Ele suspirou e levantou me puxando junto, sorri e peguei sua mão, e fui para o carro, me sentei e suspirei, ele entrou ao meu lado e ligou o carro, estava muito tensa, não sabia o que, mas sabia que algo tinha acontecido, sentia isso. Fiquei quieta, tensa enquanto ia para casa, nem mesmo quando o Percy colocou a mão na minha perna acariciando de leve, eu relaxei, ele suspirou e estacionou o carro numa rua qualquer e saiu do carro, o olhei confusa quando ele abriu minha porta e me puxou para fora, estava tão confusa que deixei ele me puxar. Ele fechou a porta e se encostou no carro, me colocando no meio das suas pernas. –O que houve meu amor? Porque está tão tensa? –Perguntou tocando meu rosto com a ponta dos dedos. –Eu... não sei. –Falei sinceramente. –Sinto que algo está acontecendo, algo ruim. –Falei o olhando. Ele me abraçou e sussurrou que ia ficar tudo bem. Entramos no carro e seguimos para a minha casa. Entrei abraçada com o Percy, mas o abraço logo se desfez quando minha mãe veio até mim chorando e me abraçou, atitude incomum para Atena Chase. – Mãe, o que aconteceu? –Perguntei nervosa. –Sua irmã, sofreu um acidente, ela está em coma. –Ela falou chorando desesperadamente. Sempre senti ciúmes da preferencia que minha mãe tinha entre Silena e eu, sempre esperei que minha mãe me notasse, mas nesse momento tudo que eu pensava era que minha irmã estava no hospital, senti as lagrimas brotarem e escorrerem sem parar pelo meu rosto. Minha mãe me soltou e sentou no sofá com a cabeça nas mãos, eu fiquei parada no mesmo lugar, não conseguia mover um musculo, embora quisesse ir até a minha mãe e acalmá-la, e soubesse que devia apoiá-la, não conseguia me mover, meu cérebro trabalhava incansavelmente tentando fazer meu corpo sair daquele torpor, mas a única coisa que eu consegui foi cair lentamente e a ultima coisa que vi antes de apagar foi Percy me segurando. Acordei pouco tempo depois, creio eu, Percy estava ao meu lado com uma cara desesperadora. –Cadê minha mãe? –Perguntei me sentando. –Ela dormiu no sofá, então eu a levei para o quarto dela. –Ele falou envergonhado. –Eu vou falar com ela. –Falei me levantando, mas tonteei e me sentei de novo. –Vai com calma amor. –Ele falou preocupado. Respirei fundo e levantei, ele levantou rapidamente e me pegou no colo. –Percy, não precisa. –Eu murmurei. –Não tem problema, eu te levo. –Ele falou já indo pra escada. Assim que chegamos no quarto da minha mãe ele me largou. –Percy, eu preciso conversar com ela, me espera no meu quarto tá amor? –Murmurei, antes de ouvir a resposta dele eu entrei no quarto e sentei ao lado da minha mãe, que estava sentada com a cabeça nas mãos. –Mãe, a senhora, tá bem? –Perguntei preocupada. –Eu estou melhor, preciso ver minha Silena. –Ela sussurrou desnorteada. –Tudo bem, eu peço pro Percy levar a gente, tá bom? –Perguntei me abaixando e segurando suas mãos. –Tudo bem. –Ela respondeu com o olhar vago. Me levantei e fui para o meu quarto, cheguei lá e encontrei o Percy com uma foto nossa na mão, caminhei até ele e me ajoelhei no lado dele. –Você pode nos acompanhar até o hospital? Sinceramente, acho que minha mãe não tem condições nenhuma de dirigir, e eu, bom, eu não vou conseguir com a minha mãe naquele estado. –Falei tranquilamente. –Claro Annie, eu não vou te deixar sozinha, não num momento em que você precisa de apoio. –Ele falou docemente. Me abraçou e eu desabei, chorei muito abraçada a ele, chorei tanto, que cheguei a soluçar, ele só me abraçava mais forte e dizia que ia ficar tudo bem. Me acalmei aos poucos e fui ao banheiro lavar o rosto, quando voltei ele estava de pé com as chaves em uma mão e a outra estendida pra mim, peguei sua mão e caminhamos até o quarto da minha mãe, ela estava de pé, pronta para sair. –Vamos mãe? –Perguntei caminhando até ela. Ela assentiu debilmente, e fomos para o carro. Percy dirigiu rapidamente para o hospital e assim que chegamos lá minha mãe saiu do carro rápido. Cheguei na atendente. –Oi, por favor, você poderia me dizer em que quarto a Silena Chase está? –Perguntei. –Hum, claro. Quarto 312, vocês são da família dela? –Ela perguntou calmamente. –Sim, eu sou a irmã, ela é a mãe, e ele é o meu namorado. –Falei. –Hum, tudo bem, podem subir. –Ela falou. Subimos rapidamente. Minha mãe desatou a chorar. –Mãe eu vou entrar e falar com o medico tá? A senhora espera aqui um pouquinho. –Falei caminhando para o quarto. Entrei no quarto apreensiva, mas vi que Silena estava bem, na medida do possível. –Hum, doutor? –Chamei. –Sim. –Ele respondeu se virando para mim. –Hum, como é que ela está? –Perguntei. –Bom, ela tem um braço quebrado, um corte pequeno, mas profundo na testa e alguma escoriações pelo corpo, presumo que ela acorde em algumas horas, já que está em coma induzido, você é a irmã dela estou certo? –Perguntou. Eu sorri minimamente e assenti. –Então creio que assim que ela acordar eu deva chama-la. –Ele falou sorrindo. –Sim, minha mãe não está em condições de fazer alguma coisa. –Falei pensativa. Ouvi um pigarro atrás de mim e me virei instantaneamente, Silena me encarou confusa, sorri aliviada e fui rapidamente para o seu lado. –Annabeth? –Ela perguntou confusa. –Oi mana, tá tudo bem? Você está com dor? –Perguntei preocupada. –Sim, estou bem. –Ela sussurrou. Nesse momento Percy e minha mãe entraram no quarto. –Quem são vocês? –Silena perguntou pegando minha mão assustada, a olhei chocada. –Como assim quem somos? Eu sou sua mãe. –Minha mãe disse fazendo uma careta. Percy estava olhando para mim confuso, dei de ombros sem saber o que dizer. –Minha mãe? –Ela perguntou se virando para mim, como se quisesse que eu confirmasse. Assenti de olhos em Percy, estendi a mão para ele, ele se aproximou e abraçou minha cintura. Silena o olhou atentamente. –Eu me lembro de você. –Ela falou tímida, minha mãe sorriu e se aproximou cautelosamente. –O que você lembra? –Ela perguntou sorrindo. –Eu me lembro de estar beijando ele. –Ela falou corando levemente. Trinquei os dentes com uma careta de raiva, Percy beijou meu pescoço castamente e subiu até meu ouvido. –Eu te amo não se esqueça. –Ele sussurrou no meu ouvido, fazendo eu me arrepiar, assenti e relaxei. –O que mais você lembra? –Perguntei sussurrando. –Bom, eu me lembro de você chorando e depois eu ir ao seu quarto pedir, hum, pedir algo. –Ela falou envergonhada. Corei. –Algo mais? –Minha mãe perguntou. –Não. –Falou baixando a cabeça. Minha mãe me olhou como se eu tivesse culpa por Silena não se lembrar dela, mas lembrar de mim. Dei de ombros com indiferença, o que importava era que Silena estava bem. –Amor, leva minha mãe para casa, por favor? –Perguntei me virando para ele. –Claro. –Ele me respondeu e me deu um selinho. –Como é? Eu não vou pra casa, vou ficar aqui com a minha filha. –Minha mão falou alterada. –Não, você vai pra casa comer e dormir um pouco. –Falei firme e calmamente. –Desde quando você manda em mim Annabeth Chase? –Ela perguntou irritada. –Eu não mando em você, mas eu me preocupo com você. –Falei calma. –Ao contrario de você. –Acrescentei resmungando baixo. Ela suspirou e deu um beijo na Silena. –Até amanhã. –Ela falou irritada. –Tchau Annabeth. –Falou a contra gosto. –Tchau Atena. –Falei debochadamente. Ela estreitou os olhos e saiu da sala. Percy veio até mim e me deu um selinho. –Qualquer coisa me liga tá? Eu te amo. –Falou acariciando minha bochecha. Assenti. –Eu também te amo. –Respondi. –Estou esperando Perseu. –Atena falou friamente. Fechei a cara e Percy estremeceu. Me deu mais um selinho, acenou para Silena e saiu rapidamente. Esperei mais um pouco e me virei para Silena. –Você não esqueceu eles né? –Perguntei ainda de cara amarrada. –É incrível como eu nunca consigo esconder nada de você, isso é muito chato, não consigo mentir para você, você sempre descobre. –Ela falou emburrada e logo em seguida caindo na gargalhada. Começei a rir também, me sentei na cama e peguei sua mão. –Porque você fez isso? Atena está muito preocupada com a filha. –Resmunguei emburrada. –Pouco me importa, eu estou bem, ela tem que se preocupar com você. –Ela falou suavemente. –Não à nada errado comigo. –Cuspi as palavras. –Isso, é o que você quer que os outros achem, mas eu sei que aqui dentro. –Ela apontou para o meu coração. –Você sofre com a indiferença dela. –Ela disse me olhando ternamente. Senti meus olhos marejarem, mas me mantive firme. –Eu não sofro por causa dela. Eu me considero órfã, porque a única pessoa que se importava comigo era o papai, ela nunca me quis, sempre te preferiu e me abominou. Eu sei que eu não fui planejada, mas tudo que eu queria era ter uma mãe de verdade, ao menos um dia. –EU falei amargamente, sem notar que as lagrimas já escorriam pelo meu rosto. –Annie, não precisa ser assim. –Ela falou calma. –Mas é assim. –Ela me olhou com pena. –Não me olhe assim, eu não preciso da sua pena Silena. Qualquer coisa me ligue que eu estarei aqui. –Falei irritada, mas me controlei, dei um beijo na sua testa. –Eu te amo mana. Estarei com o Percy amanhã. –Sussurrei antes de sair, deixei meu celular com ela, precisava ficar sozinha agora. Fui para a pracinha que tinha perto do hospital, onde eu e Silena costumávamos brincar quando éramos pequenas, me sentei no balanço e fitei o chão. Não conseguia mais reprimir as lagrimas quando dei por mim já estava soluçando, cai de joelhos no chão, nunca tinha me sentido tão indefesa na vida, a rua estava deserta a não ser por um carro ou outro que passava, sentei no chão e abracei as pernas, não parava de soluçar, ouvi um barulho ali perto, mas não dei bola. Gelei quando senti alguém atrás de mim.

POV Silena

Annie saiu daqui transtornada e eu sabia como ela ficava quando estava assim, peguei o celular e liguei para o Percy.

-Oi Percy, não é a Annie, é a Silena, eu preciso que você venha agora para cá. É isso mesmo, tudo bem. –Desliguei o telefone e me sentei inquieta, bufei e esperei o Percy chegar, não tinha se passado nem 10 minutos e ele estava ali com uma cara apavorada. –Cadê ela Si? –Ele perguntou sério. –Eu não sei, a gente tava conversando e dai eu acho que toquei num ponto fraco, porque ela se irritou e saiu daqui transtornada, Percy, não é nada bom quando ela fica assim, ela não é nem um pouco racional, ela pode estar aqui perto como pode estar atravessando a cidade caminhando. Por favor, vai atrás dela. –Falei desesperada. –Eu vou, e vou trazê-la de volta. –Ele falou saindo. Suspirei aliviada, sabia que ela estaria em boas mãos.