Must Be The One escrita por Minor thing


Capítulo 40
She grows with your life


Notas iniciais do capítulo

Oii, como vão vcs?
Demorei dois dias pra escrever esse capítulo mas tá aí, espero que gostem!



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Josh's POV

Aquela cena não saía da minha cabeça. Eu. Mandy. Beijo. Cara, isso era muito surreal para mim! Pensava que ela já não gostava mais de mim, ela tinha ficado puta antes... Mas ela me beijou. Ela. Não eu. Isso quer dizer alguma coisa não é? Ah sei lá. Eu estou tão feliz! Minha alma parecia estar flutuando e eu estava numa paz interna maravilhosa. Já devo ter dado bom dia para todo mundo aqui na clínica.

– Hey, Josh! - disse John, acenando.

Tinha acabado de sair do grupo de apoio e ele me chamou para acompanhá-lo até seu quarto.

– E aí cara, beleza? - falei.

– Tudo ótimo. Queria conversar um negócio contigo, pode ser?

– Claro. Pode falar.

– Assim, eu conheci uma mulher... Que ela não sai da minha cabeça.

História de apaixonado.

– Você gosta dela? - perguntei.

– Sim. Muito. Você não tem noção. Mas é que tem um problema...

– Qual? - perguntei sem a mínima ideia.

– É que... Olha, as únicas forças que me ajudam a sair de toda essa situação que estou é o apoio de pessoas como você, Flea, Anthony e Chad estão fazendo e ela. Ela é uma graça. Ela tenta proteger todo mundo de todo o mal que existe. E ela não é um caso de uma noite, se não nem estaria falando para você. Estou falando de todo o meu coração.

– Já sei, o problema é que ela não aceita que você está numa clínica.

– Não, não é isso. Ela... Tem um namorado.

– Aaaah sim. Cara, não liga para isso. Quer dizer, respeite o namoro dos dois, mas fale e converse com ela. Vai que o namoro deles não esteja tão bom assim.

– Hm, sério? Você acha que eu devo fazer isso mesmo?

– É, você tem que se arriscar né, cara? Pode ser que dê certo.

– Mesmo se o namorado dela for você? - falou John com uma cara desconfiada.

– O quê? - perguntei confuso.

Um segundo depois, entendi tudo. Ele estava apaixonado por Mandy. Não acredito. Meu rosto ficou vermelho, mas não de vergonha, alguma raiva ou ciúmes obsesso subia à minha cabeça. Desde quando ele a conhece? Ele só não ficava olhando para ela de um jeito estranho? E pelo que eu me lembre, a Mandy se incomodava com isso. Caralho.

– Você... Mandy... Sério? – perguntei, tentando disfarçar o que estava sentindo.

– Eu sei que você ainda gosta dela, mas eu também gosto. E cara, eu não quero arranjar nenhuma confusão com isso, e nem deixar de ser seu amigo só por causa dela, mas eu queria esclarecer isso tudo.

– Olha, não tem problemas... Mas eu acho que ela não gosta de você desse jeito – falei com uma voz séria – Ela me disse que você ficava a encarando de um modo estranho...

– Ah sim, eu já conversei isso com ela.

– Hm, sério? - deu vontade de perguntar onde, quando e o porquê, mas estava tentando me controlar.

– É. Ela veio aqui ontem... Ela falou com você, não falou?

– Sim, ela falou sim... - falei dando um leve sorriso me lembrando do beijo.

– Então, sem ressentimentos? - falou John estendendo a mão.

– Sim – apertei a mão dele – Mas saiba que eu vou reconquistá-la.

John sorriu e falou:

– Que vença o melhor.

John era um cara legal. Se fosse eu no lugar dele, acho que não teria comentado nada. Sei lá, vergonha. Acho que se eu perdesse a Mandy, não ia ser tão ruim perdê-la para ele. Muita gente fica tachando-o de drogado e de que sempre vai ser viciado em heroína e que ele está aqui na clínica perdendo tempo, mas eu o conheço. Ele tem uma força de vontade, uma esperança, uma vontade de mudar o mundo que é contagiante. Às vezes, você fala com ele e dá vontade de ser uma pessoa melhor.

Mas eu ainda gosto dela.


John's POV

Tive uma conversa marota com Josh. Gente boa. Agora que eu já havia conversado com ele, me sentia mais livre para fazer o que quiser. Por isso, peguei outra tela e comecei a pintar. Apareceu a mulher que sempre me vem à cabeça essas horas, mas até agora eu não sabia quem ela era. Foda-se, os melhores quadros vêm de ideias sem nexo.

Começava a minha preparação para a minha volta ao Red Hot. Tinha ido ao dentista ontem e já estava com todos os dentes certos. Meu cabelo já estava voltando ao normal, eu acho. Havia pegado um violão na sala da imaginação esses dias e comecei a tocar o básico.

Sabe, é meio difícil lidar com essa imprensa toda em cima de você. E ainda mais na minha situação. Mas eu acho que consigo lidar com isso. Pra quem consegue sair do mundo das drogas, lidar com imprensa é fichinha.

E, sabe, realizações vem do conflito interno da consciência, e trazendo pensamentos inconscientes para os conscientes, que assim acorda a mente e muda nossa perspectiva de vida. E foi isso que aconteceu comigo. Não foi fácil. Pressão, julgamentos, preconceitos, desprezo... Haja meditação, leitura, pintura e até escrever, eu escrevo. Este tem sido muito bom pra mim. É como se eu pudesse ver minha mente de um jeito exterior.

É como se você estivesse preso na sua própria mente, não existe fuga. Enquanto você não acha um jeito de sair disso, você se oprime, você se droga, você vai se matando aos poucos a cada dia... O pensamento que você não consegue escapar de você mesmo é realmente assustador. Ser capaz de examinar seus pensamentos quando você escreve é realmente iluminante porque você pode ler eles de volta para você mesmo 5 minutos mais tarde, e ter uma reação completamente diferente para ele do que você teve quando estava com aquilo na cabeça. Torna-se muito mais fácil naquele momento de olhar para o que escreveu e dizer: 'Bem, isto é verdade de um ângulo, mas eu também posso ver isso desta posição." Suas emoções estão totalmente amarradas em seus pensamentos e você não teve nenhuma habilidade para poder separá-los. Então você lê isso uns dias depois quando você está com um humor diferente, e olhando para isso dessa posição exterior, você pode mentalmente, colocar esse lugar num modo claro. Assistir aquilo pelo cérebro, mas com um contexto sentimental completamente diferente, você pode estabelecer um pequeno tipo de separação entre seus pensamentos e suas emoções: Se você não escreve e nunca olha pra dentro de você de uma forma exterior, você é incapaz de fazer.

Isso já até rendeu músicas. Algumas ficaram toscas, outras até que eu gostei.

Suspirei e fui para meu quarto. Eram 10 horas e as enfermeiras já estavam ficando bravas comigo por ainda estar acordado. Mais um dia naquela clínica. Acho que agora faltavam seis meses.




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Notas finais do capítulo

Nessa pov do John, eu tirei umas partes de uma entrevista dele, tá aqui nesse site http://www.universofrusciante.com/2011/06/entrevista-com-john-sobre-saude-mental.html
E aí, gostaram? Pra quem vcs torcem?