Maria, Where Did You Go? escrita por Ldebigode


Capítulo 18
Over my head


Notas iniciais do capítulo

Oioi gente *--* esse capítulo tem lá suas peculiaridades, tá cheio de detalhes, espero que consigam entender.. Ah no último capítulo esqueci de agradecer a ValentinaB pela recomendação >~< muito obrigada linda , dei pulinhos ♥
Enjoy!



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- John! – acordei gritando, desejando que tudo aquilo tivesse sido apenas um sonho, e que John estivesse bem.

Procurei qualquer pessoa com quem pudesse me abraçar. Mas nem Cassie nem Billie estavam ali. Tentei levantar, meus joelhos pareciam feitos de gelatina. Me agarrei em uma parede e comecei a suar frio.

- Moça, você está bem? – perguntou uma enfermeira. Eu tentei dizer que não, mas não consegui falar nada. Ainda estava abalada por causa do pesadelo. – Está sentindo alguma coisa?

- Você... Você viu um garoto, com muitas tatuagens, olhos verdes, cabelo preto... Você o viu?

Ela não disse nada, só me levou até a recepção. Tive medo que ela fosse me levar pra algum tipo de rehab ou manicômio, sei lá né, eu estava suando frio e ela devia estar achando que eu era maluca.

Mas assim que vi Billie... Assim que ele me viu, ele largou o que estava fazendo e correu na minha direção... E quando me abraçou eu, literalmente, despenquei.

- Você desmaiou no colo da sua mãe ontem – ele disse, tirando os cabelos de minha testa suada – Achei melhor não te acordar... Mas agora fiquei preocupado com você, Maria.

- Billie, o John – falei, chorando e encolhida encostada em seu peito – ele não vai... Ele não... – fui interrompida por minhas próprias lágrimas.

(...)

Já fazem duas semanas que estamos aqui no hospital. Fico muito mal por causa de Billie, ele está perdendo tempo aqui comigo, isso é uma questão extremamente pessoal e ele não tinha necessidade de estar aqui. Mas admito, não conseguiria estar aqui sozinha, nestas condições. E sempre que eu falo pra ele ir embora, que está tudo bem, ele sempre repete “não, não vou te deixar sozinha”.

Ai, acho que nunca passei por um momento tão difícil. Nem quando meu pai me batia, ver o John numa cama de hospital é bem pior.

Ei, falando no meu pai. Eu ainda não o vi. Desde que cheguei aqui no hospital. Ah, aquele idiota, nunca se preocupou com John. Quero dizer, ele nunca se preocupou com nada. Só com aquela droga daquele trabalho. Mas agora eu realmente não estou com vontade de me lembrar daquele... Argh.

Billie parou de ficar na recepção brincando com as crianças. Ele disse que está preocupado demais comigo, prefere não me deixar sozinha.

- Senhora Sketch? – disse uma enfermeira, saindo do quarto do John. Cassie tinha saído para pegar algumas roupas de John em casa, então a única “Sketch” ali era eu.

- Sou eu – falei, a voz trêmula – Bem, eu sou irmã dele, mas minha mãe saiu e me deixou como responsável...

- Ah, sim. Claro. Entre, por favor.

- Billie – falei, praticamente sussurrei. Não tinha forças nem pra falar direito – eu vou entrar, não sei o que vai acontecer, não sei se vou demorar, mas...

- Relaxa – ele disse, pegando minha mão – vai ficar tudo bem, eu te espero aqui.

Entrei no quarto, apreensiva. Pelo rosto da enfermeira, as coisas não pareciam estar tão ruins assim. E o eletrocardiograma confirmava minha teoria.

- Bem – ela começou – como você sabe, John tem um quadro de cardiopatia avançada. Pela ficha dele, ele operou com 6 meses de vida, certo? – confirmei com a cabeça – Então, a razão pela qual ele está aqui no hospital, é que a operação que ele fez a mais de cinco anos não foi bem sucedida.

Ela começou a explicar com aquele bando de termos médicos, e blá blá blá. Basicamente, o coração de John tem dois átrios e dois ventrículos, como qualquer coração e tal. Mas o dele não tem uma “parede” que separa os átrios dos ventrículos, então fica uma cavidade só e o sangue não é “filtrado”. Deu pra entender? Não né. Enfim.

            John estava ali, estirado, desacordado naquela cama. Pálido, como eu nunca tinha visto. Me aproximei e passei a mão em seus cabelos. A médica parou de falar por um segundo, acho que ela compreendeu o quão importante aquele momento era pra mim.

- John – sussurrei – me perdoa, irmão, me perdoa... Eu não devia ter te abandonado, me perdoa...

Segurei sua mão enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Não sei como vou lidar se John... morrer. Realmente, eu não sei. Esse garoto é a minha vida.

O quarto extremamente branco estava tomado pelo silêncio. O único movimento ali era o subir e descer do peito de John, o que me deixava aliviada, por ver que ele estava respirando. Continuei olhando para ele por algum tempo, até que um dos aparelhos apitou.

- O que aconteceu? – perguntei, tirando imediatamente a mão de John – O que tá acontecendo?

- Calma – disse a médica – a respiração dele deu uma caída, mas nada de mais... No quadro dele também consta que ele tem bronquite, então não é nada grave.

Só naquele momento percebi como John era frágil. Síndrome de down, cardiopatia avançada, bronquite... E, pra completar, uma irmã idiota.

- Acho melhor sairmos daqui – ela disse – daqui a pouco vão fazer uns exames nele. Melhor você ficar ali fora.

Assenti e olhei pela última vez para John. Saí do quarto, desejando uma cama. Não durmo direito desde que cheguei ao hospital. Devo ter dormido umas três, quatro horas no máximo. Sentei ao lado de Billie e fiquei pensando no nada. Ou melhor, desliguei minha mente. Eu não estava pensando absolutamente nada, até que os aparelhos do quarto de John começaram a apitar.

Meu coração disparou. Logo um amontoado de médicas foi para o quarto de John. As pessoas começaram a notar o movimento e ficaram olhando pra mim. As médicas estavam fazendo alguma coisa que não consegui enxergar, mas aquilo... Não, espera, aquilo era um desfibrilador. Não, não é possível que estejam tentando ressuscitar meu irmão!

- John – gritei e tentei correr para o quarto, mas Billie me agarrou por trás. Não, não era Billie, mas também não podia ser minha mãe; era forte demais para ser uma mulher – Me solta! Me solta! Por favor, eu preciso ir lá!

- Isabella, não vai a lugar nenhum.

Só tem duas pessoas que me chamam de Isabella: Mathew, só pra me sacanear, porque ele sabe que eu odeio esse nome; e Finn. Meu pai.

Me virei, o estômago dando voltas. Não acreditei que ele estava ali. O cara que um dia eu chamei de pai, que não me via a praticamente um mês, estava ali.

- Me solta – falei, calmamente.

- Não – disse ele – da última vez que eu te soltei você fugiu de casa.

- Me solta agora! – berrei, fazendo todos olharem pra mim.

Percebi que o movimento dentro do quarto de John estava diminuindo, e temi que tivesse acontecido o pior. Logo uma médica saiu de lá e veio falar conosco. Nunca senti tanto medo na minha vida inteira.

- E então? – perguntei, estressada.

- Ele acordou.

Não entendi o porquê de tanto suspense se a notícia era extremamente boa.

- Ele o quê? – falei, me soltando de Finn, e correndo para o quarto de John. Ainda tinham umas duas médicas lá, e tentaram me impedir de chegar perto dele, mas passei por elas com facilidade.

Olhei John naquela cama, naquele quarto extremamente branco, e o vi abrir os olhos. Aqueles dois olhinhos azuis nunca me fizeram tão feliz.

- Oi meu amor – falei, quase chorando, passando a mão em seus cabelos.

- Oi maninha – ele disse, com dificuldade – eu tava com saudades...

- Eu também estava – falei, me agachando e lhe dando um abraço.

- Senhora... Hã, senhorita Sketch, teremos de pedir que saia – disse uma médica, parada na porta.

- Tudo bem – respondi. – Já, já, eu volto pra te ver, tá bem?

- Volta logo – ele disse, sorrindo.

Saí do quarto. Cassie tinha acabado de chegar e uma das médicas estava conversando com ela e Finn. Ele não parecia estar ligando muito, estava mexendo naquela porcaria daquele celular que ele usa pra trabalhar.

- Billie – falei, correndo até ele e o abraçando – ele acordou! Ele acordou, Billie! O John, ele tá bem!
            Billie riu e me levantou no ar. Na primeira vez, em mais de duas semanas, eu realmente tinha estado feliz.

- Ei – disse Finn – se vão ficar fazendo essa confusão aqui no hospital, podem sair.

Ele encarou Billie de um modo não muito amigável. Da última vez que eles se viram, Billie estava no meu quarto tocando guitarra comigo e Finn achou que estávamos fazendo “coisas erradas”.

- Já nos conhecemos? – continuou ele.

- Acho que não fomos apresentados – disse Billie, estendendo a mão – sou Billie.

- E você é o quê da Maria? – disse Finn, ignorando a mão de Billie.

- Hã...

Corei violentamente. É verdade, ele era o quê meu? Amigo? Ficante, namorado? Amigo com benefícios, sei lá.

- Temos que ir – falei – não temos, Billie?

- É, temos sim. Até mais.

Finn ignorou completamente nossa saída. Fomos para a rua, e o dia parecia lindo. Nunca pensei que fosse possível ter um dia tão maravilhoso em Los Angeles. Billie e eu paramos em um restaurante ali perto e almoçamos, já passava de duas da tarde. Conversamos sobre tudo e sobre nada. Era incrível como eu me sentia à vontade com ele.

Saímos do restaurante – de mãos dadas, vale comentar – em silêncio. Fomos pela rua principal, sempre cheia de carros e pessoas correndo para seus trabalhos. Mas hoje pensei um pouco. Aquelas pessoas, podem ser totalmente iguais a mim. Podem ter os mesmos problemas que eu. Podem ter família, amigos, namorado, e essas coisas. Eu não devia culpá-las, só porque elas podem pensar diferente de mim. No fundo, acho que somos iguais.

- Maria? – disse Billie, chamando minha atenção.

- Oi, desculpe, estava distraída.

- Que tal flores para a namorada, jovem? – perguntou um senhor que passava por ali vendendo flores. Acho que nunca senti tanta vergonha.

- Ah... Bem... – disse Billie – quanto custam?

- Seis dólares o buquê.

Sério, eu não estava acreditando. Billie ia comprar flores pra mim? Acho que é o que toda garota quer de um garoto. E um dos gestos mais fofos, tenho que admitir.

- Flores pra flor mais linda – disse ele, me dando um selinho.

- Ah Billie isso foi muito lindo...

- Bem... Eu tenho um pedido a fazer, Maria.

Meu coração quase explodiu dentro do meu peito naquela hora. Ele se ajoelhou, na plena Main Street, em Los Angeles, e perguntou:

- Quer ser minha namorada?


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Notas finais do capítulo

FINAL BROXANTE, É, EU SEI
Mas e então? Gostaram? A Maria vai aceitar o pedido de Billie? O que será que vai acontecer com John? Não perca o próximo episódio de MWG!
LOL
Quero reviews heim gente u__u UAHEUAHE adiós e até o próximo :0)