Trailer

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Bella

“Você não é boa o bastante pra mim, Bella.”

Aquela frase soava em minha cabeça repetidas vezes. A semana toda. O dia todo. A cada segundo.

O buraco em meu peito doía tanto que as vezes tornava-se difícil respirar.

Há meses eu estava ali, em um estado quase que vegetativo e sentindo uma imensa falta de Edward.

Foi quando decidi tentar seguir em frente. Afinal de contas, ele seguiu com a vida dele, tentaria seguir com a minha.

Procurei Jacob como uma forma de fugir da minha solidão. Quando eu estava com ele, o buraco no meu peito parecia menor. Eu me sentia bem, mas não era a mesma coisa. Eu ainda não me sentia... Inteira.

Divertíamo-nos juntos, bebendo refrigerante quente e comendo os sanduíches de Billy na garagem onde passamos nossa infância, e andávamos de moto. Mas durante a noite, sozinha, os sonhos ainda me perseguiam e eu acordava gritando e suada, desesperada por ter tido o coração partido.

Até que um dia, Jake me deixou. Ele simplesmente não retornava minhas ligações e Billy sempre dizia que ele não se encontrava. Não fazia ideia do que aconteceu. Eu tentei confrontá-lo, mas ele nem mesmo abriu a porta de sua casa para mim.

E com isso eu voltei a definhar.

Charlie parece inerte em um estado de irritação perpétua. Ainda com raiva de Edward, optou por passar seu tempo em casa me olhando de esguelha e com um ar de culpa.

Na escola, eu ainda me sentava no lugar dos Cullen. Minha mente tentava reerguer as cenas deles ali, estátuas de mármore perfeitas, quase divindades.

Já não saía há muito tempo, e isso era mais uma das preocupações de meu pai.

—Bella, você precisa superar. Já faz 6 meses... Você tem que entender isso. - Disse Charlie uma manhã antes de ir trabalhar. Ele pegou o casaco e, antes de sair batendo a porta de leve, despejou tudo isso de uma vez com solidariedade e aparente cansaço.

Eu entendia o lado dele. Meu pai nunca teve aptidão para longas conversas, característica que herdei. Entretanto, ele sabia a hora certa de tentar me ajudar.

Assim, levantei em uma manhã nublada e decidi que, por mais que meu coração doesse, eu deveria seguir e recomeçar.

Afinal de contas não veria mais nenhum vampiro por um bom tempo, talvez nunca mais.

“Adeus, mundo sobrenatural” Pensei e entrei no banho, sem saber o que estava por vir.