A Casa De Klaus escrita por Bellah102


Capítulo 57
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Não vou me despedir, não vou me despedir, não vou me despedir *segura as lágrimas*.
Aqui vai uma prévia da segunda temporada!



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Grace

            Eu e Elijah entramos no café, esfregando as mãos geladas sob as luvas encharcadas. Seattle não dava trégua na chuva havia quase uma semana, mas isso não impedia os alunos das escolas internas encherem a Starbucks. Na verdade, se houvesse uma invasão alienígena no planeta, isso ainda assim não impediria os alunos. Mas não tinha problema, afinal, o outono já estava quase no fim e, com o começo do inverno próximo, as férias estavam também. Então eu e Elijah iríamos para a casa dos nossos pais para nos esquentarmos todos juntos, como uma grande família feliz do Norte dos Estados Unidos. Eu sonhava havia dias com o chocolate quente da minha mãe. Minha colega de quarto, Allie, era alemã, e fazia o chocolate quente mais bizarro do mundo!

            -Brr... – Disse Elijah. – A cada ano essa cidade piora...

            Reclamou ele, fechando o guarda chuva preto gigante e colocando-o no porta-guarda-chuva lotado e encharcado. Elijah sempre fora um garoto grande, e desde que passara pela sua transformação, dois verões atrás, virando um imenso lobo castanho-escuro, ele praticamente triplicara de tamanho de um dia para o outro. E somado aos esforços da Academia Richford para Atletas – Onde os caras mais sarados e gatos do planeta fingiam estudar para jogar futebol – Ele se tornara enorme. E a cena daquela montanha de músculos pingando e reclamando do frio era hilária. Até porque até onde eu sabia, Elijah não sentia frio.

            -Acho que não, El. Os anabolizantes devem estar mexendo com a sua cabeça.

            Ele balançou a cabeça e riu com desdém.

            -Como se eu precisasse de anabolizantes para ser irresistível.          

            Ele disse piscando para alguma menina que explodiu em risinhos histéricos. Apesar de a cafeteria estar completamente cheia, nossa mesa preferida estava vazia – e com um monte de lixo gigantesco. A Starbucks do centro era a mais famosa da área e como ficava a mesma distância do meu colégio e o de Elijah, nos encontrávamos sempre ali. Nós, todos os garotos da Richford e as garotas da Academia Sta. Ginny para Moças. Enfim, o lugar estava sempre lotado. Os pobres empregados quase não davam conta de tanta gente, e até ser atendido, demorava mais ou menos uns 40 minutos.

            Mas isso não parecia incomodar a clientela, que lotava fielmente as mesas todas as noites, mas especialmente as de sexta, quando éramos liberadas para deixar a escola. Eu e Elijah empurramos a sujeira para o lado e sentamos um de frente para o outro, como fazíamos todos os sábados a tarde. Na maioria das sextas a noite ele jogava, e um quarterback tão famoso quanto ele não tinha tempo para a irmãzinha depois de uma vitória. Ele ia às suas festas com os amigos – e amigas aos montes – e comentávamos o jogo nos sábados de manhã, entre copos de cafés e vários pratos com cookies.

            -Como foi a festa ontem?

            Perguntei, esticando as pernas para apoiá-las preguiçosamente no banco ao seu lado.

            -Foi incrível! Rickon ganhou a competição de bebida.

            -Está brincando? O reserva baixinho?

            -O próprio!

            -Mas ele parece tão quietinho...

            -Quem diria, não é?

            Nós rimos juntos. Conhecíamos cada um da escola um do outro. Escola era a única coisa que possuíamos por ali. Eu estudava em um colégio interno e ele passava as tardes no treino de futebol. Não havia muito assunto além disso.

            -E como vai a vida em Sta. Ginny?

            -Allie está tentando namorar de novo.

            Allie estava sempre correndo atrás do amor. E o amor estava sempre correndo dela. Elijah riu, cruzando os braços.

            -E quem é o felizardo dessa vez?

            -Qualquer um com testosterona.

            Eu disse dando de ombros. Ele riu por um tempo e então parou, suspirando. Analisei-o.

            -Qual o problema? Você ainda não comentou um segundo sequer do jogo de ontem. Você nunca ficou tão quieto depois de uma vitória daquelas numa quarta de final!

            Observei-o novamente. Ele parecia... Triste. Por baixo de toda aquela marra habitual, havia algo diferente no meu irmão, o que era muito estranho. Elijah costumava ser, na maior parte do tempo, um raio de sol de quase 2 metros, o que rendeu uma coleção muito interessante de apelidos de narradores – entre eles, Coringa, Hiena, Elijah Solar, Raio Black, entre outros. Ele suspirou novamente, balançando a cabeça.

            -Acho que estou cansado do futebol.

            -Cansado?

            Perguntei, assustada. Elijah amava futebol talvez mais do que ele mesmo. Ele fez que sim.

            -Sei lá. Parece que falta alguma coisa.

            -Tipo?

            Ele deu de ombros.

            -Alguém.

            Suspirei, deitando a cabeça de lado.

            -Existe uma escola cheia de garotas lindas. É só você escolher.

            Ele fez que não.

            -Muito imaturas, ou rebeldes, ou certinhas...

            Eu ri.

            -Acho que você é um pouco exigente.

            -Eu só queria alguém que fosse o equilíbrio perfeito entre essas coisas... Tipo você.

            -Desculpa irmão, você não é meu tipo.

            Ele fez que não, me lançando um olhar irritado.

            -Foi um exemplo. E acho que eu só não consigo encontrar porque o futebol está me distraindo. Não estou procurando com o afinco que deveria.

            Lancei a ele outro olhar irritado.

            -Você nunca namorou sério. Entendo que você já tem quase 19 e quer se comprometer, mas você não pode deixar o futebol. É tudo pelo que você trabalhou na vida, e é a sua passagem só de ida para a faculdade – sua única passagem, aliás. Seria como se eu jogasse todas as minhas telas fora! Acredite, eu já quis fazer isso, mas não dá para fazer esse tipo de coisa no sangue quente. Você pode estar desanimado agora, mas você ama o futebol. Dá para notar isso quando está no campo, e é por isso que os olheiros gostam tanto de você.

            -Mas se eu passo tanto tempo treinando, como vou achar alguém?

            -Você é um lobisomem. Se você a ver na rua, pronto. Não é realmente preciso tentar, como eu aqui.

            -Eu passo 24 horas por dias cercado de homens suados e professoras de matemática velhas. Como você espera que eu sofra um imprinting?

            Dobrei-me sobre a mesa, como se fosse lhe contar um grande segredo e ele se aproximou para ouvir.

            -Abra os olhos.

            Eu disse simplesmente. Ele riu, revirando os olhos, e voltamos a encostar-nos nos bancos. Na porta, o sininho acima dela tilintou. Um casal completamente encharcado entrou, pingando dos pés a cabeça. Não traziam guarda-chuva, provavelmente novos na cidade. Todos ali sabiam que sair de casa sem um guarda chuva no outono, era suicídio. Se queria morrer afogado, que se jogasse de um penhasco. Eles olharam todas as mesas e suspiraram. O olhar da garota se iluminou ao ver nossa mesa e ela caminhou na nossa direção, com o rapaz seguindo-a. Ela parou ao lado da nossa mesa e jogou o cabelo loiro escuro para o lado. Os olhos eram azuis, e ela tinha um belo sorriso.

            -Olá. Eu e meu irmão podemos sentar com vocês? É a única mesa com lugares sobrando...

            Eu ia trocar um olhar com Elijah e perguntar-lhe se estava tudo bem, mas ele olhava para a menina como um pernilongo olhando para uma lâmpada. Parecia hipnotizado. Chutei a canela dele com força e ele me olhou assustado. Movi a cabeça, indicando para ele abrir espaço. Ele deu de ombros e se arrastou para o lado. O garoto se sentou ao lado dele e a moça ao meu lado. O irmão dela era uma gracinha, deixe-me acrescentar. O cabelo escuro caia até os ombros, mas os olhos eram claros, dando-lhe um ar de inocência, que obviamente não existia. Eu o pintaria nu, sem problemas.

            -Obrigada gente. A propósito, meu nome é Angela.

            Ela disse sorrindo. Elijah voltara a olhar para ela com uma cara que claramente dizia “conte-me mais sobre isso. Haja o que houver, não pare de falar.”.

            -Finn. 

            Disse o irmão, levantando a mão timidamente.

            -Somos Grace e Elijah Black.

            Completei olhando para ele. Ele continuava olhando Angela.

            -Seu nome é Elijah? Esse é o nome do nosso pai.

            -Jura? – Elijah perguntou, parecendo incomodado – Como você disse que era seu sobrenome mesmo?

            -Mikaelson. – Ela respondeu, com o sorriso mais branco do mundo – Angela Mikaelson. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Vejo vocês em Filhos, a mais nova temporada de Casa de Klaus. Avisarei a todas por MP quando for postada.
Beijos, obrigada por todo o apoio!
Amo vocês!