A Casa De Klaus escrita por Bellah102


Capítulo 51
Capítulo 50 - Primeira


Notas iniciais do capítulo

Olá! Surpresas em me ver? Eu também!
Decidi postar porque, graças a todas vocês, acabamos de atingir a marca dos 200 reviews e estou muito feliz, porque essa é a primeira vez que isso acontece em uma história apenas minha.
Então obrigada de coração e espero que aproveitem esse presentinho bem... Quente!
Do forno.



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Nessie

            -Bom dia.       

            Jake sussurrou baixinho, aproximando o rosto do meu cabelo. Respirei fundo, sentindo seu cheiro. Meu coração inerte bateu duas vezes, atropelando o próprio ritmo. Suspirei, lamentando que não pudesse ter tido essa reação com Elijah. Talvez as coisas pudessem ter sido diferentes.

            Não me lembrava de ter chegado ao quarto de Jake. Ao que me constava que tinha desmaiado – ou mesmo morrido – no meio daquelas coníferas. Mas fiquei feliz que não tivesse. Deixei-me afundar em seus braços e imergir em seu cheiro.

            -Bom dia.

            Respondi, suspirando. Ele sorriu de leve, erguendo a mão para acariciar meu rosto. Senti arrepios correrem pela minha coluna abaixo. Sorri de leve, tocando sua mão com a ponta dos meus dedos e fechando os olhos por um segundo. Queria voltar ao meu sono pesado e sem sonhos. Sabia que esse seria o único em muito tempo.

            -Agora eu entendo.    

            Ele disse, quebrando o silêncio.

            -O quê?

            -O que houve com você – Ele disse, parecendo perturbado. Abri os olhos. Ele suspirou. Havia um pesar em seus olhos que eu conhecia bem, mas nunca tinha visto nos seus. Seu olhar parecia... Com o meu. – Ninguém merece ver o que vimos ontem. Ninguém merece passar pelo que ele passou. É... Desumano. É imoral... É...

            -É Klaus. É isso o que ele é.

            Ele respirou fundo, puxando-me para perto dele. Envolvi sua cintura, deitando a cabeça sobre o seu peito, ouvindo seu batimento tranquilo, embora suas mãos ao meu redor tremessem. Tão precioso. Tão frágil.

            -Como uma pessoa pode... Mata o próprio filho? Isso é... Doente...

            Calamo-nos, perturbados. E embora minha perda fosse muito recente para que eu fizesse qualquer plano para o futuro, não pude evitar deslizar para o sonho de um futuro melhor. Suspirei. Ele semicerrou os olhos, sorrindo de leve.    

            -No que está pensando?

            Ele perguntou provavelmente tentando apagar da sua mente as imagens que vira na noite anterior. Mordi o lábio, envergonhada por um segundo do que estava imaginando. Ele sorriu, unindo as sobrancelhas, curioso.

            -O que foi?

            Soltei o ar, nervosa, mostrando-lhe a imagem que me ocorrera, desencadeada pela palavra “filho”. Jake estava sentado na cadeira de balanço que minha mãe me dera quando eu era pequena, em meu quarto no chalé. Havia uma criança em seu colo. Uma criança, não. Nossa criança. Era um menino. Tinha pequenos cachos negros, e pele morena, também. Mas os olhos eram meus, e o nariz também. Ele dormia, repousando, seguro, no colo do pai. Meu pequeno devaneio acabou cedo demais.

            Jake permaneceu calado, pensativo e me encarou, tornando a sorrir, dessa vez com apenas um lado da boca, como se analisasse algum milagre da natureza e não apenas eu. Eu ri baixinho, escondendo meu rosto no travesseiro. Ele levantou meu rosto, dando-me um selinho casto.

            -Um dia.         

            Prometeu simplesmente. Dei de ombros. Eu tinha Lizzie. Aquilo não era uma prioridade para mim.

            Ele se aproximou, beijando-me com um pouco mais de empenho. Acariciei seu peito nu a caminho de alcançar seus cabelos. Suas mãos envolveram minha cintura com mais firmeza, levantando a roupa da noite anterior apenas o suficiente para passar os polegares pela pele macia que se esticava sobre o osso da bacia. Todo o meu corpo estava elétrico, e eu o queria mais do que tudo.

            Mas como acontecera com Elijah há muito tempo, um choque elétrico de pura dor, desconforto e vergonha me levou para longe dele com um grito, mais longe do que ele jamais poderia alcançar. Não devia importar, eu disse a mim mesma. Mas importava.

            -O que foi?

            Ele perguntou assustado, olhando-me nos olhos. Senti um aperto no peito, vendo que ele queria tanto quanto eu.

            -Eu preciso te dizer uma coisa.

            Eu disse, limpando a garganta. Ele se afastou, suspirando, curioso. Ele uniu as sobrancelhas quando viu lágrimas se formando em meus olhos. Mesmo depois de todos aqueles anos... É como se tivesse sido ontem.

            -O que foi?

            Perguntou, tocando o canto do meu olho esquerdo para evitar que uma lágrima deslizasse pela bochecha. Respirei fundo, tomando coragem. Se eu contar para uma pessoa... Se eu contar para ele... Talvez fique mais fácil... Mas como dizer aquilo sem que minha garganta travasse?

            -Eu... Eu não sou... Virgem.

            Tentei, ainda assim com a respiração atropelada. Ele congelou por um tempo, me olhando fixamente. Então levantou da cama e calmamente andou até a porta do próprio quarto. Apoiou-se na porta, respirando fundo por um momento. Então se deteve, virando-se para mim. Seus olhos estavam cheios de acusação.          

            -Foi com ele?

            Não era preciso ler mentes para saber que o tão odiado ele era Elijah. O ácido na sua voz parecia esquecer que ele era meu melhor amigo e agora estava morto no meu lugar. Respirei fundo mais uma vez.

            -Não. – Disse balançando a cabeça e forçando as palavras uma a uma para fora. – Foi Scott.

            -SCOTT?!

            -Por favor, não é nada do que você está pensando!

            Jurei, unindo as mãos que tremiam em uma promessa. Ele virou-se de costas para mim novamente, como se não agüentasse ver meu rosto, mas não deixou o quarto. Apoiando os braços acima da cabeça ele respirou fundo algumas vezes, provavelmente organizando os pensamentos. Cruzei os braços sobre o peito e baixei a cabeça, esperando, deixando as lágrimas escorrerem silenciosamente. Puxei as pernas para perto e as abracei. Isso vai me assombrar para sempre? Será que eu nunca mais ia ser capaz de me conectar? Nem com Jake e nem com ninguém?

            Ouvi um movimento e levantei a cabeça para encará-lo. Sua expressão mostrava claramente que não tinha ideia do que pensar. Eu também não saberia. Mas provavelmente já teria me abandonado. Mas ele não é assim. Ele vai me ouvir.

            -O que você quer dizer com... Não é o que estou pensando?

            Suspirei, cruzando as pernas e olhando para minhas mãos. Porque eu tinha tanta vergonha? Não era minha culpa. Tudo o que eu fizera fora tentar voltar para a minha casa, para a minha família. Para ele. Ainda assim, não conseguia afastar aquele sentimento. Ele veio até mim e pegou minhas mãos que tremiam nas suas.

            -Ness?

            -Eu tentei escapar – Confidenciei em voz baixa, ainda sem olhar para ele. Doía lembrar. Isso somado à perda de Elijah – justo ele que impedira Scott de continuar para sempre – deixava meu coração amortecido. Engoli em seco e comecei a brincar distraidamente com seus dedos. – Na primeira noite. Arrebentei o cadeado e corri pela floresta. Acho que nunca corri tanto na minha vida. Achei que estava livre. – Respirei fundo. Os soluços estavam ficando difíceis de controlar – Ele me seguiu e me derrubou no chão. Disse que eu pertencia a Klaus, que não havia nada que eu pudesse fazer sobre isso, e que precisava me ensinar àquela lição. E ensinou.

            Jake não se moveu, nem mesmo quando meu olhar ferido encontrou o seu. Esperei pela sua reação, deixando um soluço finalmente me escapar pela garganta e levei a mão à boca, como se isso evitasse que mais palavras doloridas saíssem de lá. Baixei a mão até a gargantilha com seu nome em busca de forças. Ele piscou, olhando fixamente para a gargantilha de madeira, respirando acelerado. Suas mãos tremiam de raiva nas minhas. Podia vê-la ferver dentro dele.

            -Jake, pare! – Implorei, apertando suas mãos para evitar que tremessem, esperando que isso impedisse a transformação iminente. – Se você for atrás de Scott ele vai machucar você. Por favor, eu não posso perder você também!

            Ignorando-me, ele se pôs de pé e andou em direção à porta. Corri até ela, me enfiando a frente dele, bloqueando a saída com meu corpo.

            -Saia. Saia da frente, Nessie.

            -Não!

            -Que droga! – Ele praguejou, dando uma volta no quarto, como um animal selvagem enjaulado – Porque está protegendo ele, Nessie?! Ele est... – Pôs as duas mãos nos ouvidos, como se não conseguisse se forçar a dizer a palavra e rosnou novamente - Você sabe o que ele fez!

            -Não estou protegendo ele, estou protegendo você!

            Gritei de volta. Ele se aproximou, tremendo e olhando-me de cima.

            -Afaste-se Nessie.      

            Pediu com delicadeza, embora parecesse à beira do colapso.

            -Não!

            Gritei, empurrando-o.

            Quando seu corpo cedeu para trás foi como se o mundo se movesse em câmera lenta. Pude sentir o pelo crescendo sob a camiseta que se expandia, sem conseguir abrigar o novo e enorme corpo à qual era submetida. Sentia as patas de garras afiadas crescerem em minha direção. Fechei os olhos com força, espremendo-me contra a porta, soltando um grito de susto involuntário.

            Três segundos se passaram em silêncio até que eu decidisse que era seguro abrir os olhos. Nada doía. Isso era um bom sinal, certo? Abri os olhos, baixando-os até encontrar a figura lupina de Jake, encolhido contra a parede, ganindo baixinho, os olhos negros percorrendo-me inteira em busca de qualquer tipo de ferimento. Lentamente olhei para baixo e suspirei, aliviada. As roupas estavam em frangalhos, rasgadas, mas nada mais do que isso. Antes ela do que a minha pele. Aproximei-me de Jake, mostrando-lhe que estava bem.

            Ele se afastou, ofegante, provavelmente em choque que tivesse perdido o controle tão perto de mim. Ajoelhei-me ao seu lado, puxando sua cabeçorra para perto, beijando o topo peludo dela.

            -Ei, eu estou bem. Está tudo bem.   

            Eu disse, abraçando seu pescoço e fechando os dedos através dos pelos longos. Senti-o se transformar sob meus braços e o senti envolver meus ombros. Sua nudez não incomodava nem um pouco.

            -Me desculpe.

            Implorou, abraçando-me co força, mais calmo. Suspirei aliviada de que nada tivesse dado nada errado. Ele beijou o topo da minha cabeça, parecendo tão aliviado quanto eu.

            -Está tudo bem. Só fique calmo, está bem? – Soltei o ar, respirando fundo em seguida – Você não pode perder a calma. Sim, Klaus é um louco e sim, Scott é um criminoso, mas mexer com eles é suicídio, e você me prometeu que estávamos no mesmo time, lembra? Para sobreviver. Você me entende?

            Ele assentiu, levantando meu rosto para ele. Seus olhos não tinham medo. Estavam decididos.

            -Ele nunca mais vai tocar em você. Eu juro.            

            Disse, a voz levemente alterada.

            -Ei, tudo bem. – Eu disse, acariciando seu rosto com a ponta dos dedos. – Eu sei que você vai me proteger.

            -Você não tem ideia.

            Ele disse, beijando-me e puxando meu corpo contra o seu. O tecido das minhas roupas destruídas cedeu facilmente à mais leve pressão. De algum jeito encontramos nosso caminho de volta até a cama. Seu corpo parecia ser o centro do universo e onde quer que ele me tocasse, era como se uma estrela explodisse e um novo universo de prazer fosse criado sob a minha pele, correndo acelerado pelo meu sangue.

            E quando nos deitamos, unidos, Scott já não mais importava. 


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Notas finais do capítulo

MUAHAHAHAHA!
Amo vocês, queridas.
Vejo vocês na segunda.



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