Sol, Lua e Estrelas escrita por Ruki


Capítulo 5
IV - O diário de Ster Cabot


Notas iniciais do capítulo

O que será que está escrito no diário de sua mãe? será que ela descobrirá algo sobre seu passado?



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Em um lugar meio isolado da cidade, na mansão que tinha fama de ser assombrada, moravam dois rapazes. Um deles, Auren, estava na sala de estar sentado em uma poltrona enquanto assistia o fogo queimando as lenhas na lareira. Estava muito pensativo, aparentemente irritado com algo.

– Então? – diz o outro rapaz, Yue, com quem Auren dividia a casa.

– Então o que? – pergunta Auren com irritação na voz.

– Conseguiu modificar a memória da Stella?

– Stella? Está falando daquela humana da sua sala?

– Sim, ela mesma.

Auren não diz nada. Isso confirma o que Yue suspeitava

– Pelo visto você não conseguiu não é? Por acaso o sol estava se pondo quando você fez o feitiço? – diz com um sorriso sarcástico.

Finalmente Stella descobriria o segredo por trás de seu passado. Será mesmo? E se sua mãe, Ster, também não soubesse nada? Bem, só há um meio de descobrir. Ela pega a chave que estava escondida debaixo de umas das tábuas que formava o piso do seu quarto, e abre o cadeado. Ela abre o diário em uma página qualquer e começa a ler

”Hoje foi o dia mais feliz da minha vida. Me casei com o homem que eu amo, Júlio Cabot. Agora sou Ster Cabot, e não mais Ster Beutler.n. Minha vida agora vai mudar. Não será mais como se fôssemos namorados. Agora tudo será diferente.”

Stella começa a folhear o diário e vai lendo o que poderia ser interessante.

“É muito triste admitir isso. Uns dias atrás fui ao médico para fazer uns exames para saber por que eu não consigo engravidar. Hoje saiu o resultado, e descobri que sou estérea. Não posso engravidar. Mesmo assim não quero desistir. Não vou desistir do meu sonho de ser mãe”

– Então... eu não... filha dos meus... pais? – dizia Stella em choque.

”Estou muito triste. Não há tratamento que faça com que eu engravide. Acho que o jeito é adotar uma criança. Não que isso seja ruim, pelo contrário, mas eu gostaria de saber como é passar nove meses com uma criança no seu ventre, dando amor, carinho e proteção. Hoje quando eu e o Júlio estávamos voltando para casa depois do trabalho, vimos uma estrela cadente. Fiz um pedido: quero ser mãe. Tudo bem que isso é uma coisa boba, mas não posso perder a fé.”

Stella continua folheando as páginas.

“Hoje aconteceu uma coisa muito estranha. Estranha até demais, anormal. Ontem, vi uma estrela cadente e fiz um pedido: quero ser mãe. Hoje, eu e o Júlio acordamos com barulho de choro de bebê, e quando vimos, havia um bebê no meio da nossa cama, aparentemente recém-nascido entre nós dois. Nos fomos a um posto policial. Vai que tem uma pessoa procurando ela?”

Stella não consegue parar de ler. Ela já sabia que seus pais na verdade não eram seus pais, mas quem seria afinal? Onde eles estariam? Ela pula algumas páginas e ler.

“A polícia não descobriu quem são os pais dessa criança. Isso é estranho. Nenhuma maternidade do país tem uma Declaração de Nascidos Vivos que comprove o nascimento dessa criança. Apesar de tudo isso, esses dias que passamos, nos fez ficarmos apegados a ela. Estamos pensando em adotá-la.”

“Conseguimos terminar o processo de adoção. Stella é oficialmente nossa filha agora. Demos esse nome, pois significa estrela em italiano. Hoje ela já me chama de mamãe e o Júlio de papai. Ela é uma garota muito inteligente e curiosa. Ela tem quase um ano de idade, mas já consegue andar e falar como uma criança de dois.”

Nesse momento Stella leva um susto muito grande. A campainha acabara de tocar, mas ela estava tão entretida com o diário que se assustou.

–Quem será a essa hora? – dizia se levantando do chão e indo em direção a porta.

Era Alice, sua colega de classe e amiga de infância. Ela estava carregando uma sacola consigo.

– Alice? O que está fazendo aqui?

– Olá Stella. Minha mãe pediu que eu trouxesse jantar para você.

– Jantar? Mas você sabe que não precisa...

– Na verdade isso foi só uma desculpa... Posso entrar? Nós podemos jantar juntas...

Stella e Alice sentam-se à mesa da cozinha. Elas colocam a comida em seus pratos sem dizer nada. Stella apenas observava. Queria que ela começasse a falar. Alice era uma garota muito bonita. Não tanto como Stella. Stella tinha uma aparência madura e era cobiçada por muitos garotos. Mas Alice também era cobiçada. Ela tem uma pele clara, com aspecto de porcelana. Os olhos verde-claros lembravam o de uma boneca francesa e seus cabelos eram de um comprimento até o meio das costas de uma cor ruivo alaranjado. Ela tinha uma franja meio repicada que cobria suas sobrancelhas.

– Bem... – começa Alice – Está acontecendo alguma coisa, Stella? Você está com algum problema?

– Algum problema? Do que você está falando Alice? – Stella tentava disfarçar.

– Esses dias você anda um pouco diferente, sabe? Como posso explicar... Eu vejo que você está preocupada com algo, você está com mais sono ultimamente, e também tem aquele caso de que você cismou de que não conhecia o Yue.

Stella não fala nada. Não tinha como provar a ela de que Yue não é uma pessoa normal.

– Sabe, minha mãe diz que talvez isso seja falta de alimentação adequada. Como você mora sozinha, ela pensa que talvez você não esteja comendo proteínas e vitaminas regularmente.

– Obrigada Alice. Mas é sério, não precisa se preocupar. Não quero causar preocupações para sua mãe.

– Só você mesmo Stella. Você acha que minha mãe não se preocupará se você não comer a comida que ela faz? – disse Alice rindo.

– Hahaha. Não tinha pensado nisso.

– Mas sério Stella, não tem nada te preocupando? Pode me falar, quero te ajudar o máximo que eu puder!

Stella até pensou em falar, mas como explicaria a ela? Alice não acreditaria no fato de Yue e Auren não serem deste planeta, e como ela explicaria o que havia lido no diário de sua mãe?

– Não é nada...

– Por acaso é o Yue? Ou o Auren?

– O-o que? – Stella começou a ficar nervosa – O que têm eles dois?

– Por acaso... Você está apaixonada por eles?

Stella fica levemente vermelha

– Da onde você tirou essa ideia? Mas é claro que não!

– Bem, um dia desses eu vi você com o Yue na sala de aula depois que ela já tinha acabado. Vocês estavam tão próximos... achei que talvez... você sabe né? – disse Alice um pouco vermelha

Stella se lembra. Foi no dia em que ela do nada apareceu na sua casa, depois que Yue tapou sua visão com a mão. [A/N: veja o capítulo II]

– E o que você viu depois?

– Eu... – começou Alice como se fosse falar alguma coisa que estava na ponta da língua, mas para e começa a pensar – Eu... Não lembro...

Stella desanima. Suspeitava que isso pudesse acontecer.

– Por acaso vocês dois... – disse Alice meio desconfiada.

– Não aconteceu nada! – Stella não sabia ao certo o que ela ia dizer, mas suspeitava.

– Claro que não Stella – disse rindo – Você nunca foi disso não é? Sempre guarda as coisas para sim. Mas e o Auren? Vi vocês dois numa cena muito romântica: Ele te encurralando na parede. Vai me dizer que não aconteceu nada naquela hora? – disse com um sorriso malicioso.

Stella se lembra. Foi no dia em que Auren fez uma tentativa sem sucesso de alterar sua memória. Quem visse aquilo certamente pensaria o que Alice pensou. [A/N: veja o capitulo III]

– Por acaso você está me seguindo? – disse Stella corada.

– Pode não parecer, mas foi tudo coincidência do destino. Mas não se preocupe, não contarei a ninguém. Até por que isso viola as regras da escola, e eu sei que você precisa dessa bolsa.

– Obrigada Alice, mas fique sabendo que não aconteceu nada naquela hora.

– Sei... Se você diz... – disse Alice com sarcasmo. – bem, como já terminamos de jantar, vou para casa. Já está ficando tarde. – disse se levantando.

– Obrigada por tudo Alice.

– Vê se dorme direito pelo menos hoje, ouviu? – disse saindo.

Stella se prepara para dormir, mas sente falta de algo. Começa a procurar revirando suas coisas.

– O diário... Sumiu!


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Notas finais do capítulo

por que Stella não encontra o diário de sua mãe? será que alguém o roubou?



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