Coração De Lobo escrita por caroolcardooso


Capítulo 5
Capítulo 4 - Beijando o Inimigo.




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Tínhamos um jogo próximo. Grifinória e Sonserina. Meu irmão mais velho, Bruno, era o goleiro e capitão do time de quadribol da Grifinória. Ele era só um ano mais velho que eu e estava no sétimo ano. Era moreno, na verdade, muito parecido comigo, brincalhão e adorava se aparecer, sem contar que a escola inteira conhecia e era apaixonada por ele.

Eu, desde o ano anterior, era artilheira junto com Gabrielle e Laura. Jacob era batedor junto com Logan, um garoto do sétimo ano, moreno, gostoso com um lindíssimo corpo e mega engraçado. Seth era apanhador.

A Sonserina estava sem um apanhador, mas conseguimos descobrir (espionando os treinos), que seria Mike, um garoto alto e robusto do sétimo ano.

Não importava, tínhamos Seth. Ele era tão magro e leve, que levava vantagem em qualquer corrida, o único problema dele era ser distraído demais, principalmente nos últimos dias em que a única coisa que ele fazia era dormir. E posso jurar que um dia em que o abracei e lhe dei um beijo na bochecha, eu vi seus olhos mareados, ou talvez fosse só reflexo.

Bruno nos obrigou a treinar três vezes por dia, sete dias na semana, durante quinze dias. Eu estava atolada de deveres, trabalhos, redações, resumos e relatórios para fazer, mas ele não ligava. Todos nós tínhamos provas que tínhamos que estudar, mas, nessa parte, ninguém ligava.

Três dias antes do jogo, eu me encontrei com Viktor na sala precisa, porque eu não poderia ser vista com ele em público, ainda mais por causa do Bruno. Já comentei sobre o ciumes doentio de Bruno? Bom, até hoje ele odeia Viktor, só porque ele acha que um dia remoto pudemos ter alguma coisa. Ele investigou tudo, tudo mesmo. Mas, até hoje que eu saiba, ele não descobriu nada.

Quando entrei na sala precisa, o meu loirinho já estava lá, me esperando.

- E aí, pronta para perder no sábado? - ele perguntou com um sorriso torto.

- Fumou o quê? - cruzei os braços e parei na frente dele.

- Ué, nada, só estou preparando você psicologicamente para a derrota de sábado! - aquele discarado me abraçou.

- Derrota? - me desvencilhei do abraço dele e ergui uma sobrancelha.

- É - comecei a rir deliciosamente.

Vocês é quem vão perder, meu querido! - sorri - Bruno ainda é nosso goleiro e não sei se você já viu Seth em cima de uma vassoura ... - sorri triunfante.

- Você já me viu em cima de uma vassoura? - ele perguntou com um sorriso torto.

- O quê? Você vai jogar no sábado? - perguntei boquiaberta.

- Eu não disse isso - ele desviou o olhar.

- EM QUE POSIÇÃO? - perguntei quase gritando.

- Eu não vou jogar! - pareceu tentar me acalmar.

- VAI SIM! Você acabou de dizer! - comecei a dar pequenos pulinhos, como sempre faço quando estou nervosa ou empolgada, mas não sabia qual dos dois era no momento.

- Eu não disse nada - ele passou os braços pela minha cintura - você que escuta demais - e me beijou.

Eu juro, juro que tentei protestar e tagarelar mais um pouco até ele me contar, mas ... foi mais forte do que eu e o beijei de volta. Mas conforme ele me beijava, suas mãos percorriam minhas costas e as minhas brincavam com seu cabelo, eu sabia que estava ali, beijando o novo apanhador da Sonserina.

Ele não tocou no assunto nenhuma vez, nem eu o fiz, mas não precisava, eu sabia.

Os Sonserinos estavam usando Mike como coringa, por isso treinos tão abertos, fáceis de serem vistos.

Queriam que achássemos que Mike, enorme do jeito que era não seria nada perto de Seth ágil como um lobo.

Mas na verdade, o apanhador era Viktor, o garoto com quem eu estava naquele momento, o garoto que passava a mão por minha barriga e pelas minhas costas só pra rir dos meus constantes arrepios. Eu estava com o inimigo.

Fazia sentido, Viktor era bem ágil, talvez não tanto quanto Seth, mas bem mais ágil do que Mike.

Eu tentei esquecer essa história inteira enquanto eu estava deitada em seu colo e ele me contava seu dia enquanto brincava com meu cabelo.

Então, repentinamente, decidi que estava tarde e me levantei, indo em direção à porta, mas Viktor me puxou de volta e colou seu corpo no meu.

- Já? - ele pareceu triste.

- Aham, alguém deve estar me procurando em algum lugar - respondi rapidamente.

- Deixa eles pra lá, daqui a pouco você vai! - aquela praguinha começou a beijar meu pescoço.

- Eu preciso ir ... - fechei os olhos devagar.

- Só mais um pouquinho - sussurrou e deu uma mordida de leve.

Eu fiquei muda por alguns instantes, e meus braços mal educados e com vontade própria foram sozinhos em torno do pescoço dele.

- Han ...

- Por favor ...

- Sério, preciso mesmo ir - me afastei - tenho um relatório enorme de poções pra amnhã - respirei fundo, voltando a consciência.

- Ta bom então, né - Viktor pegou a mochila, com uma cara ainda triste e a colocou sobre o ombro.

- Amanhã, aqui de novo, na mesma hora, ok? - sorri, encostando meus lábios nos dele.

- Ok, ok! - ele revirou os olhos - Ei! - ele gritou quando eu já estava perto da porta, e me virei receosa

- Sim?

- Eu te amo.

- Han, eu também - sorri meio sem jeito. E sai correndo. Correndo direto para a sala Comunal da Grifinória.

E quando cheguei lá chei exatamente quem eu estava procurando.

- Seeeth! - sorri ao encontrá-lo - preciso falar com você! - o puxei. Ele estava numa rodinha de garotos que riam da cara uns dos outros, próximos a lareira.

- Diga? - ele se levantou cambaleando para não tropeçar nos outros garotos.

- Vem cá, é ultra-hiper-mega-blaster secreto - e o puxei para um canto mais afastado.

Sentei num sofá e ele sentou ao meu lado.

- Eeei, o que é isso no seu pescoço? - ele tocou e senti uma leve dor ao seu toque. Merda, merda, merda, mil vezes merda.

- Nada - escondi a marca maldita que eu sabia que Viktor tinha deixado em mim com meu cachecol vermelho e amarelo que estava enrolado na alça da minha mochila.

- Isso é um ... - ele pareceu impressionado.

- Sintoma de treino pesado todos os dias da semana - respondi prontamente. E ele se tocou que aquilo era uma ordem de "sem mais perguntas".

- Mas fala o que é.

- Descobri quem é o apanhador da Sonserina - disse empolgada.

- É, todos sabemos, é Mike, aquele brutamontes - ele riu e revirou os olhos.

- Não, eles mentiram! Eles usaram Mike nos treinos para nos enganar! Eles nunca usariam um cara tão burro e tão ruim!

- Como? Eles não tem outro apanhador! - bagunçou seu cabelo, mais do que poderia ser possível e apertou os olhos.

- Ah, eles tem - sorri.

- E quem é?

- Viktor.

- Viktor o seu ... - ele hesitou.

- Amigo - completei prontamente.

- Mas como você sabe disso? - ele perguntou curioso.

- Não importa - respondi e vi seus olhos baixarem rapidamente para meu pescoço coberto com o cachecol - Mas eles enganaram a gente, você precisa ficar esperto.

- Você já falou com teu irmão? - ele parecia um pouco .. perturbado.

- Ainda não, vim direto falar com você - respondi. E ele me fitou confuso por alguns instantes - Afinal, é você quem vai disputar com ele - dei de ombros.

- Mas você tem certeza? - perguntou.

- Absoluta

 E eu realmente tinha. Porque no dia seguinte eu fui falar com Luke.

- LUUUUUUUUKE! PRECISO FALAR COM VOCÊ! - gritei assim que o vi.

- AI MEU DEUS CAROL, EU COBRO PRA FAZER POGRAMA, OUVIU? NÃO É DE GRAÇA NÃO! FINTE GALEÕES OU NADA FEITO! - aquela coisa gritou no meio do Salão Principal e todos nos olharam e começaram a vaiá-lo ou fazer comentários de mal gosto.

- Vem logo sua libélula escandalosa - o puxei pra fora.

- Olha, você precisa me contar tudo o que você sabe sobre o time de quadribol da Sonserina.

- Caaaaddól! - ele soltou uma gargalhada, depois voltou a me fitar arrumando sua franja intocável sobre a testa, jogando-a de lado - Você sabe que eu não ligo pra isso.

- Mas você vive no Salão Comunal, deve ouvir alguma coisa!

- Ah, sei lá, acho que sim - ele deu de ombros. - Quem é o novo apanhador? - perguntei baixinho.

- Ué, achei que você soubesse - ele enrugou a testa escondida pela franja - Afinal, é teu namorado!

- Ele não é ... - eu ia completar a frase com "meu namorado", mas lembrei que ele era meu namorado - o novo apanhador, é? - completei rapidamente.

- É. Acho, porque eles sempre ficam falando algo sobre "Grifinórios burros, enganamos vocês!" - ele deu de ombros.

- SABIA! - sorri e o abracei - Adoro o fato de você odiar todos os Sonserinos!

- Eu só ligo pra copa das Casas, a de Quadribol, pega pra vocês! - disse com voz de desdém.

Quando contei pra Bruno e o resto do time, todos ficaram boquiabertos, e faltava apenas um dia para o jogo.

- Sonserinos filhos da puta - Jake soltou.

- Olha a boca, Jacob - Gabe brigou.

- Mas eles são mesmo! - Laura se intrometeu - Um bando de filhos da puta viados - resmungo enquanto apoiava o rosto nas mãos.

- E agora? - Logan perguntou - Churrasquinho de Sonserinos?

- Que tal se prendermos esse novo apanhador na cozinha junto com os elfos e obrigamos eles a cozinhá-lo? - Bruno sorriu.

- Ou poderíamos jogar ele no Salgueiro Lutador, seria uns bons hematomas e ossos quebrados - sorri. Gabe e Laura olharam pra mim confusas. Jake e Seth concordaram na hora, mesmo achando estranho.

Logan sentou-se do meu lado e ia deitar no meu colo, mas achou melhor não depois do olhar maligno que Bruno deu pra ele.

- Quer saber? A gente vai acabar com a raça deles - Laura disse confiante.

- É, ainda temos balaços pra arremeçar na cabeça deles! - Jake sorriu, se socando com Logan, animado.

- É, mas quem se ferra sou eu - Seth se jogou na grama.

- Ah, você não sabe, e se ele for ruim? - Gabe o animou.

- Olha, forte ele é, benzadeus - Laura respirou fundo. Se olhares matassem, Laura estaria morta naquele momento, porque os olhares que os garotos deram pra ela não foram de brincadeira. Eu que deveria ter ficado com ciúmes nem liguei, poxa.

- Ok, ok, sem desesperos. Não há nada a fazer, Seth, você só vai ter que ficar atento ao pomo! - Bruno deu de ombros.

- É, só não vai ser tão fácil quanto a gente achou que poderia ser - Jake deu de ombros.

- Afinal, será que pode ser tão ruim assim? - perguntei sorrindo.


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