Together escrita por giuguadagnini


Capítulo 28
Uvas, Cuecas de Coraçõezinhos e Eu Confiei em Você


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como estão?
Eu estou muito bem. Sabem por quê? EU ESTOU DE FÉRIAS! YEEEEY o/
O que significa que vou ter muito mais tempo para escrever a fic e para responder aos seus reviews que eu tanto amo.
Vamos comemorar? Cadê o champagne? HAHAHAHA
Querem saber outro motivo para festejarmos? A fic já tem mais de quatrocentos... 400... 4-0-0 comentários! Tem como eu me sentir mais feliz? Só se lançassem um Harry Potter 8 :)
Mas enfim, eu queria agradecer a cada um que lê, mesmo os que não mandam review, por simplesmente darem a mim a chance de levar vocês para Hogwarts a cada capítulo. Eu pretendo ser escritora, e podem ter certeza que vocês fizeram muita diferença na minha vida.
Booom, vamos parar com esse drama e vamos embora para o capítulo? hahaha
Só uma coisinha antes. Obrigado a Anna C, a linda leitora nova que deixou 27 reviews em Together. Obrigado *O*
Músicas?
POV Pansy - How we Do (party) - Rita Ora
POV Hermione - Better together - Jack Jonhson
POV Ron - Se will be loved - Maroon 5
(Esta ficando cada vez mais difícil escolher músicas para os capítulos sem repetir nenhuma vez, kkkk)
*Obs: PRECISO DE MAIS MÚSICAS, MUNDO!
O capítulo até que ficou grandinho. 4.095 palavrinhas *O*
Espero que gostem.
Tenham uma boa leitura e nos vemos lá em baixo. Leiam as notas finais, ok?



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POV Pansy Parkinson

Duas torradas, um cacho de uvas verdes e um copo de leite puro. Estava olhando para meu café da manhã, concentrada por um momento, até Blaise acabar com a harmonia e cutucar meu ombro.

– Meu dente está sujo? – ele sorriu exageradamente, a ponto de parecer que havia trocado de rosto com outra pessoa. Um palhaço, talvez.

– Que nojo – eu me virei para meu prato novamente, empurrando seu rosto para o lado.

– Está sujo ou não? – ele segurou ao redor das minhas bochechas, amassando minhas expressões faciais, fazendo com que minha boca parecesse um bico de peixe.

– Não, Blaise! Não está – eu estapeei sua mão e ele sorriu satisfeito.

– Ei, o que foi? – Blaise deu um gole no seu suco de abóbora – Você está estranha. Está tudo bem?

Apenas assenti com a cabeça e peguei meu cacho de uvas. A casca era levemente texturizada. Espere, aquilo era sujeira? Molhei meu guardanapo no copo d’água de Emília Bulstrode sem que ela percebesse e comecei a passar nas uvas. Ajudou um pouco, mas elas ainda estavam meio ásperas. Blaise continuou me olhando, e quando voltei a encará-lo, ele parecia confuso.

– O que?

– Nada – ele disse – Continue dando banho na uva.

– Elas estavam sujas – arranquei uma do cacho e coloquei na frente dos seus olhos – Ainda tem estas pintinhas de terra.

Blaise a tirou da minha mão e pôs dentro da sua boca.

– Viu? Eu não morri – ele balançou as mãos como se desse tchauzinho no ar e roubou mais algumas uvas do meu prato.

Eu revirei meus olhos, bufando para não começar a rir.

– Não vai falar? – ele inclinou-se para o lado, me dando um leve empurrãozinho.

– É meio pessoal – respondi, me encolhendo.

– Pessoal? Pansy, eu te conheço até mais do que você mesma – Blaise cutucou minha cintura, fazendo com que eu me encolhesse ainda mais. Seus dedos eram ágeis, apertando-me de um lado e do outro insistentemente – Sou praticamente seu diário. Não é justo você esconder as coisas de mim.

Ele continuou me fazendo cócegas, eu continuei me retorcendo. Agarrei seus pulsos para que parasse. E ele parou.

Eu estava um pouco tensa, como se tivesse matado alguém ao invés de ter tido minha primeira vez no dia anterior. Será que eu havia me precipitado? Não seria correto ter esperado um pouco mais? Para mim, parecia que Ron havia levado algo que era meu consigo, o que também não deixava de ser verdade.

– Está bem – eu me rendo e solto os pulsos de Blaise. Agarro o copo de leite e fico contornando a borda com o dedo – Não é da minha menstruação nem que meus pais me batem, mas é pessoal.

– Eu sei. É complicado quando os seus pais te batem e você menstrua.

Blaise.

Pan – ele sorriu, apontando com um garfo para o meu nariz.

Esperei mais um pouco, olhando em volta para ver se ninguém prestava atenção em nossa conversa. Ninguém.

– É sobre sexo.

Ele engasgou com um pedaço de pão e começou a tossir.

– Sexo? – perguntou mais reservado, os olhos quase lacrimejando pelo engasgo.

– É – eu limpei a boca no guardanapo, enquanto sentia minhas bochechas corando rapidamente.

Blaise deixou seu prato de ovos e bacon de lado e voltou a me olhar.

– Fale Pan. Isso de ficar fazendo suspense é torturante – ele me sacudiu pelo cotovelo, enquanto eu abaixava o rosto e uma mecha de cabelo se colocava na frente dos meus olhos, como uma cortina protetora.

– Tem problema não ser mais... Virgem? – pergunto de olhos fechados, colocando o cabelo para trás da orelha.

– Mas é claro que não, Pan – ele ergueu meu rosto pelo queixo e esperou até que eu abrisse meus olhos – Isso acontece. Às vezes demora, às vezes não. Mas acontece.

– Você já, não é? – pergunto. Ele assente, sorrindo.

– Já – e então o sorriso se transforma em riso – Foi bastante cedo. A garota era mais velha que eu.

– E como foi? – não me seguro e pergunto por impulso.

– Oras, para mim foi bom, mas tenho certeza que para ela não – Blaise balança a cabeça em negativa, como se reprovasse a si mesmo – Eu não sabia quase nada. Tive uma aula com ela, praticamente.

Continuo olhando para ele, mas não me contenho por muito tempo. Gargalhadas saem da minha boca e Blaise a tapa com a mão.

– E você, senhorita-que-não-é-mais-virgem, fique sabendo que isso é ultra secreto.

– Tudo bem, diário pervertido – eu falo com a voz abafada por entre seus dedos – Seu segredo está seguro comigo.

Ele me solta e volta a comer. Já não me sinto mais tensa, e sim relaxada. Eu tive tanta certeza na hora, com Ron, que agora nem sabia por que me culpava tanto por isso. Talvez Blaise tivesse razão. Aconteceu, e não foi simplesmente isso. Eu tive minha primeira vez com alguém que eu realmente gosto. Alguém que eu... Amo.

– Vai passar o Natal lá em casa? – Blaise perguntou enquanto mordia um biscoito.

– Se eu não fosse, sua mãe não me perdoaria não é? – lembro com um sorriso da Sra. Zabini e de como fora o Natal passado junto com ela, Blaise, Draco e Charlotte.

– Claro que não. Isso seria mais imperdoável do que um Avada Kedavra para ela, Pansy. Sabe como ela é. E afinal de contas, ela adora encher a casa de pessoas.

– Eu sei. Eu adoro a sua mãe, Blaise.

– Não, Pan. Você me adora. Minha mãe vem junto no pacote.

– Há, convencido – eu dei um tapa no seu braço no momento em que ele levava o copo de suco de abóbora à boca. E lá se foi, como se fosse em câmera lenta, o suco todo, caindo no seu colo.

– Você. Não. Fez. Isso. – ele disse assustadoramente calmo, controlando sua raiva a cada palavra. Uma raiva que chegava a ser engraçada, principalmente pelo fato de Blaise estar paralisado, equilibrando o suco entre as pernas.

– Opa. Acho. Que. Eu. Fiz. Sim – falo pausadamente como ele. Levanto do banco e levo minha mão até seus curtos cabelos, os bagunçando. Já estava me dirigindo para o outro lado do Salão Principal, quando eu o ouço.

– Se eu não soubesse um feitiço para secar, você estaria encrencada, Parkinson! – ele grita e posso ver seu sorriso de lado quando me viro para mostrar-lhe a língua.

Continuo andando e fico decepcionada quando chego à mesa da Grifinória e não vejo Ron. Hermione é a primeira a notar que eu estou ali. Ela levanta e vem até mim.

– E então? Conseguiu entrar? – ela pergunta com um pouco de expectativa. Eu não entendo de imediato do que ela fala. Logo ela acrescenta – O Salão Comunal... Ontem... Diabretes azuis...? – ela sussurra, e então eu entendo.

– Ah, claro. A senha que você me deu. Funcionou sim, sem problemas.

– E então... – ela espera um pouquinho e eu enrubesço.

– O que? – eu viro o rosto para o outro lado por um momento, mas percebo que estou sorrindo.

– Como assim, o quê? – ela estica o braço sobre o ombro de Neville e pega uma maçã. Hermione dá duas batidinhas no ombro dele – Você avisa a Gina de que eu já estou indo para a aula de poções junto com a Pansy? Você deve saber melhor do que ninguém de como essa ruiva é invocada.

– Cla-r-ro – Neville diz de boca cheia, assentindo com a cabeça, dando outra garfada no seu bolo de cenoura.

– Obrigada – Hermione agradece – Vamos.

Ela segura meu pulso e a única coisa que consigo fazer é expressar dúvida no meu rosto enquanto Neville ri, olhando a castanha me arrastar para fora do Salão.


POV Hermione Granger

– Ron estava bem humorado esta manhã – eu dei um empurrãozinho no braço de Pansy de propósito.

Ela sorriu envergonhada, me devolvendo o empurrãozinho no ombro.

– Pare Granger. Eu não sou de ficar encabulada, mas você está forçando a barra – Pansy sorriu para mim, enquanto voltávamos a andar pelo corredor.

– Hmmmm, encabulada – eu brinquei – Mas agora é sério, Pansy. Me fale a verdade. Vocês... É... – eu não sabia como perguntar isso sem parecer grosseira ou intrometida.

– Sim – ela me tirou da situação constrangedora quando afirmou.

Fiquei um instante em silêncio. O que eu poderia dizer? Que ótimo! Você gostou? Doeu?.

– Sabe – ela voltou a falar antes que eu pudesse perguntar qualquer baboseira – Eu sinto falta de conversar com uma amiga. Geralmente sou sempre eu e os garotos. Eu e Ron tudo bem, estamos juntos, mas se for contar de verdade, ficamos apenas eu, Draco e Blaise. E você sabe... – ela controlou uma risada – Eles não são muito delicados para falar dessas coisas.

– Se formos parar para pensar, Pansy – eu segurei sua mão – Eu sou você, numa versão Grifinória.

– Hã? – ela franziu o cenho, mas sua expressão era divertida.

– Veja – a sensação era diferente. Nunca havia andado de mãos dadas com uma garota, mas não estava nem ligando. Pansy também segurava minha mão, e elas iam juntas para frente e para trás conforme nós andávamos – Eu também tenho esse problema. Sempre era eu, Harry e Ron. Os três da mesma casa, assim como você, Draco e Blaise.

– Mas... – ela ia contrariar, eu pressenti isso, portanto tratei de continuar logo.

– E então, nesse ano, eu me apaixono por um garoto da casa que é considerada inimiga da minha. E você também, Pansy. Eu por Draco, e você por Ron.

Ela pareceu pensar por um momento, e realmente, nós éramos bastante parecidas.

– Vai me deixar falar? – ela fez um bico fofo e arqueou uma sobrancelha.

Eu ri e fiz um sinal positivo com a cabeça.

– Tudo bem, você tem razão. Mas... – ela levantou o dedo indicador, apresentando oposição.

– Mas... – eu a fiz continuar.

– Você tem a Gina. Você pode falar com ela sobre garotos, sobre cólicas ou roupas. Tudo bem que isso em excesso é futilidade, mas ser privada disso é exagero. Vocês podem dormir uma na casa da outra nas férias sem parecer estranho, podem chorar juntas vendo algum filme trouxa ou qualquer coisa assim – ela fez uma pausa, me olhando de relance. Senti sua mão se apertar à minha e apertei de volta. Logo ela continuou – Você está me entendendo? Gina é como um refúgio seu. Sua válvula de escape.

Alguns segundos se passaram em silêncio, mas seguíamos em frente pelo corredor.

– Eu posso ser a sua, Pan – de repente eu me sentia a vontade para chama-la assim – Sua válvula de escape.

– Pode? – Pansy me olhou diretamente e eu sorri, confirmando. Ela sorriu tímida e abaixou a cabeça – Obrigada.

– Tudo bem – eu disse – Seremos como irmãs gêmeas, só que diferentes.

– Isso é estranho – ela observou – Mas é um estranho bom, eu acho.

Sorrimos uma para a outra, e apertamos novamente nossas mãos.

E bum! De repente alguém me atropela pelo lado esquerdo. Quase voo para cima de Pansy, mas ela me segura do seu lado.

E quem me atropelou?

– Corre Draco! – Blaise grita logo depois que passa por mim aos trotes – Desculpe Hermione. Foi sem querer.

– Tudo bem – eu digo, me concertando de volta – Sem problemas.

Ele continua correndo. Forço minha visão e penso se não estou imaginando coisas quando vejo o moreno com um par de calças surradas em uma das mãos.

– Mas é um brutamontes, mesmo! – Pansy grita, mas Blaise já está longe.

– Corre doninha! – eu escuto os gritos nem um pouco discretos do moreno – Ele vai vir atrás de nós, Draco! Corre!

Draco. Oh, meu Deus. Draco.

– Com licença – eu escuto a voz do loiro um pouco atrás, furando barreiras entre vários alunos – Por favor, preciso passar. Obrigado.

– Relaxa Hermione – escuto Pansy falar no meu ouvido – Desse jeito você estrangula meus dedos.

Eu estava apertando tão forte a mão dela que seus dedos já estavam ficando sem cor. Como eu não havia percebido que estava fazendo isso?

Foi então que outra pessoa esbarrou em mim e eu quase fui ao chão. Quase. Um par de mãos me segurou pela cintura. Pansy soltou minha mão. Percebi que quem havia esbarrado em mim era Draco, e que também era ele que me segurava.

– Desculpe – nós dissemos praticamente ao mesmo tempo. Pansy riu um pouquinho.

Ele ficou me olhando, aqueles olhos azuis que se misturavam com cinza perfurando os meus, quebrando qualquer escudo que eu pretendesse formar para impedi-lo de chegar mais perto.

– Draco! – Blaise voltou na mesma velocidade que havia ido – Anda logo.

E ele estava de verdade com um par de calças nas mãos.

– De quem é isso? – Pansy perguntou a ele.

– É do Filch – o moreno disse às gargalhadas – Pirraça nos ajudou a tirar as calças dele e agora vamos pendurar lá no saguão de entrada.

Pansy abriu a boca, mas nada saiu. Ela me olhou.

– Agora você me entende? – ela apontou para Blaise e para as calças de Filch – Como é que isso vai ser minha válvula de escape?

Eu ri. Draco e Blaise estavam mais confusos do que nunca.

– Anda logo, Draco – Blaise puxou a manga do seu suéter, mas Draco permaneceu onde estava. O moreno saiu correndo de novo, com as calças sobre um dos ombros.

– Preciso ir – Draco soltou suas mãos da minha cintura. Senti um vazio.

– Ah, tudo bem – eu disse meio avoada. Ele deu uns dois passos na direção que Blaise correu, mas voltou. Senti seus lábios tocarem minha bochecha, fazendo um estalinho baixo.

– Tchau – ele disse sorrindo fraco, mas sorrindo.

Voltou a correr atrás de Blaise, enquanto eu tremia nas bases. Pansy passou a mão pelos meus ombros e voltamos a andar.

– Dracooooooo! – a voz de Blaise ecoava pelo corredor de uma maneira desafinada e alta, o que fez com que várias pessoas que passavam por ali olhassem para todos os lados, procurando a origem do som esganiçado.

– Espera criatura! – Draco gritou de volta para Blaise – Você sabe que o Filch não anda. Ele marcha!

Pansy e eu controlamos risadas, assim como os outros alunos que estavam por perto. As gargalhadas aumentaram quando Filch passou literalmente marchando pelo meio de todos com uma cueca samba canção de coraçõezinhos vermelhos.

– - -

Snape estava atrasado. Todos os alunos já estavam na sala de poções, e posso dizer com certeza que não era apenas eu que estranhava a demora do professor.

– Acho que ele resolveu ir comprar um shampoo novo para cabelos oleosos – disse Lilá, bolando uma teoria. Parvati abafou risadinhas.

Eu estava sentada com Harry, uma mesa atrás da ocupada por Ron e Pansy.

– Isso está estranho, Hermione – Harry disse como um sussurro para mim – Você já viu o Snape atrasado? Ele praticamente brota do chão e fecha a porta na nossa cara se demoramos três segundos além da hora marcada para a aula.

– E não se esqueça de tirar cinco pontos da Grifinória, por ser uma pessoa tão petulante a ponto de achar que a aula toda esperaria pela sua chegada – Ron acrescentou, virando-se para trás, fazendo uma cara amargurada e imitando a voz de Snape.

– É. Isso não parece coisa dele – eu digo. Harry concorda com a cabeça e dá uma espiada na porta da sala. Por ela, não entra Snape, mas sim Draco e Blaise. Os dois riem e se curvam sobre uma mesa mais ao fundo.

– Essa foi por pouco – Blaise diz ofegante.

Obviamente estavam fugindo de Filch. Draco balança a cabeça e os fios loiros saem da frente dos seus olhos. Ele está sorrindo e... Olhando para mim.

Viro-me tão rápido para frente que quase caio do banquinho em que estava sentada.

– Bom dia, alunos – uma voz que não conheço irrompe da porta.

Um homem gorducho está entrando na sala, se dirigindo à mesa principal. Um pedaço de giz flutua até o quadro negro e risca seu nome.

– Sou Horácio Slughorn, seu novo professor de poções.

Todos se olham, estranhando. Snape não daria mais aula?

– Eu sei que pode estar parecendo um pouco transtornado para vocês – disse Slughorn – Mas tudo que Dumbledore mandou informa-lhes é que eu lecionarei poções a partir de agora.

– E o professor Snape? – Simas levantou a mão – Ele foi demitido?

A maioria dos alunos entrou em grande expectativa diante daquela pergunta.

– Não. Claro que não, meu rapaz – disse Slughorn, rindo um pouquinho – O professor Snape os ensinará Defesa contra as Artes das Trevas.

Harry olhou alarmado para mim. Snape, lecionando defesa contra as artes das trevas? era a pergunta que estava estampada em seu olhar.

– Sem mais demoras, vamos à nossa aula – Slughorn tirou de sua maleta alguns frascos com poções variadas. Reconheci na hora a maioria delas – Preparar poções não é algo fácil, meus caros. Esta área exige muita habilidade e atenção, além de... Talento – ele olhou para Harry de um jeito caloroso.

Harry me olhou desconcertado, franzindo o cenho. O professor andou pela sala, olhando para cada um de nós.

– O que eu tenho em mente para a aula de hoje é algo bastante simples. Vou chamar alguns de vocês aqui na frente e pedir que identifiquem uma destas poções – ele apontou para os frasquinhos e para alguns caldeirões em cima da mesa – Não precisam se envergonhar. O importante é tentar, certo?

Slughorn olhou-nos, rosto a rosto, e parou em Harry.

– Pelas barbas de Merlin. Harry Potter! – o professor parecia encantado – Pode vir até aqui, meu rapaz?

Harry assentiu e foi até a mesa. Slughorn olhava mais para o moreno de cabelos rebeldes do que para as poções.

– Conhece alguma delas? – ele perguntou ansioso.

– Acho que sim – Harry olhou para mim e Ron, sorrindo marotamente – Poção Polissuco.

– Ah, sim – Slughorn sorria de um jeito radiante, mas mal sabia ele que no segundo ano isso havia sido preparado escondido no antigo banheiro feminino – Você saberia nos dizer algo sobre esta poção, meu rapaz?

– É uma poção bem difícil de preparar. Transforma quem a bebe em uma réplica perfeita de outra pessoa. Basta colocar algo, como fios de cabelo ou unhas, da pessoa em que você quer se transformar.

Slughorn estava maravilhado. Olhava para Harry como se fosse algo extremamente valioso.

– Está certíssimo – ele deu batidinhas no ombro de Harry e o mandou voltar ao seu lugar – Cinco pontos para a Grifinória, pela bela resposta do Sr. Potter.

Harry sentou ao meu lado um pouco envergonhado.

– Acho que ele gosta de mim – ele sussurrou.

– Você acha, é? – eu ri do óbvio – Harry, o homem parece obcecado por você. Te olha como se fosse um troféu.

O moreno deu de ombros e riu.

– Contanto que eu passe em poções, para mim está ótimo – Harry voltou a olhar para Slughorn, que nesse momento escutava a explicação de Blaise sobre a Veritaserum.

– É a poção da verdade mais forte e perigosa que existe. Com poucas gotas é capaz de fazer a pessoa revelar seus maiores segredos.

– Muito bom, meu rapaz. Muito bom – ele parabenizou Blaise e o mandou sentar – Sonserina ganha cinco pontos, também. Vejamos... – ele examinou nossos rostos mais uma vez – Você – ele apontava com o dedo para mim – Pode vir até aqui, por favor?

Confirmei com a cabeça e andei até a frente da sala.

– Você é a senhorita...

– Granger – respondi, sorrindo. Ele sorriu de volta e me encaminhou até a mesa, onde meus olhos captaram de primeira um frasquinho pequeno que continha uma poção dourada e singular – Essa é a Felix Felicis, também conhecida como sorte líquida.

Olhei para Slughorn e ele parecia bastante satisfeito. Sorria de um jeito jovial e confirmou com a cabeça, para que eu continuasse.

– Como o nome já diz, é a poção da sorte. Apenas algumas gotas dessa poção podem transformar a pessoa no ser mais sortudo do mundo por algumas horas. Infelizmente, é uma poção complexa e leva cerca de seis meses para ser preparada.

– Eu não teria explicado melhor, senhorita Granger. Resposta mais do que certa. Cinco pontos para a Grifinória!

Sorri orgulhosa e retornei ao meu lugar. Senti o olhar de Draco sobre mim, mas não consegui olhá-lo de volta.

– Certo – Slughorn retomou - Restou apenas uma poção da qual ainda não falamos. Alguém gostaria de vir aqui na frente e nos falar sobre ela?

Como se fosse uma flecha, a mão de Draco furou o ar. Tentei não olhá-lo, mas me peguei o fitando pelo canto dos olhos. Agora ele estava lá na frente, na frente de um caldeirão que Slughorn havia acabado de tirar a tampa. Um vapor que parecia calmo e perolado subiu em espirais, como se estivesse dançando pelo ar.

– Esta é a Amortentia – Draco disse calmo, olhando diretamente para mim – É a poção do amor.

Tudo o que eu queria era me esconder. Devo ter corado da cabeça aos pés, apenas de ter ouvido sua voz. Sabe aquele momento em que você não sabe como reagir, e tudo o que você sente é um calor repentino se irradiar pelo corpo? Então.

– O cheiro desta poção varia de pessoa para pessoa, dependendo do que a atrai – Slughorn disse para turma – Pode nos dizer que cheiro sente Sr. Malfoy?

Draco estava novamente olhando para mim, como se todo o resto da sala fosse invisível. E agora eu sustentava seu olhar, não o desviava por nada.

– Eu sinto o perfume dela – Draco disse. Seus olhos pareciam entrar nos meus.

– Dela? – Slughorn perguntou confuso – O perfume de quem, Sr. Malfoy?

– O perfume de Hermione – ele disse, e foi como se tudo parasse e meu corpo virasse gelatina. Mole e instável.


POV Ron Weasley

– Estão dispensados – disse Slughorn e todos começaram a guardar suas coisas.

A sala foi ficando vazia e todos se despediam do novo professor. Juntei minhas anotações e as guardei dentro da mochila.

– Ron – disse Pansy chegando mais perto de mim – Preciso ir. Minha próxima aula é do outro lado do castelo. Não posso me atrasar.

– Tudo bem – eu a puxei para mais perto e ela me deu um selinho demorado.

– Tchau – ela disse de um jeito doce, se afastando de mim aos poucos até desaparecer pela porta.

Sorri para o nada e voltei a arrumar minhas coisas. Até Slughorn já havia ido embora, deixando a sala para mim e mais alguns outros lerdos que demoravam a arrumar a mochila.

– Tome – uma mão me entregou meu tinteiro.

Levantei meu olhar para um loiro que havia acabado de sentar em cima da minha mesa.

– O que você quer McLaggen? – pergunto.

– Calma Weasley. Eu vim em paz – ele levanta as mãos para o alto. O som que ele faz ao mascar chiclete me irrita.

– E quando é que você vem em paz, McLaggen? – eu me controlo, mas minha voz sai raivosa.

– Ui – ele ri e dá um tapa no meu ombro – Mas fala aí, já pegou a Parkinson ou não?

– O que?

– Ah, fala sério Ronald. Vai me dizer que ainda não transou com ela? – ele cruza os braços e me olha sínico.

– Isso não é da sua conta – eu fecho a mochila e a ponho sobre um dos ombros.

– Eu não acredito! – ele diz como se estivesse se divertindo. O chiclete esticando e amassando entre os seus dentes – Você ainda não transou com ela?

Eu tento ignorá-lo e seguir até a porta, mas ele se coloca na minha frente.

– Me deixa passar – eu digo, controlando cada pedacinho de fúria dentro de mim. Eu não iria bater nele novamente. Simplesmente não podia. Já havia ganhado detenção demais por causa disso.

– Ah, qual é – ele me puxa e eu acabo ficando de costas para a porta – Me diz então. É ela que não libera ou você que é macho de menos?

Minha mão coça por um soco, mas prometi a mim mesmo que não seria impulsivo. Principalmente quando se tratasse do McLaggen.

– Pelo jeito é você que não sabe ser homem. Deve ser virgem, até – ele provoca e eu sinto minha última gota de paciência evaporar.

– Quer saber, McLaggen? Eu transei com ela sim. Eu peguei a Pansy – eu digo, jogando cada palavra na sua cara de falso anjo – Satisfeito? – eu pergunto, e tenho a ligeira impressão de que ele está sorrindo e olhando para a porta – Feliz?!

– Eu estou – ele ri debochado – Mas creio que ela não – Córmaco passa por mim e sai sorrindo pela porta, onde Pansy está parada, olhando para mim.

E então eu tenho vontade de morrer. Tenho vontade de pegar fogo e sumir. Vontade de poder puxar as palavras de volta para a minha boca.

– Esqueci meu caderno – sua voz está fraca e pareceu que ela havia feito um grande esforço para dizer aquilo. Ela entra e vai até onde estávamos sentados. E lá está o caderno, em cima da mesa, o tempo todo.

– Pansy... – eu me aproximo, mas ela me faz parar com a mão em meu peito, me empurrando para longe.

Seu olhar é triste, decepcionado. Ela passa por mim, sustentando meu olhar e para na porta.

– Eu confiei em você – ela diz, antes de desaparecer de novo diante dos meus olhos.



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Notas finais do capítulo

Ok, eu tenho uma tendencia a estragar tudo no fim dos capítulos. Eu sei, eu sei.
Mas no geral, ficou bom?
Bem, o Adrian Carthagian me perguntou uma coisa no capítulo anterior que me fez pensar. O que vocês achariam se eu fizesse até a batalha de Hogwarts? Seria legal? Eu não tinha esses planos para a fic, pensei em terminá-la antes. Mas pensando bem, acho que iria ficar bem interessante. Nesse capítulo mesmo já puxei um gancho para tornar isso possível.
Minha pergunta é: Vocês gostariam?
Já tenho ideias para os próximos capítulos e... se preparem. Spoiler!!! Capítulo 29 já vai ser Nataaaaaal! *-* Mal posso esperar para postar para vocês!
Um grande beijo à todos e não esqueçam de me responder, hein! Hunf. kkkk
Com amor, Giu ♥