Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 11
Mais que um por cento para lutar essa luta


Notas iniciais do capítulo

Oi. Gente pelo amor do reverendo me perdoem pela demora, eu tive serios problemas com pesadelos semana passada e andei realmente muito ruim, parecia uma morta-viva e não consegui pensar em absolutamente nada pra escrever.
Queria dizer que AMEI todas a reviews do ultimo capitulo, adorei saber a opinião de vocês a respeito da morte do Jimmy, algumas até me fizeram ver as coisas por um angulo diferente e eu realmente gostei muito! Muito obrigada a todas vocês.
STOP, PAREM RESPIREM, A AUTORA VAI SURTAR::::: VEI OMG. Queria agradecer de todo o meu coração a MayShadows e a minha tchutchuca da amazônia Laís Barcelos que recomendaram a fanfic, vei eu li e reli varias vezes feito uma boba alegre o que vocês escreveram ali, tipo, muito obrigada mesmo, eu fico realmente muito feliz por agradar vocês.
Quanto ao capitulo, ele não ficou tão bom quanto eu gostaria que ficasse, então por favor tenham piedade de mim.
Espero que não odeiem
Boa leitura
Bjs



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Já estavam dentro daquele quarto há quase duas horas, rindo muito, provavelmente se agarrando também, e enquanto isso eu estava ali sozinha, encostada na parede do quarto, ouvindo lapsos de conversas. Ainda pensei em me levantar e ir até lá, mas se eu fizesse isso ela ia avançar no meu pescoço, tenho certeza disso, eu no lugar dela faria isso, e considerando que somos a mesma pessoa fica fácil adivinhar, mas o fato é que, eu estava com ciúmes, estava morrendo de ciúmes.

Olhei pela janela, começava ficar um pouco nublado, aquilo me fazia me lembrar de casa, lá era frio quase dois terços do ano. Talvez eu devesse sair um pouco, não ia fazer a menor diferença para Allie mesmo.

Calcei um par de tênis e sobrepus a regata com um casaco fino, ajudaria caso fizesse frio. Passei rápido pelo quarto em que os dois estavam, desci as escadas e sai da casa. Aquele era um bairro muito tranquilo, a rua estaria deserta se não fosse por algumas crianças brincando no final dela. Caminhei seguindo pela calçada, eu estava meio nervosa e caminhar sempre me ajudava a por as ideias no lugar.

O sabor dos lábios dele veio em minha memória, eram tão macios, mornos, meu corpo inteiro tremeu com aquela lembrança. Quantas vezes a outra Allie tivera a chance de senti-los? Era justo que ela tirasse todo o proveito dele enquanto eu não tinha nada? Depois de caminhar uns três quarteirões avistei o Central Park, quando cheguei lá me sentei em um banco. Estiquei as pernas, fechei os olhos e deitei a cabeça para trás.

– Allie? – Abri os olhos e virei o rosto para o dono daquela voz, me arrependi quase que imediatamente. Era um rapaz, muito bonito aliás, cabelos negros como carvão, olhos turvos e a pele extremamente branca, principalmente comparada à dos outros californianos, ele sorria para mim, devia me conhecer, ou melhor, conhecer a Allie.

– Ahm, er, oi – E agora? Me apresentava como Alison ou como Joy?

Sem cerimônia ele sentou ao meu lado, tinha o cheiro bom e também parecia gostar de dias nublados, por que ele logo levantou o rosto para o céu e fechou os olhos.

– Os dias assim são os melhores sabia? Todos aqueles caras melados de óleo bronzeador ficam dentro de casa e essa cidade fica um pouco decente – não consegui evitar o sorriso que se formou em meu rosto e ele pareceu gostar de me ver rindo – Como você está? Você sabe, depois daquela bagunça do Sullivan.

Bagunça do Sullivan. É claro que tinha acontecido algo ontem, caso contrário eu não teria encontrado Allie chorando no pé da porta e nem o Jimmy teria vindo tão depressa atrás dela. Ela estava agindo estranho e simplesmente não me contou nada por que não confia em mim.

– Acho que estou excelente – eu sorri para ele tentando disfarçar minha irritação – Será que podia me contar o que aconteceu, só pra eu ter certeza?

Ele me olhou um pouco confuso, mas logo começou a contar o que ocorrera. Jimmy drogado e ainda parecia ter tentado me violentar. Era muito difícil de acreditar, mas ele falava com muita convicção.

– Meu estômago doeu por horas – ele finalizou com um riso, enquanto passava a mão pelo abdômen magro. O olhar dele caiu sobre mim – Tem algo diferente em você Wade, ainda não descobri exatamente o que.

Será que a diferença é tão visível assim?

– Diferente? – eu falei um pouco nervosa

– Sua pele – ele deslizou as costas da mão pelo meu rosto e depois sorriu – E com certeza o seu humor. Você por acaso está doente? Deixou que eu te tocasse – ele fechou a mão que acariciava o meu rosto em punho e deu um leve soco no meu rosto, apenas o empurrando de leve.

Meus olhos se arregalaram assustados, eu tinha ficado tão encantada com aquele cara que não pensei que ele realmente conhecia a Allie, pelo que ele falou ela não permitia nem que ele a tocasse, meu deus e se ele for um maluco? Me levantei rápido.

– Eu tenho que ir – dei as costas e saí andando depressa

– Te vejo amanhã? – ele gritou de onde estava, olhei rápido para trás e o vi sorrir, meu deus ele era incrivelmente agarrável. Olhei novamente para frente e apertei o passo, já estava escurecendo.


Allie

É incrível como ele se empolga fácil quando o assunto é música. Os olhos azuis dele cintilavam, agitava o papel no ar e cantarolava repetidamente a música, e eu o olhava coma a pior das mães corujas.

– Por que está me olhando desse jeito? Será que um gênio não pode mais se empolgar com a própria criação?

– E nem sequer abri a boca, só estou olhando

– Vem aqui – Ele colocou o papel de volta no bolso e me puxou para cima do corpo dele – Eu realmente sinto muito pelo que fiz com você, não devia ter ido até lá, nem devia ter tentado te estuprar – ele sorriu de leve – Estuprar é a palavra certa?

– Acho que sim, mas o pior foi me chamar de Leana.

– Eu sei, tudo foi uma grande merda

– Como pode me confundir com aquela vesga.

Ele gargalhou e passou a mão pelo meu cabelo

– Prometo que isso não vai se repetir.

Eu sorri de leve para ele, meu tempo era muito curto, aquilo tinha me acertado como um soco na cara, mas eu não podia desperdiçar meu tempo precioso ligando para os meus próprios sentimentos. Não tinha ido até ali para me sentir amada, por mais que eu quisesse que ele me amasse, aquilo não era minha prioridade. Se ele voltasse com Leana, ou simplesmente não me quisesse mais como namorada não importava, desde que ele não chutasse da vida dele e me permitisse estar perto no dia 28 de dezembro.

Só a hipótese de ele voltar com Leana já me deixava um pouco aflita, eu amava aquele babaca com todas as minhas forças e ele nem fazia ideia disso, ia doer muito se eles voltassem, ainda mais porque eu era fraca, muito fraca, mas por algum motivo idiota gostava de agir como se me afetasse. Só fingir.

Deslizei a ponta dos dedos pelo deathbat dourado no topo do braço esquerdo dele, um tempo atrás eu cogitara a ideia de fazer aquela mesma tatuagem embaixo do seio.

– Essa é a minha favorita.

– O que? A tatuagem?

– Sim. Me deixa fazer uma igual?

Ele abriu um sorriso curioso

– Quer fazer uma tatuagem, nessa pele tão branquinha – ele passou os dedos de leve pelo meu braço – Não tem medo?

– Claro que não.

– Então pode fazer até na testa se quiser.

– Eu já sei onde vou fazer.

– Onde?

– É segredo.

Ele sorriu novamente e me deu outro beijo.

– Tudo bem então, mas quero ser o primeiro a ver.

– Okay.

Ele se sentou na cama e eu sentei no colo dele, ele apertou minha cintura com força enquanto eu beijava sua boca devagar. O celular dele tocou, ele separou o beijo e olhou o visor do aparelho, franziu o cenho e atendeu. Era Brian e pela cara que ele fez ele não estava fazendo elogios. Jimmy se levantou e caminhou pelo quarto com celular no ouvido, olhei pela janela, começava a chover, me lembrei da minha casa, era estranho estar tão longe, mas ao mesmo tempo eu me sentia tão familiarizada com a Califórnia, com aquele calor de quase todos os dias, em nenhum momento me senti desconfortável com aquele lugar.

– Eu tenho que ir Allie – voltei o olhar para ele, já havia desligado o celular – Brian ta meio puto, quer me dar um sermão. Te vejo amanha na saída do trabalho?

– Claro

Ele veio até mim e deu um beijo em minha testa, depois saiu correndo, ouvi os passos pesados dele descendo as escadas, ouvi ele falar um ‘Tchau Joy’ e depois a porta bateu. Desci as escadas sem pressa e a avistei no pé da porta, completamente encharcada.

– Onde estava?

– Andando

– Andando? Por que não falou que ia sair?

Ela estreitou os olhos meio cética

– Não quis interromper nada

Jogou o casaco no chão e tirou os sapatos

– Você não pode sair desse jeito Allie

– JOY – ela aumentou o tom – Eu agora sou Joy, esqueceu? E sou humana, preciso de um pouco de ar de vez em quando.

– Por que está falando desse jeito? Foi você quem quis ficar aqui, tem que entender as limitações.

– Só dei um volta no Central Park e voltei, ninguém morreu por isso.

Ela subiu as escadas pisando duro e deixando um rastro da água que pingava de seus cabelos, entrou no banheiro e bateu a porta, havia algo de estranho nela.



– Gosta de dias nublados né? – Sam passou por mim sorrindo, olhei para ele um pouco confusa, eu gostava de dias nublados, aliás gostava muito, mas não me lembrava de ter comentado nada com ele.

– Andou bebendo o que Samuel?

Ele deu um passo para perto de mim, ele definitivamente estava mais atirado do que nunca. Aproximou a mão do meu rosto, mas eu rapidamente a estapeei mantendo longe de mim, ele franziu o cenho.

– Acho que você voltou ao normal. Quer dar uma volta depois do trabalho?

– Pensei que tivesse sido clara com você, eu estou com o Jimmy Sam, não vou sair com você.

– Espera, ainda continua com o Sullivan?

– Sim

– Você é doente mental ou alguma coisa assim?

– Eu amo ele Sam

– Então você gosta de ser feita de idiota – o rosto dele adquiriu outra expressão – Allie, ele tentou te violentar! Aliás, o que ele deu como desculpa pra você?

– É algo maior do que você imagina Sam, não se trata do que aconteceu ontem. Matt também conversou comigo a respeito disso.

– Allie eu não quero vê-lo te machucar de novo, pula fora dessa. Caras como o Sullivan não servem pra mulheres como você.

– Samuel eu realmente eu estou ficando cansada de você se metendo na minha vida. O Jimmy tem os motivos dele okay? Acho inclusive que você deveria pedir desculpas pra ele

– QUE? O cara esmurra a minha barriga até cansar, te confunde coma ex vagabunda dele e você quer que EU vá pedir desculpas? Okay – ele tinha o tom agressivo, tirou o avental do corpo e jogou olhando enfurecido para mim – Timmy?

Ele gritou o nome de Timmy.

– Que foi Sam?

– Será que posso sair por alguns minutos?

– Pra que?

– Resolver alguns problemas, volto antes do restaurante encher – ele olhava fixamente pra mim, tira fúria em seus olhos.

– O que está fazendo? – eu falei em voz baixa

– Tudo bem então Sam, pode ir, mas não demora.

– Valeu Timmy – Os olhos negros dele caíram sobre mim – Hora de conversar com o James.

Ele colocou a jaqueta no corpo e saiu pisando firme da cozinha. Por algum motivo meu organismo estava surtando louco, garantindo pra mim que aquilo ia acabar em merda.


Jimmy

Saí mais cedo do estúdio, minha cabeça estava doendo, mas a minha parte eu já tinha feito. A música tinha ficado super foda, os caras adoraram as modificações, então por hoje eu já não tinha mais com o que me preocupar. Dirigi tranquilo pra casa, pensei em ir ver a Allie, mas ainda era cedo, além do mais depois do que ocorrera eu não seria a pessoa que Timmy mais gostaria de ver no restaurante dele. Fui para casa, lá serio o melhor lugar pra ficar, se eu dormisse um pouco e tomasse algo logo a dor na cabeça passaria, sempre passava. Estacionei o carro e fui indo para o meu apartamento, quando cheguei no corredor avistei aquela criatura tentando abrir a porta. Eu realmente tenho que admitir que ela é uma mulher muito bonita, os cabelos caramelo se caindo em cachos anelados pelos ombros, e a agressividade dela tentando abrir a porta continuavam os mesmos.

– Lea?

Ela pareceu assustada de me ver ali, mas logo abriu seu melhor sorriso.

– Me desculpe, não era pra você me encontrar aqui.

Abri a porta com facilidade e ela entrou

– O que veio fazer aqui?

– Vim pegar o resto das minhas coisas

Ela então caminhou até o quarto e foi pegar o que sobrara das coisas dela. Não me parecia muito transtornada, na verdade ela parecia bem. Fui até a geladeira e tomei água com o remédio para dor de cabeça. Alguns minutos depois ela saiu com a bolsa abarrotada de coisas.

– Pegou tudo?

– Sim – ela ficou parada diante de mim e olhou para baixo, pressenti que ela queria dizer algo.

– Algum problema Lea?

Ela balançou negativamente a cabeça

– Eu só – ela hesitou por um segundo – queria saber como está, Michelle me contou que outro dia você andou aprontando.

– É, eu andei fazendo algumas merdas, fui drogado no trabalho da Allie, ai imagina. Foi um choque pra ela me ver assim – eu dei de ombros e ela sorriu.

– Imagino, do jeito que ela é... – ela não continuou

– Do jeito que ela é o que?

– Você sabe, diferente da gente – ela mordeu o lábio inferior – É verdade que você chamou ela pelo meu nome?

– Foi a Michelle quem te contou isso?

Ela se aproximou de mim, ela era tão pequena, ainda mais perto de mim. O aroma dela continuava o mesmo, os olhos dela eram de um dourado líquido, eu gostava muito da cor deles. Merda, o que eu estava pensando? Será que eu esqueci as porcarias que ela fez comigo? Mas eu também nunca fui santo, eu sei o que eu fiz com ela.

As mãos dela contornaram minha cintura

– Você ainda pensa em mim James, não adianta nem negar.

Em uma fração de segundos a boca dela estava na minha, segurei a cintura dela um pouco hesitante, e aquilo pareceu despertá-la, suas mãos começaram a se mover rápidas pelo meu tórax, aquela sensação era excelente, as mãos mornas dela passeando pelo meu corpo.

A porta abriu, Leana devia ter deixado só encostada por causa da dificuldade pra abrir.

– Eu sabia

A porta então fechou. Empurrei Lea pelos ombros. MERDA. Abri a porta novamente e ainda tive tempo de ver o vulto branco dobrar o corredor, sai em disparada atrás dele.

– Hey! – eu gritei para ele, imaginando que talvez ele me ignorasse, mas ele parou imediatamente e se virou com os olhos negros possuídos de fúria.

– Você! SEU FILHO DA PUTA!

– Samuel? Que caralhos veio fazer aqui?

Ele parecia muito zangado, apontou o dedo para mim

– Como pode fazer isso com ela? Você não presta Sullivan! Cansei de dizer pra ela que você não presta, o problema é que ela está cega demais pra ver quem você realmente é.

Alison. Merda, aquilo não ia passar de um beijo, pra que esse idiota foi aparecer?

– Você não entendeu Sam...

– NÃO ENTENDI O CARALHO! Eu vi James! – ele arfava furioso, nunca imaginei que veria aquele garoto daquele jeito – Você não merece a Allie, ela te ama seu desgraçado, e olha só o que você ta fazendo! Tem ideia do que ela está pensando agora? Está pensando na hora em que você for buscar ela, pra talvez até se entregar pra você. Mas você é tão imundo e ordinário que nem se dá conta disso!

Fiquei estático, apenas ouvindo a avalanche de palavras daquele garoto, provavelmente uns cinco anos mais novo que eu, é claro, era visível nos olhos escuros dele.

– Você a ama, não é?

Pra minha surpresa ele sorriu, tinha muito sarcasmo e mágoa no sorriso dele.

– Você não tem nem ideia

– Você acha que a merece mais do que eu?

– A única mulher que dá certo com você é aquela vadia que está ali dentro, vocês dois se merecem. A Allie é uma garota direita, não merece ter a vida fodida por um filho da puta sem futuro como você.

– Ela é minha mulher Samuel, não é a você que ela ama.

– Ela está cega Sullivan, só precisa abrir os olhos.

Ele me deu as costas e saiu pisando firme.

– Você vai contar o que pra ela? – eu gritei quando ele já estava um pouco distante, ele olhou pra mim com o rosto imparcial.

Ele estava interessado na minha garota e eu queria arrancar todos o dentes da boca dele, mas por algum motivo eu achava que ele tinha razão, eu não era exatamente o cara perfeito pra Allie. Esse era o problema, eu era o cara imperfeito.



A thing you have to get straight

Is that you don't own my hand.

And I don't owe you a thing.

So don't think about how sorry

you feel when now your treated so bad.


Uma coisa que você tem que saber

É que você não possui a minha mão.

E que eu não te devo nada.

Então não pense no quão mal

você se sente agora que te tratam tão mal.

The Fight - Avenged Sevenfold


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Notas finais do capítulo

Então né, outro dia eu estava vagando pelas redes sociais e acabei encontrando uma foto que me deixou super boba. A garota na foto é muito parecida com a Allie da minha imaginação, tipo eu fiquei babando na foto por horas. Se alguém tiver curiosidade de ver e não tiver problemas com o fato da imagem meio que quebrar a imagem da Allie na imaginação de vcs, deem uma olhada nela https://p.twimg.com/AnBY28cCAAAaGim.jpg:large
Espero que tenham gostado.
Bjs.