Pegue O Metrô Da Meia Noite escrita por Anna B4nana


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Autora: Vou te contar em, um puta desespero pra postar essa história aqui ><
Queria esperar um pouco, terminas as outras, mas não resisti, minha ansiedade gritou mais alto. Sei lá.



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– Sabe a vontade que eu tenho? Sair por aí sem rumo e não voltar mais

– Por que cara?

– Sei lá, mas não quero mais ficar aqui, quero ir embora, ir para um lugar onde eu possa chamar de casa, um lugar “meu”, sabe?

– Porra cara, você deve ta é muito loucão, isso sim.

Esse era um típico diálogo entre mim e “Pedro Bear”. Lembro vagamente que o chamávamos assim por gostar de garotas mais jovens que ele. Na época, tínhamos uns 18 ou 19 anos. Já éramos velhos para fazer aquilo, pelo menos considerados velhos demais pra aquilo. Estávamos no nosso lugar favorito em todos os outros, num parque que o pessoal chamava de “Cena”. Nunca soube o porque do apelido, mas quando comecei a frequentar, já tinha esse apelido. O que estávamos fazendo? Bebendo, fumando, essas coisas de adolescentes bestas e revoltados, sabe? Pois é. Pedro estava totalmente drogado com a maconha e com a heroína que tinha cheirado, estava preocupado com ele porque ele estava viciando nessa porra de heroína por causa da menininha que ele tava namorando. Sim, menininha mesmo, porque como eu tinha falado, Pedro gostava de menininhas e essa garota tinha uns 13 anos, mas a cara dela era de mais velha, tipo uns 16 anos, mas era lindinha. Era uma Garota-Problema, pois ela tava sempre metida numa treta braba, tipo, ela se virava não-se-sabe-como para comprar essas drogas dela, diziam que ela se prostituía, diziam que ela roubava, diziam que ela dava pro cara que era o vendedor dela... Em fim, um milhão de histórias para isso. Eu não tinha nada contra ela, só que ela tava levando meu melhor amigo pra essa onda dela. Ele trabalhava e já vi várias vezes ele dar dinheiro pra ela pra comprar as drogas, achava que ela tava de aproveitando dele. Ela era uma menininha em desenvolvimento, tinha um pouco de corpo, mas Pedro disse que ela já não era virgem quando se conheceram, ela tinha os cabelos loiros e compridos, geralmente ela estava de maria-chiquinha, bom pelo menos nesse dia estava. O nome dela era Beatriz, chamávamos ela de bia, não lembro como ela conheceu Pedro, na verdade, acho que ele nunca me contou. Será que eu estava junto? Nem lembro. Isso que dá beber como se não existisse amanhã. Foda-se. Continuando, Pedro era aquele moleque desleixado, se vestia de qualquer jeito e era meio porco, do tipo que às vezes se esquece se tomou banho ou que sai de casa já cheirando a vomito e cheirado. Pedro morava com uns caras e a Bia estava, atualmente, morando com ele também. Bem, chega de falar dos outros, agora é a minha vez. Se eu namoro? Não. Acabei de levar um pé na bunda por mau comportamento, da parte dela. Ela era linda, Joana, morena, alta, tinha três tatoos: Uma borboleta no calcanhar, um coração no final da cintura e tinha uma pequena flor atrás da orelha. Apesar de seus longos cabelos pretos e lisos, ela tinha umas mechas rosa nele, a deixava meio punk, mas ela odiava punks. Ela dizia que eles eram muito briguentos e essas coisas. Deixa quieto. Ela era linda mesmo, sentia algo muito forte por ela, mas não estava apaixonado, só gostava muito. Ainda não tive uma paixão e acho que talvez não tenha, não existe menina que me aguente. Mas voltando, terminamos porque ela estava me traindo com um moleque funkeiro totalmente galinha e retardado, que a trata como lixo. Resultado? Ela virou uma dessas garotas que vivem perseguindo outros garotos, rasgou todas as camisetas de bandas legais que ela tinha, comprou estoques enormes de maquiagem rosa, verde, azul, amarelos e outras; jogou as botas fora e comprou saltos e chinelo, os tênis? Foram pra irmãzinha dela, que é pequenina e eles tentam manter ela na linha, mas a pequena já está seguindo o caminho da irmã. Ponto final? Ela comprou tops, shortinhos e essas coisas, aprendeu a dançar igual a uma puta e seu gosto musical mudou radicalmente. Menos uma garota que preste no mundo. E eu? Pô, cara, fiquei bolado com tudo, mau pra caralho, mas tenho que continuar, ainda mais agora que sei que nunca iremos voltar. Como eu sou? Sou um pouco alto, branco, mas nem tanto, tenho cabelos verdes nesse momento, mas originalmente, são loiros, mas não gostava dele assim, era meio parecido com uma espiga, alías, lembrava muito uma. Sou roqueiro legítimo, fã de Metallica, Iron Maiden, Guns N’ Roses... Essas bandas todas.

– Puta que pariu, que dor! – “Esse é doido, falando sozinho”, é o que eu penso, já que a Barbie do Pedro já tinha chegado e levado ele pra “brincar um pouco”. De qualquer jeito, ultimamente tenho me sentido estranho. Vai ver é esse negócio de se tornar um homem, crescer, trabalhar, multiplicar a espécie e depois morrer. Vendo desse jeito parece que a vida é uma coisa tão sem graça, depois que se cresce você sempre vai ter uma única certeza, de que vai morrer. Alías, essa é a única certeza de que temos e isso tira um pouco a graça da vida, afinal, pra que viver se vamos mesmo morrer? Vendo assim é até deprimente. Mas cada um vive sua vida de seu jeito

E eu? De onde vim e onde vou parar?

– Bem de onde eu vim, eu sei, o lance é saber onde é que eu vou parar. – “De novo, pensando alto.”, bem, vamos contar a minha mágica infância.


Éramos eu, o pai Edu, a Mãe Lucia, as irmãs Marina e Mariana e o cachorro Dick. Morávamos em Campinas, lá em São Paulo. Meu pai trabalhava muito viajando, ele era piloto. Tinha um puta orgulho dele, sempre adorava ir ao aeroporto com ele e ir à cabine do piloto, ele me explicava tudinho antes de voltar ao trabalho. Ah, meu pai. Ele morreu quando eu tinha 8 anos, num acidente de avião. Isso não acontece muito, mas foi um problema no motor, explodiu no ar e o avião caiu no meio do nada. O Seu Eduardo fez de tudo pra não cair e tentou diminuir o impacto da queda ao máximo. Teve duas sobreviventes. Dona Lucia pirou quando isso aconteceu, mas endoidou mesmo. Tivemos de interna-lá, afinal, três criança não podem criar uma mãe doida, certo? Fomos morar com a nossa avó Maria e tia Carla. Na época em que ela foi internada Marina e Mariana, minhas irmãs gêmeas tinha uns 15, 16 anos, viviam saindo. Passava a maior parte do tempo com o meu cachorro Dick, até que ele morreu também e eu fiquei sozinho. Daí, aos 10 anos comecei a aprender baixo e violão, para ver se me distraía. Comecei a beber também... Sacanagem, a primeira vez que fiquei de porre foi quando eu tinha uns 14 anos. Nessa idade, aos 10, comecei a me interessar por Metal, porque antes eu ouvia muito era Alternative Rock, daí comecei a ficar mais underground e a ouvir Metal e Punk, conhecia muitas meninas lindas e acabei beijando a minha primeira garota aos 11 anos. Ela tinha 14, repetiu sei lá quantas vezes de anos e estava na minha turma, ela disse que eu fazia o cara perigoso e que ela gostava disso.

– Hum... Gosta do perigo é?

– Adoro um perigo, Danilo. - Ah é, meu nome: Danilo. Me chame de Danny, é mais bonitinho. [ Hum...] – Você é o meu tipo. – Beijo de cinema no meio do banheiro dos garotos. Ela era louquinha, cabelos pretos e curtos, corpo de uma menina de 16, mas da minha altura, de um moleque de 11 anos. Invadiu o banheiro só porque eu estava lá, depois dele fiquei com outras garotas, mas namoro sério mesmo, só foi com 5, contando com a Joana. Minha vida foi se seguindo assim, se eu tinha dúvidas guardavas as para mim, não contava para ninguém. Achava que iam rir de mim. Algumas coisas descobria sozinho e até que gostava disso, parecia que eu era independente. Quando fiz 12 anos, minha irmãs foram embora de casa, viver a vidinha de merda delas. E cresci assim, minha avó e tia não ligam para o que eu faço ou deixo de fazer, porque eu ajudo em casa, faço essas coisas de dona de casa e depois saio, não tenho hora pra voltar, alías nunca tive, minha tia está sempre trabalhando e minha avó sempre dormindo, às vezes me pergunto “Que porra de família é essa?”, mas é a minha família e acho que devo defender elas com todas as minhas armas.


16 da tarde. To morto de cansaço dentro do ônibus voltando pra casa, minha cabeça ferve de tantos pensamentos inúteis, tantas lembranças, tantos momentos. Efeito do baseado passando, sempre assim, pelo menos comigo. Depois de alguns minutos de viagem, salto do ônibus e continuo o meu caminho andando. Ouvindo um pouco de música, mas nem sei direito o que estou ouvindo. Estava concentrado mais nos meus pensamentos descoordenados. Beleza, em casa já, subo pro quarto e vou tomar um banho. Cara, só quero deitar um pouco...



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Notas finais do capítulo

Autora: Me digam o que acham, tô louca por uma opinião aqui, sei lá, acho que tá meio sem sal e monótona o_o



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