Together escrita por giuguadagnini


Capítulo 14
Tapas, Cartas e Lágrimas


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores *O*
Obrigado pelos reviews, vocês me incentivam muito a escrever mais.
GarotaWeasley e ÁdriPotter, dedico esse capítulo à vocês duas, pelas lindas recomendações que deixaram. Dá uma vontade louca de rir e de chorar com o que vocês escrevem. Obrigada minhas lindas.
Me inspirei em duas músicas para fazer esse capítulo. Não pela letra, mas pela melodia mesmo. Fiquei as escutando enquanto escrevia.
POV do Neville e POV do Draco - Misery - Maroon 5
POV da Gina - Shattered - Trading Yesterday
É isso então minha gente.
Boa leitura e nos vemos lá em baixo :)



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POV Neville Longbottom

– Neville, eu não vou fazer isso – Pansy disse já se virando. Lilá vinha praticamente correndo com aquelas garotas malucas atrás de mim. Tudo o que eu consegui fazer foi puxar a Pansy e coloca-la contra a parede, a agarrei e juntei nossos lábios. Ela relutou no início, mas depois passou a corresponder. Ficamos um bom tempo nos beijando, até que nos separamos. Ela parecia entorpecida. Ficou olhando dentro dos meus olhos e eu me perdi nos dela. Foi então que ela pareceu acordar do transe em que estava.

– Por que você vez isso? – ela parecia indignada, pegou sua mochila do chão e começou a bater em mim com ela.

– Ei, para com isso – disse tentando desviar da mochila e dos tapas que ela começou a distribuir em mim – Você tá louca? Para garota – segurei suas mãos para que ela parasse de me estapear.

– Eu? Louca? Não fui eu que te agarrei – eu ainda segurava suas mãos – Se você não notou, eu tenho um lance sério com o Ronald.

– Tá bom, me desculpe. Eu não devia ter feito isso, mas foi meio que um reflexo – tentei me defender.

– Reflexo vai ser a minha mão na tua cara se você fizer isso de novo – ela se soltou e se afastou um pouco de mim.

– Eu já pedi desculpa, Pansy.

Ela pareceu pensar por um tempo, mexeu a cabeça como se tivesse tentando afastar pensamentos ruins, até que voltou a me olhar.

– Tá, foi mal também, eu perdi a cabeça – ela fechou os olhos por um breve momento e respirou fundo – Não aconteceu nada aqui entre nós, ouviu?

– Nós? Que nós? Eu não sei de nada – coloquei minhas mãos pra cima e entrei no jogo dela.

– Resposta certa – ela deu um leve tapinha no meu braço enquanto passava por mim. Me virei para olhá-la e ela deu uma piscada pra mim.

Mulheres. Nunca vou entendê-las.

POV Draco Malfoy

– Que ótimo, ainda temos que cumprir detenção para o dia ficar melhor – o sarcasmo estava presente em minha voz.

– Nem me fala cara, eu ainda tenho que falar com a ruiva – Blaise apoiava os cotovelos na mesa e massageava as têmporas com as mãos.

– E eu tenho que dar um jeito de concertar as coisas com a Hermione.

– É melhor falar logo com ela, Draco. Acho que o Weasley tá interessado.

– Ron? Mas ele não tá com a Pan?

– Que Ron o quê – ele estalou os dedos na frente dos meus olhos – Se liga Draco, o Fred tá bem próximo.

– Fred? O Weasley cópia?

– Tá pensando o que? Depois que eles ficaram ontem a noite ele não desgruda dela. Parece chiclete.

– Como é que é? – eu não acredito no que acabei de ouvir.

– Chiclete, aquela coisa que a gente coloca na boca e que não se desmancha que nem bala.

– Eu sei o que é chiclete, animal – a raiva deu sinal de vida em meu corpo – O que você disse antes disso?

– Eles ficaram, Draco – Blaise disse e eu dirigi meu olhar pra mesa da Grifinória. Os dois já haviam saído de lá.

– Pelo amor de Merlin, e eu ia me desculpar com ela – dei um tapa na minha testa – como eu sou idiota.

– Você não vai se desculpar com ela cara? – Blaise me olhava incrédulo.

– E por que deveria? Ela também tá errada – cruzei os braços e fiquei com uma cara emburrada.

– Mas você começou com essa história. Você deu a ideia do jogo da garrafa, você estava completamente bêbado, e ainda por cima avançou na Lovegood sem nem se importar com Hermione, que por sinal, estava do seu lado, Draco.

– Tem razão – passei minhas mãos pelos cabelos. Eu teria de arrumar toda essa besteira que eu fiz.

– O que tá esperando? Um trem pra Hogsmeade? Vai logo atrás dela – Blaise incentivou.

– Certo, te vejo na aula – disse já me levantando. Precisava achar Hermione – E você - disse dando passos pra trás para voltar a encará-lo – tem que falar com a Weasley.

– Eu sei coisa loira, não precisa ficar me lembrando, não! – ele sorriu – Agora se manda daqui, vai dar um jeito na vida!

– Você não toma jeito, cara – foi a última coisa que disse antes de ir procurar a Hermione. Onde será que ela estava?

O sinal tocou e eu fui correndo pra sala do Snape. Obviamente eu me atrasei, ele descontou cinco pontos da Sonserina enquanto da Lufa-Lufa ele descontou 20, por uma garota não estar prestando atenção na aula. Ainda bem que eu não era lufano, porque se eu fosse, pelo amor de Merlin, eu já teria ido pra sala de Dumbledore umas trezentas vezes.

Enquanto Snape falava sobre algo que eu nem dei importância, fiquei pensando no que eu podia fazer pra me desculpar com a Mione. Eu fui um completo imbecil com ela.

– Será que o senhor Malfoy poderia responder? – Snape estava na minha frente e eu levei um susto por vê-lo tão perto. Fiquei voando esse tempo todo e nem sabia do que ele estava falando.

– Será que o senhor podia repetir? Eu não ouvi direito – disse e ele me olhou desapontado.

– Para que serve o bezoar? – Snape não me olhava, ele me engolia com aqueles olhos.

– Serve como antídoto para vários venenos, senhor – respondi e ele deu um meio sorriso. Andar com Hermione tinha suas vantagens.

– E onde podemos encontrar o bezoar? – ele perguntou para a turma inteira e não houveram respostas – Vocês são uma decepção, sabiam? – levantei minha mão e Snape direcionou seu olhar para mim – Senhor Malfoy? Sabe a resposta? – ele parecia surpreso.

– Sei – sorri e Snape ficou curioso – É encontrado no estômago da cabra.

– Dez pontos para a sonserina – Snape se virou e começou a escrever algumas no quadro.

– Deixa de ser tão Granger, Draco – Pansy cutucou minhas costas e eu ri. Ela estava na mesa de trás.

Olhei para Blaise. Ele estava sentado ao meu lado. Ficava escrevendo algo em um pergaminho.

– Que você tanto escreve aí, cara? – perguntei dando uma cotovelada de leve no braço dele.

– Uma carta pra ruiva – ele respondeu sussurrando e nem olhou pra mim.

– Olha só, vai marcar um encontro com a cabelo cor de fogo.

– Não é nada disso criatura – ele amassou um papel que estava na ponta da mesa e jogou na minha cara – Eu preciso esclarecer as coisas com ela.

– Vai dizer que você não é de uma só, é? – ironizei e ele sorriu pra mim.

– Nem é por isso cara. Também, eu não gosto de me prender a relacionamentos, mas no nosso caso a química não bate. Sem ser os beijos, não tem nada que me faça morrer de amores por ela.

– Nossa, você é muito vadio mesmo – disse e ele riu. Blaise amava ser de todas.

– Como se você não fosse há uns tempos atrás – ele me olhou desconfiado e eu ri.

– Calem a boca vocês dois, o Snape não para de olhar pra cá – Pan deu um peteleco nas nossas cabeças.

– Tá bom senhorita mandona, não fazemos mais! – respondi a olhando pelo canto dos olhos.

– Não te trago mais hein – ela disse como se fosse mãe de um moleque travesso que quebrou alguma coisa na casa de alguém importante. Eu e Blaise tentamos conter as risadas.


POV Gina Weasley

Minhas aulas já haviam acabado e eu já tinha almoçado também. Era de tarde e eu estava no dormitório. Estava separando alguns deveres que ainda teria de fazer. Me sentei na minha cama e comecei a ler um grosso livro sobre Transfiguração, até que ouvi leves batidinhas na janela. Fui até lá e avistei uma coruja parda do lado de fora. Abri a janela e ela entrou. Trazia uma carta em seu bico, e pela letra que havia no envelope, deduzi que seria de Blaise.

Abri a carta com cuidado e comecei a ler.

Ruiva
Precisamos conversar.
Encontre-me hoje às 18:30 perto dos vestiários.
Te espero lá.

Blaise

Ele nunca havia me mandado cartas antes. Fiquei até com cara de boba por essa ser a primeira. A guardei de baixo do travesseiro e fui me arrumar. Já eram 18h00min. Dei um jeitinho no cabelo e coloquei perfume. Talvez ele quisesse se desculpar comigo por ontem à noite. Olhei no relógio na mesinha de cabeceira e já eram 18h15min. Era melhor eu ir indo pra lá. O campo de quadribol é meio longe do castelo.

Fui andando pelos jardins. O tempo estava fechando. Iria chover logo. Me apressei e o vi saindo do vestiário masculino. Fui até ele sorrindo e vi também Ron e Draco. Devia ser a detenção deles.

– Oi – dei um selinho em Blaise e acenei para os garotos.

– Oi – ele disse me olhando de um jeito diferente – Gente, eu vou falar com ela e já volto. Me esperem aqui – ele disse colocando seu braço em volta dos meus ombros e indo para um canto mais afastado.

– O que você quer falar comigo? – sorri tímida e coloquei uma mecha do cabelo para trás da orelha.

– Eu queria, é, eu não sei como te falar isso, ruiva – ele se atrapalhou nas palavras e eu sorri.

– Tudo bem, não precisa ter vergonha. Me fale.

– Certo. É o seguinte, Pansy disse que você ficou chateada comigo pelo o que eu fiz ontem.

– É sobre isso – desviei o olhar do moreno em minha frente para um mosquito que voava ali perto. Ele estava tentando se desculpar, acho.

– Olha, eu queria deixar isso claro, por que eu gosto de você e não quero te ver mal – oh, que fofo. Sorri com esse pensamento – Mas eu não esperava que você levasse isso a sério, afinal, nós não temos nada não é mesmo? – ele perguntou e eu abri minha boca num perfeito ‘O’.

– Como assim não temos nada? – eu não estava mais entendendo. Ele estava me despachando? É isso?

– Você e eu só ficamos, Gina – ele disse e eu senti uma pontada no peito. Ele ia passar a mão em meu rosto, mas eu me afastei – Ei, não fica assim.

– Como você quer que eu fique Zabini? – não me sentia mais a vontade para chama-lo de Blaise – Quer que eu saia dando pulinhos de felicidade?

– Eu pensei que você soubesse que não tínhamos nada sério – ele fitou meus olhos, e pude sentir os meus ficarem mais úmidos do que o normal.

– Como você queria que eu soubesse disso? Você e eu andamos juntos o tempo todo, você foi querido comigo todos esses dias e sempre me dizia que eu era diferente das outras garotas com que você ficava – disse tentando conter o choro. Senti que se falasse qualquer outra coisa, eu iria começar a chorar. Mas nem morta que eu iria chorar na frente dele. Ele não merecia isso vindo de mim.

– Ruiva, me desculpe – ele foi se aproximando de mim e eu fui me afastando dele. Me olhava com carinho, mas eu nem liguei pra isso. Uma leve chuva começou a cair e foi ficando mais forte.

– Tchau Zabini – disse enquanto a chuva se misturava com minhas lágrimas. Me virei e saí correndo para o castelo. Ouvi ele me chamar, mas nem olhei para trás. Andava pelos corredores sentindo minhas pernas tremerem. Cheguei ao Salão Comunal e estava vazio. Corri para o banheiro e entrei de baixo do chuveiro de roupa e tudo. Deixei que a água morna me acalmasse. Saí e me enrolei em uma toalha, me sequei enquanto senti que a qualquer momento eu fosse desmoronar. Eu continuava chorando e nada me fazia parar. Vesti uma roupa e voltei para o quarto. Lilá e Parvati estavam lá, pareciam animadas com alguma coisa. Eu que não ia ficar lá chorando para essas duas fofoqueiras me rotularem e depois saírem espalhando que eu era só uma garotinha triste de quem ninguém gosta. Então decidi descer para o Salão Comunal, onde tinha certeza de que estava vazio. Me joguei no sofá e abracei uma almofada. Olhava para a janela e via a tempestade lá fora.

Era muito pior do que eu jamais imaginei. É como se milhões de agulhas perfurassem meus olhos, os fazendo escorrer.

Era muito pior do que se jogassem água fervendo no meu peito e depois colocassem gelo por cima.

Era como se um nó se formasse em minha garganta, um nó tão grande que nunca parece que vai se desfazer.

Era como se jogassem sal em feridas abertas.

Tudo o que foi dito, feito e pensado se tornam lágrimas. Lágrimas essas que insistem em escorrer pelo meu rosto.

E não adianta limpá-las. Elas continuam caindo como se fosse chuva, como a tempestade que caía lá fora.

É como olhar para um céu sem estrelas. É um vazio que vai tomando conta sem mesmo você deixar.

– Gina? – Neville apareceu e sentou-se ao meu lado – Ei, o que aconteceu? – ele me olhava preocupado.

Eu soluçava e não conseguia dizer uma só palavra.

– Calma – ele limpou uma de minhas lágrimas – Não precisa contar. Tá tudo bem – e dizendo isso eu o abracei. Ele me prendeu em seus braços e eu deitei no seu colo. Ele começou a mexer em meus cabelos e fez carinho no meu rosto. Aquilo foi me acalmando. Eu olhava o fogo crepitar na lareira a nossa frente, enquanto me entregava às caricias do Neville. Fui parando de chorar e ele sorriu com isso.

Tudo o que eu mais queria era ficar ali. Não tinha mais vontade de levantar e seguir com a vida. Tudo o que eu queria era dormir e nunca mais acordar.

– Obrigada Nev – disse com a voz chorosa e ele depositou um beijo em minha testa. Fiquei ali por minutos, horas, não saberia dizer. Neville era um garoto muito bom. Senti que poderia ficar no colo dele pra sempre. Eu estava sem chão e nada mais me importava.



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Notas finais do capítulo

Querem me matar por fazer a Gina sofrer um pouquinho né?
~le eu desviando dos avadas~
Eu precisava fazer isso, para continuar com a história.
Mas do capítulo em geral? Ficou bom?
Tem muito gasparzinho que lê a fic e vai embora, sem ao menos dizer um mero "continua" ou "eu li".
Mas também não tem problema. Eu só queria conhecer meus leitores *~*
Obrigado por tudo gente, vocês não tem ideia do quanto me deixam feliz.
Um super beijo a todos, e hoje fica o meu mesmo, hunf hahahaha.
Amo vocês.
Giulia Guadagnini ♥