Reviravoltas - Parte 2 escrita por Milka


Capítulo 14
Tudo vira de cabeça para baixo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!



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Na manhã seguinte, quando acordei no quarto de hóspedes de Madame Luciana, percebi que estava somente de lingerie, coberta por um lençol. "Droga", pensei. Olhei para Nico, que dormia a meu lado. Ele estava só de cueca. Lembrei-me da noite anterior. Não queria ter feito aquilo, mas pareceu inevitável.

- Bom dia. - Ele disse, sonolento. Eu não respondi. Levantei-me à procura de minhas roupas.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa? - Ele perguntou.

- Não. Cadê a Lilly? - Perguntei.

- Deve ter ido dar uma volta, eu não sei. Porque você tá estranha comigo? Achei que tínhamos voltado, depois do que aconteceu ontem.

- Só porque nós transamos, não quer dizer que eu queira voltar com você. - Eu disse. Era verdade, eu não queria voltar com ele. Tudo bem, uma parte de mim queria. Mas ele teria que reconhecer o erro.

- Claro que não. - Ele disse, triste. Posso jurar que vi uma lágrima brotando em seus olhos.

- Nico, não fica assim. - Eu disse.

- Desde quando você se importa? Porque, até agora, você só me deu patada. E ontem, quando eu comecei a achar que tudo ficaria bem... você estraga tudo.

- Não tem nada a ver, é que... Eu tenho que te contar uma coisa.

- Fala.

- Se lembra daquele dia, em que nós terminamos? Eu fui para o chalé do Percy, e... bem... nós transamos. - Eu disse, fechando os olhos.

- Eu não acredito. Hanna, como você pôde?

- Eu não sei, mas nós já tínhamos terminado! Eu não traí você!

Ele não respondeu. Abaixei a cabeça para disfarçar meus olhos úmidos. Não tocamos mais no assunto. Depois de colocarmos as roupas, decidimos procurar por Lilly. Saindo do quarto, demos de cara com Madame Luciana.

- Bom dia, meus queridos. - Ela disse. - O que vocês aprontaram aqui? Eu ouvi barulhos, gemidos, e...

- Não importa. - Interrompi rapidamente. - Você viu a Lilly?

Ela hesitou, mas por fim respondeu:

- Ora, eu apenas a coloquei em um quarto mais adequado para ela.

- Onde. Ela. Está? - Perguntei pausadamente, lançando um olhar para Nico entrar e pegar nossas espadas. Ele assentiu e entrou rapidamente, voltando com nossas espadas. Passou uma para mim.

- Oh, acalmem-se. Isso não será necessário. Ela já deve estar morta! Não teria como sobreviver naquele quarto imundo.

Eu e Nico nos entreolhamos, preocupados. Depois, disferimos vários golpes contra a mulher, que caiu desnorteada.

- Vocês nunca vão encontrá-la! EU NÃO VOU PERMITIR! - Ela gritou, enquanto aumentava de tamanho. Seu vestido rasgou, revelando sua pele roxa e escamosa. Nós lutávamos contra ela, mas estava ficando cada vez mais difícil. 

- Nico! - Gritei. - Vai procurar a Lilly!

- Não vou deixar você! 

- Por favor! Eu vou ficar bem! VAI LOGO! - Eu gritei. Ele, ainda não gostando da ideia, partiu.

- Agora somos só eu e você. - Eu disse, atacando o monstro.

- Você nunca vai conseguir! Adeus, semideusa! - Ela disse, soltando uma risada maléfica. Eu estava ficando fraca, mas precisava lutar. E eu não desistiria tão cedo.

Enquanto isso, no Pov. Nico...

- Lilly! Cadê você? - Eu gritava. Precisava encontrá-la o mais rápido possível, não podia abandonar Hanna com o monstro.

- AQUI! - Eu escutei. Parecia a voz de Lilly! Corri até a porta de onde veio o grito.

- Está trancada. Lilly, tá tudo bem aí?

- Estou bem, mas está cheio de ratos e baratas aqui! E a janela está fechada, logo vou ficar sem ar! - Ela disse. - Venham logo!

- Fica tranquila, não vamos te abandonar. Eu tenho um plano. Só espere, e tente não morrer.

- Falar é fácil. - Ouvi ela resmungar enquanto eu me afastava. Voltei para onde Hanna estava lutando com o monstro, para ver se ela precisava de ajuda, mas acho não seria necessário.

- NÃO! - Gritava o monstro, enquanto Hanna lhe dirigia vários golpes com uma corrente de água.

- Descobri que água é como ácido para ela! - Gritou Hanna, um sorriso de maldade em seu rosto. - Me concentrei na praia lá fora e a água veio! Não é demais? 

- É. Demais. - Eu disse, sem saber se estava falando da água, ou dela. 

- Achou a Lilly? - Ela perguntou.

- Sim, está em um quarto fechado e está ficando sem ar! Precisamos correr! - Gritei.

Hanna finalizou o monstro, que se desfez em areia dourada. Ela veio até mim. Quando fui abraçá-la, ela se afastou e disse:

- Acho melhor não. Desculpa. Aliás, tem alguém aqui que pode nos ajudar.

- Como assim? - Perguntei. Não estava entendendo nada.

- Percy, pode vir! - Ela gritou. Não acredito. Percy apareceu de trás de uma porta.

De volta ao Pov. Hanna...

- O que você está fazendo aqui? - Perguntou Nico.

- Achei que precisariam de ajuda. Mas quando cheguei, Hanna já estava detonando o monstro. - Disse Percy, me segurando pela cintura e beijando minha cabeça. Nico ficou olhando com uma cara de ódio e nojo.

- Hã... Vamos achar a Lilly. - Eu disse, me soltando dos braços de Percy e mudando de assunto. Corremos para fora da casa, com Nico nos guiando. Parecia que ele tinha um plano.

Atrás da casa, nos deparamos com uma pequena janelinha, que dava para o quarto de Lilly. 

- Lilly! Tá tudo bem? - Perguntei. - Percy está aqui!

- Ah, oi Percy. Sim, estou bem, mas está ficando cada vez mais abafado aqui!

- A janela está emperrada! - Gritou Percy. - Se afaste da janela, Lilly, eu vou quebrar!

Nisso, ele deu um soco na janela, que se desfez em mil cacos de vidro. Sua mão ficou com vários cortes e sangrando.

- Vem comigo. Vou cuidar de você. - Eu disse, mais para irritar o Nico do que outra coisa. Nos afastamos e fomos em direção ao riacho. Assim que Percy enfiou a mão na água, os cortes desapareceram.

- Então... O motivo de sua vinda é puramente porque você achava que precisávamos de ajuda, certo?

- Claro. Teria outro motivo? - Ele perguntou.

- Não sei. Talvez eu estar com o Nico seja um motivo. Dormindo em uma cama com ele. Como você soube eu não sei, mas tenho certeza que veio por causa disso.

- Tá bom, foi por causa do Nico. Eu achei que... sei lá, tinha uma possibilidade de vocês voltarem.

- Não tem. Não vou voltar com o Nico. - Eu disse. Percy se aproximou e me beijou. Deitamos na areia enquanto ele me beijava até que ouvimos um galho sendo esmagado pelo pé de alguém. Nico estava ali, perto de uma árvore, observando tudo. Ele se virava para ir embora, então eu corri e segurei seu braço.

- Até que parte você ouviu? - Perguntei.

- Ah, nada demais. Só até a parte que você disse que não voltaria comigo. Podia ter me falado antes. - Ele disse, indo embora. Vi Lilly ao longe, e percebi que ele já a havia salvado. 

- Nico, espera! - Gritei, indo atrás dele.

- Não! Hanna, você tem que parar de brincar com a gente assim. Escolha. Ou eu, ou Percy. E para mim, sua escolha já ficou bem clara.

- Não. Eu não escolhi ainda. - Eu disse, segurando a mão de Nico e a de Percy, que veio atrás de nós. - Vocês são adoráveis. Mas preciso pensar.

- Hã... Pessoal? Sem querer interromper, mas... Temos uma missão. - Disse Lilly. - E agora, temos a chave.

- Para onde vamos agora? - Perguntou Percy.

- Para dentro de um vulcão. - Disse Lilly, tão apavorada quanto o resto de nós.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaaram? ♥