – disse ele.

– Ok. – Ficamos nos olhando até que eu dei um abraço nele. Ele era quente, ainda todo molhado. Deu-me um beijo na bochecha e saiu. Entrei em casa, tomei um banho e comecei a escutar Monster do Paramore.