Reviravoltas - Parte 2 escrita por Milka


Capítulo 27
A esperança é a última que morre, certo?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gosteeeeem!!!!! ♥



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Pov. Nico

Comecei a ofegar. Minha respiração falhava com a ideia de que Hanna poderia estar morta. Tentei esquecer e me concentrei em melhorar. Comecei a sentir o néctar e a ambrosia fazendo efeito em meus ferimentos. Logo estaria bom.

Olhei novamente para Hanna.

– Respire! Vamos lá, Hanna! Respire! - Gritava Quíron a seu lado, aplicando alguns procedimentos médicos em Hanna.

Sátiros corriam de um lado para o outro na enfermaria, apavorados. Quíron alternava seus cuidados entre mim e Hanna. Ela ainda estava desmaiada. Isso, desmaiada. Comecei a tentar me convencer de que ela não estava morta, apenas desmaiada.

– Você não pode morrer! Ah, meus deuses... - Ofegou Quíron. Aquilo era demais para mim. A única pessoa que eu realmente amei na vida estava morrendo. Senti minha cabeça arder. Então, eu desmaiei.


...


Acordei meio tonto, ainda na maca da enfermaria. Avistei Quíron sentado em sua cadeira de rodas, entre eu e Hanna. Era de manhã. Mas quando eu desmaiei, ainda era noite...

– Quí-Quíron. - Chamei, notando que estava tão fraco que minha voz mal saía. - Quantos... dias?

– Dois. Você ficou desmaiado por dois dias. - Ele respondeu.

– Hanna. - Ofeguei. Quíron fez um olhar triste e olhou para baixo.

– Ela... ela vai ficar bem. - Ele disse, entregando-me um copo com néctar.

– Não minta pra mim. - Eu disse, minha voz já mais forte por causa do néctar.

– Descanse, Nico. - Disse Quíron, virando-se e indo embora em sua cadeira de rodas. Olhei para Hanna. Ela estava deitada confortavelmente em sua maca, mas sua pele ainda estava muito pálida e ela estava muito magra e fraca. Estava desmaiada, mas parecia estar dormindo em perfeita paz.

– Hanna, eu... Me desculpe. - Sussurrei, com esperança de que ela pudesse me ouvir. - Isso é tudo culpa minha. Eu te amo. Só peço para que fique viva. Eu quero muito ver seu sorriso de novo. Isso se você me perdoar algum dia.

Sentei-me lentamente na maca. Senti tontura, mas logo passou. Fiquei de pé, mas minhas pernas estavam moles e fracas. Rapidamente, sentei em uma cadeira próxima à maca de Hanna para não cair. Segurei sua mão e, para minha surpresa, ela segurou a minha também. Mesmo estando inconsciente, ela deve ter sentido de alguma forma que eu estava ali. Eu sorri e tirei uma mecha loira de seus olhos.

– Vai ficar tudo bem, Han. Estou aqui com você. - Eu disse, e dei um beijo em sua testa. - Eu prometo que não vou te abandonar.


...


O resto do dia passou rápido. Passei o dia inteiro na enfermaria, segurando a mão de Hanna. Não comi nada. Já passava da hora do jantar, e eu estava começando a ficar preocupado com Hanna. Porque ela ainda não acordara?

– Vá para o seu chalé, criança. - Disse Quíron, entrando na enfermaria. - Você precisa dormir.

– Eu não posso. - Eu disse, sem olhar para Quíron. - Eu prometi.

– Prometeu o quê? - Ele perguntou.

– Prometi que não iria abandoná-la. Ela precisa de mim, Quíron. Assim como eu preciso dela. É... mais forte que nós. - Eu disse. Só depois percebi que aquilo soara meio clichê, mas não me importei. Era a mais pura verdade.

– Mas ela pode demorar dias, talvez semanas para acordar! - Disse Quíron.

– Eu não me importo. Vou ficar aqui até ela acordar. - Eu disse. Quíron bufou e virou-se para a saída.

Eu estava ficando com sono. Não iria aguentar ficar acordado a noite inteira. Apoiei minha cabeça na beirada da cama e dormi ali mesmo, sempre segurando a mão de Hanna.


...


Tive um pesadelo. Nele, eu estava no céu, andando nas nuvens. Avistei Hanna ao longe. Ela estava linda. Saudável e feliz. Usava um lindo vestido branco e tinha um par de asas nas costas. Um anjo. Me aproximei, encantado por sua beleza. Quando ela me viu, abriu um enorme sorriso, que me deixou tonto.

– Nico! Como é bom te ver! - Ela disse. Eu queria alcançá-la, beijá-la e abraçá-la, mas ela estava voando muito alto.

– Hanna! Desça até aqui! - Gritei.

– Eu não posso! Eu morri, Nico. - Ela disse.

– Você não morreu, Hanna. Eu posso sentir. Você segurou minha mão. - Eu disse, um pouco irritado.

– Eu sinto muito! Adeus, Nico. - Ela disse, voando cada vez mais alto. - A propósito, eu também te amo!

– Espera! Não vai, Hanna. - Gritei inutilmente. Aquela Hanna linda voava cada vez mais alto, até sumir completamente.

Acordei com um pulo. Eu suava e meus olhos estavam úmidos. Olhei para Hanna. Ela ainda estava ali, na mesma posição de antes. E ela segurava minha mão, segurava com força. Meu pesadelo não podia ser real.

Já era de manhã. Meu estômago roncava, mas eu não podia sair de lá. Eu prometera que não a abandonaria.

– Nico. Pavilhão. Agora. - Disse Annabeth, entrando de repente na enfermaria.

– Não! Annabeth, eu não posso! - Eu disse.

– Você vai ficar desnutrido! Quíron mandou eu fazer qualquer coisa para que você comesse. - Ela disse, puxando-me pela jaqueta.

– Eu não estou com fome. - Menti.

– Eu sou filha de Atena, Nico. Não vou desistir tão facilmente.

– Ótimo, tente o quanto quiser. - Desafiei. - Eu não vou sair daqui.

Annabeth revirou os olhos e saiu da enfermaria batendo os pés. Minutos depois, voltou com um pacote de bolachas e jogou em mim.

– Come isso. De nada. - Ela disse, virando-se e indo embora.

Comi, mas me senti enjoado depois. Eu não queria comer nada. Precisava da Hanna, e só dela.

O resto do dia foi igual. Fiquei ao lado de Hanna segurando sua mão, e nada.


...


Cinco dias se passaram. Eu ainda estou na enfermaria, vivendo de bolachas e néctar. Meus dias se consistem apenas em olhar para o rosto fraco de Hanna. O corte em seu pescoço fora muito profundo. Comecei a duvidar de suas chances de vida, até que...

Eu vi seus olhos piscarem.

Hanna. - Chamei, com urgência. - Hanna, pode me ouvir?

Sem resposta. Ela piscou de novo. Apertou os olhos com força. Depois, os abriu. Pude ver seus lindos olhos me encarando, assustados. Lágrimas vieram aos meus olhos.

– Ni...Nico? - Ela murmurou.


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Notas finais do capítulo