On The Road escrita por Hanna_21


Capítulo 4
Capítulo 4: Show time, parte 2


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!!!
Agradeço imensamente às reviews do último capítulo, me ajudaram muito a escrever! Fico feliz/aliviada que estejam gostando do que eu escrevo.
Podem me matar, se quiserem, mas eu achei que já tinha postado esse capítulo! por isso, nem atualizei antes
O.O
pois é.
Anyway, espero que gostem!



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“Locked in clutch. Pushed in place. Hold your breath...Listen!”

Capítulo 4: Show time, parte dois


Portland, Oregon

Uma hora e dez minutos antes do show


– Alexis, você viu John Wayne Gacy?


Olhei para trás e vi Josh, um negro forte e de cabelo raspado que trabalhava na assessoria de imprensa, me olhando. Ok, eu decididamente estava começando a enlouquecer. Ele realmente perguntou isso?


– O que?

– Você viu John Wayne Gacy? – ele repetiu. Encarei-o brevemente, esperando ele dizer que era brincadeira. Mas ele parecia estar falando sério.


John Wayne Gacy foi um dos serial killers mais famosos da história. Acusado de matar pelo menos 29 garotos, recebeu 21 penas de morte, sendo executado em 1988. E, oh sim, ele era chamado de “Palhaço Assassino”. Eu refleti por alguns instantes e, fazendo essa associação, perguntei, insegura:


– Está falando do Shawn? – Josh me olhou estranho

– Não! John Wayne Gacy é o gato do Mick. – ele explicou.

– Ah – fiquei chocada – O nome do gato dele é John Wayne Gacy?! Isso é assustador!

– O cara tem mais de dois metros de altura, é da largura da porta, usa uma máscara de ferro e você acha que nomear um gato com um nome de serial killer é assustador? – Josh indagou, rindo. Eu tinha esquecido completamente que Mick tinha essa horrível fascinação por assassinos em série e gostava de gatos – duas coisas “parecidas”.

– Tem razão. Vou procurar o gato.


Depois de conhecer Paul no meio da madrugada, comecei o dia elétrica, coisa que se perdeu depois de cinco horas de viagem indo de Auburn para Portland. O show é hoje a noite mesmo, e amanhã partimos para outra cidade. Descobri que os caros da banda têm que cumprir agenda de imprensa (TV, rádios), e são seguidos por assessores. Quando não tem agenda para cumprir, eles descansam no hotel ou passeiam pela cidade. Aí são seguidos por seguranças, tanto da equipe quanto dos locais. E, dependendo, disse Phoebe, um roadie às vezes também os acompanha, para acelerar as coisas. Quem sabe um dia, não é?


De qualquer forma, em menos de dois dias eu descobri que você deve possuir certas características pra ser roadie.


Número 1: ser desinibida. Você não pode ter pudor quase nenhum. Entrar em um quarto e ver os caras se vestindo? Comum! Tudo nos limites da privacidade é claro, mas não da privacidade de pessoas normais.


Isso eu descobri procurando a droga do gato do Mick. Olhei nos equipamentos, roupas, máscaras, caixas, salas, enfim, TODOS os lugares imagináveis. Isso tudo demorou meia hora, o que significava que o Slipknot já havia chegado. Inclusive, passei direto por Corey Taylor e só notei isso quando era tarde demais. Por fim, me dei conta de que não havia procurado nos banheiros. No feminino não estava, então... Sobrou o masculino.


Sim, eu sei, não é nada demais entrar num banheiro masculino. Desde que não tenha ninguém dentro. Foi torcendo para que esse fosse o caso que eu abrir a porta, entrei e... Oh, shit.


Eu o vi no espelho antes de vê-lo em carne e osso. Eu já havia avistado-o no dia anterior, mas assim, há um metro e meio de distância, era diferente. Joey Jordison me lançou um olhar curioso, sem se virar, me vendo pelo espelho.


– Ok... O que foi isso? – ele perguntou, erguendo levemente uma sobrancelha, sério. Putz, Joey, pare de me olhar com essa cara!


– Eu...

– Quem é você? – ele interrompeu. Caramba, como um ser tão pequeno consegue se impor assim? Quero dizer, ele não estava sendo ameaçador nem nada, mas ainda assim!

– Nova. Eu sou... Olha, eu trabalho aqui. – resolvi ser direta e menos imbecil

– Ah. – e se virou para o espelho novamente, ajeitando o cabelo. “Ah”, é o que ele diz! Eu nem me mexi. Estava tentando me lembrar o que eu estava fazendo ali. – Quis dizer que quero saber seu nom...

– Você viu John Wayne Gacy? – perguntei, sem deixá-lo terminar de falar, lembrando.


Joey largou o que estava fazendo e se virou para mim, me analisando. Resolvi fazer o mesmo. Ele era realmente baixinho. O cabelo negro e longo, partido ao meio e encortinando o rosto. Seus olhos claros e suas sobrancelhas sempre baixas lhe davam um ar sério. A regata preta e os braços cruzados me chamaram atenção para sua boa estatura física conseguida pelos muitos anos de baterista e sua pele muito branca e perfeitamente imaculada pela ausência de tatuagens.


– Shawn ainda não chegou – ele respondeu. Olha só, ele pensou exatamente como eu!

– Oh, não... Gacy é o gato do Mick.

– Ah. - de novo, “Ah”. Que cara expressivo!

– Então, você...


Um miado baixo me chamou a atenção. Olhei em volta por alguns instantes, até que finalmente avistei um gato branco, quase se fundindo ao azulejo, com olhos muito azuis, sentado na janela alta do banheiro. Não é que ele estava ali mesmo? E, oh meu Deus, que coisa mais fofa!!!


– Acheeeei – eu disse baixinho, em tom de comemoração, esquecendo que tinha companhia.


Chutei levemente a porta de uma divisória, fechei a tampa do vaso sanitário e subi em cima. O gato miou novamente quando cheguei perto e, de repente, pulou aos meus pés e saiu correndo em outra direção. Saí a tempo de vê-lo se escondendo do outro lado do aposento, ao lado de Joey. Cheguei perto vagarosamente, me ajoelhei e saí praticamente engatinhando em direção àquela fofura. Ele se encolheu um pouco, mas eu consegui pegá-lo.


– “So close, no matter how far” – disse Joey de repente, logo atrás de mim, e eu me senti congelar com o gato nos braços.


Eu conhecia aquela frase. Eu conhecia muito bem aquela frase. Era a primeira linha de “Nothing Else Matters”, Metallica. E eu a tinha tatuada na base das costas, logo abaixo do cós da calça, de modo que quase nunca ficava visível. Eu fizera a tatuagem no meu primeiro ano em Seattle, para me lembrar de casa. Era algo para mim, não para os outros verem. Mas, abaixada naquela posição para pegar o gato, ela ficara visível. De qualquer forma, se Joey a vira, quer dizer que ele estava me olhando, mais especificamente para a região da...


AQUELE PERVERTIDO!


Aquela posição era meio humilhante. Eu não gostava disso; precisava reverter a situação. Não foi difícil: só precisei me levantar. Isso me deixou uns bons centímetros mais alta que ele. Ele me olhou de baixo e deu um sorriso torto. Virei de costas e fui saindo.


– Vou chamá-lo de John e fingir que você é Lennon – conversei com o gato

– Chame-o de Wayne e finja que ele é Bruce –Joey disse. Parei de andar, lembrando de algo.

– É Alexis – me recordei da pergunta que ele tentara fazer antes, sobre o meu nome.


Olhei para trás e o vi recostado na pia, os braços cruzados novamente, o sorrisinho ainda no rosto. Saí dali sorrindo. Devo admitir que achei Joey vagamente bonitinho naquele instante... Enquanto me afastava, percebi que ele me lembrava alguém, mas...


– VANDINHA ADAMS! – exclamei para mim mesma, rindo. Era com ela que ele se parecia!Ah, droga. Lá se vai a mágica...


Bem, deixe para lá. Pelo menos eu achei o psicopata, quero dizer, o gato. Empurrei a porta de uma sala e fui entrando. Estava bem cheio ali dentro. Primeiro, vi Phoebe segurando uma máscara, que reconheci ser a de Chris; ela entregou o objeto nas mãos de uma cara loiro de cabelos compridos, olhos azuis e barbicha. OMG! CHRIS FEHN!


Minha nossa, eu precisava me acostumar com aquilo e ficar menos histérica.


Do outro lado, vi Paul na frente do espelho passando maquiagem preta por todo o rosto, ainda sem o “uniforme”. Ryan estava do lado dele, segurando sua máscara e falando alguma coisa sobre gravatas.


Mais ao canto, um cara muito alto mexia no cabelo. Ele já estava vestido com a roupa do show, mas nem precisava olhar o “7” em seu braço para constatar que aquele era Mick Thomson. O roadie que Jullian dissera que trabalhara para o Metallica, e que se chamava Neil, estava ao lado dele, com a máscara na mão. Mick virou para trás para falar algo com Chris, mas seu olhar bateu em mim e eu pude observá-lo melhor.


Putz, eu posso jurar que a primeira impressão que tive era que ele era a mistura de Capitão Gancho com segurança de celebridade e jogador de futebol americano. O cara provavelmente podia me esmagar com a mão, se ele quisesse. Ele foi chegando mais perto e mais perto – seus olhos azuis me pareciam ameaçadores.


– Veja – ele disse – Mais carne fresca aqui! – eu tremi na base. Eu estava tendo que olhar para cima para manter contato visual!

– Hey Mick, pare de assustar a garota com linguagem do presídio! – exclamou Pheebs, rindo

– Seu gato – eu disse, com os olhos arregalados, estendendo o gatinho para Mick como quem diz “Mate a ele, não a mim”.

– Esse gato não é meu – disse Mick, estranhando, mas ainda assim pegando o gato.

– Não é... Aaaaaah. – então eu compreendi. Mas que merda, mais uma peça! Madito Josh-assesor-de-imprensa!

– Parece que te pegaram – comentou Neil, entendendo que eu tinha sido vítima de uma brincadeira.

– Não esquente, é assim mesmo. Coisa de novato. Todo mundo judiou de mim no começo, e olha que eu sou da banda – comentou Chris, chegando perto. Ele tinha um ar simpático e eu imediatamente gostei dele. Phoebe puxou-o para enchê-lo de maquiagem preta em volta dos olhos. Vi que Paul ajeitava uma gravata, enquanto Mick pegava também a maquiagem

– Chris, Mick, essa é a Alexis. Alexis, você sabe quem é quem - Ryan me apresentou aos dois rapidamente e eu abri a boca para falar algo, mas ele foi me empurrando para fora da sala – Aqui nós estamos bem, mas Fiona disse aqui do lado está meio tenso, vai ajudar! - Eu tentei resistir, mas Ryan era mais forte que eu e conseguiu me tirar dali (pude ainda ouvir Mick dizer algo sobre chamar o gato dele de “John...” e... Não consegui ouvir o resto).


A outra sala estava ainda mais cheia, e logo depois os caras começaram a sair e andar de um lado para o outro, conversando com os caras da organização, seguranças e outros roadies. Não dava para conhecê-los de fato no meio daquela confusão, mas consegui avistar todos quando eles se abraçaram e se cumprimentaram antes do show. Vi Corey gritando coisas aleatórias pelo corredor, Sid dando pulinhos de um lado para o outro, Joey e Mick se abraçando (um cena engraçada, se quer saber minha opinião) e outras cenas peculiares.


Ganhei o dia, porém, quando, sentada no corredor, vi um par de pernas se postando na minha frente. Ergui os olhos e vi um ser de nariz gigantesco me estendendo a mão. Segurei-a e Chris – ou na verdade, ali era Mr. Picklenose- me levantou e em seguida me puxou para um abraço, rindo por baixo da máscara e me tirando do chão por um segundo. Eu ri e vi um brilho divertido nos olhos azuis dele. Bati nos nariz da máscara dele, de brincadeira, e ele me deu um tapinha no ombro antes de se juntar aos outros.


Eu oficialmente adorava aquele cara.


Bem... Menos três: Joey, Mick e Chris.


Faltavam cinco.



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Notas finais do capítulo

E então? Mais 3 apareceram de fato!!!
os outros CINCO estão no próximo, que já está sendo escrito. Ele vai ser um pouquinho grande, vou logo avisando, talvez maior que o segundo capítulo.
Eu adoro o Chris, sério. ele é muito fofo *.*
Se acharem erros, avisem. E o de sempre: críticas, sugestões, elogios, sempre bem-vindos.
Esse botãozinho aí embaixo é meio carente, deem um abraço em forma de clique nele
n.n