Maria, Where Did You Go? escrita por Ldebigode


Capítulo 19
Danger line (parte 1 de 2)


Notas iniciais do capítulo

OOOOOI AMORES DA MINHA VIDA *----* bem, eu tenho um pedido a vocês: NÃOMEBATAMPORFAVOR e.e vou explicar o porquê de eu estar pedindo isso.
eu estou escrevendo uma fic nova.
é, é, eu sei que eu to postando muitas, aí eu acabo me atrapalhando, mas eu nunca vou deixar de postar aqui, ou na Dearly Beloved (fic de St Jimmy, pra quem não lê) e na Certain Romance (fic de Arctic Monkeys, pra quem não lê). Dessa vez é de... Avenged Sevenfold o/ sabe, eu tive um sonho muito bolado e resolvi escrever. Logo logo vou estar postando. :D
Bem, eu resolvi dividir esse capítulo em dois porque senão ia ficar enooooooooorme. Tipo, a primeira parte é um assunto e a segunda parte é outro assunto; daí eu resolvi dividir. Mas eu não vou demorar pra postar a segunda parte, prometo. A primeira parte é quase toda sobre o hospital, o John e pá, então talvez fique um pouco chato... mas a segunda parte, cara, eu to esperando desde o primeiro capítulo pra escrever essa ideia AUEHAHEU
Bem, sem mais enrolação , curtam o capítulo ♥ haha



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Meu coração quase explodiu dentro do meu peito naquela hora. Ele se ajoelhou, na plena Main Street, em Los Angeles, e perguntou:

- Quer ser minha namorada?

Fiquei meio estática. Não sei, não conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo. Parecia um sonho. Mas se fosse um sonho, não queria acordar nunca. Só de pensar que o meu Billie – que agora, de fato, eu podia chamar de meu – estava ali, ajoelhado na minha frente me pedindo em namoro... Parecia mesmo um sonho. Por um segundo temi que alguém estalasse os dedos diante de meu nariz e me acordasse de mais um de meus devaneios.

Mas ninguém apareceu. Era verdade. Eu estava diante do cara que eu amava, me pedindo para ser sua namorada.

- Seu bobo – falei, quase chorando. Ah, como sou idiota – óbvio que eu aceito!

Ele se levantou. Um monte de gente já tinha se juntado em volta de nós para ver o que estava acontecendo. Alguns até sussurravam entre si “ei, aquele não é o cara do Green Day?”. Quando ele aproximou seu rosto do meu, vi que haviam lágrimas em seus olhos. Então ele disse o que por muito tempo eu duvidei ser verdade. O que eu não acreditava existir mais. Não pra mim.

- Eu te amo – ele disse com o rosto tão próximo do meu, que pude sentir sua respiração.

- Eu te amo também – falei, colocando meus braços ao redor de seu ombro e lhe dando um abraço. Não, foi mais que um abraço. Eu mostrei pra ele que eu confio nele.

Algumas pessoas que estavam em volta começaram a bater palmas, o que me fez pensar “espera, ainda estamos em Los Angeles? Aquele lugar onde as pessoas passam por você como se você fosse um lixo? Onde ninguém liga para nada a não ser o seu próprio umbigo?”. Claro que ainda tem os que nunca irão mudar, os velhos rabugentos que passavam por ali reclamando do tumulto e nos xingando até a alma.

Mas eu nem parei pra me irritar com os velhos rabugentos. Eu estava tão feliz, mas tão feliz, que eu não queria que nada me atrapalhasse. O dia estava sendo perfeito: John tinha acordado. Eu tinha visto meu pai – talvez não do jeito que eu gostaria de reencontrá-lo, mas eu o encontrei. E agora Billie me pede em namoro.

- Quer almoçar agora? – ele perguntou, sorrindo. Ai, ai, aquele sorriso.

- Claro.

Ele pegou minha mão e fomos andando pela rua. Paramos em um restaurante, comemos pra caramba, como sempre. Nós ríamos tanto que as pessoas em volta olhavam assustadas. Mas sinceramente, não liguei. Quando terminamos, passamos em um McDonald’s, e compramos um lanche pra viagem. Ia ser complicado sair do hospital de novo, eu não queria deixar John sozinho, logo agora que estava se recuperando.

Fomos andando pela rua, voltando para o hospital. Muita gente parou o Billie pra pedir fotos e autógrafos, e eu fiquei pensando, os fãs que encontramos eram bem controlados. Geralmente, quando eu encontro algum ídolo eu surto, literalmente.

Não foi o caso quando conheci Billie, mas você já sabe as circunstâncias né.

Encontramos mais de vinte fãs, eu acho – não que eu esteja reclamando, era legal – até que um garoto veio pedir autógrafo pro Billie. Até aí nada de mais, né?

- Ei, Billie Joe? Billie Joe Armstrong? – disse ele, nos parando. – Meu Deus, eu não acredito que te encontrei aqui, em plena Los Angeles!

- É, sou eu mesmo – ele disse, rindo, mas aparentemente cansado de tanto encontrar fãs ali. Nem eu mesma sabia que tinham tantos fãs de Green Day em L.A.

- E você... Cara, você é a Maria? Da música? – ele disse, referindo-se a mim.

- É – falei, meio surpresa. Como assim, alguém me reconhecia? Ai, ai, os Idiots devem me odiar, por tomar o lugar da Adrienne. Até eu odiaria uma pessoa que tomasse o lugar da minha diva punk. E essa pessoa agora sou eu. Isso significa que eu me odeio. – como você me conhece?

- Todos os fãs te conhecem! Já tem na internet, fotos suas, já tem página na Wikipédia da música “Maria”, mas eu pensei que fossem só rumores, agora eu to vendo que é verdade! A gente pode tirar uma foto aqui?

Sorri pra foto e tentei esconder minha preocupação. O garoto ficou entre mim e Billie, e depois que tiramos a foto ele foi embora, com um sorriso estampado no rosto.

- Billie, eu não sabia que teus fãs me conheciam – falei, soltando uma risada pelo nariz.

- É eu também não – ele falou, pegando novamente minha mão – mas isso é bom, não é?

- Acho que sim. Só espero que eles não me odeiem.

- Te odiarem? Por quê? – ele perguntou, franzindo o cenho.

- Eu “tomei” o lugar da Addie – falei, fazendo aspas com os dedos.

- Tomou nada, Maria. Eu tinha terminado com ela, e só um tempão depois que a gente começou a se gostar. Relaxa.

- Ah, você sabe como são fãs. Alguns podem até ficar felizes por você, mas tem os que eram extremamente apaixonados pela Adrienne, tipo eu, que talvez fiquem com raiva.

Ele riu.

- Do que você tá rindo? – falei, dando um tapa em seu braço, rindo.

- Nada não – ele falou, mas ainda estava rindo – é que é um tanto irônico, minha namorada gostar da minha ex-mulher.

Dei uma risada.

- Ah, que babaquice – falei – eu gostava dela sim, tá? E eu achava vocês o casal mais fofo que existia.

- Hm, então qual casal você prefere? Eu e ela, ou eu e você?

- O que você acha? – falei, lhe dando um beijo.

Fomos andando até o hospital, a maior parte do tempo em silêncio. O assunto tinha acabado, e eu sabia que qualquer coisa que eu perguntasse a Billie iria acabar em alguma coisa relacionada à minha família, então achei melhor ficar quieta.

(...)

Quando chegamos ao hospital, fui direto para o corredor 4. Cassie e Finn estavam sentados bem na frente do quarto. Cassie estava lendo um livro e Finn estava mexendo naquela merda de celular; provavelmente trabalhando.

Cheguei e dei um beijo na bochecha de Cassie. Billie os cumprimentou, mas Finn pareceu nem notar sua presença.

Sabe, acho que Cassie... Minha mãe está mudando. Falo sério, acho que ela percebeu que ela pode realmente perder um dos filhos, e não estou falando de John. Acho que ela não acreditou que eu podia ir embora até eu ir de verdade.

- E então? – perguntei à ela – Como ele está?

- Está ótimo. Agora estão trazendo o almoço dele – ela apontou para uma enfermeira trazendo uma bandeja.

A enfermeira passou por nós e disse “boa tarde”. Quando ela entrou no quarto e fechou a porta, levantei da cadeira e fui até a janela. O jeito como ela falava com John parecia o jeito que minha avó falava comigo quando eu tinha 12 anos. Ele ainda não estava completamente acordado, devia estar sob o efeito de vários remédios e tal. Parecia tudo bem, até a hora que ele fez uma careta. E eu até entendi o porquê.

A comida parecia horrível. Parecia uma sopa, ou algum purê, sei lá, só sei que aquilo devia estar uma bosta.

Olhei para o lanche ensacado em cima da minha cadeira. Dei um sorriso maroto enquanto tinha uma ideia igualmente marota. Peguei o saco escrito “Mc Donald’s” e entrei no quarto. A enfermeira me fuzilou com o olhar, mas aquela “infração” valeu totalmente a pena quando eu vi o sorriso no rosto daquele garotinho.

- Maninha! – ele disse, o mais alto que conseguiu.

- Oi meu amor, olha o que eu trouxe pra você!

Coloquei o saco em seu colo, e seus olhos brilharam. Pra uma criança, é uma tortura ficar mais de uma semana sem comer um lanche daqueles. E John não comia um daqueles a mais de um mês.

- Você é a melhor maninha do mundo – ele disse.

A enfermeira quase voou no meu pescoço, mas antes que ela pudesse impedir John de comer o lanche, ele já tinha mordido mais da metade do sanduíche.

- Você sabe que isso é ruim pra ele – ela disse, rangendo os dentes – ruim não, péssimo! Isso é péssimo pra ele!

- Ei, relaxa. Deixa a criança ser feliz.

- Deixar a criança ser feliz?! Ele está no hospital! Acabou de sair de um coma!

- Exatamente! Ele tem seis anos! Deixa ele comer pelo menos um lanche do McDonald’s, um só não vai fazer mal! – esqueci de mencionar, sou muito teimosa.

Ela me olhou com muita raiva. Mas John estava tão feliz que ela acabou por soltar um risinho.

- Vou deixar vocês sozinhos então, qualquer coisa me chamem.

Acenei com a cabeça e ela saiu. John estava acabando de comer as batatas fritas. Sentei-me na ponta da cama e fiquei olhando pra ele.

- Você me perdoa? – perguntei.

- Por quê?

- Porque eu te deixei sozinho... Me desculpa, por favor, John...

- Claro que desculpo maninha. Só que eu fiquei com saudades de você.

Ele estendeu os bracinhos e eu o abracei na mesma hora. Olhei pela janela e vi Billie sentado na cadeira com um menininho em seu colo. Não sei quem era, devia ser uma das crianças que não estavam em um estado médico muito ruim e ficavam brincando na recepção.

- Espera aí que eu vou trazer uma pessoa pra você conhecer – falei, soltando a mão de John.

Saí do quarto e fui até Billie, com um sorriso de orelha à orelha.

- O que foi? – ele perguntou, sorrindo, arqueando uma sobrancelha.

- Vem cá. Vocês ainda não foram apresentados.

Ele colocou o menininho no chão e seguiu para dentro do quarto junto comigo. Quando entramos, John arregalou os olhos e quase se engasgou com a batata.

- Você é...! – ele falava, repetidamente, sem conseguir acreditar.

- E aí, cara? – disse Billie, se aproximando e fazendo um “toque” com John – Tudo bem? A gente ficou super preocupado com você.

- Meu Jesus do subúrbio você é o Billie Joe! – ele disse, depois de algum tempo. Billie deu uma gargalhada.

- Por que você não me disse que o moleque era fã meu? – ele perguntou, entre risos.

- Achei melhor você descobrir isso pessoalmente.

Eles ficaram conversando, um tempão. Falando de coisas de garoto mesmo, e o Billie parecia se entender com o moleque de seis anos. Não sei quando foi a última vez que vi meu irmão tão feliz. E era um pouco irônico, a gente naquela situação; ele no hospital, ainda tomando soro, entubado, e feliz daquele jeito.

Sentei numa cadeira ali do lado da cama e fiquei olhando pela janela. Vez ou outra passava uma enfermeira afobada ou um pai chorando. Não que isso fosse bom; porque não é. Eu senti na pele o que é isso e eu não desejo esse sofrimento pra ninguém.

Daí passou meu pai na janela. E ele olhou pro quarto. Agora tu pensa, um cara, com seu jeito jeca de ser, olhando o filho de seis anos numa cama de hospital, conversando com um cara cabeludo todo tatuado.

O que tu pensa? “Po, que legal, meu filho fez amizade aqui no hospital!”. Pois é, meu pai não pensa assim. Ele deve ter pensado numa coisa bem escrota, tipo “meu Deus, preciso tirar aquele psicopata do lado do meu filho!” – e ele fez isso mesmo. Ele entrou no quarto e só faltou sair chutando o Billie. Mas era uma cena tão, mas tão babaca, que eu tive que rir.

- Tchau Billie! – disse John, acenando – e cuida da minha irmã!

Billie olhou pra trás e deu um sorriso e um aceno para John. Meu pai colocou ele sentado de frente pra parede, e deu um puta sermão nele. Eu fiquei ali, olhando pela janela me contorcendo pra não rir. E o Billie só “me desculpe, senhor”. Era cômico.

(...)

Mais à noite, ficamos por ali mesmo. John já estava quase bom, então não tinha porque ir pra casa agora. A alta dele estava prevista para semana que vem.

Encostei minha cabeça no ombro de Billie. Ele tinha ficado quieto naquele banco desde que saiu do quarto de John, por algum motivo as criancinhas não apareceram mais depois daquilo.

Depois de, sei lá, uma hora, uma luz piscou no quarto de John. Logo fiquei alerta. Alguma enfermeira devia ir lá checar se tava tudo bem. Mas não, não tava. Depois de uns cinco minutos chegou uma enfermeira com uma cara meio “to pouco me fudendo pra esse hospital” e entrou no quarto dele. Ela olhou, anotou alguma coisa na prancheta e ficou olhando pras unhas. Depois começaram a chegar mais umas cinco ou seis enfermeiras, mas elas não ficaram fazendo nada. Isso que me deixa puta pra caralho, elas ficaram lá fazendo porra nenhuma e o garoto lá passando mal. Levantei e fui até a cama dele. Coloquei seus cabelos que caíam pelo rosto atrás da orelha, e senti sua pele. Ele estava frio.

- Ei! – gritei – Suas estúpidas, não tão percebendo que ele tá passando mal?

Elas me olharam meio “nossa, uma pirralha gritando com a gente”, e isso me deixou mais puta ainda.

- Saiam daqui, se não vão fazer nada.

Elas foram saindo, uma por uma. Achei isso escroto, mas muito escroto, elas pareciam aquelas gurias patricinhas da porra que tinha no meu colégio quando eu tava no ensino médio. Quer dizer, antes de eu largar a escola né.

Fiquei olhando o eletrocardiograma, desesperada, eu não sabia o que fazer. Era agonizante, eu olhar o meu irmãozinho naquela cama, frio e com o coração acelerado. “Mas ele parecia tão bem...” pensei.

Logo uma enfermeira gordinha chegou correndo no quarto dele. Por que será que as gordinhas são sempre as mais simpáticas? Não sei. Mas ela mexeu em algum aparelho e pediu desculpas pelas outras enfermeiras. Eu disse que tava tudo bem, mas na verdade eu ainda tava puta com a escrotisse das gurias.

- Ele piorou – ela disse, olhando para os aparelhos, sem me encarar.

- Mas... É coma?

- Acho que é princípio de coma. Não sei como, ele estava bem, acordado, hoje à tarde. Mas é isso que os aparelhos dizem.

Senti um nó na garganta e segurei pra não chorar. Porra, como isso foi acontecer? Alguma coisa deve ter afetado o psicológico dele. Sei lá. Não sou médica.

Minha mãe apareceu na porta. O olhar dela não era dos melhores. Ela fez um sinal para que eu fosse até ela. Caminhei até a porta, sem sair do quarto.

- O que foi? – perguntei.

- Ele piorou. – ela disse, olhando pra baixo.

- É, isso eu já sei.

- Maria... Filha... Acho melhor você voltar para...

- San Francisco?

- É. Você vai estar melhor lá. Aqui está tudo muito conturbado, você está perdendo tempo aqui...

- Perdendo tempo? John é minha prioridade. Eu posso ficar aqui o quão necessário for. Só me preocupo por Billie, ele sim está perdendo tempo comigo aqui.

- Meu amor – ela colocou a mão no meu rosto – só estou pensando no melhor pra vocês...

- Eu não posso abandonar o John, mãe! – nessa hora senti o nó na minha garganta voltar. Senti minha vista ficar embaçada e ficou complicado até de respirar. Uma hora, as lágrimas começaram a sair. E eu pensei que eu não conseguia me lembrar quando tinha sido a última vez que eu chamei a Cassie de mãe.

Continua...


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Notas finais do capítulo

MATEI VOCÊS DE CURIOSIDADE, SIM OU CLARO AUEHAUHEUHAE
Gostaram do capítulo? O que será que a Cassie vai dizer? E a Maria, vai voltar mesmo para Oakland? Não perca no próximo episódio de MWG! ~~sim eu vou fazer isso todo final de capítulo agora, problem?~~ UAEUHAUEHAU
Aaaah gente, sobre minha fic de a7x, eu só nao escolhi o nome ainda e-e vocês podem me ajudar? vou ser eteeeeernamente grata AUEHAUHEA
amo vocês ♥ xoxo L