A Casa De Klaus escrita por Bellah102


Capítulo 56
Capítulo 55 - Elijah


Notas iniciais do capítulo

Postei no feriado achando que todo mundo ia comentar... Me decepcionei. Fica de lição para a segunda temporada... Nada de ser boazinha.
Com vocês, o fim das dúvidas e vômitos de arco-íris!!!



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            -Querida! Estamos em casa!

            -Deixem os sapatos aí!

            Pedi, mexendo a massa dos biscoitos. Grace, que antes rabiscava com as canetinhas um dinossauro impresso em cima da nave da cozinha, pulou do banquinho, correndo para a porta da frente, direto para os braços do seu herói.

            -Papaaaaai!

            Gritou ela, correndo para a porta.

            -Oi minha linda.

            Ouvi Jake recebê-la com um abraço na sala. Elijah entrou na cozinha, escorregando com as meias no linóleo como se estivesse de patins.

            -Elijah Black, o que eu falei sobre escorregar nas meias?

            Ele parou e virou-se para mim, piscando os olhinhos verdes como os do meu pai costumavam ser, o mais inocente o quanto podia.

            -Que eu não podia, mamãe.

            -E o que você está fazendo?

            -Escorregando na meia.

            -E o que você vai fazer?

            -Pedir desculpa.

            -E?

            -Colocar um sapato?

            -Isso. E com isso, o que a mamãe vai te dar?

            -Um Halo III?

            -Um cookie. - Os olhos dele se arregalaram, mais do que se eu realmente tivesse a intenção de lhe dar um game sobre demônios para maiores de 18 anos. Ele sorriu com os dentes de leite moles. – E até dois se o seu pai se contentar com as outras três dúzias no forno.

            -Credo Nessie, assim parece que eu sou uma pessoa horrível.

            Disse Jake entrando na cozinha, com Grace pendurada no pescoço. Sorri para ele e ele se inclinou para depositar um selinho em meus lábios.

            -Eeeeca... – Disse Grace, entre nós, empurrando-me com suas gordas mãozinhas de criança – Mamãe sai. Meu papai.

            Ela disse, voltando a agarrar-se no pescoço do pai, enciumada que só ela. Nós rimos e Jake se encostou a bancada ao meu lado. Elijah pegou uma maçã e pulou para cima da bancada da cozinha, mordendo-a. Lancei um olhar feio para ele. Ele desceu da bancada, deixando a maçã mordida ali, indo atrás de um par de pantufas.

            -E então, como foi?

            Perguntei, abrindo o armário, atrás do meu ultimo tabuleiro de biscoitos, esperando que não tivesse virado mais um trenó para neve. Achei-o e coloquei-o em cima da  mesa, despejando a massa da tigela em poças com formato de cookies.

            -Foi bom. Elijah se divertiu para caramba.

            Sorri.

            -Que bom.

            -E como foi o dia de vocês duas?

            Ele perguntou balançando Grace nos braços, que ria, charmosa.

            -Pôquer!

            Ela exclamou alegremente, batendo palmas. Jake perguntou-me com os olhos.

            -Emmett, Rose e Lizzie vieram. Grace ganhou 150 dólares de Emmett, 150 de Lizzie, um colar de Rose, e uma volta em qualquer um dos conversíveis da mansão. – Ela sorria, radiante e orgulhosa – Na cadeirinha. No banco de trás.

            Deixei claro, antes que ela se animasse demais. Jake lançou um olhar impressionado para a nossa pequena, mas ela só deu de ombros.

            -Eu so’ pequena. Ninguém me nota. ‘Daí eu ganho.

            Disse sorrindo. Elijah voltou a cozinha, pulando em um dos bancos da nave.

            -Isso não é nada! Papai vai me ensinar a andar de moto!

            Lancei um olhar a Jake. Ele encarava Elijah,

            -Na garupa, de capacete, e só quando a neve lá fora baixar.

            Deixou claro. Elijah fez que sim. Coloquei o tabuleiro de biscoito dentro do forno e, vestindo luvas em forma de garras de lagosta, peguei os outros dois e depois o ultimo, colocando-os sobre a mesa.

            -Cuidado, estão quentes...

            Eu tentei alertar, em vão. Jake já os atacava ferozmente, travando batalhas contra os dedinhos de Elijah e Grace. Deixando as luvas sobre a bancada, cruzei os braços, observando-o comer. Enchi a chaleira de leite e coloquei sobre o fogão para aquecê-la. Quando virei-me para ir atrás dos copos, surpreendi-me com os braços de Jake ao meu redor, beijando meu rosto com gosto de biscoito. Sorri instantaneamente.

            -Ainda aguardo o dia em que vou conseguir comer um dos meus biscoitos.

            Ele sorriu.

            -Quem sabe um dia você dá sorte?

            -Quem sabe?

            Perguntei sorrindo, ficando na ponta dos pés para beijá-lo, envolvendo seu pescoço com os braços.

           

            -Grace, essa peça não encaixa ai! Não está vendo?

            Grace mostrou a língua para Elijah e continuou a martelar com a mão duas peças do quebra-cabeça para que se encaixassem. Eles já estavam montando fazia um tempo, mas eu ainda não via nem uma parte do balão da caixa montada. E eles se recusavam que os adultos dessem qualquer ajuda. A luz havia caído por conta da neve, o que desligou o sistema de calefação. No caso, a casa estava congelando. Todos estávamos agasalhados até os dentes. Mas para mim até que não tinha problema. Abraçada a Jake, eu era a pessoa mais quente da Terra.

            -Mamãe, pode, por favor, dizer à Grace que essas peças nunca vão encaixar?

            -Seu irmão está certo, meu anjo.

            Ela suspirou, olhando as peças com raiva.

            -Isso é chato! Está frio mamãe...

            Reclamou. Agachei-me ao seu lado no chão e puxei-a para um abraço.

            -E o que vocês acham de irmos até Port Angeles assistir um filme? Deve ter calefação lá.

            Elijah se pôs de pé em um salto.

            -COVA DA DESTRUIÇÃO ZUMBI VI!!

            Gritou, correndo para cima, correndo os degraus da escada de dois em dois. Grace de pôs de pé, desvencilhado-se do meu abraço, correndo atrás do irmão, tendo dificuldades de subir as escadas com as pernas curtas.

            -Não! Vamos assistir My Little Pony: O Poder da Princesa Celestia em 3D!

            Corrigiu, subindo o mais rápido que podia. Troquei um olhar com Jake. Ele sorria, entretido.

            -Você fica com os zumbis...

            -E você com os pôneis.

            Ele disse, enquanto eu voltava para o calor do seu abraço. Suspirei, inspirando o seu cheiro.

            -Vocês me fazem a pessoa mais feliz do universo.

            -Só perde para mim...

            Ele disse, beijando minha bochecha. Sorri, olhando em seus olhos.

            -3... 2... 1.

            -Papaaaai! Elijah se trancou no banheiro para arrumar o cabelo e não me deixa entrar!

            Gritou Grace, do andar de cima, batendo na porta do banheiro. Nós rimos e com relutância ele se levantou.

            -Descemos logo.

            Prometeu, piscando para mim. Soprei um beijo, que ele fingiu pegar e guardar no coração. Levantei-me e me espreguicei, cansada. Crianças... Nos exauriam, e às nossas contas bancárias, nos levavam em aventuras loucas, tiravam nossa paciência... E ainda assim éramos doidos por eles dois. Fui até o porta-casacos e vesti meu casaco. Na porta dos fundos fui encontrar minhas botas para neve. Ainda quente pelo toque de Jake, aventurei-me a ir até a varanda. Observei o cenário nevado a minha frente. Forks? Nunca mudara. Era só chegar o inverno que a neve substituía a chuva e engolia tudo. Isso me favorecia, já que era mais fácil de esconder minhas cicatrizes, mas às vezes eu sentia falta do clima do Colorado.

            Um passo atrás de mim fez uma taboa ranger. Congelei, sabendo que teria ouvido Jake sair lá de dentro. Fui transportada para um dos meus pesadelos, em que Scott aparecia para me arrastar pelos cabelos até Klaus. Balancei a cabeça. Klaus estava morto. Eu estava me preparando para correr, quando ouvi sua voz.

            -Eu não vou te machucar, colega. Sabe disso.

            Virei-me para ele, incapaz de acreditar no que ouvia. Ele mudara muito. Crescera, para começar. Músculos. O rosto, porém,continuava o mesmo que eu havia aprendido a amar com o tempo. Com os traços europeus leves e olhos claros, era exatamente o mesmo. Sorri entre lágrimas, incrédula.

            -Elijah?

            -Hey colega.

            Ele disse piscando para mim. Sem pensar, joguei-me contra ele para um abraço. Ele logo retribuiu, me apertando com força.

            -Como isso é possível? Eu vi você morrer!

            Ele deu de ombros.

            -Meu pai nunca te deixaria ir. Era preciosa demais para seus planos. Mas eu não era. Era apenas um peso morto. Para ele e para você. Então pedi a ele que forjasse minha morte.

            -Peso morto – Perguntei, me separando dele – Como... Oh

             Para ficar com Jake. Ele fingira a própria morte para que eu não tivesse que me sentir culpada ao ficar com o amor da minha vida. Desistira de tudo o que conhecera para que eu pudesse ser feliz.

            -É. Foi a única coisa boa que me lembro que meu pai me fez.

            Sorri.

            -Ele não pode te machucar agora.

            -Nem a ninguém – Ele completou, parecendo aliviado. Toda a tensão que costumava guardar no rosto... Já não existia mais... – Agora... Elijah Black, hein?

            Dei de ombros.

            -Você não foi ao meu casamento, onde supostamente era para ser o padrinho, Mikaelson. Eu tinha que homenagear você de algum modo!

            Ele sorriu.

            -Me sinto honrado de nomear seu filho.

            Disse, ainda sorrindo. Agora, depois de tanto tempo que Elijah e eu nos conhecíamos, finalmente seu sorriso passara a parecer natural, como se ele finalmente tivesse se acostumado a rir.

            -Entre, vamos sair desse frio. As crianças vão adorar conhecer você, e...

            Eu comecei, pegando-o pelo pulso e puxando-o em direção a porta. Mas ele delicadamente me parou.

            -Infelizmente, eu não tenho muito tempo. Tem alguém me esperando.

            Ele lançou um olhar para cima da colina próxima a nossa casa coberta de neve. No topo, um Land Rover abrigava uma figura agasalhada. Vi uma luva azul acenar do outro lado do retrovisor. Elijah acenou de volta. Quando ele se virou para mim, eu tinha um sorriso malicioso no rosto. Ele corou fortemente.

            -Eu... Eu não... E-e-e-eu...

            -Não precisa se explicar – Eu disse rindo. – Só quero que você seja feliz, meu pequeno Mikaelson.

            -Eu sou. Finalmente.

            Ele disse, sorrindo.

            -Então ela é minha heroína.

            Elijah me observou por alguns segundos. Eu o observei também. Ele se aproximou e me abraçou. Eu o apertei de volta.

            -Se cuide.

            -Você também.

            -Vamos nos ver de novo?

            -Eu não sei.

            Ele disse. Relutantemente, nos soltamos. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a porta de trás de abriu e Elijah, meu filho, saiu de casa emburrado, de braços cruzados, o cabelos já arrumado espetado para cima. Comparei os dois Elijah’s e me surpreendi ao ver que se pareciam, remotamente. Meu filho encarava o homônimo com raiva.

            -Quem é esse cara, mamãe?

            Pousei a mão em seu ombro.

            -Elijah, esse é Elijah.

            O Elijah adulto acenou timidamente.

            -Mas você não estava morto?

            Ele levantou uma sobrancelha, provavelmente surpreso por eu contar aos meus filhos sobre ele. Elijah adulto se ajoelhou e se aproximou do meu filho como se fosse lhe contar um segredo.

            -Eu estou.

            Sussurrou.

            -Não está. Estou vendo você.

            Elijah deu de ombros.

            -Eu sou um fantasma. Te deixo você me ver porque eu quero.

            Meu filho balançou a cabeça, teimoso.

            -Fantasma não existe, moço.

            Elijah sorriu.

            -Seus avós são vampiros, sua mãe uma híbrida e seu pai um lobisomem. Tem certeza que fantasmas não existem?

            Meu pequeno piscou os olhos claros, confuso. Elijah se levantou e me estendeu a mão.

            -Até mais ver colega. Foi bom ver você.

            Apertei sua mão com força. Eu e Elijah ficamos na varanda observando enquanto meu melhor amigo no mundo subia a colina na direção do seu carro. Quando ele entrou no carro, ele acenou e eu acenei de volta. Quando o carro deu meia volta, tive a impressão de ver dois rostos no banco de trás.

            -Vem Elijah, vamos para dentro antes que mais fantasmas apareçam.

            Chamei, sorrindo.

           

            No carro, enquanto Grace nos torturava, cantando com sua vozinha fina “Hakuna Matata”, peguei-me pensando na Casa de Klaus. Em retrospecto, o lugar não era tão ruim. Talvez com mais liberdade, sem os sacrifícios e os estupros, o Colorado fosse o lugar ideal para um bando de sobrenaturalidades. Apesar de toda a felicidade que eu tinha agora, sentia falta dos meus amigos sobrenaturais.

            Talvez no fim, Klaus não estivesse de todo errado. Sobrenaturalidades podem, sim, guardar um segredo, mas apenas se o Original estiver morto.


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Notas finais do capítulo

Acho que quarta ou quinta posto o Epílogo, se receber reviews (e imediatamente se receber uma recomendação). O epílogo é uma prévia da segunda temporada, espero que gostem.
Não vou me despedir. Não vou.
Amo vocês.



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