Coração Nárniano escrita por Selena Cullen


Capítulo 33
32 – O fim da historia, o começo da lenda


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei pra postar né? Desculpa mesmo por isso, mas em compensação esse é o último cap, e o maior de todos!!!
ESpero q todos vcs curtam o cap, não ta perfeito(logico) + acho q ta muito bom
Aproveitem meus amores, o proximo será o epilogo!!



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Visão de Lúcia

“Por uma Nárnia livre, sou capaz de tudo” pensei repetidamente

Fechei os olhos, apertando-os, enquanto tentava ignorar os deboches, do que estavam ao lado de Acemira

Por um momento, o barulho cessou, como se nunca tivessem falado nada. Abri os olhos, e olhei em volta, eles continuavam bradando, debochando e gritando loucuras, mas nada parecia sair da boca deles, parecia até que eu estava surda

Continuei olhando para todos, com expressão nenhuma, até ouvir uma voz, tão angelical, que por um minuto pensei que eu estava morta, e eu estava pronta para ir pro céu

“Não fique com medo, pequena Lúcia. Eu estou do seu lado” a voz disse quase em um sussurro

–Lúcia, você esta bem? – a voz de Pedro me tirou dos devaneios

Fiquei um pouco desorientada, por isso, me limitei à só balançar a cabeça afirmando

–estou – respondi depois baixinho, vendo que ele perceberia o meu estado, sorri e continuei – não se preocupe comigo Pedro

Pedro percebeu desconfiado, mas decidiu não dizer nada

–Não quer... Se despedir? – Susana perguntou do meu lado

–Não preciso – me esforcei para parecer confiante –eu não vou morrer, nem vocês

Susana deu um sorriso de orgulho e me deu um abraço, Pedro fez o mesmo, formando um quente abraço de irmãos, só faltavam os braços de Edmundo ali

Afastamo-nos, e eu me aproximei de Tony, que parecia pálido

Antes que eu perguntasse algo, ele já me respondeu

–O veneno, mas vou ficar bem – ele sorriu

Eu somente sorri em resposta

Tony saiu da minha frente, me abrindo caminho e se pós atrás de mim junto com os outros

Ergui a cabeça, como uma verdadeira rainha de Nárnia, e encarei Acemira que me esperava

Ela deu três passos a frente, fiz o mesmo a encarando, sem desviar o olhar

–Ainda pode desistir, criança – ela diz, puxando sua espada da armadura

–Eu tenho fé – eu respondi, puxando minha espada e me pondo em posição

–Sua fé não vai te ajudar hoje

Acemira foi à primeira atacar, com força contra na altura do meu tórax, eu coloquei minha perna esquerda para trás, cruzei a direita a frente da esquerda me defendendo e novamente a esquerda para trás atacando a região do tórax dela.

Ela se defendeu, fazendo sua espada tinir em contanto com a minha, me empurrando para trás, com força

A ataquei de novo na altura do peito, mas ela se abaixou, fez uma manobra do chão, e me empurrou pra baixo, me fazendo cair de bunda no chão, ela levantou-se e se aproximou para um ataque fatal, mas eu fiz o mesmo que ela fazendo com que caísse no chão na minha frente

Levantamo-nos rápido, e ela me atacou primeiro, seu golpe foi rápido, e eu me inclinei para trás, mesmo assim ainda senti quando a lamina me cortou acima da minha sobrancelha, deixando um arranhão

–Eu disse que sua fé dessa vez não ajudaria – ela debochou, dando uma risadinha

Assim que ela terminou de falar, a ataquei, sua espada encontrou a minha, e eu a empurrei, a fazendo ela dar dois passos para trás, mas por nenhum momento ela pareceu perder o equilíbrio perfeito

Ela revidou, me atacando na minha lateral esquerda, pus minha espada a frente na dela, antes que me tocasse a empurrei. Ela me enganou, em vez de empurrar minha espada contra a minha, ela tirou, me fazendo inclinar um pouco pro lado, e ela atacou contra meu peito que por um momento eu deixei desprotegido, tentei desviar, perdi o equilíbrio e caí no chão

Acemira aproveitou que eu estava no chão, e tentou enfiar a espada contra meu peito, rolei no chão pra esquerda, e a espada dela cravou no chão, raspando na minha armadura

–Lúcia, pega! - Susana gritou

Olhei pra ela, e a morena me lançou outra espada, Susana sabia que eu lutava melhor com duas, do que com uma

Peguei a espada no ar

Por causa da espada de Acemira ter cravado no chão, um ogro jogou pra ela duas espadas

Ela manuseou as espadas na mão com estrema rapidez, que eu tive dificuldade de ver

“Você pode vencer, use a sua fé” ouvi mais uma vez a voz angelical, e demorei um pouco para entender que a voz se tratava de Luz, a filha de Aslan, presa no Coração Nárniano

–Minha fé... Ela é tão pequena – eu sussurrei em resposta

“Isso não é verdade”

Fiquei surpresa quando ouvi a voz responder, não sabia que ela podia me ouvir

Acemira me atacou na altura do pescoço, fiz um X com as minhas espadas e me protegi, aproveitei nossa proximidade, e antes que ala me atacasse com a outra espada, a chutei, fazendo a cambalear para trás

Ela ficou furiosa com isso, fazendo seus olhos verdes, se avermelharem, atingindo o vermelho sangue. Sua pele tingiu-se de uma cor mais prateada, e ela puxou os lábios vermelhos em um sorriso, fazendo com que ela ficasse assustadora

Um vento gelado apareceu do nada, surpreendendo a todos os presentes.

É impressionante o que ela é capaz.

“Esse duelo já é seu. Você já tem todas as armas que precisa, agora lute Lúcia. Por Nárnia!” a voz diz

Estava assustada, minha respiração ficou pesada, e meu coração bateu mais rápido do que qualquer outra vez em que estive em perigo

–Eu não consigo – sussurrei de volta, para responder a voz de Luz – ela vai ganhar

“Ninguém pode vencer você, a não ser que você deixe que ti vençam”

Com uma golpe rápido, Acemira me atacou, foi muito rápido, e mal pude me desviar, mesmo assim a lamina da espada cortou minha bochecha fazendo-a sangrar

Não tive tempo de respirar direito, ela já estava lançando outro golpe, fiz um X com as minhas espadas para me proteger, ela me empurrou com força para trás e eu cambaleei, mas continuei de pé

Ela continuou lutando rápido, quase sem me dar pausa para respirar, ela devia estar tentando me cansar

–Onde esta sua fé? – ela debochou, quando conseguiu tirar uma das espadas de mim

Enraivecida, a ataquei, mas ela passou sua espada por baixo da minha e a jogou para longe

Largando suas próprias espadas no chão, ela sorriu sinicamente

Antes de eu ter qualquer outra reação, Acemira me chutou nas costelas tão rápido, que eu só tive chance de sentir a dor. Com isso, caí de joelhos no chão

Acemira ficou na minha frente, e sorriu

–Isso mesmo, se ajoelhe diante de mim, imunda! – ela diz com ar de repugnância

“Não a deixe vencer você, Lúcia. Isso não precisa acabar assim, honre seu título” a voz invade minha cabeça

Apertei minhas mãos nas costelas, de onde Acemira havia me chutado, e eu gemi perante toda a dor que eu estava sentindo

“Pense nas palavras de Tony para com você, Lúcia. Não o decepcione, nem todo o povo Nárniano, que precisa de você, da sua liderança”

–Lúcia, reaja! – ouvi a voz baixa de Tony chamando por mim

Olhei pra frente, de onde vinha voz, e vi que Tony estava sendo socorrido pelos outros, sua palidez mostrava o quanto ele estava perto da morte

A voz dele, me fez lembrar, o que ele disse na noite de ontem

“–Vai ficar tudo bem - ele sussurra no meu ouvido – você entre seus irmãos é que sempre mais confiou em si mesma e faria tudo por Nárnia, não pode desistir agora, prometa pra mim que não vai desistir”

“Você prometeu, não a mim. Mas a quem você mais ama no mundo”

–Tony, eu te amo... – sussurrei, mas acho que nada saiu dos meus lábios

“Sua fé, Lúcia. Eu sei que ela não morreu dentro de você”

Olhei para Acemira, e só agora vi que ela dava risada da minha situação, e outros que permaneciam do seu lado, riram com ela

–Agora se levante, não é digna de ficar aos pés da verdadeira rainha de Nárnia, Acemira – ela diz sorrindo

Não mexi um músculo, e com força ela me deu um tapa forte no rosto, eu gemi com a dor, pó que ela certou justamente o lugar onde a espada me cortou na bochecha

Coloquei as mãos nos chão, para me apoiar, quando vi minha adaga, que como sempre, estava presa a minha bota, sem que percebessem, eu a puxei

Acemira, que estava sem paciência, me puxou pela armadura do chão, rindo quando eu gemi de dor, por causa da costela

–Anda, lute comigo! O que foi? – ela riu – perdeu sua fé?

–Não... – eu sussurrei – eu achei

Fiquei com força, a adaga em seu estomago, e ela soltou um grito de dor

Tirei a adaga da barriga dela, e fiquei olhando, esperando que ela se regenerasse, para continuarmos a luta, mas ela continuou sangrando

–Minha fênix... – ela sussurrou – o pacto foi quebrado...

Dessa vez, foi à vez dela de cair de joelho no chão, aos meus pés.

Pus a mão no Coração Nárniano, e a olhei diretamente nos olhos verdes, e disse:

–Nárnia nunca será sua

Puxei o colar do pescoço dela, e empurrei pro chão, mas ela continuava viva

Virei-me para meus irmãos, e ergui a mão pro céu, em sinal de vitoria

Eles comemoraram, com sorrisos enormes estampados no rosto

–Lúcia! – Susana gritou, em alerta

Virei-me pra trás, e Acemira estava de pé com uma espada na mão, pronta para atacar, ouvi um barulho agudo vindo de algum lugar, e de repente, Acemira havia caído no chão

Olhei para direção, de onde vinha o barulho e vi Joseph Sky, ainda com a varinha em punho

–Não! – Robert gritou – Joseph, o que você fez?

Robert Sky correu até o encontro de Acemira, a abraçou com força e sussurrou algo no ouvido dela

Vendo a cena, me senti chocada, larguei a adaga no chão, e fiquei parada

O mais velho dos Sky chorou, abraçado ao corpo quase sem vida, Acemira tinha um olhar vazio, como se não pudesse ver nada, fechou os olhos verdes pela última vez, e como um passe de mágica, seu corpo se resumiu a pó, deixando apenas suas roupas, mergulhadas em seu próprio sangue

O mesmo aconteceu com os outros do salão, que estavam do lado dela. Anão ser por Robert e Joseph Sky, que continuaram ali

O Sky se levantou do chão, olhou pra mim e disse com sua voz rouca:

–A culpa é sua

Não consegui fazer nada, eu só de repente, caí na inconsciência

Visão de Pedro

Não dava pra acreditar no que meus olhos estavam vendo, depois de um duelo emocionante: Acemira estava morta, minha irmã havia saído vencedora, e de repente, minha irmã e Robert Sky havia sumido, como um passe de mágica

Todos correram pro local de onde Lúcia havia desaparecido, nada havia restado, a não ser sua adaga, e o coração Nárniano

Joseph Sky se aproximou, e foi uma grande surpresa quando ele e Dallas deram um abraço

–Tudo bem, ele esta do nosso lado – Edmundo diz para mim

Só assim noto que Edmundo estava lá, e deu um sorriso largo

–Edmundo! – Susana deu um sorriso largo correndo pros braços do irmão, que a abraçou com gentileza

–Mas o que aconteceu, não estou entendendo – Liliandil diz – Acemira tinha um pacto com uma fênix não é?

–Não matamos a fênix – Eustáquio responde – a Acemira esta morta agora

–E pra onde foi a Lúcia, e o Robert? – pergunto desesperado

–Para Nárnia – Joseph responde, chamando a atenção de todos nós

–E por que ele a levaria pra Nárnia? – Caspian pergunta com desconfiança

–Acho que é isso que ele vai fazer, ele me disse há uns dias, que se o plano desse errado, ele faria dar certo. Robert vai matar Lúcia, e pegar a alma dela a força, depois vai recuperar o Coração Nárniano

–Como ele vai sugar a alma? – Tony pergunta, parecendo estar com medo da resposta

–Ele esta indo pra um vilarejo de Nárnia, na cabana onde nosso pai morava, tem um livro de magia negra

–Vamos pra Nárnia agora, Acemira morreu, o que quer dizer que os portais estão aberto – Tony diz– vamos todos juntos

–Tudo bem, eu abro o portal – Dallas diz com a varinha na mão

Pus o Coração Nárniano no meu pescoço, e assenti pra ela

Dallas abriu um portal na parede, e entramos correndo

O portal acabou em uma floresta

–Sei onde estamos – Joseph diz – me sigam

Joseph saiu correndo, e nós o seguimos logo atrás, não demorou e chegamos a uma cabana velha, entramos de supetão, mas ela estava vazia

“Deixe-me ajudar” ouvi uma voz angelical sussurrar

–Estão ouvindo isso? – eu perguntei

–O que? – Tony pergunta revirando algumas gavetas trás de uma pista

Ninguém pareceu saber do que eu falava, mas Edmundo sorriu, tirou rápido o colar do meu pescoço e disse:

–A voz veio daqui, ela falou comigo uma vez

Edmundo pôs o colar em cima da mesa, e dele irradiou uma luz forte, transparente como cristal, que eu precisei fechar os olhos para não me cegar

Quando eu abri os olhos, me deparei com uma garotinha.

A mocinha tinha pele pálida, a não ser pelas bochechas rosadas. Olhos azuis esmeralda, nariz arrebitado, lábios rosados e cabelos loiros dourados, que caiam como molas sobre os ombros

–Meu nome é Luz – ela diz – mas vocês já sabem disso, quero que venham comigo, vou mostrar onde esta a Lúcia

–Você sabe onde ela esta? – Tony pergunta

–Sou onipresente, como meu pai é. Sei exatamente onde ela esta

Seguimos Luz, pela floresta até uma clareira, bem no meio dela estava Lúcia, caída no chão, na frente dela estava Robert, com o livro na mão

–somnum! – Tony enfeitiçou Robert, que caiu no chão

Tony foi o primeiro a correr até Lúcia, fomos correndo logo atrás dele

Lúcia estava sangrando, com um corte profundo no estomago. Tony a abraçou com força, e a beijou carinhosamente na testa

–Lúcia, não... – ele diz baixinho

Isso bastou para entender por que ela não se mexia, será possível? Minha tão amada irmã,estava morta?

Não pude deixar de evitar as lagrimas quentes escorrendo por meu rosto, todos choraram pela vida perdida

Quem mais havia lutado por Nárnia hoje, estava morta

–Minha irmã, não... – Susana lamentou, se ajoelhando ao lado do corpo sem vinda – Não... Por favor...

–Volta pra mim, Lúcia volta pra mim – Tony diz com a voz embargada

Edmundo se juntou a Susana, e eu fiz o mesmo que meus irmãos

Meu coração parecia ter sido despedaçado, Lúcia é minha responsabilidade e eu deixei que ela fosse morta, sem fazer nada

Era Tony que parecia pior entre nós, ele agarrava o corpo de Lúcia como se quisesse obrigá-la a voltar à vida, ele passou os dedos sobre a pele gelada dela, e seus lábios já sem cor, por causa da perca de sangue, e sussurrou um rouco:

–Eu te amo... Não sei se consigo viver sem você

Fechei meus olhos com força, para não ver essa cena, daí só senti braços ao redor de mim, e ouvi sua voz sussurrar um:

–Eu sinto muito, Pedro – Liliandil diz chorosa

–Meu pai da vida a vocês todos os dias, acho que também posso dar, eu acho

Demorei um pouco para entender o que Luz quis dizer com isso.

Afastaram-se do corpo de Lúcia, todos menos Tony, que permanecia abraçado ao corpo

Luz ficou de joelhos na frente dela, pôs as mãos sobre seu peito e fechou os olhos.

De repente, Lúcia aspirou ar com força, como se fosse a primeira vez que tinha respirado

Abriu os olhos, e sorriu

Nesse momento eu tive certeza, esse podia ser o fim de mais uma das nossas historias, mas era o começo de uma lenda


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Notas finais do capítulo

Iaí? Mereço reviews?
E uma recomendação talvez?
:D



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