Ps I Love You escrita por lucas esteves


Capítulo 4
Outburst


Notas iniciais do capítulo

Já eram sete horas da noite, mas o céu estava mais escuro que o normal. Nuvens escuras escondiam a lua que já se fazia bem visível no céu.
Antes do que pensava, Seb se encontrou parado em frente à casa de David.



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Desabafo

 

- Annie, tente entender... – Seb foi interrompido por um grito histérico do outro lado da linha e afastou o telefone do ouvido.

- NÃO, quem a sua mãe pensa que é pra te impedir de sair de casa?

- Bem, ela é minha mãe...

- Isso é obvio. – a namorada disse estressada.

- Então porque você perguntou?

- OLHA COMO VOCÊ FALA COMIGO!

Ela não pode ser normal”, pensou entediado.

- Mas...

- Seb, você é meu namorado, tem que ligar pra mim, não pra sua mãe. Ela não é sua namorada!

- Claro que ela não é minha namorada! – ele exclamou, mas depois abaixou a voz, vendo que a porta do seu quarto de abria. – Mas ela é minha mãe, não posso fazer nada.

A Sra. Lefebvre entrou no quarto com uma bacia de roupas, e começou a arrumá-las displicentemente no guarda-roupa do filho.

- Esta falando com a Anniele? – perguntou alheia, abaixando-se e apoiando uma bacia de roupas limpas na perna.

Seb tapou o telefone com a mãe e olhou indignado para mãe.

- Eu não me conformo de como você se diverte vendo a gente brigar!

Sua mãe riu gostosamente.

- Filho, eu não me divirto... Eu me orgulho quando sei que é por minha causa.

- Você fez isso só pra gente brigar, não foi?

- Sinceramente? Não! Eu fiz isso por causa da menina que iremos receber... Eu nunca seria capaz de fazer uma coisa dessas sem mais nem menos – disse, agora a bacia de roupas limpas já estava quase vazia. – Mas dessa vez teve um bom motivo e eu aproveitei.

Seb bufou irritado. Sua mãe era, definitivamente, impossível.

- Ela ta dando cria do outro lado do telefone.

- Desde que não sejam seus... Digo, não quero meu sangue se misturando com o dela. – a mulher se levantou com um sorriso travesso no rosto e a bacia de roupas vazia. – Diga a ela que se ela tiver algum problema no parto, eu posso ajudar... A criança! – completou com ênfase, antes de sair do quarto.

- Seb... Seb... SEBBY! – gritou uma voz aguda ao telefone.

- Ah, oi Annie.

- Você me deixou falando sozinha?

- Claro que não... – mentiu. – Olha, Annie, eu tenho que ir na casa do Dave ainda, amanha a gente conversa.

- De jeito nenhum, depois eu ligo no seu celular.

Seb olhou rapidamente para o celular em cima da cômoda, ao lado da fonte do telefone. Ele pegou o celular na mão e checou... Bateria cheia.

- Olha, Annie, meu celular ta sem bateria. – disse desligando o mesmo. – Amanha converso com você, ta amor?

- Hum, ta bom meu bebê! – ela respondeu com uma voz manhosa. – Beijuxus, lindo!

- Beijo!

Seb não esperou que ela respondesse, desligou o celular.

O rapaz pegou a mochila e socou o urso dentro, seguindo depois a casa de David.

Já eram sete horas da noite, mas o céu estava mais escuro que o normal. Nuvens escuras escondiam a lua que já se fazia bem visível no céu.

Antes do que pensava, Seb se encontrou parado em frente à casa de David.

Uma chuva pesada começava a cair.

- Oh, Sebastien, querido. – disse a mãe de David, ao vê-lo tomando chuva em frente a casa. – Um minuto, querido...

Ela adentrou a casa novamente e segundos depois o portão eletrônico se abriu.

Sem hesitar, ele foi casa adentro, fugindo da chuva.

- Oi Sra. Desrosiers, tudo bom?

- Tudo sim, querido. – ela disse simpática. – E você?

- Também... Minha mãe mandou um beijo e um abraço pra senhora.

- Obrigada. O David esta no quarto dele, pode ir lá.

- Ok.

Seb seguiu até o final do corredor, ao quarto de David.

- Oi, Dave?

O amigo, sentado na cadeira em frente ao computador, se virou para encontrar que lhe chamava.

- Seb? O que ta fazendo aqui? – perguntou David.

- É um prazer te ver também... Eu vim trazer seu urso...

- Mas você não ia levá-lo amanha?

- Ia, mas quis sair um pouco de casa.

- Ah, também tem que arranjar um bicho de pelúcia pro seu trabalho de anatomia, né?

Seb olhou para o amigo, estranhamente.

Ele não pode ser normal”.

- Não, eu queria parar de pensar em umas coisas aí.

David levantou da cadeira e foi receber o urso. Indicou a cama para que o amigo se sentasse e depois voltou à cadeira de computador.

- Então, qual é o problema?

- Ah, uma longa história.

- Então me conta, eu não tenho nada pra fazer mesmo...

- Já fez a tarefa de inglês?

- Eu quis dizer, nada que eu VÁ fazer.

- Ah ta... Bom, então, hoje, quando eu cheguei em casa... – disse, começando a contar seu dia.

 

- Cara, que show! – exclamou David.

- Que show? Dave, você gostaria de ter uma completa estranha aqui na sua casa, intrometendo-se nos assuntos da sua família? Fazendo parte dela?

- Sem duvida! Você não?

- Mas é claro que não. Essa garota será, muito provavelmente, uma menina excluída, daquelas que usam óculos enormes e roupas surradas, que passam o dia inteiro estudando e são odiadas por todo o colégio.

- Seb, você não esta sendo ligeiramente super dramático?

Seb se levantou da beirada da cama do amigo e foi até a janela, onde se via a chuva cair pesada.

- Vixi, eu tenho que ir...

- Ir? Com essa puta chuva? Você esta louco... Meu pai até te levaria se estivesse com o carro, mas aquela maldita lata velha esta na oficina, pra variar.

- Ah, e você quer o que? Que eu espere a chuva passar?

- Não sei... – disse David, se levantando e saindo do quarto. – Vamos ver com a minha mãe.

 

- Seb, querido, eu liguei pra sua mãe, ela deixou você dormir aqui hoje. – informou a Sra. Desrosiers, sentando-se no sofá da sala, em frente a David e Seb.

- Ah, muito obrigado. – o rapaz respondeu educado.

- Ela me contou que vira uma menina fazer intercambio na sua casa...

- É verdade.

- Que maravilha... Sabe, receber pessoas de outros paises é conhecer outras culturas...

- Espero que sim... – ele comentou vagamente.

A mulher suspirou, consultando o relógio de pulso.

- Bem, eu vou dormir... Boa noite aos dois... E parabéns, querido, aproveite essa oportunidade pois pode ser uma chance única! – disse antes de sair.

David esperou a mãe sumir pelo corredor, para desatar a rir.

- É Seb, parece que é só você mesmo que esta com essa frescura da brasileira. – debochou.

- Escuta, será que a gente podia ir dormir? – pediu mal humorado.

- Ah, claro. – disse David, seguindo para o quarto, ainda rindo. – Vem, eu vou arrumar o colchão pra você.

 

David deitou-se em sua cama e deu uma ultima olhada na luz que saia por debaixo da porta do banheiro. Cansado de esperar pelo amigo, apagou a luz do quarto e virou-se para dormir.

Não muito depois, a porta do banheiro se abriu, e Seb saiu de lá vestindo um pijama emprestado do amigo.

- Dave, você ta acordado? – chamou, apagando a luz do banheiro e deitando-se no colchão ao lado da cama de rapaz.

- To, por quê?

- Queria saber se você realmente não estava tirando uma com a minha cara, quando disse que receber um estrangeiro em casa, era legal.

- Claro que não. Eu acho que deve ser show. – ele confirmou. – Qual o nome dela?

- Não sei, minha mãe só disse que era garota, brasileira, imagino que da minha idade, e vai chegar depois de amanha, sábado...

- Então... Alem de ter a oportunidade de conhecer mais sobre a cultura brasileira, quem sabe você não dá sorte de ser uma gata.

- David, por acaso você ainda se lembra que eu tenho namorada?

- Por enquanto, lembro... Mas, tipo, isso não significa nada, você ta namorando, mas isso não te impede de olhar nada...

Seb riu.

- Eu já disse que você não presta?

- Você, acho que não, até agora, só o Pat e o Chuck que disseram isso.

- Ótimo, então... Você não presta.

- Ah, eu vou considerar isso como um elogio...

- Mesmo sabendo que não é?

David ficou e silêncio por um momento, e Seb se perguntou se o amigo estaria, realmente, pensando em uma resposta séria para o que era somente uma brincadeira.

- É, eu to com sono demais pra me ofender.

- Ah, isso foi um “cala boca e vamos dormir”, não foi?

- Foi...

- Então boa noite, Sr. Desrosiers.

- Boa noite...

Seb se virou de lado, pronto para dormir. Toda a conversa com David havia servido como “desabafo” e agora ele estava se sentindo muito melhor, contudo não pensou nisso por muito tempo, logo o sono veio e o rapaz não conseguiu resistir. Dormir tranqüilo, sem saber que, naquela noite, seus sonhos seriam invadidos por um estranho semblante negro, aquele refletido em cacos de espelho.


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