Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 12
Quantos corações destinados a sofrer pt.1


Notas iniciais do capítulo

AEEEEEEEEEE. Oi. Nem demorei vei. Esse capitulo não foi betado e eu estava com preguiça de revisar, então me perdoem se tiver zilhoes de erros no meio dele. Decidi dividir ele em duas partes pq eu sou maléfica.
Ah, obrigada pelas reviews gente, a opinião de vcs é muito importante pra mim, adoro o fato de estar agradando vcs.
Então vamos lá
Espero que gostem
Boa Leitura
Bjs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/183623/chapter/12

Estava sozinha naquela casa outra vez, começava a achar que talvez fosse bom se eu arranjasse um emprego também, talvez eu me sentisse menos inútil. Olhei no relógio, ainda faltava um bom tempo para que Allie voltasse e o tempo continuava nublado, talvez aquilo fosse um indício de que o inverno começava a chegar à Califórnia. Pensei em dar uma volta e minha mente quase que automaticamente lembrou-se daquele cara, até a lembrança da voz grave dele me dava arrepios e eu não fazia a menor ideia de quem ele era. Mas ele me conhecia, ou melhor, conhecia a Allie.

Soltei um longo suspiro, por algum motivo eu me sentia incrivelmente desconfortável na presença dela, eu não sei exatamente o motivo, talvez por que ela tenha conquistado tudo o que eu mais queria, mas se eu fosse um pouco sensata chegaria a conclusão de que uma hora aquilo que ela pertencia seria meu, o problema é que dificilmente eu conseguia ser sensata e quase  sempre eu tinha vontade de arrancar os cabelos dela.

Me estendi no carpete do chão do quarto, era o antigo quarto de Kelly Sullivan e estava incrivelmente bem conservado, totalmente diferente do quarto em que Allie costumava escrever, o quarto de Jimmy apesar de totalmente desgastado era cheio de história. No fundo eu preferia ter ficado naquele quarto.

Peguei o celular e liguei para Max, eu sentia muita falta dele, era meu único amigo, e agora ele estava tão longe.

- Allie?

Como era bom ouvi-lo chamando meu nome, talvez eu só insistisse em ser Joy por causa da babaquice dele.

- Não, é a Joy

Ele sorriu

- Como você está little freak?

- Me sinto um trambolho humano Max, quando você vem me visitar?

- As coisas com a Allie do futuro não têm ido bem?

- Não Max, sei lá, ela parece que não gosta de mim e nem faz um esforço pra gostar, é estranho. Ela me vê mais como inimiga do que como irmã.

- Eu sinto muito por isso, na verdade era por causa de coisas desse tipo que eu queria que você não tivesse saído daqui!

- Eu sei, tem sido uma droga esses dias, mas eu realmente quero estar aqui. Mesmo Jimmy nem olhando pra minha quero eu quero fazer algo por ele.

- É, no fundo eu te entendo. Mas e no resto? O que tem feito?

Eu ri de leve

- Só tenho vegetado esses dias, jogado videogame e engordado.

- Meu deus, quer trocar de lugar comigo, por favor? Vem aqui resolver os problemas de física quântica e eu vou aí pra essa sua vida difícil.

Eu gargalhei, era daquilo que eu precisava. Conversei mais um pouco com Max e quando desliguei o telefone decidi sair outra vez.

Fui para o mesmo lugar da última vez, não sei exatamente o por que, mas eu tinha esperança de vê-lo de novo, ele também gostava de dias assim. Caminhei um pouco afoita demais, mas ao olhar para o lugar onde me sentara no dia anterior eu empaquei, novamente ele estava lá.

A jaqueta jeans estava jogada ao seu lado no banco, estava sentado com os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça baixa, os cabelos negros se eriçavam com a brisa forte. Fiquei em dúvida se me aproximava ou não, demorei tanto naquele estado de estátua que ele notou minha presença.

Ele ergueu o tronco surpreso, claro, ele achava que eu era a Allie, o que não deixava de ser algo verídico.

- O que faz aqui? – ele falou

- Andando

Ele desviou o olhar para frente

- Devia estar no trabalho.

- Eu queria muito te ver

- Há! – ele falou em tom sarcástico – Me ver? Você realmente parece que sofre uma metamorfose em dias nublados

- É sobre isso que eu quero falar

Ele levantou de maneira ávida e rapidamente parou diante de mim, era incrível como seus olhos eram escuros, a pupila quase desaparecia, eu estava visivelmente alterada e tremi por inteiro quando ele me puxou pela cintura, não sei bem se posso dizer que fora com violência, por que ele não parecia querer me machucar.

- Eu amo você

Eu estremeci e fiquei um pouco espantada, mas antes que eu dissesse qualquer coisa os lábios dele tocaram nos meus, eram gelados e suaves. Eu o afastei cuidadosamente de mim.

- Estava demorando pra sua repulsa voltar – ele sorriu um pouco entristecido

- Eu não sou a Allie

- Que?

- Era isso que eu queria dizer antes de você...

- Ta me zoando Wade?

- Sou irmã gêmea dela

Ele gargalhou

- Você ficou doida? Acha que eu não saberia se você não fosse a Allie?

É claro que ele sabia quem eu era.

- Joy Wade – estendi minha mão trêmula – Pode ligar pra Allie e perguntar se quiser

Ele franziu o cenho

- Você ta brincando – balancei negativamente a cabeça e ele puxou o celular do bolso.

Procurou o numero nos contatos e ligou, enquanto o telefone chamava ele olhava desconfiado pra mim, mas seus olhos logo se arregalaram de espanto.

- Allie? Não, eu já estou indo. Ta, para de gritar, eu não fiz nada com o seu namorado. Já estou a caminho.

- Acredita em mim agora?

- Eu não posso acreditar, vocês são – ele fez um pausa – idênticas – Eu sorri e ele passou as costas da mão pelo meu rosto – Por que deixou que eu te beijasse?

Eu corei quase que imediatamente

- Ahm eu... na verdade...

Ele abriu um sorriso enorme e estendeu a mão

- Samuel Jones

Eu sorri um pouco sem graça e apertei sua mão estendida.

Allie

Onde esse idiota tinha se metido? O fluxo de clientes estava aumentando e eu já estava correndo feito barata tonta pelo restaurante. Estava anoitecendo e muitas pessoas chegavam para jantar.

- TIMMY! – Eu passava literalmente correndo pela cozinha

- Fala meu amor

- Me ajuda com as mesas, por favor?

- O Sam ainda não voltou?

Agitei a cabeça negativamente. Logo em seguida ele se levantou e colocou o avental no corpo, era engraçado ver aquele surfista enorme servindo como garçom, mas no fim das contas pedir a ajuda dele foi uma péssima ideia, além de não saber servir as mesas direito, ele passava muito tempo batendo papo com os conhecidos dele que apareciam por lá.

Foi então que meus olhos caíram sobre o gigante que acabara de aparecer na porta do restaurante, estava suado e um pouco ofegante, os olhos azuis procuravam por mim.

- Jimmy! – Meu rosto se iluminava só na ideia de tê-lo perto de mim, ele atravessou o restaurante e me abraçou com força.

- Não me deixa por favor – notei algo diferente no tom da voz dele, ele tinha o rosto encostado em meu cabelo e me apertava com muita força. Ele estava aflito – Você é a única luz na minha escuridão.

- HEY SULLIVAN! Dá o fora – Timmy parecia irritado – Já falei que não queria mais você aqui causando confusão

- Me desculpe, eu não viria se não fosse urgente – ele voltou o olhar pra mim

- Aconteceu alguma coisa Jimmy? Você e o Sam brigaram? Oh meu deus eu sabia que ia dar em merda

- Espera, ele não falou nada?

- Ele ainda não voltou, mas falou o que? O que aconteceu Jimmy?

Ele me apertou ainda mais no abraço

- Oh god, ainda bem – eu imediatamente o afastei.

- O que está escondendo de mim James?

Sam chegou naquele mesmo instante, Jimmy me puxou para junto de seu peito como um leão protegendo o alimento, ele e Sam trocaram um olhar faiscante. Timmy quase previu o que aconteceria em seguida.

- Sullivan vou falar pela ultima vez, vá embora. Não quero outra confusão aqui no meu negócio – ele tirou o avental e se virou para Sam – E você Samuel onde caralhos se meteu? Está atrasado, volte logo ao trabalho.

- Espera pra me ouvir primeiro, não dê ouvidos a ele – Jimmy sussurrou em meu ouvido e depois saiu, mas eu sabia que ele ainda estava no carro estacionado na frente do restaurante.

Eu fiquei formigando de curiosidade, me aproximei de Sam que atava o avental no corpo magro.

- O que aconteceu? Por que ele chegou desse jeito? Vocês brigaram? – ele continuou amarrando o avental no pescoço e praticamente me ignorou – Samuel eu estou falando com você!

Em um movimento brusco ele se virou e agarrou meu pulso

- Se eu te contar você me promete largar esse babaca do Sullivan?

- Não! – eu falei irritada puxando meu pulso do aperto dele

- Então não vou contar nada.

Ele foi saindo, ainda fiz menção de chamá-lo, mas Timmy logo gritou me mandando voltar ao trabalho. Samuel passou o restante do expediente sem nem sequer me dirigir o olhar e eu estava quase explodindo de curiosidade, na verdade eu queria muito amarrar ele numa cadeira e torturá-lo até ele me contar detalhadamente o que acontecera, mas Sam era muito difícil, decidi que torturar Jimmy pela verdade.

Quase no fim do expediente, com o restaurante já praticamente vazio me joguei em uma cadeira, completamente exausta, Sam estava escorado no balcão tomando água.

- Não vai mesmo me contar o que aconteceu?

- Não vale a pena contar.

- Ok, não vou mais insistir, depois se você acordar com alguém querendo brincar de jogos mortais não venha me culpar.

Aquela foi a primeira vez que eu o vi sorrir naquele dia.

- Nem duvido, do jeito que você é maluca – ele respirou fundo – Ah, eu conheci sua irmã gêmea hoje.

- VOCÊ O QUE?

- Ela é bem mais dócil do que você – ele falou sorrindo, mas diferente dele, eu estava perplexa por dentro. Por que era tão difícil pra aquela garota fazer o que eu mandava?

- O que ela disse pra você?

- Wade, você pergunta demais.

- E você responde de menos.

Ele não falou quase nada mais comigo depois disso, eu estava ultra revoltada, ninguém me contava nada porra! Assim que o relógio marcou 22h larguei o avental e corri para fora do restaurante e ele estava lá, acendia um charuto e tinha o corpo escorado no carro.

- Até que enfim! Eu não aguentava mais esperar! Vem aqui – ele me puxou, soltou a fumaça do charuto e me beijou de maneira muito suave, depois inalou o perfume do meu cabelo.

- Jimmy eu quero saber o que aconteceu essa tarde. Sam não quis me falar nada, espero que pelo menos você seja sincero comigo.

- Entre no carro, eu prometo que vou contar tudo pra você.

Fiz o que ele mandou e entrei no carro, o tempo estava frio e eu tinha certeza que logo uma chuva daquelas ia cair. Coloquei o cinto e abracei os joelhos junto ao corpo.

- Está com frio?

- Um pouco

- Toma – ele tirou o casaco do corpo e me entregou, cobrio o corpo com ele e discretamente inalei aquele perfume – Preciso que se sinta confortável

- Precisa?

- Eu vou falar algumas coisas que vão te machucar Allie, mas eu não quero te perder.

- Me machucar? O que esta acontecendo Jim?

O carro parou, mas não estávamos em casa.

- Vamos descer aqui

- De quem essa casa

Ele abriu um largo sorriso

- Você vai gostar, é a casa dos Haner. Vamos logo, estão nos esperando.

Saltei do carro um pouco confusa, era impressão minha ou ele estava adiando cada vez mais o que tinha pra me contar?

Assim como a casa dos Sanders e a do Vengeance, a casa dos Haner também era muito bonita, na verdade quando Jimmy disse ‘Haners’ imaginei que toda a família de Brian estaria ali, mas na verdade Jimmy havia falado de maneira incorreta, aquela não era a casa dos Haner. Aquela era a casa de Synyster Gates.

Havia uma porção de pessoas ali, não chegava a ser uma festa, mas era uma reunião de amigos. Sanders, Baker, Seward, DiBenedetto’s, Barry’s e uma porção de pessoas que eu não conhecia estavam ali, até que meu olhar caiu sobre uma mulher provocantemente vestida  que sorria de maneira muito insinuante para Jimmy, Leana. Olhei zangada para Jimmy, mas para minha surpresa ele também tinha o cenho franzido.

- AMOREEES!!! – Gates veio nos receber com um sorriso que mal cabia no rosto e uma lata de cerveja na mão – Allie minha little freak a quanto tempo, vem cá me dá um abraço!

Ele me puxou e me abraçou com muita força, Brian tinha um cheiro engraçado, uma notável mistura de cevada, chiclete de hortelã, tabaco e perfume feminino. Depois de me abraçar eu poderia acrescentar salada de atum àquela fragrância. Ele me soltou do abraço e foi cumprimentar Jimmy, notei que Jimmy cochichara algo para ele, Haner soltou do abraço com uma expressão de desculpa.

- Porra cara, ela é amiga da Michelle, não podia deixar de fora.

Leana. Brian estava bêbado demais pra guardar segredo e eu sabia que Jimmy estava mais tenso do que o normal. Ele me puxou pela mão para a direção oposta em que Lea estava, fomos até uma área bem espaçosa, encontramos Zacky fumando um cigarro com uma cerveja em mãos, Jimmy puxou algumas cadeiras e nos sentamos junto com ele. No fundo eu fiquei um pouco irritada, porque com Zacky ali eu ficava impedida de perguntar o que eu queria para ele.

- Quer beber alguma coisa? – Ele falou impaciente

- Não

- Então vou pegar alguma coisa pra mim, não sei se aguento essa noite sóbrio

Ele se levantou mas antes que ele saísse eu agarrei em seu pulso

- Por favor, ainda me deve algumas respostas, então não saia daqui em coma.

Ele riu um pouco nervoso

- Tudo bem.

Depois disso ele saiu. Zacky então olhou pra mim.

- Oi Freak

- Oi Vengeance

- Gosta de cigarros?

- Não, mas passa um pra cá. Talvez uma dessas porcarias me ajude a sobreviver a essa noite.

Ele sorriu pra mim, e entregou o fino cilindro branco.  Os olhos dele de perto tinham uma cor que eu jamais tinha visto em nenhum outro par de olhos, eram de um verde claro, mas devidamente intenso. Bastante peculiar a beleza desse Vengeance, isso ninguém podia negar.

- Chega pra cá – ele fez sinal para que eu me aproximasse e acendeu a ponta, eu dei uma tragada curta.

Havia fumado poucas vezes e já fazia um certo tempo, o calor amargo preencheu minha garganta, logo senti meus músculos relaxando aos poucos.

- Uau, não sabia que moças de família fumavam.

Me virei quase que imediatamente, a voz rouca e feminina dela era clara demais pra que eu não reconhecesse.

- Lea, oi.

- Oi Alison, não sabia que o James saía com você em público.

Eu ri da forma mais esquisita do mundo, meio sarcástica, mas muito nervosa.

- Você só ainda não se acostumou com a ideia de que é comigo que ele sai agora e não com você?

- É? Mas você sabe com quem ele estava essa tarde?

Meu sorriso se desfez quase que imediatamente, não precisava ser muito esperta pra adivinhar. Então era por isso aquele suspense todo. Eu estava estática, paralisada e ela ainda sorria. Naquele instante Jimmy chegou com duas cervejas em mãos, mas ao ver Leana o sorriso dele também desapareceu. Me virei pra ele, tentando esconder minha decepção, sem muito sucesso.

- James, me responde agora, o que aconteceu essa tarde?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Keep calm and aguardem q minha beta volta dia 10, perdoem os erros.
Espero que tenham gostado
Bjs