- Hanna! Eu estou aqui, vai ficar tudo bem. - Eu disse, acariciando sua cabeça. Eu estava explodindo de felicidade.

- A Jennifer... onde... - Ela disse, agitada e preocupada.

- Eu não sei, não importa! Que bom que você está bem. - Eu disse, beijando sua testa.

- O que aconteceu? - Ela perguntou.

- Você ficou desmaiada por sete dias. - Respondi.

- Você está bem? Eu tive vários pesadelos, você... - Ela disse, mas começou a chorar.

- Calma, Hanna, não chora. - Eu disse, tranquilizando-a. - Eu estou bem. Fiquei desmaiado por dois dias, mas já estou curado. Também tive um pesadelo.

- Como foi? - Ela perguntou.

- Eu estava no céu, e... eu vi você. Tão linda, com asas de anjo e um sorriso de deixar qualquer um tonto. - Comecei, e ela sorriu. - Você me disse que estava morta, e voou cada vez mais alto, até sumir. Mas eu não acreditei nisso em nenhum momento.

- Nos meus pesadelos... estávamos aqui. Você segurava minha mão, e eu segurava a sua também. Mas você estava fraco e triste. Não comia nada, só segurava minha mão. - Ela disse. - Mas então... você começou a sumir. Eu tentava gritar, mas minha voz não saía.

- Hum... Que estranho. - Eu disse, sabendo que aquilo fora real. Tirando a parte que eu sumi completamente. - Senti sua falta, pequena.

- Eu te amo, Nico. Demais, para sempre. - Ela disse e eu sorri.

- Eu também te amo, Hanna. E nada vai nos separar. - Eu disse.

- A Jennifer e o Christian quase conseguiram. Onde eles estão? - Ela perguntou. 

- Fica calma, Han. Concentre-se em melhorar, tá? Não posso arriscar perder você de novo. - Eu disse, entregando-lhe um copo de néctar. Ela o pegou com as mãos fracas mas teria derrubado se eu não segurasse.

- Opa. - Ela disse. - Estou fraca demais.

- Não se preocupe. - Eu disse, e ajudei-a a segurar o copo.

- Obrigada. Já me sinto melhor. - Ela disse depois de tomar o néctar.

Um sátiro passou por nós e eu disse a ele:

- Chame o Quíron.

Ele assentiu, e minutos depois Quíron apareceu na enfermaria.

- Hanna! Que bom que acordou. Já estava ficando preocupado com vocês.

- Vocês? - Perguntou Hanna.

- Sim, você e Nico. Ele não largava sua mão, não comia e... - Ele disse, mas tapei sua boca com a mão.

- Como assim, Nico? - Ela perguntou.

- Nada, não é importante. - Eu disse.

- Nico! - Ela gritou.

- Não é nada, é que eu fiquei aqui com você segurando sua mão. - Eu disse.

- O tempo todo? - Ela perguntou.

- Uhum. Cada segundo. - Eu disse, e ela sorriu.

- Eu não acredito, Nico! Não foi só um sonho, você estava realmente aqui!

- É porque... eu estava enlouquecendo Hanna. Só de pensar que você poderia estar morta... - Eu disse.

- Ei, relaxa. Eu estou aqui. Estou bem. - Ela disse, mas logo em seguida começou a tossir loucamente.

- Hanna! Tá tudo bem? - Eu disse, acariciando sua bochecha.

- Ai. Meu pescoço. - Ela disse, pondo a mão sobre o curativo em seu pescoço.

- Você vai ficar bem logo, criança. - Disse Quíron. - Mas vai doer um pouco às vezes. Me contem o que aconteceu.

- Jennifer queria vingança porque o Nico não a ama. E Christian... bem... - Disse Hanna, mas não conseguiu terminar porque começou a rir.

- Não tem graça! Foi assustador. - Eu disse, lembrando-me da declaração. Hanna agora gargalhava.

- Enfim, aí o Christian me amarrou em uma cadeira, e a Jennifer chegou depois que o Nico deu um soco nele, e me segurou pelo cabelo. O Nico estava no chão, e a Jennifer disse que ia matá-lo. Eu implorei para que me matassem no lugar dele, então a Jennifer cortou meu pescoço. - Disse Hanna, se encolhendo.

- E onde eles estão agora? - Perguntou Quíron.

- Não sabemos. - Eu disse. Quíron rapidamente mandou dois sátiros à procura deles. Ele estava furioso.

- Quando eu posso ir? - Perguntou Hanna.

- Quando se sentir melhor. - Respondeu Quíron.

- Eu já me sinto bem. - Ela disse, sentando-se na cama. Eu segurei seu braço.

- Tem certeza?

- Tenho. - Ela disse, e eu ajudei-a a levantar. Ela quase caiu mas eu a segurei.

- Vem. Eu levo você. - Eu disse, e peguei-a no colo.

- Você não precisa fazer isso. Eu posso ir sozinha. - Ela disse, sorrindo e acariciando meu cabelo.

- Eu sei. Estou te levando porque eu quero. - Eu disse, sorrindo. Ela riu e olhou em volta.

- Estão todos olhando pra gente.

- Ótimo. Todos vão saber que você é só minha. - Eu disse e lhe dei um selinho. Senti falta de seus lábios nos meus.

Entramos no chalé de Poseidon e Percy disse:

- Meus deuses, Hanna! Que bom que você tá bem! Eu já estava indo visitá-la!

- Ela tá bem, mas Quíron me encarregou de trocar o curativo a cada duas horas. Ou seja, agora. - Eu disse, pondo-a em sua cama. Peguei néctar e um curativo novo. Tirei o curativo velho de seu pescoço e pude ver o enorme corte.

- Vai arder? - Ela perguntou, fechando os olhos.

- Vai. - Eu disse. Passei o néctar em seu pescoço cuidadosamente e ela gritou. 

- Meus deuses. - Disse Percy, tapando os ouvidos. Puis o curativo e ela parou de gritar. 

- Calma, acabei. - Eu disse.

- Obrigada. - Ela disse, e eu sorri.

- Não agradeça. Isso vai lhe custar uma coisa. - Eu disse, me aproximando de seu rosto.

- Nem imagino o que é. - Ela disse, colando seus lábios nos meus. Ela me beijou tão furiosamente que eu fiquei arfando depois.

- Caramba, Hanna. - Eu disse. - Isso foi um pouco mais do que eu esperava. 

- Senti falta do seu beijo. - Ela disse. 

- Eu também senti do seu. - Eu disse, e ela ficou pensativa por um tempo.

- Eu estou com um pouco de medo, Nico. - Ela disse.

- Do quê? - Perguntei.

- A Jennifer e o Christian. Eles vão se vingar, eu sei disso. - Ela respondeu.

- Não precisa ter medo deles. - Eu disse.

- Não é deles que eu tenho medo. - Ela disse. - O meu medo é perder você. Tenho medo que eles te levem pra longe de mim.

- Vai ficar tudo bem. Quíron vai encontrá-los e nunca mais teremos que vê-los. - Eu disse, beijando sua testa.

- Mas... e se Quíron não encontrá-los? - Ela perguntou.

Não respondi. Não sabia a resposta para aquela pergunta.