I Hate Everything About You escrita por Adams


Capítulo 8
Odeio o modo como está sempre certo


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa por não ter postado ontem, é que não tive tempo. :S Desculpa mesmo.
Mas bem, aqui está o capítulo que eu particularmente não gostei - não sei porque-, mas tinha que ter sido assim. Fazer o que né?!
Vamos ao capítulo então.



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Capítulo Oito – Odeio o modo como está sempre certo

Ouvi meu nome ser chamado algumas vezes, mas mais parecia que era somente uma voz distante da qual meus pensamentos nebulosos não conseguiam distinguir.

Chamaram-me novamente. Ignorei, ou tentei. Até que...

– Leana! – Gritaram no meu ouvido, o que fez eu me levantar em um pulo, com a mão em cima do peito, exatamente onde meu coração se localizava batendo desesperado.

Olhei para o lado e vi Cameron dando-me um sorrisinho inocente.

Bufei.

– Por que você fez isso idiota? – Ralhei.

– Porque já é oito e meia da noite e você dormiu no sofá enquanto via filme. – Ele revirou os olhos.

Essa mania ele pegou de mim.

– Precisava ter me acordado aos berros?!

– Eu tentei te acordar. Era isso ou... É melhor eu ficar quieto – disse Cameron ao notar meu olhar enviesado.

– Melhor mesmo – retorqui, estreitando os olhos.

Pelo incrível que pareça, ele riu, mas instantes depois, como se um peso fosse jogado por suas costas, deu olhar ficou sério, e pude até mesmo notar um endurecimento em sua voz quando disse:

– Você tem que ir pra casa Lea. Você tem que falar com seus pais.

Suspirei.

Ele estava certo. E como eu o odeio por estar certo. Odeio-o do fundo do meu coração por estar sempre certo, sempre me mostrando um modo melhor de seguir com a minha própria vida. Minha própria vida! E isso é extremamente irritante, pois tenho certeza que ele pensa que assim pode ser o dono da razão. Como odeio isso nele.

– Estraga prazeres – murmurei enquanto levantava-me e espreguiçava-me, tanto que minhas costas chegaram a estralar.

– O que você disse?

– Nada – disse com um sorrisinho falsamente inocente.

Segui rumo à porta, abrindo esta e já pronta para sair quando ouvi Cameron falar:

– Não vai dizer adeus?

– Não. Não gosto de despedidas. – E com mais um sorriso, saí porta a fora.

Na rua fui recepcionada pelo vento gelado de início de noite. Caminhei o mais lentamente que eu podia, tentando ao máximo evitar a iminente discussão com meus pais.

Respirei fundo, tomando coragem e finalmente fui em direção à porta da minha casa, passando pelo jardim antes e uma estufa de flores silvestres que ninguém nunca mais mexia fazia anos. Abri a porta lentamente, como se temesse o que fosse encontrar ali, e como se fosse uma brincadeira de mau gosto do destino, meus pais – que nunca chegavam cedo em casa – estavam sentados no sofá da sala, rindo enquanto olhavam algum programa idiota que passava na TV.

– Oh, e não é que chegou a nossa filha desnaturada – comentou meu pai destilando um sarcasmo cruel.

Encolhi-me, mesmo sabendo que não o devia.

– Onde você estava filha? Deixou-nos preocupada – pronunciou-se minha mãe.

Oh, estou vendo o preocupado.

– Pelo visto andou pensando na faculdade de direito e resolveu mudar de ideia – comentou meu pai levianamente.

– Não, não pensei.

Ele soltou uma risada desdenhosa.

– Claro, na verdade nem tinha o que pensar.

– Claro que não – disse, fazendo-me olhar surpreso. Por essa ele não esperava. – Eu já havia dito que não faria a tal faculdade de direito, vocês que não quiseram ouvir. Eu vou para a faculdade de artes, vocês querendo ou não – falei convicta, irredutível.

Meu pai se levantou do sofá, rubro de raiva já. Ele sempre ficava assim quando contrariado.

Apressei-me à falar:

– A vida é minha e eu vou fazer o que eu quiser dela, tendo ou não sua aprovação! A vida é minha, minha felicidade, e só eu sei o que é bom pra mim.

– Então se está falando assim, sobre sua vida – ele cuspiu a palavra -, essa casa aqui é minha e você não tem mais o di...

– Parem os dois! – Gritou minha mãe, entrepondo-se entre mim e meu pai. – Não quero mais ouvir os gritos de vocês sobre essa maldita escolha de faculdade! Quero que os dois parem! – Gritou por último, dando um suspiro pesaroso antes de continuar: - Leana, por favor, vá para o seu quarto. Tenho que conversar com seu pai.

Pensei em retrucar, mas decidi não o fazer. Somente abaixei a cabeça resignada, suspirando pesadamente enquanto ia em direção às escadas, em direção ao meu quarto.

– Ela ainda me mata de desgosto...

Pude ouvir claramente essa frase.

Corri o máximo que pude, trancando-me no quarto e jogando-me na cama.

Por mais que tente em muitas vezes, não consigo ser de ferro sempre.

Deixei que algumas lágrimas silenciosas escorressem por meus olhos, até simplesmente estar cansada já disso e fiquei só olhando para a varanda da casa ao lado, então vi Cameron, com seu estimado violão. Ele sorriu, sentou-se em um banco de rattan e posicionou o violão no colo.

Observei-o começar a dedilhar as cordas do violão, tocando uma melodia suave enquanto instantes depois começava a cantar, diga-se de passagem, muito afinado. Demorei alguns segundos até notar que a música se tratava de Dream On do Aerosmith.

E sonhe até que seu sonho se realize.

Ah, como odeio o modo como ele está sempre certo.

Com essa música, adormeci.



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Notas finais do capítulo

Dá pra acreditar que existem brigas entre pais e filhos assim? Na verdade, até piores. /tenso :S
Obrigada pelos reviews do último capítulo, continuem comentando. :D
E ah, no próximo capítulo se preparem, pois as brigas entre o Cameron e a Leana voltam com força total, afinal, "odeio o modo como me enfrenta". :D