Pegue O Metrô Da Meia Noite escrita por Anna B4nana


Capítulo 10
Capítulo 10




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/184672/chapter/10

Normal. Marcamos de eu ir buscá-la na casa dela as 20h00min e ela se despediu de mim, com um selinho leve e com sabor de tutti frutti. Doce e levemente molhado. Um selinho? Olhei a estranhamente depois disso e ela apenas me olhou tipo: “o que foi?” e então eu balancei a cabeça e fui pra casa. Apaguei. Novidade, mas cinco minutos depois fui acordado pelo Alex vestido de adolescente de novo.

- Você curte ser esse moleque?

- Eu o vi na rua, gostei do estilo dele e “roubei” para mim. – Ele sorriu.

- Aham... Mano, você é doido demais.

- E você vive dormindo... – Ele estava sorrindo, mas dava para saber que ele queria dizer algo importante.

- O que é?

- Ela vai atacar essa noite de novo

- Vai não

- Por que diz isso? – Ele ficou um pouco surpreso, mas essa era uma surpresa tipo “Aham Claudia, senta lá”.

- Porque a gente vai sair de noite.

- E você acha que uma bela trepada vai acabar com ela e a fazer desistir de almas? Se ela fosse humana talvez. – Ele se sentou do meu lado, na cama. – Vocês humanos são fracos, apenas um leve toque e vocês já começam a se comer que nem animais.

- Hey! Nem todos são assim! Temos padres... Sabe, eles não fazem isso

- É o que você pensa mané. – Ele riu alto, gargalhou. – Ai, ai... Humanos... Sempre me divertem.

- Você é ridículo.

-  Et es dominus filius tenebrarum, qui officium suum fide reducendumpater tradet. [N.A.- E você é o filho do senhor das trevas, aquele que tem como dever trazer de volta aqueles quem traem a confiança de seu mestre e pai.]

-... Aham, eu entendi tudinho. – Falei ironicamente.

- Quero dizer: faça seu trabalho, otário maldito!

Começamos outra briga infantil. Aquilo era ridículo, mas ao mesmo tempo, muito divertido. Ele me imobilizou, ficou sobre mim e eu estava de cara no chão, aquela posição eu queria fazer nas meninas e não fazerem em mim, principalmente outro macho.

Quando deu umas sete e meia, já estava só em casa novamente, fui me arrumar. Não sabia aonde iríamos e nem o que iríamos fazer. Eu tomei banho, fiz meu “ritual” e fui para o quarto. Coloquei o jeans e minha camiseta do Metallica. Desarrumei os cabelos e coloquei a toca, ao sair, peguei a jaqueta pendurada na cadeira da cozinha e fui à busca da minha capetinha. Toquei a campainha e ela quem atendeu. Sentia seu cheiro adocicado perfume. Ela usava um vestido preto de botão, a “saia” dele era rodada, mas era um pouco curta, ela estava de meia-calça e bota. Sorria para mim, seus cabelos estavam presos em um meio rabo de cavalo. Prendia-os com uma presilha prata.

- Vamos? – Ela agarrou em meu braço, fechou a porta e me puxou para a rua.

- Aonde vamos mesmo?

- Não falei aonde iríamos.

- Então? Estou perguntado agora.

Ela sorriu mais. Seus aparelhos apareciam.

 - Vamos dar uma volta no shopping, vamos ver um filme e lanchar, mas quero ir a outro lugar se der tempo, claro.

- Está bem.

No cinema correu tudo bem, até a metade do filme. A sala estava um pouco vazia. Era começo de semana e de noite, então realmente não tinha muitas pessoas. Nos sentamos nos fundos. Então, ela simplesmente se levantou e se sentou em cima de mim. Eu não tive reação, mas meu rosto exibiu um sorriso ridículo, para a minha sorte, ela não deve ter visto ele. Nos beijamos, foi um beijo meio desesperado e apaixonante, minhas mãos passavam de sua cintura para a sua bunda, ela colocava as suas mão dentro da minha camisa, foi muito louco, ela me deixou exitado demais. Simplesmente saímos no meio do filme e fomos para a minha casa, nunca tem ninguém lá. Chegamos lá tão rápido que nem sei direito como fomos parar lá. Continuávamos os beijos e a levei em direção ao meu quarto. Ela beijava meu pescoço enquanto eu desabotoava seu vestido, seu sutiã era branco e sua calcinha vermelha. Ela tirou a minha blusa e a levei para a cama... Não preciso entrar em detalhes, certo? De qualquer maneira, foi uma das melhores transas que eu já tive.

Quando acabamos, ela se deitou ao meu lado, me olhou e me perguntou:

- Posso dormir aqui?

- Pode sim

- Você não vai ter problemas?

- Não. Minha tia não vem aqui e ela não se imporá que eu traga as meninas para cá. Ela acha melhor saber onde eu estou, entende?

- Aham. – Ela me beijou docilmente e disse que estava cansada. Acabou que a vi adormecer e depois dormi também.

Quando acordei, ela não estava mais lá, não havia nada indicando que ela esteve realmente lá, a não ser pelos leves arranhões que eu tinha em meu corpo. Eu ri um pouco e fui tomar banho. Estava de boa lá quando:

- Eu te disse, não disse?

Eita cara chato pra caralho.

- O que?

- Ela atacou de novo, você não vai gostar dessa vez.

- Por que não?

- É melhor você mesmo saber, ligue a TV quando sair daí, gostosão.

Sai do banho, me vesti e fui para sala. Enquanto preparava o café da manhã, Alex chegou e ligou a TV, falava de outro assassinato, dessa vez um casal. Mesmo modus operandi dos outros. Mas, não foi isso que me fez correr e gritar para bater em Alex, dessa vez de verdade, foi o fato de o casal atacado era o Roberto e Minha tia. Eles tinham ido jantar de noite para ver se ainda rolava algo entre eles. Eu pirei naquele momento. Gritava, surrava Alex, ele tinha força para me conter, mas não o fez. Eu fui perdendo a força e simplesmente comecei a chorar e a xingar a Vitória.

 - Calma cara. Agora você sabe que o lance é sério, certo? Dá pra adiantar?

Respirei fundo, fui ao banheiro lavar o rosto. Meus olhos ficaram vermelhos e inchados. Voltei para a sala, peguei a mochila e deixei Alex na minha sala de estar com a TV dando noticias de um atropelamento.

Eu estava abalado demais para encontrar qualquer um e também me sentia desnorteado sobre como deveria finalizar aquilo tudo em que me meti. Decidi apenas respirar fundo e entrar num ônibus qualquer. Precisava pensar em como arrancar a cabeça daquela vadia, sem me descontrolar. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Pegue O Metrô Da Meia Noite" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.