POV Gina

O salão principal estava, como sempre, barulhento demais. Harry e Neville estavam conversando sobre algo, Ron fitava a madeira e de Hermione, nem sinal havia. Fiquei com medo, pois também não havia sinal de Malfoy na mesa da Sonserina. Não, ela não pode estar com ele. Aquilo na sala dos monitores foi para provocar o Ron, dar o troco nele, certo? Esperava avidamente que sim. Quer dizer, eles não podem nem pensar em terminar agora. Qual é? Isso é inacreditavel. Depois de sete anos, finalmente eles estão juntos e agora... E tudo por culpa de Draco Malfoy e Pansy Parkinson. Quem diria não é? Aqueles que sempre se odiaram, agora juntos... Não Gina! Eles não estão juntos! Foi um mal entendido, Ron e Mione deram um tempo, mas isso passa logo! Tentei me convencer disso, mas não consegui. Rony parecia realmente confuso ou algo do tipo, ele olhava para Pansy como se tentasse entender o que fizera, mas não parecia de todo triste. No fundo eu sei que ele cogita em dar uma chance a sonserina com cara de buldogue.

Tin tin. McGonnagall bateu com a colher na taça, anunciando que tinha algo a falar. Aos poucos o salão se silenciou. Eu já sabia qual seria o recado, mas mesmo assim procurei prestar atenção.

– Boa noite alunos. Antes de termos a oportunidade de saborear este delicioso banquete, tenho um importante recado dos monitores. – múrmurios percorreram o salão. – Ficou decidido, que, o baile de reinauguração será, a pares,e SHIIIU! Ótimo. Então tratem de encontra seu acompanhante. Devo dizer-lhes que seria mais prudente esperar a chegada das escolas convidadas – no caso Durmstrang, Beauxbatons e a Escola de magos do norte. Creio que para evitar casos e acasos. Eles chegam dentro de duas semanas. Ou seja, duas semanas antes do baile. Muito bem, é isso. Bom apetite! – e o jantar delicioso apareceu por sobre a mesa.

– Rony! – chamei ele, ainda muito irritada.

– O que é?

– Vá achar a Hermione!

Ele fechou a cara perante a minha... ordem. E secamente me respondeu:

– E por que é que eu faria isso? Não percebeu Gina? Ela prefere o Malfoy. Nesse exato momento deve estar aos amassos com ele.

– Ora, então se estiver é culpa sua! Quis provocar não quis? Beijou a buldogue com todo o fervor na frente dela e queria o que?

– Gina não quero falar sobre o que aconteceu hoje.

– Covarde.

– COMO DISSE?

– Me ouviu bem! E além de tudo agora, vai deixar ela ir ao baile com ele? Larga de ser tonto Ronizinho e corre atrás do que você quer!

– Gina, não sigo suas ordens! – disse entre dentes trincados. – E sei o que eu quero, Vou ao baile com a Pansy. Ao menos ela tem certeza do que quer. Ela quer a mim! Ao contrário da Hermione. – levantou-se e saiu.

Olhei para Harry suplicante. Ele e Neville tentaram não escutar a discussão, mas tenho certeza de que a ouviram.

– Preciso da ajuda de vocês. – disse decidida.

– Gina, se é o que está pensando, não vamos sair por ai dando uma de cupido doid...

– Vamos sim Harry! Faz sete anos, SETE, que ele se gostam e o orgulho fala mais alto. Finalmente se declararam, não vamos deixar que os dois idiotas estraguem isso. Harry e Neville, pelo Ron e pala Hermione, temos que dar um jeito nisso!

Os meninos se entreolharam. Quando Harry fitou a mesa soube que tinha vencido.

– Tudo bem. – disseram – O que vamos fazer?

POV HERMIONE

Depois do ocorrido na reunião, fiquei tão envergonhada que sai correndo para o meu quarto. Pode parecer exagero, mas me senti mal pelo que Rony fez comigo. E mal também por ter usado Draco como arma de ciúmes... Não tive coragem de aparecer no jantar, e acho que Draco também não foi. Ele não veio me incomodar, pois sabe que preciso de um tempinho pra mim. Mas devo confessar, as horas que passei trancada, fiquei esperando Ron entrar pela porta e fazermos as pazes. Nunca estive tão confusa na minha vida. Não quero perder o Ron, mas ele não me quer mais... Já o Draco...? Eu simplesmente não sei. Com certeza não deveria estar agindo assim. Desanimada o tempo todo, irritada, zangada, triste... mas não posso evitar. Somente horas depois, quando provavelmente o castelo todo estava dormindo é que Draco veio – finalmente – me procurar. No fundo ansiava tanto por ele quanto por Rony.

Vestia uma calça de moleton marrom, estava sem camisa e com os cabelos bagunçados. Trazia na mãos – ao que parecia – tortinhas de abóbora, varinhas de alcaçus e duas garrafinhas de cerveja amanteigada. Eu o explorei com o olhar, e quando ele viu que meus olhares estavam em seu tórax definido, deu um sorriso presunçoso. Corando afastei os olhos, mas depois voltei a traz e disse irritada:

– Que cara é essa Malfoy?

– Malfoy? Assim você me ofende.

– Draco. – disse Hermione.

– Bem, essa é a minha cara. – disse o loiro. – Trouxe o nosso jantar. – ele sorriu, deixou as coisas na minha frente, e sentou-se junto de mim na cama ampla.

– De onde é que você tirou essas coisas? – perguntei, com um certo divertimento.

– Eu tenho meus truques amor. – disse ele sedutor.

– Amor? Draco, Draco, as vezes penso que não mudou coisa nenhuma. – disse rindo. Ele me fitou fingindo mágoa.

– E nós sempre voltamos a esse assunto não é? – disse ele. Eu fiz que ia se desculpar, mas ele me impediu. – Você está certa. Em partes. Depois da guerra, muitos dos meus conceitos mudaram. Bom, não posso dizer que gosto de certas pessoas, mas quando as vejo me obrigo a simplesmente ficar quieto, coisa que antes eu não fazia. Eu só deixei de ser criança Hermione. E quanto as garotas, decidi que esse ano só iria querer algo sério. – sorriu maliciosamente e completou. – Ainda estou investindo nisso.

– Ora, mas como pode ser tão convencido? – perguntei rindo.

– Bom, acho que depois que nos beijamos em publico, tenho esse direito.

Abri a boca para falar mas, não encontrei palavras.

– Hermione? Deveria fechar a boca, caso contrário terei de beija-la antes do planejado.

– Idiota. – murmurei, se voltando para os doces e a bebida que tinha a frente. Antes que pudesse escolher o que queria, Draco pegou uma tortinha de abóbora e me deu, ele mesmo. Um pouco constrangida com a “gentileza” mordi o doce. Draco sorriu e terminou ele mesmo de comer a tortinha.

– E então – começou o sonserino. – Você vai ao baile comigo certo?

Fitei meu guarda-roupas. Ah, droga... o baile! Eu não tinha certeza sobre seu par antes, mas agora... quer dizer, depois de hoje de manhã Ron não iria me querer como seu par. Notei que Draco ainda aguardava a resposta.

– Claro. – disse. Não iria perder Draco.

– Ufa! – disse ele. – Por um momento pensei que iria recusar. Sabe como é né, Victor Krum vai vir, e mais um monte de búlgaros bonitões. Tenho que me garantir. – dessa vez Hermione gargalhou.

– É... – disse Draco se lembrando do baile do quarto ano. – Aquele baile foi historico. A nerd Hermione Granger, ao em vez de ir com o Weasley ou Potter, ou qualquer outro grifinório, foi com o Krum. O cara que todas queriam. E aí Hermione, você era a menina mais bonita de todas, e ninguém conseguia afastar os olhos de você. Weasley ficou com ciúmes, tal como um montes de garotas. – Draco riu. – Incluindo a mim. Quer dizer, sou Draco Malfoy, e eu sempre estou com a garota mais bonita. Naquele dia não estava, e foi aí que comecei a notar o quanto você é linda.

– Que exagero. O baile não foi assim tão...

– Exagero nada! – cortou ele – E esse ano a menina mais bonita, inteligente, corajosa e talentosa é meu par. Perfeito. - disse ele beijando-a de leve.

– Obrigada... – eu disse e Draco riu.

– Só espero que não mude de idéia quando os bonitões franceses e bulgaros chegarem ouviu bem? – Draco sorriu mais ainda. – Ah não importa! Eles nem vão ter chance de se aproximar!

Afastou o “jantar” e inclinou-se para beija-la. Não vão se aproximar mesmo. Concluiu ele em pensamento.