On The Road escrita por Hanna_21


Capítulo 3
Capítulo 3: Show time, parte 1


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, MUITO OBRIGADA!!! O número de reviews triplicou de um capítulo para o outro. Estou muito feliz mesmo com vocês, muito obrigada por estarem deixando suas opiniões.
Isso me motiva a escrever, vocês não imaginam o quanto.
Aos leitores antigos, muito obrigada por continuarem lendo
Aos novos, muito bem-vindos!
E aí está mais um capítulo. É mais curtinho que os outros, mas é porque é só a parte um dos shows pelos EUA.
Enjoy!



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“Fray the strings. Throw the shapes. Hold your breath… Listen!”

Capítulo 3: Show time, parte 1


Auburn, Washington

Três horas antes do show


– Ok, você não está me entendendo, está escrito “12 bolinhas de golfe”, mas aqui tem 7. Como assim, pra que eles querem isso? NÃO INTERESSA PARA QUÊ ELES QUEREM ISSO! JÁ OUVIU FALAR DO VAN HALEN? SABE O QUE ELES FIZERAM SOBRE EXIGÊNCIAS NÃO CUMPRIDAS? SABE? ÓTIMO, SERIA BOM SE VOCÊ CHEGASSE AQUI COM MAIS BOLINHAS AGORA! E QUE EU NÃO ACHE MAIS NENHUM ERRO!


Aquilo que Mason disse sobre eu apenas aprender era MENTIRA! Isso é REALMENTE estressante! Parece praga, mas o show aqui está tão desorganizado! Achei erros com toalhas, comida e agora com bolinhas de golfe. Sim, é estranho eles pedirem isso sendo que ninguém vai ter tempo para jogar golfe, maaaass....


Muitas bandas fazem exigências estranhas desde o episódio dos MM’S marrons (sabe, aquele doce tipo confeti) com o Van Halen: a banda pediu que não houvesse nenhum MM marrom no camarim, mas chegando lá, havia um monte de MM marrom misturado com os outros. Aí a banda destruiu o camarim. Parece idiotice, mas isso significa que a produção local pode não ter lido o contrato com devida atenção; dessa forma, poderia haver erros com coisas mais importantes. Tá certo que sempre tem as estrelinhas que pedem camarins coloridos com mil flores exóticas, mas isso é outra história. A maior parte das bandas faz isso para conferir mesmo, embora eu ache que o Slipknot faça disso uma piada. Eu me virei para trás, suspirando, e vi duas pessoas que não estavam ali antes.


– Oi – eu disse, assustada

– Uaau, é praticamente uma Dominatrix! – exclamou um loiro perto da porta

– Quieto, Ryan! Você deve ser a novata – disse a menina mais próxima de mim. Tinha o cabelo castanho escuro preso num rabo de cavalo alto, seu rosto era oval, com grandes olhos negros – Sou Phoebe, trabalho com você. Puxa, você quase matou o cara!

– Sou Alexis. E é a terceira vez que eles erram – justifiquei, envergonhada. Phoebe lançou um olhar furioso para o cara que ela chamara de Ryan

– Eu disse para não fazer isso dessa vez! – ela rosnou

– Desculpe, não pude resistir – ele abriu um sorriso cheio de dentes afiados

– O que foi? – perguntei, sem entender

– O Ryan aqui – ela puxou-o pela camisa com certa violência – Tem o costume de pregar peças em novatos. Aliás, todos aqui fazem isso. É pra testar a eficiência, sabe? Você acabou de ver que é um trabalho estressante. Você tem que se esquecer de si mesmo e cuidar dos outros. Você não é mais importante para você mesmo. Tem que saber lidar com todas as situações, pelo bem deles. – ela explicou, se referindo à banda

– Eu sei. Todo mundo já tentou me assustar repetindo isso uma mil vezes – eu ri e comecei a sair da sala onde eu estava – De qualquer forma, prazer em conhecê-los. A partir de agora, vou ficar atenta às pegadinhas.

– Olha, a comida e as bolinhas fui eu, mas as toalhas foi uma falha de verdade. – justificou o loiro - Hey – Ryan chamou quando já estava quase fora dali – Ainda há pouco... Foi um bom trabalho, no telefone – eu saí rindo, orgulhosa.


Uma hora antes do show


– Foi FANTÁSTICO! – berrava Liam pelo corredor– Tipo, as pessoas realmente estavam nos ouvindo! Isso nunca aconteceu!

– Que bom Liam, que bom mesmo – eu disse, apressada. Ninguém estava achando o taco de beisebol do Shawn, e eu suspeitava que aquela era mais uma peça. Para piorar, eu tinha esquecido que Liam estaria ali...

– Nossa, e quando...

– Liam, estou trabalhando, estou trabalhando! – exclamei. Estava frustrada porque os caras da banda estavam logo ali, numa sala, e eu não podia falar com eles porque me colocaram para fazer todas as tarefas que ficam LONGE deles – Me dá um tempo, vai, não encontro a porcaria do...

– Ei, aquilo é um taco de beisebol? – me interrompeu Liam, apontando para um canto escuro. NO TETO. Eu respirei, aliviada, ao ver o taco preso com fita adesiva. Malditos!

– Liam, você pode me dar uma mãozinha aqui? – eu pedi, subindo nos ombros dele antes mesmo de ouvir a resposta


Meia hora após o show

Eu estava jogada numa das salas de backstage, bebendo água e me já me sentindo cansada. Quero dizer, aquilo era fora da minha rotina. Phoebe entrou na sala e se sentou ao meu lado.


– Você se saiu bem para o primeiro dia.

– Que bom ouvir isso – agradeci

– Mas vou logo avisando: vai piorar. A questão sobre tentarem te manter “longe” é para não te exibir logo. É como se isso dissesse que você não trabalha – ela advertiu

– Eu sei – suspirei – Daqui nós vamos para onde?

– Depois que terminarmos, o que vai demorar umas duas horas ainda, nós vamos para o hotel... Às cinco da manhã saímos e vamos para Portland. O show é sexta. Sábado partimos para Sacramento, show no domingo. Dois shows em LA, na terça e na quarta. Aí...

– Ok, pode parar – pedi – Não me assuste tanto.

– Tudo bem – ela riu – Vem, temos que carregar algumas coisas.


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3 horas da manhã

Depois de duas horas carregando coisas para lá e para cá, o certo devia ser eu dormir como uma pedra, mas nããão! Eu TINHA que ficar insone, sabendo que eu ia ter que acordar às 5 da manhã. Droga. Eu saí de fininho do quarto. Havia uma varanda logo ao lado que tinha uma bela vista para a cidade, e eu precisava de um pouco de solidão.


Eu estava dividindo o quarto no hotel com Phoebe e uma garota magra de cabelos castanhos claros e olhos azuis, chamada Fiona. Elas me contaram que Joey no início dava em cima de dela – porque era uma grande coincidência ela ter aquele nome e ainda ser A CARA da Fiona Apple, aquela cantora que Joey gosta – até que ela deixou bem claro que ela era lésbica (porque era mais fácil, segundo ela, apesar de ser mentira).


Como a retardada que só eu consigo ser, esqueci minha mala no meu carro, que estava com Violet. Eu tinha pedido para que ela me lembrasse desse detalhe, mas a sonsa esqueceu. Por sorte, ela lembrou a tempo, e conseguiu deixar no hotel (não sei COMO ela descobriu aonde íamos dormir). Só que Violet TROCOU metade das coisas. Ela substituiu parte das minhas roupas por outras, digamos, mais rock – peças rasgadas, brincos, pulseiras, sandálias, vestidos, couro, tudo o que eu achava bonito, mas não tinha coragem de usar. “Use e abuse!”, dizia um bilhete.


Rindo sozinha, cheguei à varanda, e quando ia entrando, ouvi uma voz masculina sussurrando algo. Era um cara com mais ou menos um metro e oitenta, largo, vestido de preto e descalço, falando ao celular. Na outra mão ele segurava um cigarro. Eu estava prestes a sair dali sem ser notada, quando ele desligou o celular repentinamente.


– Ei – disse ele – Não precisa sair.

– Oh... Bem, desculpe se interrompi sua conversa – pedi, insegura. Eu queria respirar o ar da noite sozinha, e não ser fumante passiva com um estranho. Mesmo assim, que aproximei da sacada, a uma distância segura dele e perto da porta

– Legal, né? – perguntou ele, indicando com a cabeça a cidade lá embaixo. Uma infinidade de luzes ainda estava acessa apesar da hora

– Sim – concordei, observando-o melhor. Ele usava piercings na boca e no nariz, era moreno e tinha o cabelo e os olhos escuros. – Era sua namorada? – perguntei enxeridamente, me referindo a quem ele falava no celular (eu não pude deixar de ouvir um pedaço da conversa)

– Esposa – ele corrigiu, olhando longe.

– Está aqui a trabalho?

– É – ele riu – Trabalho. – ele refletiu um pouco e estendeu a mão, se apresentando – Paul.

– Alexis. – eu apertei a mão dele e voltei a me recostar na sacada. E então eu somei dois mais dois. Impossível! – Espera aí. Paul... Gray? – ele me lançou um olhar levemente decepcionado. Parecia que ele estava gostando um pouco do anonimato.

– É – soltou a fumaça e riu – Paul Gray.

– Wow, que coincidência – eu murmurei pra mim mesma, mexendo no cabelo nervosamente


Percebi então, que eu não estava preparada para aquele momento. Se eu estivesse num backstage de um show como uma fã, eu pularia e o abraçaria, pedindo fotos e autógrafos. Se eu estivesse num backstage como profissional, e o trataria como meu chefe. Mas eu estava numa sacada de hotel às três da madrugada. COMO AGIR?


– Fã? – a voz de Paul encheu meus ouvidos

– Ah – eu pensei um pouco – Não. Quero dizer, sim. Também. Mas agora... Roadie. – ele me olhou, curioso

– Sério? Um dos novos? – balancei a cabeça, afirmando – Bem-vinda à trupe, então!

– Valeu – agradeci, meio constrangida. Puta que pariu, eu estava falando com Paul Gray! Ficamos em silêncio novamente, eu olhando a cidade, ele fumando – Aaah, Paul, acho que vou dormir... – eu não sabia como conduzir uma conversa com aquele acara – Até de manhã.

– Até – ele sorriu e acenou brevemente, voltando a tragar seu cigarro


Saí do lugar tremendo de felicidade, como uma imbecil, quase batendo na porta de vidro. Eu tinha conhecido um deles, afinal! Cheguei ao quarto finalmente me sentindo com sono, mais feliz e aliviada.


E cheirando a tabaco. Mas, surpreendentemente, aquilo não me incomodava.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!!
Apenas o Paul aparece nesse capítulo, mas nos próximos dois capítulos a Alexis vai conhecer os outros também.
De novo, se acharem erros, me avisem.
Críticas e sugestões são bem-vindas (educação sempre, galera!)
Beijos e, novamente, obrigada!
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