DUAS SEMANAS DEPOIS...

O plano já estava formado. Draco conseguiu informações sobre o paradeiro do filho de Lord Voldemort e todos da Ordem já iam começar a procurá-lo. Era uma missão suicida, já que eles iam se deparar com bastante inimigos ao longo do caminho. Porém, para Hermione, era pior ainda.

Hermione ia se infiltrar na mansão em que Lord Voldemort está para conseguir mais informações.

95% de o plano dar errado. Mas Hermione não ia desistir. Ia se infiltrar lá, conseguir tudo o que queria e sair vitoriosa. Provar à todos que não era apenas um desperdício de espaço.

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A castanha acordou sentindo-se mais do que decidida. Daqui a três dias, o plano ia começar. E Hermione queria logo que esse dia chegasse, estava ansiando por isso. Levantou-se e andou calmamente pelo quarto, passou a ponta dos dedos nas fotografias com os amigos e suspirou. Então era verdade? Ela não passava de um desperdício de espaço? A cabeça de Hermione agora estava em completa confusão. Nunca havia permitido a si mesma deixar-se bater por qualquer brincadeirinha de mal gosto de Draco Malfoy, mas aquilo que ele disse realmente a machucou.

Tomou um longo e quente banho enquanto pensava em tudo o que Draco havia lhe dito no dia anterior. Nunca sentiu tanta raiva de alguém como estava sentindo dele. Na verdade, Hermione estava sentindo mais raiva de si mesma do que de qualquer outra pessoa. Ela não sabia por que começou a achar que aquela maldita doninha estava mudando.

Não estava com fome, então ficou no quarto, arrumando as coisas que ia precisar antes de se infiltrar na mansão em que Lord Voldemort estava, só por precaução. Assim que terminou, sentou-se na cama e suspirou tristemente. Hermione tinha plena consciência de que aquele plano ia mudar sua vida para sempre, talvez ela até morresse, mas no fundo o que ela mais queria era apenas ajudar a Ordem e a todos os bruxos inocentes.

A maioria das mulheres, desde crianças, já fazem um plano de vida, que geralmente é: conhecer o homem de sua vida, casar-se, ter filhos e viver feliz para sempre. Hermione é uma exceção. Seu plano de vida é: deixar sua marca no mundo bruxo. E ela tinha certeza que com esse plano ia conseguir isso.

–Mione? – Gina entrou no quarto da amiga e viu a bolsa de contas ao lado dela na cama. – Por que não foi comer?

–Estava sem fome... – respondeu distante. Gina se aproximou e pegou a bolsa de contas. Olhou sugestivamente para Hermione. – É só... Sou estava arrumando.

–Hermione, é um plano suicida. Você vai estar sozinha na mansão. – a amiga murmurou.

–Eu sei disso, Gina. – Hermione falou engolindo seco. – Mas eu tenho que fazer. Não vou mudar de ideia. – a castanha disse pegando a bolsa de contas da mão da amiga.

Gina suspirou derrotada.

–Você, em parte, está fazendo isso pelo Harry, não está? – perguntou com a voz esganiçada. A castanha franziu um pouco a testa antes de responder.

–Estou, mas não só por ele... por todos nós. E, principalmente, por mim mesma.

–Vou te deixar um pouco sozinha... – Gina disse, quando chegou perto da porta, virou-se e disse: - Todos estaremos aqui por você, Mione. – e assim, saiu do quarto.

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Era final da tarde quando a castanha resolveu sair do quarto, não havia comido nada desde que acordou e agora sua barriga estava roncando. Estranhou não ter visto nenhum grande movimento na Ordem, só Molly e Gina estavam na sede. Chegou na cozinha e encontrou a Mãe Weasley no fogão.

–Hermione querida, - a senhora disse colocando um pouco de sopa em um prato – você deve está morrendo de fome.

–A senhora tem completa razão. – Hermione disse sentando-se e atacando a sopa. – Onde está Rony?

–Ele saiu com Arthur, já está voltando. – Molly respondeu sorrindo de leve.

Não demorou muito para Rony e Arthur chegarem, e Hermione foi logo em direção do amigo, abraçando-o fortemente.

–Wow. – Rony disse. – Ficou com saudade assim do nada? Que estranho... – Rony disse brincalhão, arrancando um sorriso de Hermione. É, ela havia ficado com uma tremenda saudade do amigo do nada.

–Sempre o mesmo tom de surpresa. – Hermione disse e os dois sorriram, lembrando da lembrança que só eles possuíam.

–Mione, preciso falar com você. – o ruivo disse segurando a mão da amiga e levando-a para a sala. Sentaram-se no sofá, um do lado do outro. – Por favor, deixe-me ir com você até a mansão.

–Rony, já falamos sobre isso... – Hermione disse suspirando. – Você tem que ficar aqui, protegendo sua família. E, além do mais, seria muito perigoso você ir também.

–Mais perigoso ainda é você ir sozinha! – Ronald exclamou. – Hermione, você não vai ter nenhuma ajuda lá. Malfoy, o único que poderia fazer isso, não vai poder. – o ruivo disse. No fundo, ele sabia que tentar tirar uma ideia da cabeça de Hermione Granger era impossível, mas ele tinha esperanças.

–Rony, você é a 30ª pessoa que está tentando tirar essa ideia da minha cabeça. E você, mais do que ninguém, sabe que isso é impossível. – Hermione disse docemente. – Eu agradeço sua preocupação, mas, neste momento, eu tenho que ficar sozinha. Eu sei me cuidar, vou ficar bem. – Hermione disse tentando passar confiança pela voz.

Ronald olhou para o chão em sinal de derrota e voltou o olhar para a amiga instantes depois.

–Eu te amo, Mione. – ele disse e Hermione sorriu emocionada.

–Eu também te amo, Ron. – ela falou e os dois se abraçaram. A castanha estava precisando disso, de um abraço dele. Do amigo que sempre esteve com ela em todos os momentos. Apesar de sempre se estressar com ele, Rony era seu melhor amigo e ninguém nem nada ia mudar isso.

NO DIA SEGUINTE...

Dois dias apenas para o plano começar. Cada vez mais a ansiedade de Hermione aumentava. Muitas pessoas tentaram faze-la mudar de ideia, e nenhuma conseguiu, ela ia cair de cabeça nesse plano e não ia permitir ninguém alterar isso. A castanha estava na biblioteca da sede, lendo bastante concentrada a um livro de Batilda Bagshot.

–Dizem que Batilda Bagshot não gostava de chocolate... – a castanha ouviu a voz arrastada de Draco atrás de si.

“O que eu mais precisava agora era da presença dele. Obrigada, Merlim!”, Hermione pensou sarcasticamente revirando os olhos. A castanha ignorou Draco e continuou lendo o livro como se nada tivesse acontecido.

–Então é assim? Você vai ficar me ignorando? – o ex-sonserino perguntou friamente, sentando-se duas cadeiras de distância de Hermione.

Hermione não respondeu ao loiro, que, por sua vez, ficou irritado.

–Que pena, mas você vai ter que aprender a conviver comigo, porque uma vez na mansão, você ficará mais tempo comigo do que com qualquer outro comensal. – Draco disse friamente, fazendo Hermione olhar em seus olhos pela primeira vez em dias.

–Como assim? – ela perguntou friamente.

–Lá, os comensais são separados em duplas... Você é a minha dupla. – o loiro disse sorrindo friamente no final. Hermione estava perplexa, mas não ia deixar transparecer. Ficou calada e voltou a (lê-se: tentar) ler o livro.

Isso deixou o loiro ainda mais irritado, então ele se aproximou mais de Hermione, arrancou o livro de suas mãos fazendo-a olhar pra ele e de modo indelicado ele segurou o braço da castanha. – Não ignore seus superiores, Granger. Parece que você nunca aprende.

Hermione o olhou com desprezo e sorriu de modo frio.

–Você não é superior a ninguém, Malfoy. – a castanha disse duramente. – Agora me solta! – exclamou.

O loiro puxou o corpo de Hermione brutamente e olhou-a em seus olhos castanhos profundamente.

–Você não percebe que eu não consigo ficar longe de você, Hermione? – ele perguntou com a voz triste. – Achei que depois de ver que eu sou o informante, você ia notar. – o loiro disse tristemente pegando Hermione desprevenida. Com certeza era mais um dos joguinhos dele e a castanha não ia se deixar levar por isso.

– Me deixa em paz, Draco. – ela disse perto do rosto dele e indo embora. Foi para seu quarto onde deitou na cama e ficou pensando.

Por que ele fazia aquilo com ela? Por quê? Hermione só sabia de uma coisa: não ia deixar ele nem ninguém atrapalhar seu plano. Draco já brincou o suficiente com seu coração. Chega. Daqui a dois dias o plano ia ter seu inicio e Hermione ia cair de cabeça.