Ainda escrita por Nara


Capítulo 15
Décimo Terceiro Capítulo




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Décimo Terceiro Capítulo

A mulher se encolheu em um canto do quarto, tentando se afastar ao máximo da barbaridade que havia feito. Suas mãos estavam suja com o sangue daquela pobre criança. Ela mal podia imaginar a dimensão do que havia feito, não crendo que aquilo tudo fosse real.

Aproximou seus joelhos de seu peito e abaixou a cabeça. A mesma posição que o garoto. Chorou desesperada. Sentia raiva de si mesma. Mas raiva não era o bastante, sentia nojo. Se estapeou, puxou seus cabelos, se arranhou, mas nada adiantava. Ela continuava gélida e intacta. E a dor em sua garganta queimava, como sempre.

Deitou no chão frio do quarto escuro, fechando seus olhos apertados enquanto rezava uma oração que as freiras do convento haviam ensinado quando era mais nova. Gostaria tanto de voltar no tempo, voltar para a época em que brincava de roda com suas colegas, quando rezava antes de dormir tendo a certeza que Deus a amava e amava sua alma, pois ela era um boa garota. Não como agora, não sendo um monstro.

Manteve seus olhos bem apertados, recusando-se a sentir qualquer coisa, ouvir qualquer coisa, tentando ao máximo ignorar as sensações em seu corpo. Estava exausta, queria dormir. Lembrou-se de como ela fazia quando era hora de dormir no convento, mas ela não tinha sono. Ficava com raiva quando as freiras se zangavam por ela não conseguir dormir. Já havia ficado de castigo muitas vezes. Nesses casos ela desejava estar em casa, ter o carinho se seus pais, poder brincar no quintal em seu balanço, rolar na grama. Em casa as freiras não iriam brigar por ela sujar os vestidos. Na casa que ela sonhava, ninguém ficaria zangado e ela era muito feliz com seus pais. Eles nunca sairia do lado dela e jamais a deixariam dormir sozinha no escuro.

Ela sempre dormia com esses pensamentos quando tinha insônia e sonhava com sua casa perfeita. Manteve os olhos bem fechados, até que ela começou a sonhar com sua vida perfeita.

Isabella acordou com os raios do sol tocando sua pele. Ergueu-se olhou ao redor. Estava em sua casa, em Chicago. Não se lembrava de ter saído da casa de seus pais na Inglaterra.

Estava bem descansada e disposta, havia dormido bem, aparentemente, como ela dormia quando estava com Edward. No entanto, não havia ninguém ao seu lado na cama. Olhou ao redor, mas nenhum sinal de seu marido.

Ela se lembrou então de que o havia abandonado para ir atrás de seus pais há… quanto tempo? Será que ele já teria desistido dela, por isso não estava ao seu lado? E seus pais, lembrava que eles haviam…

Ouviu alguém mexer na maçaneta da porta, ficou apreensiva. Quando a porta se abriu, avistou seu marido lutando para equilibrar uma bandeja.

— Edward! - Bella exclamou, transbordando felicidade ao ver o marido novamente. Edward a encarou com seus grandes olhos verdes, sorrindo em seguida.

— Bom dia, querida. - ele saudou, aproximando-se da cama e depositando a bandeja sobre o colchão. - Trouxe o seu café da manhã. - Edward se sentou perto dela, tocando a pele nua do braço da esposa. - Dormiu bem?

— Eu não me lembro, mas devo ter dormido muito bem, me sinto ótima. - falou, encarando Edward de maneira curiosa. Mal podia acreditar que ele realmente estava ali.

— Você não se lembra de ontem a noite? Me sinto ofendido. - falou com falso ultraje.

Bella corou um pouco, entendendo o que ele queria dizer. Limpou a mente, em seguida. - Eu pensei que você havia ido embora quando acordei e não te vi ao meu lado.

Edward uniu as sobrancelhas. - Por que eu iria embora? - falou enquanto pegou uma fatia de bolo para dar à sua esposa.

— Por que eu saí de casa sem o seu consentimento. Você não se lembra de que nós brigamos e então eu fui para a Inglaterra? - ela indagou.

Edward sorriu docemente. - Não pense nisso querida, passou. - tocou uma maçã do rosto de Isabella com a ponta dos dedos.

— Mas você não está bravo comigo? - perguntou relutante, enquanto aceitava o bolo.

— É claro que não, meu amor. Eu nunca vou ficar bravo com você! - afirmou, sorrindo.

— Mesmo? Você costuma ficar bravo comigo. Nós brigamos tanto… - ela abaixou a cabeça.

— Eu nunca mais vou ficar bravo com você. Nunca mais! E nós nunca vamos brigar.

— Nunca mais? Nós nunca mais vamos brigar? - ela indagou.

— Nunca mais! - Edward sorriu radiante, fazendo com que Isabella sorrisse de volta.

Ela então comeu um pedaço do bolo que Edward havia oferecido. Estava divino, como um sonho. O marido a olhava comer com os olhos maravilhados, sorrindo sempre que podia.

— Você não vai trabalhar hoje? - Bella perguntou, notando que raramente Edward ficava com ela na cama durante a manhã. Sempre que ela acordava, ele já havia saído para o hospital

— Não, não vou.

— É domingo? - ela uniu as sobrancelhas.

— Não, não é domingo. - ele respondeu dando de ombros.

— E por que você não vai então? - perguntou realmente confusa.

— Eu não vou mais trabalhar, vou ficar com você daqui em diante.

Ela assustou-se com a resposta do marido. - Mas e os doentes? Você disse que eles precisavam de você, que havia um surto de gripe, ou algo do tipo.

— O surto passou, não há mais doentes.

— Não há?

— Não. Ninguém mais está doente. Ninguém.

— Mas meus pais estavam doentes. Eu me lembro de que eles…

— Seus pais estão bem. - Edward afirmou.

— Edward, eu me lembro de que eles não estavam bem. Meus pais se despediram de mim, eu fui ao velório deles. - seus olhos começaram a se encher de lágrimas.

— Não, meu amor. Não chore! Seus pais estão bem! Eles estão felizes na Inglaterra, na casa deles. Eles vão ficar assim para sempre, nunca vão morrer, nunca vão te deixar. Eles estão muito felizes por nós dois, querida. - sorriu.

— Mesmo? Eles estão mesmo bem? Eu preciso vê-los, procurá-los. Estou tão preocupada! - tentou se levantar, mas Edward a segurou na cama.

— Querida, eu juro que eles estão bem. Poderemos falar com eles mais tarde, mas agora eu quero que você fique aqui comigo.

Bella ficou um pouco apreensiva. - Você vai ficar zangado se eu for ver meus pais, como ficou da última vez?

— É claro que eu não vou ficar zangado com você, Bella. Só quero que você fique ao meu lado. Eu juro que está tudo bem, com a nossa família e conosco. Nós nunca mais vamos ter que nos preocupar com problema algum, nada vai dar errado daqui para frente. Vai ser apenas felicidade e paz. Você não está sentindo a paz? Olhe só como o sol está brilhando!

— É verdade, eu nunca vi o sol brilhar tanto assim aqui. Parece um sonho.

Edward sorriu abertamente. Pegou a bandeja que estava em cima da cama e colocou-a no chão, vindo por cima de Bella em seguida.

— É o nosso sonho e nós nunca vamos acordar. - roubou um beijo da esposa, fazendo com que ela gargalhasse. - Eu quero você para sempre, senhora Masen. - distribuiu beijos por toda a face dela, descendo pelo pescoço até seu colo.

— Eu quero ficar com você, Edward. - Bella falou ofegante enquanto Edward lhe dava beijos ousados.

Ele a deitou na cama de maneira abrupta, fazendo com que ela gritasse. - Você pode ter tudo o que quiser de mim, minha Bella. Nós vamos ficar juntos para sempre.

— Promete? - ela perguntou, beijando a ponta do nariz de Edward, fazendo com que ele sorrisse abertamente.

— Prometo. - ele afirmou e segurou os pulsos de Isabella acima da cabeça dela. - E vamos começar o para sempre agora. - atacou os lábios de Isabella, que riu sob a boca de Edward.

O homem avançou com seu toque pelo corpo de Bella, tomando-a para ele como nunca antes, fazendo com que ela se sentisse completa, feliz. A mulher mais feliz do mundo.

Os dois ficaram deitados na cama durante o que pareceu uma eternidade, se amando, desfrutando da presença um do outro. Não havia nenhum sinal de algo que pudesse estragar a felicidade do casal. Comiam quando sentiam fome, dormiam quando sentiam sono e se amavam profundamente. Bella sabia que tudo estava bem, que o mundo a sua volta estava bem. Era isso que sentia quando o via o sol brilhar durante o dia e quando via a lua e as estrelas brilharem durante a noite. Edward nunca saía do lado dela, eles nunca mais brigaram. O marido passava horas a desenhando, ela adorava posar para ele, em seguida os dois se amavam novamente. Já havia perdido as contas de quantos desenhos Edward já havia feito dela.

E assim foram se passando os anos. Os dois nunca precisaram estourar a bolha em que viviam. E Bella pode, em fim, ter a paz e a felicidade que sempre sonhou.

Enfim ela estava vivendo seu sonho.


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Notas finais do capítulo

Amores da minha vida,

Pensaram que eu tinha me esquecido, né? Não, não, não! Eu só estava passando férias na Europa, nas casa que meus pais me deram, andando nos meus carros de luxo.
Não. Na verdade eu estava estudando cálculo 2 :'(
Mas não abandonei ninguém! Espero que continuem lendo.

Grande beijo.

Nara xx