Rescued escrita por Lolla


Capítulo 2
Triste Notícia


Notas iniciais do capítulo

Como vocês ( Bella Di Angelo e LyStranb) pediram, aqui está mais um capítulo que continua pequeno, eu sei, mas pelo menos mata um pouco da curiosidade de vocês, né? Obrigada pelos reviews e boa leitura!



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Um mês e meio antes.

Eram umas 3h da manhã quando meu telefone tocou. Olhei o identificador de chamadas e o número estava bloqueado. Mesmo pensando em um possível trote por parte de meus amigos infantis, atendi.

- Senhorita Strecker?- Era um homem, com pelo menos 40 anos, com a voz grave e determinada. Me arrepiei.

- Sim... Quem é?- De repente, minha voz perdeu toda a sonolência.

- Eu sou o detetive Grous. Estou em frente ao seu prédio. A senhorita está em casa?

- N...não. Estou com meu pai. - Minha voz falhou e tremeu. Fiquei com medo da resposta de minha seguinte pergunta- Aconteceu alguma coisa?

- Onde a senhorita está nesse exato momento?

Falei o endereço somente, pois não confiava totalmente nesse cara para falar o número do prédio ou do apartamento. Minha voz trêmula denunciava meu pânico e eu não pensava em mais nada além de sua rápida explicação do que estava acontecendo naquele exato momento. O mundo perdeu a cor e o sentido e eu simplesmente apaguei no meio de sua explicação.

Neste meio tempo em que eu fiquei desacordada, meu pai conversou com o detetive que lhe explicou tudo e me levou ao hospital mais perto. No hospital, eu não comia, eu não bebia e não falava. Em um determinado momento, foi recomendado que eu comesse através de tubos, o que foi horrível. Vários familiares vinham me consolar, trazendo flores, doces e todo tipo de presentes, mas nada me animava. Eu sentia repulsa de todas as lágrimas falsas que as pessoas ao meu redor derramavam, além da compaixão desnecessária. Eu não precisava e nem queria nada disso. O que eu queria, eles obviamente não podiam me dar.

Minha estadia no hospital foi prolongada por meu óbvio comportamento que os médicos achavam que era depressão. Eles pensavam que eu era igual aquela velha louca da minha mãe. Mas eu mostrei para eles, para todos, que eu sou mais forte do que isso e em alguns dias, eu tive alta do hospital.

Depois de algum tempo, recebi a notícia de que meu médico me aconselhou um terapeuta. A partir daquele dia, comecei a freqüentar o Dr. Grey (seu nome é Tristan). Ele é um cara novo, mas muito alegre para o meu gosto. Ele me lembra um pouco eu, antes do suicídio (meu pai insiste para que eu chame de acidente, mas para mim está longe de isso ser uma coisa acidental).

Eu nunca mais fui a mesma garota alegre. Meus amigos perceberam isso e, aos poucos, foram se afastando, me deixando com somente minha solidão como companheira. Até minha melhor amiga, Claudee, se afastou e passou a me ignorar. Virei uma garota isolada e não me esforcei para ganhar a amizade deles de volta. Eles, que me deixaram sozinha em meu pior momento. Eu não tinha ninguém. E o que as pessoas simplesmente não sabiam, é que eu preciso urgentemente ser resgatada. Resgatada de mim mesma, dos meus temores e da minha solidão, principalmente. Mas quando eu percebi que ninguém mexeu um dedo para me ajudar, mudei de escola.

Estava na hora de recomeçar minha vida. Mesmo eu continuando com minha barreira protetora, resolvi me afastar do passado e começar a andar em direção ao futuro. Eu precisava disso, para minha própria liberdade. Eu conversei sobre isso com Tristan em minha última sessão e ele ficou impressionado, eu nunca havia falado tanto em um só dia. Seu rosto se iluminou e ele assentiu veemente. “Está na hora de seguir em frente!” ele gritou. Por isso, pedi ao meu pai para me mudar de escola e ele aceitou como eu pensei que faria.

A escola se chama Di Angelo High School. Irônico, não? Era uma das melhores do país, o que animou meu pai. Como ele é um corrupto desgraçado tem dinheiro o suficiente para pagar esta escola (que é a mais cara do país também) para trinta crianças. Era aquela típica escola de gente mesquinha, com seus celulares caros e sapatos de grife. Um lugar que eu simplesmente não me encaixaria.

Atualmente

Como eu tinha dito antes, não me dei muito bem na escola. Quando entrei, já atraí olhares curiosos e de pena. Odeio isso. Toda essa atenção. Essa piedade incontida que emanavam das pessoas quando eu passava por elas.

Por que aquela louca teve que estragar com a minha vida? Levar embora meu bem mais precioso. Thomas. Ainda lembro claramente de nossas brincadeiras. Como nos divertíamos juntos! Meu dever era protegê-lo. Meu pequeno príncipe. Com apenas seis anos...

Eu penso isso todos os dias, todas as horas, todos os minutos. Na aula, eu não presto atenção em nada. Talvez seja por isso que eu esteja indo tão mal nas notas. Eu já não sei quantas vezes fui para a diretoria por matar aulas. Às vezes sinto alguém olhando para mim, provavelmente com pena, e eu fico mais irritada.

– Senhorita Strecker?- Diz o professor de física, atrapalhando minha linha de pensamento. Olho desafiadoramente para seus olhos escuros, as sobrancelhas levantadas e a boca contraída. Vejo seus olhos, antes duros, cederem e ficarem temerosos. - Preste atenção à aula.

Reviro os olhos e ignoro. Olho meu relógio de pulso e suspiro. Mais três horas de tortura, incluindo a educação física.



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Notas finais do capítulo

Aqui está! Comentem e me digam o que acham!
beeijos



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